Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!
Dando sequência às Celebrações do Tempo Comum, chegamos, hoje, com toda a Igreja ao Décimo Domingo. É importante ressaltar que o grande objetivo desse Tempo Litúrgico é nos conduzir à Santidade: Sede santos e perfeitos pois vosso Pai do Céu é Santo e Perfeito! Nesse sentido, vamos descobrindo a cada dia, no comum de nossas vidas que a santidade não está atrelada à realização de grandes obras mas, ao contrário, para a maioria de nós, a mesma consiste, apenas, na realização de nossas tarefas diárias dentro daquilo que Deus espera de nós: ser santo (a) é fazer tudo que fazemos no dia a dia do JEITO DE DEUS!
Ora, poderíamos nos perguntar: Mas como poderemos colocar o JEITO DE DEUS EM TUDO QUE FIZERMOS? E, a resposta será: Conhecendo o JEITO DE DEUS? E, aonde poderemos aprender tal JEITO DE DEUS? Poderíamos continuar a nos questionar e, a resposta é clara e simples: O JEITO DE DEUS nós o aprendemos de Sua PALAVRA! Por isso, nesse Tempo Comum, a Palavra de Deus será de fundamental importância para alcançarmos o objetivo que a Igreja tem com cada um de nós.
Na Semana Passada percebemos que Deus é Universal e não está restrito a um Povo específico mesmo que este seja o Seu Povo: ele atende aos clamores do característica divina: Ele é o Deus da Vida e aliado dos Pequenos e Sofredores.
Na Primeira Leitura (I Rs 17, 17-24) temos o início da história de Elias, o Pai do Profetismo em Israel. A perseguição desencadeada pela rainha Jezabel levou o Profeta para fora de Israel: foi para Sarepta, na Sidônia. Lá fica hospedado na casa de uma certa viúva que tinha um único filho. No episódio de hoje, o filho da viúva morre e, a viúva acredita que a presença do Profeta em sua casa trouxe à tona a sua vida de pecado e, por conta disso, Deus estava castigando os seus pecados matando o seu único filho. Ora, a viúva sem filhos era alvo fácil da cobiça de juízes inescrupulosos que acabavam roubando todos os bens da mesma. A mulher, sem a proteção de um homem (pai, marido ou filho) era alvo fácil dessas situações. Por isso a mulher se queixa com o Profeta Elias dizendo que a sua chegada revelou os pecados e Deus a estava castigando. Essa é uma ideia deturpada de Deus pois Ele não castiga ninguém mas, ao contrário seu maior desejo é que TODOS TENHAM VIDA E ESTA PLENA! (cf. Jo 10,10) É por isso que o Profeta, homem de Deus, pega o menino em seus braços, sobe com ele ao andar de cima da casa aonde estava hospedado, deita-se sobre ele e faz uma oração a Deus para o ressuscite e, sua oração é atendida. Elias desce e entrega o filho à sua mãe que exclama: Agora vejo que és um homem de Deus e que a Palavra do Senhor é verdadeira em sua boca! Que maravilha de Leitura! Deus realiza o milagre e por conta do mesmo a Fé é suscitada no coração daquela casa!
O Evangelho (Lc 7, 11-17) vemos Jesus agindo da mesma forma que Javé na Primeira Leitura. As duas Leituras são paralelas mas há um ponto diferente: na Primeira Elias é mediador e no Evangelho Jesus é quem realiza o milagre, sem mediações!
Depois da cura do empregado do Centurião Romano (semana passada), Jesus e os seus partem e chegam a cidade de Naim. Na porta da cidade há o encontro entre duas comitivas: de um lado, chegando à cidade, Jesus e os seus (eufóricos, talvez, pela cura do servo do Centurião) e, de outro, o cortejo fúnebre (triste, sem esperança) que levava para o cemitério o filho único de uma viúva! Como dissemos acima, as viúvas que não tivessem filhos eram alvos fáceis da ganância de espertalhões: juízes iníquos e sacerdotes gananciosos. Jesus, ao contemplar aquela cena, tem COMPAIXÃO! em Lucas, além de Jesus, somente o Bom Samaritano e o Pai do Filho Pródigo possuem tal sentimento. A Compaixão é o sentimento que contorce as entranhas, mexe por dentro e, aquele que a sente, move-se para a situação complexa, muitas vezes sem solução aos olhos humanos, e faz a sua parte para transformá-la. É o que faz Jesus; é o que fez Elias. A diferença é que este último pediu a Deus (foi mediador) e o primeiro ordena (porque é Deus). A Compaixão faz Jesus parar o cortejo fúnebre, tocar no caixão (o que era um absurdo pois tocar o morto promove a impureza) e ordena ao jovem morto que se levantasse! A ordem de Jesus promove o que diz: o morto se sentou e começou a falar! Jesus, como Elias, o entrega a sua mãe e, assim como a viúva da Primeira Leitura, todos os presentes ficaram com medo e glorificavam a Deus que enviou um grande profeta e visitou o seu povo! Como na Primeira Leitura, o milagre suscitou a Fé! E a notícia se espalhou por toda a Judéia!
É esse o Evangelho que somos convidados a pregar com a Voz e com a Vida: Deus nos visitou, a sua visita promove a Vida sempre pois não há outro que pode nos conceder tal Dom! Isso estamos ouvindo o Apóstolo Paulo dizer desde semana passada como sua carta aos gálatas. Hoje, ele nos assegura (Gl 1, 11-19) que o Evangelho que ele prega não está atrelado a critérios humanos pois não aprendeu de homem algum mas do próprio Jesus. Esse seu encontro pessoal com o Senhor Ressuscitado promoveu a grande obra transformadora de sua vida: de perseguidor a perseguido; de acusador a acusado! Foi seu encontro com o Senhor que o fez compreender que tinha uma missão: pregar aos pagãos o Amor Infinito de Deus que quer a Vida plena para TODOS!
Que Deus nos ajude a gravar em nós as suas características que a Palavra nos revelou hoje! Assim seja!
Boa Celebração para todos (as)!
Pe. Ezaques Tavares
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