Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!
Com grande alegria celebramos, hoje, a Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo, considerados as Colunas sobre as quais a nossa Igreja se ergue como Sinal de Cristo no Mundo: a Fidelidade à Instituição de Pedro e a Fidelidade à Missão de Paulo nos revelam como ser uma autêntico cristão em nossos dias. Essa Solenidade quer alimentar em nós a certeza de participarmos da única Igreja pensada e querida por nosso Senhor Jesus Cristo pois ela é a única que se liga, de forma ininterrupta, historicamente falando, ao Mesmo (Jesus). Hoje, somos convidados ao sentimento de alegria e gratidão a Deus por ter nos colocado nessa Igreja que sobrevive por conta da Sua Palavra - as portas do inferno nunca poderão vencê-La - e pelo esforço contínuo de tantos irmãos e irmãs que buscam, apesar das dificuldades do dia a dia, viver a Fidelidade a Vontade de Deus!
A Palavra de Deus dessa Solenidade quer nos colocar em contato com o testemunho dessas duas personagens de extrema importância para a Vida da Igreja em todos os tempos e, em segundo lugar, quer nos chamar a atenção para a Fidelidade que deveremos ter com a continuidade do Ministério desses dois Grandes Apóstolos.
Assim, começando pelo Evangelho (Mt 16, 13-19) nos deparamos com uma página de extrema importância pois nos apresenta o ideal da vida do Cristão e nos oferece a garantia de estarmos na Igreja querida, pensada e instituída pelo nosso Senhor Jesus Cristo.
Estamos, mais ou menos, na metade do Evangelho de Mateus (esse Evangelho possui 28 capítulos) e, parece que Jesus, como um bom pedagogo quer saber se as pessoas e os discípulos estão compreendendo quem seja Ele. Me parece que Jesus, didaticamente, antes de avançar no conteúdo de sua missão, deseja fazer uma espécie de "avaliação com os seus": Quem dizem os homens ser o Filho do Homem? Tal questão é feita em lugar afastado do corre corre dos grandes Centros, com Jerusalém: estão em Cesaréia de Filipe! As respostas oferecidas não definem Jesus pois para o Povo Jesus é, nada mais nada menos que uma personagem do passado que voltou: João Batista, Elias, Jeremias ou algum dos profetas! Aqui, percebemos que Jesus compreende que o Povo tem certa dificuldade para percebê-Lo de verdade. Há uma certa "ignorância" por parte dos membros do povo e, isso se dava pelo fato de Jesus possuir uma origem pobre, simples, humilde e, tais características impediam Jesus de ser, de fato, o Messias esperado pois este deveria se apresentar ao mundo com poder, força, glória a fim de subverter a ordem estabelecida, isto é, o Messias deveria vir para mudar a má sorte de Israel (escravizado pelos romanos), trocando as posições entre eles: Israel viraria Senhor e Roma escrava!
Percebendo Jesus que o Povo não O reconhece naquilo que é, dirige a mesma pergunta aos seus discípulos: E vós, quem dizeis que eu sou? O Evangelho afirma que Pedro - como sempre faz - assume a liderança do grupo e diz: Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo! Que bela definição e, não poderia haver outra mais correta para o Senhor Jesus! Tal resposta deixa Jesus tão contente que O mesmo, imediatamente, afirma: Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no Céu! Essa parte da fala de Jesus nos faz pensar em uma verdade que sempre falo para os nossos paroquianos: o nosso Deus não é um conceito, uma ideia que possam ser assimilados pura e simplesmente por meio de "ouvir dizer". O nosso Deus é Pessoa, ou melhor, Comunhão de Pessoas (Pai, Filho e Espírito Santo) e, como tal, é necessário a convivência para que haja conhecimento verdadeiro. Sem a intimidade gerada na convivência não há como reconhecer em Jesus, o Filho de Deus vivo. É o Pai quem diz e ensina isso aos que Dele se aproximam, aos que com Ele convivem. Não há outra possibilidade!
Por conta dessa intimidade que Simão, filho de Jonas, demonstrou possuir com o Pai, continua Jesus: Por isso eu te digo que tu és PEDRO, e sobre esta PEDRA CONSTRUIREI A MINHA IGREJA, E O PODER DO INFERNO NUNCA PODERÁ VENCÊ-LA! Aqui, temos o auge da Palavra do Evangelho de hoje: Jesus declara que Simão é PEDRO e é sobre aquela PEDRA - que mais que a pessoa física de Pedro quer significar o que ele disse, a sua profissão de fé que revelou Jesus como Filho de Deus vivo, é que a Sua IGREJA é construída! Aqui, compreendemos que a Igreja nasce de Jesus, a partir da revelação feita por Simão, filho de Jonas para perpetuar no mundo tal profissão de Fé: Jesus é, de fato, o Filho de Deus vivo! Foi a Simão que Jesus falou o que falou e, portanto, devemos crer - pois Sua Palavra não mente - que esta Igreja subsiste na Igreja Católica pois essa é a única que, voltando no tempo, nos leva a tal Palavra. É essa Igreja que, fiel à Palavra, vai fazendo acontecer no mundo, em todos os tempos, apesar das adversidades e contrariedades, dos problemas e dificuldades, a Vontade de Deus. Nada, absolutamente NADA poderá destruir tal Igreja pois a mesma está fincada, está segura, está construída sobre a Palavra de Deus, Palavra esta que é o Próprio Deus, lhe oferecendo sustentação até o fim e não permitindo que o mal seja maior e mais forte a ponto de destruí-La.
Aqui, Pedro recebe de Jesus o poder de conduzir a Igreja: Eu te darei as Chaves do Reino dos Céus e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus e o que desligares na terra será desligado nos céus. Jesus como que transfere para Pedro o poder que é Dele e, em nossos dias, tal autoridade está nas mãos de nosso querido Papa Francisco que dando continuidade à missão petrina, vai conduzindo a Igreja pelos caminhos propostos por Deus em Sua Santa Palavra.
Essa identificação de Pedro com o Senhor Jesus está descrita na Primeira Leitura de hoje (At 12, 1-11) quando o vemos vivendo as mesmas situações que o Mestre Jesus (até a coincidência de datas - Páscoa Judaica é interessante). Herodes querendo ganhar popularidade começa a perseguir, prender e matar os seguidores de Jesus após a sua morte na Cruz. Nesse contexto, acontece a prisão de Pedro, o grande líder da Igreja Nascente. Os cuidados com sua prisão e com a sua manutenção na cadeia são impressionantes: guardas vigiando, correntes aprisionando mas, de outro lado, temos a Igreja que permanece rezando e confiando que Deus libertará os seus de todos os temores ! a resposta da Oração da Igreja é imediata pois Deus liberta, de forma miraculosa, o Seu Eleito e, este reconhece que o Senhor enviou o Seu Anjo para libertá-lo do poder de Herodes e de tudo o que o Povo Judeu esperava.
Completando o texto de hoje, temos a Segunda Leitura (2 Tm 4, 6-8.17-18) aonde vemos o Apóstolo Paulo, depois de ter dedicado a sua vida ao Projeto que o Senhor lhe revelou, anunciar que está pronto para ir ao encontro do Senhor para receber a Coroa da Justiça pois combateu o bom combate da fé, terminou a sua carreira e guardou a fé. Ele se coloca como alguém que pode ser oferecido em libação e tudo que ele viveu foi por obra e graça do Senhor que lhe deu forças para suportar tudo que teve enfrentar.
Celebrar São Pedro e São Paulo deve ser para cada um nós um momento importante de refletir sobre a nossa participação na Igreja e, mais ainda, é uma Celebração que deverá nos encher de "orgulho" por nos sabermos participantes dessa Igreja que, apesar dos pesares, foi pensada, querida e criada pelo próprio Senhor Jesus.
Que Deus nos abençoe hoje e sempre e nos conceda a graça da fidelidade à sua Igreja e à Missão de prolongar no mundo as ações salvadora de Jesus! Assim seja!
Boa Celebração para todos (as)!
Rezemos, nesse dia e sempre, pelo nosso Santo Padre, o Papa Francisco para que preserve a fidelidade a Deus e a sua vontade e conduza a Igreja pelos caminhos da Salvação!