quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

"I Domingo da Quaresma: Deus é Fiel à Aliança!" - 26 de Fevereiro de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Vivemos hoje, com a Igreja, o Primeiro Domingo da Quaresma e, tendo em vista que neste Tempo somos convidados a fazer a experiência do Amor Misericordioso do Pai para, assim, nos convertermos a Ele de todo o Coração, com Sinceridade e Verdade buscaremos na Palavra pistas para atingirmos o objetivo que nos é proposto.

Neste Domingo, a Palavra nos oferece a oportunidade de refletir sobre a Aliança que Deus faz com a humanidade, Aliança esta feita desde os tempos antigos e renovada, de forma plena, com Jesus, Deus que se encarnou em nossa História.   

Assim, a Primeira Leitura (Gn 9, 8-15) nos apresenta o que aconteceu após o episódio do Dilúvio.   Sabemos que o Dilúvio foi uma espécie de "resposta" de Deus aos "pecados" do povo que subiram até a Sua presença.   Apesar de chamar a atenção do povo por meio de Noé, este povo não quis saber de escutar.   Deboches, caçoadas, risos, chacotas marcaram a vida de Noé durante o tempo de confecção da Arca.   Terminado o trabalho de construção da Arca, os que ouviram a Palavra de Deus entraram nela e, os que fizeram "vistas grossas" e "ouvidos de mercador", se mantendo em sua conduta má, pereceram nas "Águas do Dilúvio".  (Importante recordar que tal dilúvio, de acordo com a "historinha" bíblica durou, exatamente, 40 dias e 40 noite - o mesmo tempo usado, pela Igreja para nos preparar para a Páscoa = Vida Nova).   A Leitura de hoje narra o episódio ocorrido logo após o "Dilúvio": com esta parcela JUSTA da população, simbolizada na família de Noé, Deus faz uma Aliança Eterna e Universal.   Não exige NADA em troca!   Faz Aliança porque AMA com AMOR ETERNO!   O Arco-Íris é o sinal: "Todas as vezes que eu vir este sinal no céu, Eu me lembrarei da Aliança e não voltarei mais a destruir a terra com tudo que nela há" - disse Javé Deus!   Mesmo que o Homem faça coisas que o desabonem diante de Deus, Este continuará fiel à Aliança!   Que maravilhoso é entender que Deus é assim:   Amor, Bondade, Misericórdia, Compaixão INFINITOS!   Fazer uma experiência que nos revele Deus dessa forma, MUDA toda a nossa Vida!

Esta Aliança relatada na Primeira Leitura se concretiza, ou melhor, se plenifica na Pessoa de Jesus, Deus que se fez homem pra salvar o homem.   Isso, vemos no Evangelho da Santa Missa de hoje (Mc 1, 12-15). É um texto curto, porém denso de rico em lições pra nós.   Seu contexto é o Batismo do Senhor e, após tal evento (Batismo), o Espírito conduz Jesus ao "Deserto", permanecendo aí por 40 dias (lembra-se do sentido deste número?), sendo TENTADO pelo Satanás = Adversário.   Que interessante e que surpresa:  Depois de Batizado, Jesus é levado pelo Espírito para o "Deserto" pra ser tentado pelo Satanás!   Isso mesmo!   Às vezes pensamos que o Batismo que nos torna filhos de Deus deveria nos "proteger" de todo mal, de todo perigo e, lemos no Evangelho de hoje, o CONTRÁRIO.   Deus não nos livra, necessariamente das tentações mas nos oferece FORÇAS pra romper por elas ilesos, sem cairmos nelas ou por conta delas.   A presença de Jesus no "Deserto" produz aquela harmonia que existia no Paraíso antes do pecado de Adão e Eva: "Jesus vivia entre os animais selvagens e os anjos O serviam!"

Num segundo momento do mesmo Evangelho de hoje, temos a notícia do início da Atividade Pública de Jesus.   Com informações de tempo (depois que João fora preso) e de local (Jesus foi para a Galiléia), o autor sagrado nos faz pensar sobre como será essa Atividade de Jesus.   Ele dará continuidade à atividade do Precursor João: este foi preso por conta de "FALAR A VERDADE!"  Assim, também, Jesus: será preso, julgado, condenado e morto por conta da VERDADE!   Sua atividade se inicia entre os pobre pois foi para estes que Ele veio (a Galiléia era a terra dos pobres!)   Ouvimos, também, nesta segunda parte do Evangelho, as primeira palavras pronunciadas por Jesus em Marcos: "O Tempo já se completou!" isto é: NÃO HÁ MAIS TEMPO PARA PERDER!   "O Reino de Deus está próximo!" isto é: Jesus é a manifestação do Reino - toda a sua atividade daqui pra frente revelará o que este Reino é de fato!  "Convertei-vos e crede no Evangelho!" pois, somente assim, manteremos a nossa fidelidade à Aliança com Javé Deus.   Voltar-se pra Deus (Conversão) e acreditar em Jesus (Evangelho do Pai) são as condições pra Salvação!

Por fim, São Pedro na Segunda Leitura (I Pd 3, 18-22) nos apresenta uma síntese da Vida de Jesus: "morreu por conta dos pecados pra libertar os pecadores das garras do Adversário de Deus!"   É esta a Verdade que buscamos compreender; buscamos compreender pra podermos vivê-La melhor em nossa vida; buscamos vivê-La melhor em nossa vida para sermos achados dignos da condição que o Batismo nos concedeu:  "SOMOS FILHOS DE DEUS!" e, assim, devemos VIVER!

Que Deus, o Pai Misericordioso e Fiel à Aliança, nos conceda a graça de uma fidelidade cada vezmais sincera e autêntica!   Assim seja!

"Quarta-feira de Cinzas: Rasgar o Coração é preciso!" - 22 de Fevereiro de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos, hoje, o início oficial do Tempo da Quaresma depositando sobre nossas cabeças as cinzas que nos trazem à tona duas verdades fundamentais para vivermos bem este Tempo Quaresmal, ou melhor, para vivermos melhor a nossa vida.   Receber as cinzas neste dia penitencial no calendário da Igreja deve nos recordar o que de fato cada um de nós é: "somos pó e ao pó voltaremos"!   E, como consequência, desta primeira verdade, temos a segunda: "se somos pó e ao pó voltaremos, importante é reduzir a pó TUDO AQUILO que nos faz pensar que somos mais do que somos, isto é, PÓ!   A Quaresma é Tempo propício para  o encontro com esta verdade e, buscando em Deus força, conseguirmos cumprir tal tarefa: reduzir a pó o nosso pecado, a nossa maldade... TUDO que nos separa de Deus!

Nesse sentido, a Palavra de Deus de hoje nos oferece excelentes pistas para alcançarmos tal objetivo.   A Primeira Leitura (Jl 2, 12-18), logo de cara, nos aponta um caminho seguro e eficaz.   As primeiras Palavras que o Profeta Joel pronuncia em nome de Deus é um CONVITE do SENHOR para TODOS nós: "Voltai para Mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos; RASGAI OS VOSSOS CORAÇÕES E NÃO AS VESTES!"   Que belo texto neste início de Quaresma!   O Senhor nos convida ao encontro com Ele mas, para que isso ocorra precisaremos "RASGAR OS NOSSOS CORAÇÕES!"   Rasgar os Corações é uma tarefa muito difícil pois tal ação implica em nossa "MORTE" e, infelizmente, todos nós cremos mas não queremos abandonar a nossa vidinha medíocre e, para que o Senhor nos encontre precisaremos abandoná-la. Não adianta, diante de Deus, uma vida de aparência mas, para Ele importa o que vem de dentro, do coração. Quando aprendermos a RASGAR O CORAÇÃO, Deus entrará em nossa vida, nos transformando de DENTRO PARA FORA!

Às vezes, - pra não dizer SEMPRE! - essa tarefa é árdua e difícil mas, a Segunda Leitura de hoje (2 Cor 5,20 - 6,2) nos apresenta Deus como estando disposto a nos auxiliar pois "este é o Tempo favorável, é agora o dia da salvação"!   Neste Tempo Litúrgico da Quaresma, Deus se faz pronto para nos auxiliar em nossa missão de converter o coração.   Com Ele TUDO ficará mais fácil e simples.   Deixar-se reconciliar com Deus é o CAMINHO!

Por fim, o Evangelho (Mt 6, 1-6.16-18) nos alerta pra necessidade de termos uma prática de Justiça que supere a dos fariseus e doutores da lei.   É necessário romper com a hipocrisia, para de fazer "TEATRO" diante de Deus pois o Mesmo não se deixa comover e enganar com ilusões, mentira, falsidades, interpretações de uma vida que não vivemos de fato.   Importante buscarmos agradá-Lo de verdade e, não, utilizá-Lo em nosso benefício, para alcançarmos prestígio diante dos homens.   Para tanto, o texto evangélico chama a nossa atenção pra necessidade de realizarmos as Boas Obras com o objetivo de agradar a Ele e não aos homens.   Oração, Esmola e Jejum deverão marcar a nossa vida de crentes: oração pra entramos na intimidade de Deus; Esmola e Jejum para nos solidarizarmos com o Próximo.   Deus e o Próximo são os nossos grandes objetivos neste Tempo e em toda a nossa vida!

Que Deus, rico em Misericórdia e Compassivo, nos auxilie nesta nossa Missão!   Assim seja!

"Tempo de Quaresma: Tempo de Graça e Conversão!"

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Estamos começando, com toda a Igreja, um novo Tempo Litúrgico, a Quaresma e, assim sendo, é importante compreender o objetivo que pretendemos alcançar para não nos perdermos no caminho e,não perdermos tempo com situações que não são fundamentais nesta etapa do Ano Litúrgico.

Penso que a primeira compreensão que devemos ter deste momento é que a sua importância está no fato dele manter com o Tempo da Páscoa uma relação íntima, ou melhor dizendo, se não fosse a Páscoa, a Quaresma não teria a menor razão de ser, de existir.   A Quaresma é um tempo que nos prepara para as Celebrações Pascais.   Daí, a primeira questão que devemos nos fazer é sobre o sentido da Páscoa pois, sem a resposta correta para tal questão não há como compreender a Quaresma verdadeiramente.

Sabemos que a Páscoa é a Festa Litúrgica que está na raiz de nossa fé e, como diz o Apóstolo Paulo: "se Cristo não houvesse ressuscitado, vã seria a nossa fé!"   E, por que isso?   Porque, de fato, se Cristo não houvesse ressuscitado, não acreditaríamos em alguém que não provou que é Deus pois não teria posto fim "àquela que era a pior de nossas inimigas".   A Ressurreição de Cristo é a garantia da "Vida Plena" para todos nós; ela nos oferece a certeza de que a nossa vida tem sentido.   Com a Páscoa, a Vida se renova e, o homem e mulher se tornam, também, novos.

Ora, compreendendo essa Verdade sobre a Páscoa, estamos prontos para compreender o sentido da Quaresma.   Este Tempo Litúrgico quer promover as condições necessárias para que esta Vida Nova possa acontecer para todos nós.   Durante "40 dias" - mais do que tempo cronológico, este é um tempo teológico, tempo de manifestação de Deus e de Sua Vontade sobre todos nós -, Deus buscará falar aos nossos corações, nos revelando o que espera de cada um (a).   Para que isso ocorra é importante que criemos as condições para tal manifestação divina: Oração, Jejum, Esmola sobretudo!   Estamos entrando com o Senhor no "Deserto" - que mais do que espaço físico é, também, espaço teológico - e, neste "Deserto" chegaremos a algumas conclusões sobre nós e, automaticamente, sobre Deus.   No "Deserto" entraremos em contato com a verdade sobre nós e, entenderemos quem, ou melhor, o que, de fato, somos:   "Somos pó!"   O "Deserto" promoverá o encontro com tal verdade e, nos proporcionará a compreensão de que, em muitos momentos, nos iludimos com as "benesses" que a cidade nos proporciona.   O "Deserto" nos faz compreender as falsas seguranças produzidas pela cidade: riqueza, prestígio, poder, diplomas ...   Tudo isso, no "Deserto", cai por terra e, sobramos nós e, Aquele que é a razão de nossa existência, a saber, Deus.   Durante esses "40 dias" a Palavra de Deus nos orientará, nos transformando naquilo que Deus quer.

Iniciando este4 Novo Tempo peçamos a Deus a graça de estarmos atentos aos seus sinais e, abertos à Sua Vontade, saibamos pô-La em prática!

Que Deus nos abençoe nesta empreitada!   Amém!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

"VII Domingo do Tempo Comum: Jesus revela a Face Misericordiosa do Pai!" - 19 de Fevereiro de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando sequência à Liturgia neste início do Tempo Comum, continuamos - como nos últimos três domingos - buscando compreender quem é Deus a partir da prática libertadora de Jesus.   Na medida em que avançamos no estudo da Palavra vamos crescendo na compreensão da Vontade de Deus e, também, vamos entendendo o convite que Ele nos faz: "Sede santos e perfeitos como Eu Sou Santo e Perfeito".   É com esse objetivo que, semana a semana, vamos dando passos significativos nesta direção!

Hoje, VII  Domingo Comum (19/02/2012), a Palavra continua querendo revelar quem, de fato, é esse Deus que afirmamos acreditar e, como nos últimos três domingos, tal Palavra busca revelá-Lo a partir das Obras de Seu Filho Jesus.

Assim, na Primeira Leitura (Is 43, 18-19.21-22.24b-25) temos uma reflexão - realizada pelo II  Isaías no período do Exílio na Babilônia - que apresenta Deus como "Aquele que está para realizar coisas novas".  É preciso compreender que o Exílio na Babilônia foi uma das páginas mais trágicas (poderíamos, até, dizer: a mais trágica!) da História do Povo de Deus no Primeiro Testamento.    Por conta disso, umclima de falta de fé e de esperança reinava entre os exilados e, a saudade dos "tempos passados" e a ideia de que tais tempos não voltariam mais, dominavam as mentes.   Diante desta situação, Deus fala por meio do seu profeta que o povo não deveria ficar "perdendo" tempo relembrando fatos passados pois, na medida em que fica aprisionado ao mesmo (passado) perde a oportunidade de perceber o que Deus está fazendo e, ainda, fará.   O apego ao passado, por vezes, nos cega e não nos permite compreender nas entrelinhas da vida este Deus que continua realizando "gandes obras".   Penso que é como aquele ditado popular: "alguém fecha uma porta e Deus abre uma janela!"   É preciso estar atento (a) para enxergar esta janela que se abre à nossa frente.   As "obras novas" que Deus está para realizar serão bem maiores que as primeiras: se no passado, o povo andou perdido no deserto, agora, Deus "abrirá uma estrada no deserto" e, se antes, o povo sofreu as agruras do deserto (sede, por exemplo!), Deus fará correr rios na terra seca".    O profeta afirma que tudo isso é "obra, única e exclusiva de Deus", de "seu Amor Misericordioso pelo Seu povo".   Não é merecimento pois, afirma o profeta: "Jacó se afastou e Israel se fatigou de Deus com os pecados praticados!"   Deus, em contrapartida, nos é apresentado como um Deus que não leva em consideração o pecado cometido mas "cancela as culpas por causa Dele mesmo e, não se lembrará do pecado feito!"   Que bela leitura do Primeiro Testamento já revelando Deus como Aquilo que, de fato é: Deus Compassivo, Misericordioso e Amoroso!   Todas características divinas que serão reveladas explicitamente na Pessoa de Jesus: em Sua Palavra e em sua Ação!

É isto que, mais uma vez, o texto evangélico de hoje (Mc 2, 1-12) nos apresenta: a Misericórdia Divina que perdoa os pecados e faz novo aquele paralítico.   Mais uma vez (como no V Domingo Comum), o texto nos apresenta Jesus na "CASA".   Parece que a "CASA" vai ganhando força como espaço da manifestação da graça divina em contraposição à Sinagoga (espaço dos "Grandes Entendidos").   A notícia da estadia de Jesus naquele espaço familiar se espalha e a multidão se aglomera para "OUVIR" a Palavra de Jesus.   Apesar de não dizer que Palavra é essa, sabemos - pelos feitos de Jesus  -  qual o seu conteúdo: era uma Palavra de Libertação, de Inclusão, de Amor para como os pobres e desvalidos da terra.   É neste momento que entra em cena o "paralítico carregado pelos 4 amigos".   Quanta audácia destes amigos!!!   Será que não tinham ouvido, desde a mais tenra idade, que a paralisia era a manifestção do "Castigo Deivino" por conta de algum pecado cometido pelo próprio paralítico ou por alguém de sua ascendência?   O que fará Jesus diante desta situação:  revelará Deus tal qual é ou confirmará a ideia de Deus que era corrente à época?   A audácia dos amigos é sem tamanho: como não conseguissem chegar até Jesus, por conta da multidão, abrem o teto e descem o paralítico diante de todos e do próprio Jesus.   E, pra nossa surpresa, Jesus se comove com a Fé dos 4 amigos e, por conta desta fé deles, "perdoa os pecados do paralítico".   Que coisa maravilhosa: compreender que a nossa fé pode se tornar causa da manifestação da graça divina para os nossos irmãos e irmãs.   Podemos e devemos fazer a nossa parte para salvar os que amamos, que nos cercam!   Quando Jesus afirma que "os pecados foram perdoados", os Grandes, os Mestres resmungaram pois, somente Deus poderia ousar tamanha ação!   Mas, Jesus não é a manifestação humana da Divindade?   O problema é que a "divindade" destes Grandes do Povo não poderia realizar tal ação em favor dos pobres e doentes (lembram-se da "Teologia da Retribuição"?)   Jesus percebe tudo isso e perguntando sobre o que seria mais dizer - "os teus pecados estão perdoados"   ou "levanta, pega a tua cama e anda" - ordena ao paralítico que se levantasse, pegasse a asua cama e andasse e, tudo isso, para "revelar que o Filho do Homem (Ele mesmo) tem na terra o poder que era atribuído ao próprio Deus e, assim sendo, revelava  ser Ele a manisfetação Divina na Terra.   Aquele que chegara carregado sai carregando a sua cama e, diante de tal fato, exclama o Povo: "Nunca vimos uma coisa assim!"   E, aqui, temos a realização plena da profecia de Isaías da Primeira Leitura: "Eis que eu farei coisas NOVAS e que já estão surgindo!"   Jesus é Deus que veio trazer a NOVIDADE DIVINA para os Seus!

Ora, fazer tal experiência de Deus nos leva a conduzir a nossa própria vida como o Apóstolo Paulo na Segunda    Leitura (II Cor 1, 18-22): a nossa vida deve ser um "constante e eterno SIM à Vontade do Pai pois Jesus, Seu Filho, foi o SIM manifesto e público desta Vontade!   Dizer "Amém" a essa Vontade deve nos conduzir ao compromisso de conduzir a nossa vida de modo a revelá-Lo a TODOS!   Que assim seja!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

"VI Domingo do Tempo Comum: A Solidariedade para com os Sofredores!" - 12 de Fevereiro de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Desde domingo passado (V  Domingo Comum), entramos num outro patamar da Palavra de Deus na Liturgia.   Seguimos, agora, buscando compreender a Ação de Jesus para com os sofredores, doentes, pobres, entre outras palavras, marginalizados da sociedade.   Percebemos que, num determinado momento da História da Salvação estabeleceu-se a ideia - errônea, diga-se de passagem! - de que todas essas situações que denigrem a vida das pessoas eram manifestações da "maldição divina", eram portanto, "castigos divinos" que as pessoas recebiam porque mereciam, por não serem boas, justas, piedosas etc.   O objetivo destes domingos (retrasado, passado, o de hoje e o próximo) é nos apresentar a atitude de Jesus para com essas pessoas nos levando a descobrir a VERDADEIRA FACE DE DEUS: MISERICORDIOSO, COMPASSIVO E AMOROSO!   Jesus quer, com a sua atitude nos levar a entender quem, de fato é Deus, destruindo, de uma vez por todas, as imagens distorcidas que as autoridades religiosas produziram do Mesmo no decorrer da história.

Hoje, vamos nos deparar com Jesus em sua relação com um leprozo.   Na Primeira Leitura (Lv 13, 1-2.44-46) nos é apresentada a situação da pessoa que era acometida pela mal da lepra: percebemos, pelo texto, que não era nada boa!   Para essa pessoa não havia, mais, esperança de vida.   No princípio, a preocupação estava em preservar a comunidade (uma vez que a lepra é contagiosa) e, aqui, a explicação para o possível afastamento do convívio social.   Porém, com o passar do tempo, a situação foi se agravando e, saindo de uma situação médico-sanitário e passando para uma questão religiosa e, aqui, a coisa se complicou: o leproso passou a ser percebido como um "IMPURO" e, como tal, um "AMALDIÇOADO POR DEUS"  e, ainda mais, como um "GRANDE PECADOR".   Ora, a conclusão desta linha de pensamento é óbvia: O leproso deveria ser lançado fora do convívio, tanto social quanto religioso ou familiar.   A convivência com o mesmo colocaria em risco toda a "pseudo-pureza" da Comunidade Santa, Justa, Piedosa, Boa!   Quem fosse acometido por tão grande mal era EXCOMUNGADO e, perdia, assim, o contato com Aquele que poderia ser a ÚNICA SALAVAÇÃO pra ele!   Recebia de Deus o CASTIGO e era EXCLUÍDO da Comunidade pelos "REPRESENTATES" dessa divindade!   A sua situação era tão tenebrosa que - deixa claro o texto - a sua aparência física deveria demonstrar, publicamente, a sua situação de marginal: "O homem atingido por esse mal andará com as vestes rasgadas, os cabelos soltos e a barba coberta, gritando: 'Impuro! Impuro!'"   E, continua o texto: "Deve ficar isolado e morar fora do acampamento!"   Imaginemos a imagem que essa pessoa apresentava...   Percebemos, neste texto do levítico como que uma Religião pode se tornar um obstáculo para aqueles e aquelas que mais necessitam se encontrar com Deus, perdendo, assim, a sua real função na sociedade.   Não nos esqueçamos que a palavra RELIGIÃO, vem de RELIGARE (latim) e, quer significar, exatamente, aquilo que re - liga o que antes fora separado!   A verdadeira Religião é aquela que cria mecanismos, que facilita, que estabele pontes para que as pessoas se encontrem com Deus e, para que Deus se encontre com as pessoas!   Pensemos nisso!!!!

É por isso que, no Evangelho das Celebrações nós acompanhamos Jesus: Aquele que veio para nos ensinar quem, de fato, é Deus!   Com as suas atitudes e suas palavras, Jesus nos revela quem é o Pai e, estamos percebendo que, o Deus de Jesus Cristo está em extrema oposição, se contradiz à ideia de Deus que, ao longo dos tempos, ganhou força no seio das Comunidades do Povo de Deus.   Jesus nos revela uma face AMOROSA, MISERICORDIOSA, COMPASSIVA do Pai.   Ele (Jesus) quebra aquela imagem distorcida que, sobretudo as autoridades religiosas, ao longo do tempo, fizeram de Deus!   Na semana retrasada, começamos a enxergar a sua ternura para com os "endemoniados, doentes e pobres" - todos declarados pela "RELIGIÃO DOS MERECIMENTOS", que aderiu ao deus da "Teologia da Retribuição", IMPUROS, PECADORES, MALDITOS e, conclusão, EXCLUÍDOS!

Hoje, o Evangelho (Mc 1, 40-45) nos relata o encontro de Jesus com um "representante" destes excluídos (talvez, o maior de todos os excluídos!): o leproso!   Percebemos, mais uma vez, a quebra da regra, da lei feita por Jesus que, ao assumir a verdadeira Vontade do Pai, não podia aceitar tal situação de exclusão e sofrimento.   Jesus que nos mostrar que Deus é Aquele que quer nos oferecer a "vida e vida plena!"   Não compactua com nenhum regime que explore, denigra, exclua ou mate o ser humano.   A Compaixão do Senhor para com o leproso, O leva a tocá-lo (lembra-se da semana passada a ação de Jesus para com a sogra de Pedro que estava com febre?) sem nenhum receio ou medo.   Jesus se aproxima do leproso que se aproximou Dele (Jesus).   O encontro com o Senhor limpou o leproso, o curou!   Mostrar-se ao sacerdote, agora, era somente para provar que Deus não é o promotor do mal mas do bem e, o sacerdote (seu representante) deveria saber disso!   Apesar da ordem de Jesus de não divulgar o fato (segredo messiânico) - pois, Jesus não quer ser seguido, pura e simplesmente, por conta dos milagres - o curado espalha a notícia por toda a região e, todos buscam o Senhor que nos revela Deus do jeito que Ele é!

Por fim, a Segunda Leitura (I Cor 10, 31 - 11, 1) nos apresenta o exemplo de Paulo: não buscar vantagem para si mesmo na prática religiosa pois, a mesma, deve estar sempre para fazer a vontade de Deus e, a vontade de Deus é que os Seus filhos (as) tenham "vida e vida plena".   Daí, fazer a vontade divina significa colocar-se a serviço do outro (a) e, de modo particular, do outro (a) que mais estiver necessitando de nosso ajuda!   Pensemos e façamos isso hoje e sempre!   Amém!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

"Felicidade: Seria possível experimentá-la?"

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Nos últimos tempos venho refletindo sobre este tema e, gostaria de partilhar com vocês, não conclusões fechadas (pois, neste assunto, acredito que não as tenho e, talvez, nunca as terei) mas algumas considerações, apresentando algumas inquietações e percepções sobre tal assunto que, nas conversas diárias com as pessoas (de maneira informal e, às vezes, até formalmente mesmo em meus atendimentos pessoais), nas leituras que tenho feito, enfim, em tudo que me cicunda tenho observado.   Não quero, como falei anteriormente, apresentar um texto-receita mas, levá-los à reflexão sobre tudo o que estamos fazendo fazendo em nossas vidas com o objetivo de alcançar esta "tal FELICIDADE".

Quero começar por um ponto que mais vem me chamando a atenção - pois o percebo presente em quase todos os discursos que ouço e comportamentos que vejo - que é, exatamente, a ideia - ao meu ver equivocada - de que a "FELICIDADE é algo que se pode alcançar e experimentar SOZINHO (A)".   Percebo que, em nossos dias, está ocorrendo este fenômeno: "TODOS (AS) QUEREM SER FELIZES MAS, AO MESMO TEMPO, PARECEM NÃO SE IMPORTAR COM AQUELES (AS) QUE ESTÃO AO SEU REDOR!"   Assim, não hesitam em ferir, magoar, machucar, excluir quem quer que seja que ofereça alguma resistência ou apresente algum obstáculo para o alcance deste objetivo: SER FELIZ!   De repente, me parece que uma espécie de "SURTO" da FELICIDADE atingiu as pessoas e, como se o mundo fosse acabar amnhã, ou melhor, hoje mesmo, as pessoas saem, desesperadas para alcançá-la que, no entender delas, até o presente momento, não conseguiram viver.   O discurso é, por vezes, até bem elaborado e, aqui, apresentam toda uma "pseudo-preocupação" com aqueles (as) que sairão feridos mas, não estão dispostas, nem por um minuto sequer, a rever a postura, a conduta que os encaminha para uma "FELICIDADE ILUSÓRIA" pois, como diz a canção, "É IMPOSSÍVEL SER FELIZ SOZINHO!" e, eu acrescentaria: "É IMPOSSÍVEL SER FELIZ ÀS CUSTAS DA DESGRAÇA ALHEIA!", isto é, não conseguiremos ser, realmente felizes, desconsiderando, de forma grosseira, tudo e todos (as) que nos circundam.    A desconsideração do OUTRO ou da OUTRA que está ao nosso lado não pode produzir uma "REAL FELICIDADE" pois seria como possuir um objetivo bom mas usar estratégias erradas, equivocadas.   O desejo de FELICIDADE parece estar nos cegando e, assim, não percebemos os erros que cometemos para conquistá-la.

Outro ponto que me chama a atenção é a força que a ideia do "DESCARTÁVEL" vem ganhando.   Não somos capazes de nos prender a nada nem a ninguém.   Tudo parece dever estar ao nosso "SERVIÇO" e, assim que nos cansamos, simplesmente, DESCARTAMOS.   Ora, isso me parece um outro equívoco pois a FELICIDADE, exatamente por não ser algo fácil de encontrar, requer TEMPO, experiências mais alongadas, até para que estejamos certos de que a mesma está aqui ou ali.   Sem aprofundamento e, por conta disso, sem darmos tempo ao tempo, viveremos eternamente angustiados com tudo e todos (as).   A falta de relações duradouras com aqueles (as) que nos cercam não nos possibilita a realização de experiências que, de fato, valham à pena.

Outro problema que percebo é a incapacidade de compreender que certas questões complicadas precisam ser resolvidas "DENTRO DE NÓS" porque somos nós os seus causadores primeiros.   Vivemos colocando a culpa de nossas frustrações em coisas e pessoas fora de nós.   Aliás, aqui está, para mim, a origem dos equívocos citados acima (DESCONSIDERAÇÃO PELO OUTRO E DESCARTE DO MESMO DE NOSSAS VIDAS).   O nosso inferno, a nossa desgraça, a nossa angústia, a nossa dor, a nossa frustração estão, sempre, ancorados no OUTRO ou na OUTRA que temos ao nosso lado.   Daí, pensamos: "Se ele (a) não estivesse aqui ou, se eu me afastasse dele (a), TUDO ESTARIA RESOLVIDO!"   Lêdo engano!!!   As nossas questões, os nossos problemas, as nossas mazelas, angústias, desventuras ... devem ser resolvidos em nós, por nós e para nós pois, caso isso não aconteça, as novas experiênicas - que de início parecerão ser as "portas" para a "REAL FELICIDADE" - se transformarão em desgraças ainda maiores que as anteriores e, por conseguinte, deixarão marcas ainda piores em nossas vidas e nas vidas daqueles (as) que estiverem conosco neste NOVO MOMENTO.   Não se constrói em terrenos que não estão, totalmente, LIMPOS!

Bom, poderia escrever mais, mas ainda estou refletindo sobre o assunto e, acredito que estas três questões levantadas poderão nos auxiliar um pouco na reflexão.   Fica o convite: antes de pensar que a sua situação atual é ruim e, assim tomar decisões importantes de forma precipitada, reflita sobre estes pontos levantados aqui e, perceba se não está tomando a decisão errada.   LEMBRE-SE:  "A vida é uma só e não comporta rascunhos pois o TEMPO é implacável e caminha somente pra frente!"

Boa reflexão e SEJAMOS FELIZES! 

sábado, 4 de fevereiro de 2012

"A Difícil e Árdua, porém Gratificante, Missão da Convivência entre os Casais!"

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Quero, neste texto, refletir com vocês sobre o grande drama que as famílias estão passando em nossos dias: a Arte da Convivência!   Aliás, penso que não somente a família mas, toda e qualquer convivência em nossos dias parece sofre algum tipo de abalo, de dificuldade.   Por que estaria isso ocorrendo, com tanta frequência e com tanta força, nesses tempos?   Aonde estaria a raiz da questão?   O que fazer para que este problema não ganhasse mais força do que vem ganhando?   Qual seria a nossa responsabilidade?   Existe culpado?   Se sim, quem seria?   O que a Igreja tem a nos oferecer para resisir à tentação que nos ronda a todos nesta questão?   Poderia levantar mais uma série de questões mas, penso, que para dar início a esta conversa, o que foi levantado já está de bom tamanho.

Pra começo de conversa, quero explicar o motivo que me fez tentar colocar num texto tal reflexão   Nos últimos tempos venho recebendo um número razoável (porque não, considerável) de casais que apresentam a mesma queixa: "SE CANSARAM DE CONVIVER E, POR CONTA DISSO, DESEJAM A SEPARAÇÃO COMO SE A MESMA FOSSE A SOLUÇÃO PARA AS SUAS DIFICULDADES DE CONVIVÊNCIA!"   Apresentam, nem sempre com estas palavras, a ideia de que "QUEREM SER FELIZES" e o casamento já não oferece esta possibilidade.   Assim, antes que a VIDA PASSE é URGENTE CORRER ATRÁS DO PREJUÍZO!   Todos, sem exclusão de nenhum, apresentam esta proposta por meio de uma das partes (em nenhum caso, havia a corcodância de ambos - sempre um ou uma queria a separação e o outro ou a outra, não!).   Disso resulta a conclusão de que a SEPARAÇÃO atenderia a satisfação de um dos lados, acarretando, assim, a tristeza e a dor do outro ou da outra que não deseja tal situação.

Bom, penso que o mundo em que vivemos está produzindo uma gama de pessoas que não conseguem compreender que a FELICIDADE não é algo que se experimenta sozinho, independentemente do outro ou outra que caminha ao lado.    O INDIVIDUALISMO se exaspera a cada instante e, vivemos um momento semelhante (desculpe a comparação) a uma "boiada" que viveu sempre aprisionada e, de repente, se vê diante de um mundo vasto por conta das porteiras que se abriram.   No afã de conquistar o "SEU ESPAÇO", diante da grandeza do mundo que desponta com uma variedade enorme de possibilidades, TODOS (AS) correm em direção "AO NOVO" mas se esquecendo que as porteiras são limitadas, pequenas e, no "SALVE-SE QUEM PUDER!" saem em disparada para tentar "RECUPERAR O TEMPO" em que esteve preso e não conseguiu experimentar "TUDO QUE PODERIA TER EXPERIMENTADO!"  Assim, se machucam, se pisoteiam, se matam uns aos outros e, tudo isso em nome de uma "PRETENSA BUSCA PELA FELICIDADE PRÓPRIA!"   Quanta insensatez!   Quanta ignorância!   Quanta cegueira!  O Tempo não volta atrás por mais que desejássemos fosse isso possível!   O Tempo não se dobra aos nossos caprichos e vontades.   O que passou, infelizmente ou felizmente, passou!   Importante é aprender com o passado e viver um PRESENTE BOM de modo a construir um FUTURO que possa ser melhor ainda.   Ora, isso não se faz deixando de lado aqueles que entraram em nossa história e, querendo a gente ou não, serão parte dela para SEMPRE!   Aqui, friso a FAMÍLIA!

Venho percebendo que muitos estão naquela que a FAMÍLIA é algo como "BRINCAR DE CASINHA": quando um cansa, TUDO ACABADO! 

É preciso compreender que unir-se a alguém é assumir "RESPONSABILIDADE" pelo outro ou outra.   Não vamos ao encontro de alguém para nossa satisfação pessoal mas, no plano da fé, eu vou ao encontro do outro ou outra para fazer este outro ou esta outra FELIZ pois compreendo que a FELICIDADE DELE (A) será a minha FELICIDADE.   Vencer o INDIVIDUALISMO que nos assola a cada dia e, com cada vez mais força, é tarefa URGENTE, URGENTÍSSIMA!   Se não quisermos que nossas Famílias entrem num processo de franca decadência e destruição, é preciso repensar este e tantos outros valores.   Somos responsáveis uns pelos outros e, isso é uma verdade que não muda.   A angústia, a falta de sentido, o desespero, o pânico, a tristeza ... que se abatem sobre tantos irmãos e irmãs, penso eu, derivam desta INCAPACIDADE de percebermos o OUTRO (A) qu está ao nosso lado como extremamente importante para nós como somos nós para nós mesmos.

Gostaria de pedir a todos que estão lendo este texto que, durante os próximos dias parasse um momento que seja para elevar a Deus uma prece pelas famílias no mundo inteiro mas, sobretudo pelas nossas famílias, pelas famílias de nossa Comunidade Paroquial.   Que esta prece que faremos nestes próximos dias possa tocar o CORAÇÃO DE DEUS e ele possa derrarmar as suas bênçãos sobre todos os lares, infudindo nos corações dos Esposos mais Compreensão, Cumplicidade, Partilha e, sobretudo, MAIS AMOR e, assim sendo, nossos lares venham a ser RESTAURADOS como LOCAIS proprios da gra;a de Deus!   Assim seja!

"V Domingo do Tempo Comum: O que fazer frente ao Sofrimento Humano? - 05 de Fevereiro de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando sequência às nossas reflexões sobre a Palavra de Deus neste reinício do Tempo Comum, continuaremos na busca de compreender o nosso Deus como sendo Aquele que CHAMA, que CONVOCA, que dá uma VOCAÇÃO para TODOS pois, ao contrário de nós, Ele é um Deus que não faz nada "POR ACASO".   Assim, no II Domingo Comum refletimos sobre o que é a VOCAÇÃO, bem como as condições para se OUVIR o CHAMADO e o papel dos MEDIADORES na descoberta vocacional; no III Domingo Comum entendemos o "PARA QUÊ" Deus nos chama e, percebemos que assumindo o CHAMADO nos tornamos PROFETAS para falar em nome de Deus e, tal situação gera incômodos em nossa vida - IV Domingo Comum - pois nos tornamos seus porta-vozes.   Hoje, V Domingo Comum, somos convidados a refletir sobre o drama humano do SOFRIMENTO e, na perspectiva de Deus encontrar a solução para o mesmo.   Vejamos:

Na Primeira Leitura (Jó 7, 1-4.6-7) percebemos todo o lamento desta Personagem (Jó) sobre a condição humana: "A VIDA É UMA LUTA INGLÓRIA!"  De fato, a personagem em questão é descrita, no início do texto, como sendo repleta de felicidade (rica, família numerosa, prestígio ...) mas, em determinado momento, percebe escorrendo por entre os dedos todas essas "alegrias", vistas como "BÊNÇÃOS" do Senhor em sua vida: perde os bens, os filhos, a saúde e, por fim, até a esposa e os amigos ficam contra ele e, tentam levá-lo ao reconhecimento de que a sua "DESVENTURA" é um "CASTIGO DIVINO" por algum mal que havia cometido (ideia, presente até os nossos dias, de que Deus RETRIBUI a cada um o que cada um fez e faz por MERECER - a teologia da Retribuição, dos Merecimentos).   Diante deste quadro terrível de perda de TUDO, Jó faz a sua reflexão à respeito da condição humana.   Entende que a Vida é uma Luta aonde temos que trabalhar sem ver o resultado de nosso trabalho.   Trabalhamos para que outros desfrutem de nosso labor.   Decepção e noites de sofrimento é o que lhe restaram.   "Sou, afirma, como um escravo que deseja a sombra ou o assalariado que espera o salário" e, completo eu, "que em muito smomentos nunca chegam de fato!   Os dias vão passando, um após o outro, e NADA de BOM acontece!   Me deito pensando quando me levantarei e, ao levantar-me, me encho de sofrimento até que a noite chegue novamente.   Os dias correm e, para o sofredor, a vida que vai chegando ao fim, parece não produzir muito ou nenhum sentido.   O que fazer diante de tão triste quadro?   Para Jó só há uma saída: "PEDIR QUE DEUS SE LEMBRE!"   Se lembre de quê?   Da Aliança estabelecida desde sempre; Aliança esta que teria o Ser Humano como CENTRO de TUDO.   Ele (DEUS) não pode ser este mero retribuidor de benesses e castigos na medida da percepção daquilo que os seres humanos fazem de bom ou mau.   Ele tem que ser MAIS QUE ISSO!

Ora, esta ideia levantada pelo Livro de Jó (Deus AMA o SER HUMANO acima de tudo) se revela na ação de Jesus no Evangelho de hoje (Mc 1, 29-39: sequência do Evangelho do Domingo passado).   Ao contrtário do que possa parecer, Deus faz não porque o homem e a mulher merecem mas porque os ama com AMOR INFINITO.   O Ser humano vale mais que TUDO diante de Deus e, assim sendo, Ele (Deus) não pode se conformar com NADA que tente degradar, diminuir, destruir a VIDA do mesmo.

Saindo da Sinagoga (aonde no Domingo passado havia expulsado um "espírito imundo" que mantinha aprisionado um ser humano), Jesus se dirige à Casa de Simão Pedro.   Encontramos, aqui, um primeiro contraponto neste Evangelho, a saber: SINAGOGA X CASA e, aos poucos iremos perceber que na primeira Jesus não sentirá bem, ao passo que na segunda, sim.   Da primeira (Sinagoga) se armarão os seus inimigos que tramarão a sua morte e, na segunda (Casa) Ele encontrará apoio e descanso.   Poré, hoje, na Casa há uma situação de não-vida, de abandono, de castigo mesmo como entendiam os religiosos do seu tempo: a sogra de Pedro está de cama, com FEBRE!   À época, o que deveria ser feito era se afastar para não ser "contaminado" pela maldição.   Jesus, ao contrário, nos ensinará que a destruição do mal não se dá com o afastamento mas, com o ENFRENTAMENTO, com a APROXIMAÇÃO, com o TOQUE sem medo!   Vejam as ações de Jesus: SE APROXIMA, SEGURA NA MÃO e AJUDA A LEVANTAR-SE!   Também nós, seguidores e seguidoras do Mestre Jesus deveríamos ter estas atitudes com relação àqueles que estão sofrendo.   Quando agimos assim, levamos as pessoas a reconhecerem Deus como de fato é: Deus AMOR!   Ao contrário do que falaram a mulher e os amigos de Jó, Deus não fica longe dos que sofrem mas PRÓXIMO!

Estas atitudes de Jesus (expulsão do demônio - semana passada e, cura da febre hoje) faz o Povo compreender que Ele revelava o próprio Deus (agia com AUTORIDADE - semana passada) e, por isso, acorrem a Ele, levando todos (as) que estavam sofrendo por qualquer motivo e, Jesus os cura a todos.

O final do Evangelho nos mostra Jesus se retirando para estar a sós com o Pai = Oração.  Temos, aqui, uma primeira atitude de ignorância por parte dos discípulos: procuram-no e querem que Ele volte para continuar sua atividade miraculosa e, assim, conquistar o prestígio e, quem sabe, o poder sobre estas pessoas.   Porém, a resposta de Jesus é enfática: "Precisamos ir a outros lugares e aldeias pois, foara dali há muitos irmãos e irmãs que também necessitam!"   

Aqui, percebemos Jesus fazendo aquilo que Paulo na Segunda  Leitura de hoje (I Cor 9, 16-19.22-23) nos apresenta como verdade em sua vida: é preciso pregar, gratuitamente, o Evangelho do Reino.   Fazer a experiência do Amor de Deus impulsiona o ser humano ao encontro do outro e, se fazendo TUDO PARA TODOS busca ganhar alguns para Cristo.

Peçamos a Deus que nos ajude em nossa caminhada de fé e, na medida em que formos fazendo a experiência com Ele, que consigamos vencer o mal, a dor, o sofrimento estando e se fazendo próximo dos que sofrem a exemplo Dele na Palavra de hoje!   Amém!