segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

"O Amor nos faz enxergar Além"

Diz o ditado popular que "o Amor é cego!"   Isso explicaria tantas situações "contraditórias", ou melhor, situações que fogem à compreensão humana, suportadas pelas pessoas que se declaram amando.  

Como explicar, por exemplo, que uma mulher suporte as grosserias do seu marido, numa época como a nossa, aonde a mulher adquiriu a sua total independência com relação ao homem?   Recorrendo ao dito popular, afirmam os de fora da relação: "Realmente, o Amor é Cego!"   Como explicar, também, que uma mãe, mesmo sabendo que o seu filho é um bandido, ladrão, assassino... continue defedendo-o frente aos outros?   Recorrendo ao famoso dito popular, explicamos: "O Amor cega as pessoas!"   Como aceitar que os defensores dos "Direitos Humanos" defendam a vida de pessoas que, em muitos casos, tiraram a vida de outros?   Afirmam com o diatdo popular: "Quem ama não enxerga um palmo à frente do seu nariz!"   E, assim, poderíamos elencar uma série de situações em que as pessoas que amam demonstram a sua incapacidade de enxergar a "verdadeira realidade" e, portanto, ficam incapacitadas para tomarem decisões que sejam condizentes com os fatos em questão.

Porém, quando somos capazes de ouvir os reais motivos que levam tais pessoas a continuarem amando as outras que lhes fizeram e continuam fazendo tanto mal, percebemos que o Amor, ao contrário do que afirma o ditado popular, nunca foi, não é, nem nunca será Cego.    O que leva tais pessoas a agirem dentro de uma "aparente" contradição é, exatamente, o contrário:   "O  Amor tem uma capacidade de Enxergar para Além daquilo que aqueles que não amam enxergam!"

Quem ama consegue ver além das aparências, consegue quebrar a casca (muita vezes grossa demais) que envolve o ser amado e, rompendo este obstáculo inicial, vislumbra algo que está escondido por baixo de todo lixo que aquela vida foi capaz de produzir.

Talvez, seja por isso, que afirmamos que o "Amor é Divino!" ou, melhor ainda, o "Divino é Amor!"    Talvez, seja por isso que Deus tenha se tornado um de nós para nos tirar das garras do mal e do pecado.   Se não nos amasse, teria nos deixado entregues à nossa própria sorte.   Mas, por Amar todos e cada um de nós, foi capaz do inexplicável, para nos salvar.   Quebrando a nossa "casca grossa", produzida pelo nosso pecado, foi capaz de enxergar no fundo de cada um, o que de fato conta: "Sua própria Imagem e Semelhança!"   Só quem é capaz de Amar, consegue tal proeza!   O Amor torna as pessoas capazes de gestos que fogem ao comum; quem Ama encontra forças para ir muito mais além do razoável e estabelecido pelo consenso dos que não amam; quem Ama quebra regras, convenções, transpõe obstáculos (muitas vezes ditos intransponíveis por aqueles que não amam de fato) com um único objetivo: salvar, resgatar, restaurar a pessoa amada. 

Assim, gostaria de concluir mais este momento de partilha com vocês, deixando um questionamento:

"PENSE NA PESSOA QUE VOCÊ AMA E SE PERGUNTE: O QUE VOCÊ SERIA CAPAZ DE FAZER POR ELA?"

Com certeza, você irá constatar que o Amor, quando é Verdadeiro, vai além de tudo que se consagrou entre nós como NORMAL e ACEITÁVEL!  





  

"A Arte, a Beleza e os Desafios da Vida em Comunidade"

O Ser Humano não foi feito para viver isolado, distante de tudo e de todos.   Somos, pela nossa própria natureza, seres de relação e, portanto, temos necessidade uns dos outros.   Mesmo quando nos isolamos e, precisamos manter uma certa distância do mundo que nos circunda, tal afastamento só terá sentido se for para nos proporcionar uma melhora nos relacionamentos que travamos.

Porém, apesar de trazermos em nós o "germe" da alteridade, da relação e do desejo pela convivência, conviver não é uma tarefa simples, nem muito menos, fácil.   Estar com o outro (a), apesar de ser algo necessário, que está em nós..., em muitos momentos pode se tornar um peso, um fardo... muitas vezes insuportável.   Daí, nos perguntamos: "Por que essa contradição?"   "Se temos necessidade, pela nossa própria natureza, de estar com o outro, por que este outro pode, em muitos casos, se transformar num problema, num peso, num fardo... difícil de suportar?"   "O que a relação (tão necessária à nossa existência) pode apresentar que a faz, em algum momento, ser um mal e não um bem?"

Para responder a tantas inquietações, acredito ser importante olharmos pra dentro de nós mesmos e, buscarmos lá nos recônditos mais escondidos de nosso ser, as reais e verdadeiras respostas.   É isso que me proponho fazer, agora, com vocês.   Vejamos:

Pra começar, penso que falta em nós o princípio da "gratuidade".   Estamos, sempre, correndo atrás do "lucro", do que poderemos ganhar em tudo que fazemos.   Esta atitude "comercial" pode, muitas vezes sem que nós nos apercebamos disso, entrar, também, nas nossas relações humanas.   Daí, se o outro não pode me oferecer nada a mais, eu o descarto como alguma coisa da qual não se tem mais necessidade.   A minha insensibilidade me impede de enxergar o outro como pessoa e, assim sendo, acabo transformando-o em objeto e, objetos quando não são mais úteis, nós os descartamos e pronto.

Outro problema, a meu ver, que atrapalha a convivência vem do fato de perdermos de vista, o princípio da "igualdade".     Nas minhas relações, sempre busco estar numa posição de maior destaque aonde o "eu" e o "meu" sempre se sobressaem sobre o "nós" e o "nosso".   Tudo e todos devem estar ao meu serviço e, quando o outro se recusa a este tipo de relação, eu o excluo.

Uma outra coisa que atrapalha a nossa convivência é a perda do sentido de "alteridade" que deve estar na raiz de toda e qualquer relação humana.   Sem este princípio, me torno incapaz de perceber que o outro possui "dons" e "talentos" que, muitas vezes, eu não os tenho, de modo que, estar com ele será bom pra mim mesmo.   Me coloco na relação totalmente auto-suficiente, achando que o outro é quem precisa de mim e, nunca, eu dele.

Por último e resumindo esses três pontos citados acima, desde o "pecado das origens" entrou em nós um desejo de sermos para os outros o próprio Deus: mandamos e, os outros, obedecem; falamos e, os outros, escutam; necessitamos e, os outros, nos servem... e, assim, sucessivamente.   Aqui, encontramos o grande problema que necessita ser sanado se quisermos que a convivência não se torne um mal (necessário é verdade... mas um mal).

Precisamos, urgentemente, reaprender a enxergar o outro como um "dom" de Deus para cada um de nós.   Precisamos perceber que, na arte de conviver, os diferentes se completam e, todos saem ganhando.   Que entre nós, os humanos, ninguém é mais que ninguém pois se eu não tenho os defeitos do outro, se eu me olhar direitinho, perceberei que tenho tantos outros defeitos que o outro não tem e, assim, no resultado final, perceberemos que somos iguais na diferença.   Precisamos buscar o valor que existe na diferença pois, talvez esteja aqui, a real responsável por tornar a convivência algo extremamente importante, diria vital, pra nós.   As diferenças nos tornam complementares pois encontro no outro (diferente) o que falta em mim e, vice-versa.   Quando convivo, cresço em todos os sentidos da vida.   Essa interdependência geral faz da vida em comunidade, da convivência... algo extraordinariamente, belo.  

Para tornar a Vida em Comunidade um bem, precisarei aprender a não exigir do outro o que o outro não está, naquele momento, em condições de me oferecer, pois cada um só poderá oferecer aquilo que já possui pra si mesmo.   Precisaremos purificar o nosso olhar, a nossa mente, a nossa língua... para não vermos o que não existe, para não pensarmos o mal, para não falarmos coisas que não irão acrescentar nada à beleza da Comuniade.  

Por fim, para que a Vida em Comunidade seja um bem, precisaremos trabalhar em nós a capacidade de enxergar no outro o próprio Deus e, entendermos, de uma vez por todas, que tudo o que fizermos (de bom ou de mau pra este outro), estaremos fazendo ao nosso Deus!

Que Deus nos ajude nesta incansável missão de fazer da Comunidade um lugar, de fato Sagrado. Assim seja!   

sábado, 26 de fevereiro de 2011

"Beleza de Verdade"

Beleza que somente salta aos olhos, passa;
Beleza que toca o CORAÇÃO, permanece!

Beleza aficcionada em si mesma, afasta;
Beleza que se faz SERVIÇAL, atrai!

Beleza isenta de sentimentos, é oca;
Beleza marcada pelo AMOR, é plena!

Beleza que se perde no Imanente, morre;
Beleza que se deixa guiar pelo TRANSCEDENTE, é ETERNA!

(Texto produzido por mim, em 08/01/10, às 20:40h)

"O Milagre do Eterno que surge com a Morte do Provisório"

Uma Planta é o Eterno da semente que morreu;
Um Profissional é o Eterno do estudo que passou;
Uma Obra de Arte é o Eterno do artista que a produziu;
Uma Criança é o Eterno dos seus pais que a concebeu;
O Céu é o Eterno de uma VIDA QUE SE CONSUMIU NO AMOR E PARA O AMOR!

(Texto produzido por mim em 08/01/10, às 19:05h)

"O Amor Verdadeiro nos torna Humanos Verdadeiramente"

Dizem por aí (e, desde a mais tenra idade, aprendemos)
que a diferença  que existe entre o Ser Humano e o Animal
vem da Razão que o Ser Humano sabe utilizar
para tudo que lhe for fundamental!

O Ser Humano, aqui, então, se confundiu
com uma máquina que é incapaz de perceber
que a Razão é apenas uma de suas marcas
e, que sozinha, pode levá-lo a perecer!

Juntamente com a Razão é necessário
que o Ser Humano também use a Emoção
para não agir como uma máquina insensível
se esquecendo que possui um Coração!

Pra ser, de fato, um Ser Humano Verdadeiro
não movido pelo instinto animal
é preciso ser guiado pelo Amor
e do Amor, que vem de Deus, ser um Sinal!

(Texto produzido por mim em 06/01/10, às 20:08h - Reflexão para retomada do ano) 

"Vida Medíocre, Vida sem Sentido"

Como é Medíocre a Vida que se perde buscando adquirir e alcançar somente o que é fugaz, provisório e, realmente, sem valor;
Como é Medíocre a Vida de quem  se coloca como centro de tudo que ao seu redor parece estar;
Como é Medíocre a Vida de quem não percebe que aqui, neste tempo e espaço, tudo passa, até mesmo a Própria Vida;
Como Medíocre a Vida de quem na busca de ter cada vez mais bens se esquece de ser um Bem para aquele (a) que está ao seu lado;
Como é Medíocre a Vida que para alcançar o sucesso, acaba usando os outros como degraus para subir cada vez mais alto;
Como é Medíocre a Vida que na busca do seu prazer provisório não percebe que aquele que está ao seu lado também sente desejos e dores;
Como é Medíocre a Vida de quem não percebe que o verdadeiro valor da mesma está no Amar e Servir as  pessoas que ao nosso lado se encontram;
Como é Medíocre a Vida que se perdendo no aparente não consegue, jamais, ir além, descobrindo o que realmente vale à pena;
Como é Medíocre a Vida que se fecha nela mesma não percebendo que é próprio da mesma, é a sua multiplicação;
Como é Medíocre a Vida que não consegue enxergar que não podemos nos contentar em ser Medianos mas Completos;
Enfim, como é Medíocre a Vida que não sente o desejo do Transcedente e, se perdendo no Imanente, acaba passando sem deixar nenhuma contribuição para o Mundo que a cerca.
Esta é, sem dúvidas, uma Vida sem Sentido!

(Texto produzido por mim no dia 30/12/09, às 17:36h - reflexão de final de ano)

VIII Domingo do Tempo Comum - 27 de Fevereiro de 2011

Queridos Irmãos e Irmãs, paz e bem Cristo Jesus!

Vivemos, com a Igreja, as alegrias do VIII Domingo do Tempo Comum e, neste Tempo somos convidados a acompanhar o Senhor em sua Vida Pública, momento este em que Ele se revelou, com suas palavras e obras que é, de fato, o Filho de Deus Encarnado em nosso meio.   Seguí-Lo neste período é se tornar capaz de conhecer quem é o Deus a quem queremos amar e servir.

Neste Domingo somos convidados a perceber se a nossa vida está ancorada no Deus que Jesus Cristo está nos revelando ou, se, ao contrário, estamos depositando a nossa confiança nos "deuses" que dia-a dia vamos criando.   Às vezes, é muito fácil e, portanto, muito comum, pensar que estamos sendo fiéis ao Deus de Jesus Cristo quando na verdade o nosso coração está totalmente voltado para o serviço àquelas "divindades" criadas por nós mesmos e pelo mundo que nos cerca e, que infelizmente, acabam nos seduzindo com muita força e poder.   Dentre essa gama de "divindades" (=ídolos), talvez a mais crel e sedutora seja o Dinheiro.

Quando o Dinheiro se torna o nosso "deus" nos tornamos insensíveis para com a s misérias alheias e, o outro (a) que Deus colocou ao nosso lado para ser amado e servido, se torna "peça" secundária.   Quando o dinheiro se torna o nosso senhor nos tornamos incapazes de refletir e, tudo e todos (as) que se colocam como obstáculo à obtenção do mesmo, não hesitamos em destuir.

A Palavra de Deus hoje nos convoca a creditarmos no seu imenso Amor por cada um de nós.   Deus é o nosso Pai e a nossa Mãe Amorosos, capazes de tudo pela nossa real felicidade.   Acreditar neste Amor infinito e incondicional nos conforta e, altomaticamente, nos reposiciona diante do dinheiro e dos bens deste mundo.    Entendemos que tudo foi colocado por Deus à nossa disposição e, que portanto, não devemos nutrir preocupações pois a vida nos foi oferecida para nos ocuparmos com ela.    Deus cuida de nós e sabe de nossas reais necessidades e, não nos abandona jamais.   É preciso crer nesta verdade a nós revelada neste Domingo. 

Oremos:

Deus Pai de Amor e Bondade, nós te louvamos, bendizemos e agradecemos porque nos revelastes, hoje, o quanto cada um de nós é extremamente importante e amado por Ti.   Revelas, hoje, que seu Amor é maior que o Amor de uma Mãe por seu filho pois se esta vier a se esquecer dele, Tu não nos esqueces jamais.   Ajuda-nos a entender este Amor e, na medida que formos experimentando-o como Verdade em nossas vidas, faças com que consigamos pô-lo em prática nas nossas relações de cada dia.   Por nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém!  

Textos para aprofundamento:  Is 49, 14-15 e Mt 6, 24-30

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A Vida que começa aos 40

Diz o ditado popular que a "vida começa aos 40 anos" e, quando esta idade era algo distante de minha realidade, eu completava, dizendo: "começa o seu término!"   Sem me preocupar com nada, pensava de fato, que aos 40 anos não haveria mais nada de interessante ou útil para se fazer nesta etapa da vida.

Na medida que o tempo foi passando e, a realidade dos 40 anos foi ficando cada vez mais perto, fui entendendo o real sentido do ditado popular exposto acima:   na verdade, chegar aos 40 anos é chegar a uma idade de inúmeras possibilidades e de escolhas mais concretas que norteiam a nossa vida por conta da maturidade que, somente, a partir dos 40 anos, o indíviduo adquire.

Depois de 14 anos de dedicação exclusiva às Comunidades Eclesiais (Igreja Católica Apostólica Romana) na Diocese de Campo Limpo - SãoPaulo - SP, eu senti que havia chegado o momento de acrescentar à minha vida um outro motivo que, somado ao meu sacerdócio, pudesse me oferecer uma nova perspectiva pra viver.

Diante desse desejo, fui atrás de formação profissional que me abrisse esse novo horizonte.   Almejando me tornar Professor Universitário, cursei uma Pós-Graduação em Psicopedagogia Institucional e Clínica e, tão logo encerrei a mesma, ingressei no Mestrado em Psicologia Educacional.

Me sentindo um pouco mais seguro para alçar esse novo voo em minha vida, decidi enviar (diga-se de passagem, sem grandes esperanças) um currículo para uma Faculdade próxima da Paróquia aonde exerço o meu ministério sacerdotal atualmente e, para minha grata satisfação, acabei sendo chamado pra assumir uma turma inicial do Curso de Pedagogia (EAD) e, tão logo acertado esse passo, surgiu uma outra turma do mesmo nível.   Aceitei o desafio "duplo" e, neste início dos meus 40 anos estou sentindo que minha vida está passando por uma considerável mudança com a chegada desses novos desafios.

O acúmulo de funções que terei neste ano de 2011 (Pároco, Mestrando e Professor Universitário) dará à minha vida um novo sabor.   Quero aproveitar, ao máximo, tudo que a vida me reserva nesta minha nova fase sem abdicar de nada que seja honesto, correto e, sobretudo que não venha a ferir os meus princípios cristãos e humanos.   Quero crescer na capacidade de conviver com o diferente, aprender, ensinar, trocar experiências com novas pessoas e, sobretudo, experimentar a verdade do ditado com o qual iniciei este primeiro assunto do meu blog (que é uma nova faceta desta minha nova fase): a vida começa, de fato, aos 40!