sexta-feira, 29 de abril de 2011

"Segundo Domingo da Páscoa: A Comunidade é o Espaço do Ressucitado!" - Primeiro de Maio de 2011

Queridos irmãos e irmãs, que as alegrias provenientes da Experiência com o Ressuscitado, estejam como todos vocês!

Encerramos as Celebrações da Oitava da Páscoa e, hoje, celebramos o Segundo Domingo deste Novo Tempo que, nos convida à Experiência com o Ressuscitado para que assim cada um (a) possa se tornar o prologamento da Vida Nova que Ele nos conquistou.   Neste Domingo, celebramos, também, o Domingo da Misericórdia e, de modo muito especial, celebraremos a Beatificação do Papa João Paulo II.   Muitas são as motivações deste Segundo Domingo da Páscoa.

Hoje, a Liturgia nos oferece uma bela oportunidade de refletirmos o Espaço Comunitário como local privilegiado para se fazer uma Experiência Verdadeira com Jesus Ressuscitado.   É na Comunidade que o Ressuscitado se faz presente, nos anuncia a Sua Palavra e nos Envia em Missão.

O Evangelho da Santa Missa de hoje (Jo 20, 19-31) nos revela alguns pontos importantes para nossa reflexão.   Num primeiro momento percebemos que, apesar de ser o Primeiro Dia da Semana (Novo Dia - Dia da Páscoa), para os a Comunidade dos Discípulos ainda não raiou este Novo Dia.   Estão trancados, amendrotados pois ainda não fizeram a Experiência da Ressurreição.   Porém, o Senhor está Vivo e, sua Nova Vida não encontra barreiras diante das quais possa ser detido.   Por isso, mesmo fechadas as portas, Ele se coloca no meio da Comunidade e se mostra Vivo e, lhe deseja "a Paz", grande Dom do Ressuscitado (aliás, não nos esqueçamos que foi o "espírito" de guerra que levou Jesus à morte).   O Ressuscitado quer promover a Paz e, os seus Discípulos deverão fazer o mesmo.   Os Discípulos precisam compreender que a ausência física de Jesus será compensada pela presença ativa dos mesmos.   O Senhor os envia para a Missão que Ele mesmo (Jesus Ressuscitado) recebeu do Pai.   Serão os Discípulos os responsáveis pela continuação da Ação e da Palavra Libertadoras de Jesus.   Como o cumprimento desta Missão é algo muito difícil e complicado, os Discípulos recebem o Dom do Espírito Santo, o Mesmo Espírito Santo que conduziu o Senhor durante a Sua Vida, Lhe concedendo as forças necessárias para não sucumbir diante das adversidades que a Fidelidade à Vontade do Pai iria trazer.   É com a força do Espírito Santo que a Comunidade se tornará a grande mentora de colocar um fim à ação do demônio, isto é, o pecado.

Porém, o Evangelho nos revela que um dos Discípulos não estava presente: Tomé!   Qualquer motivo pode ter sido o responsável pela ausência deste irmão.   Porém, o motivo não importa, importante é o fato: ESTAVA AUSENTE!   Sua ausência o impediu de VER, OUVIR e SER ENVIADO EM MISSÃO!   Sua ausência o impediu de FAZER A EXPERIÊNCIA e, de ter, por conta da FALTA DA EXPERIÊNCIA, a SUA FÉ fortalecida.    Ao contrário, a sua ausência se tornará um empecilho e, ele duvidará da EXPERIÊNCIA dos outros.   É sempre assim pois EXPERIÊNCIA é pessoal e particular, não se transfere de um para outro.   Mas, a sorte de Tomé é que o Senhor REssuscitado está presente TODAS as vezes que a Comunidade se reúne (aliás, Ele mesmo já havia dito enquanto estava conosco: "Onde dois ou mais estiverem reunidos, Eu estarei no meio deles!").   

Oito dias depois da primeira aparição, estavam REUNIDOS e, agora Tomé estava lá, o Senhor Ressuscitado entrou e desejou a "PAZ" a todos e, foi logo se dirigindo ao Discípulo em questão e, permitindo que ele o EXPERIMENTASSE (fizesse a SUA EXPERIÊNCIA PESSOAL) pondo o dedo em Sua Mão marcada pelas chagas e, colocando a mão em Seu Lado Aberto pela Lança.   Tomé precisava demonstrar Fé e, não incredulidade pois o Incrédulo não se torna Apóstolo, Aquele que Anuncia a Boa Nova da Ressurreição.    Diante dos fatos, Tomé se rende e faz a única Profissão de Fé presente em todo o quarto Evangelho: "Meu Senhor e meu Deus!"   Porém, o Senhor Ressuscitado afirma que "bem-aventurados serão aqueles que crerão sem ter visto!"  

A Experiência com o Ressuscitado, feita na Comunidade Reunida, se torna a Base para uma Transformação de Vida.   Não á mais possível continuar com o Medo (característica anterior à Experiência), manter as portas fechadas, não anunciar.   Tudo muda e, Vida Nova - agora presente na Comunidade pela Ação do Espírito do Ressuscitado - movimenta para uma forma de vida Nova e Concreta.   Esta Nova Vida, vivida concretamente pelas primeiras Comunidades foi o seu grande "MARKETING".   A Primeira Leitura (At 2, 42-47) nos apresenta um dos retratos da Comunidade Primitiva e, neste retrato percebemos que o Novo havia despontado por lá:  Ouviam os Ensinamentos dos Apóstolos (Testemunhas da Ressurreição), viviam a Fraternidade, Partilhavam o Pão e faziam Orações em Comum!   Esses quatro pilares sustentavam a Vida das Comunidades Primitivas.    Por conta da fidelidade a estes pilares, a Comunidade acabava sendo portadora de um estilo de vida diferente e que chamava a atenção dos de fora das mesmas: viviam unidos e colocavam TUDO em COMUM, vendendo os seus bens e colocando tudo a serviço de todos, de acordo com as necessidades de cada um e, o fato era que não havia POBRES entre eles.   Esta forma de Vida, fruto da Experiência Real com o REssucitado, tornava as Comunidades estimadas por todos e, a cada dia o Senhor lhes acrescentava  novos membros.

Que fato extraordinário é este: Comunidades Simples, formadas na sua maioria por pobres, gente simples, ignorantes se tornam capazes de realizar tantas Maravilhas em tão pouco tempo.   Percebemos, aqui, a FORÇA que EXPERIÊNCIA COM O RESSUSCITADO possui.

Isso tudo é obra da Misericórdia de Deus (Domingo da Misericórdia) que nos é descrita na Segunda Leitura de hoje: I Pd 1, 3-9.   São Pedro nos afirma que foi o Amor Misericordioso de Deus Pai que nos alcançou, pela Morte e Ressurreição de Jesus, Seu Filho e nosso Irmão, esta Vida Nova.

Viver em Comunidade e FAZER NELA A EXPERÊNCIA COM O RESSUSCITADO é a RAIZ desta GRANDE TRANSFORMAÇÃO!   Faça, você também, a sua experiência e descubra que o Senhor está Vivo em nosso meio e, conta conosco para continuar agindo entre nós!

OREMOS:

Ó Deus Pai de Amor e de Misericórdia, nós Te louvamos, bendizemos e agradecemos pela Vida Nova que nos oferces em Jesus Ressuscitado.   Queremos Te pedir a força do Teu Espírito Santo para que consigamos, a partir da Experiência que fazemos com o Ressuscitado em Comunidade, sejamos capazes de cumprir a Nossa Missão!  Isto Te pedimos, pelo mesmo Jesus Cristo Senhor nosso, na Unidade do Espírito Santo!  Amém! 

terça-feira, 26 de abril de 2011

"Viver com o Ressuscitado: Experiência que nos transforma!"

Queridos irmãos e irmãs, que as alegrias da Ressurreição estejam com todos vocês!

Viver as alegrias da Páscoa é, de fato, uma experiência grandiosa.   Porém, é preciso que nos questionemos se cada um (a) de nós passou por tal experiência e, se a mesma experiência produziu as transformações inerentes à mesma pois, a fé na Ressurreição não pode ficar no mero sentimento ou conceito abstrato sem nenhuma implicação em nossas vidas práticas cotidianas.

São Paulo escrevendo aos Cristãos de Colossos, na segunda leitura do Domingo da Páscoa, nos falava da necessidade de "buscarmos as coisas do alto, aonde está o Cristo Ressuscitado se, realmente, cremos na Ressurreição".   Ele afirmava que isso exige de todos os crentes "um esforço" pois não é fácil viver de acordo com essa fé.   Confirmando esta visão, o apóstolo Tiago em sua Carta afirma: "uma fé que não vier acompanhada de obras que a confirme estará morta nela mesma".    Daí, nosperguntamos: como podemos produzir tais obras?   Que obras são estas que confirmam a nossa fé?   Por que as obras são uma condição para a comprovação da fé?

Crer na Ressurreição nunca foi, não é, enm nunca será uma tarefa fácil.   Ter fé, nos moldes bíblicos, não é tarefa simples.   Talvez, por isso, o Senhor tenha dito aos seus discípulos que "se eles tivessem fé, pequena como um grão de mostarda, eles fariam coisas impossíveis".   Tal fala de Jesus já revelava que a fé não é algo simples e, portanto, não seria fácil tê-la verdadeiramente.  Por que isso ocorre?

Ora, é difícil crer na Ressurreição porque tal fé exigirá de nós um compromisso: Viver a Vida Nova que tal Ressurreição nos traz.   Quando cremos que Deus-Pai ressuscitou Jesus dos mortos, nós admitimos com isso que acreditamos que a vida não se conclui com a morte mas que se prolonga para além da mesma e, mais ainda, que o prolongamento da vida se dará na medida de nossa vida vivida aqui e agora.   A Fé na Ressurreição muda, necessariamente, os nossos conceitos, as nossas formas de enxergar o mundo com tudo que nele há pois, tudo aquilo que fizermos, a apartir de então, terá repercussões depois desta vida.   O crente na REssurreição do Senhor Jesus se torna uma pessoa mais reflexiva pois sabe que não pode mais agir seguindo os seus instintos pecaminosos nem, muito menos, de acordo com os "valores" que o mundo lhe apresenta.

É essa mudança de vida que se espera de uma pessoa que se diz portadora da Fé na Ressurreição.   Cada um (a) deve avaliar o modo como conduzia a sua vida até então e, nesta avaliação, perceber quais são os pontos que não estão de acordo com a Vida Nova trazida a nós pela Ressurreição e, ter a coragem de mudar, na linguagem de Saõ Paulo, "romper com o homem velho e se deixar levar pelos sentimentos do homem novo".    Aqui, o homem velho e o homem novo respectivamente são percebidos por suas atitudes: é velho aquele (a) que continua, mesmo depois da Ressurreição, com a vida, as atitudes que sempre teve e, ao contrário, é novo aquele (a) que muda o seu comportamento, as suas atitudes perante a vida que se lhe apresenta.

Nesta Oitava de Páscoa, a Palavra de Deus vem nos mostrando como a "Experiência com o Ressuscitado" tem a capacidade de transformar as pessoas: de medrosas em corajozas, de tristes em alegres, de fechadas em abertas, de ignorantes em sábias e, assim por diante.   Essa transformação quando é verdadeira, quando é fruto da experiência com o Ressuscitado e, não meramente, produto de nossas especulações intelectivas, arrasta multidões.   As pessoas começam a perceber a verdade de nossa vida nova e, começam a desejarem estar conosco e, nos perguntam, como a multidão a Pedro no dia de Pentecostes: "Que devemos fazer?"   E é o prórpio Pedro quem nos responde: "Convertam-se e rompam com a vida que vocês tinham até agora!"   "O que devemos fazer?"   Esta deverá ser a nossa grande interrogação neste Tempo Pascal e, a resposta à mesma nos conduzirá à uma nova prática de vida.   

Cada um (a) de nós deverá fazer uma lista com tudo aquilo que, concretamente, precisaremos fazer para demonstrar a nossa fé na Ressurreição.   Sem ações concretas não será possível ser um Sinal da Vida Nova que o Ressuscitado nos trouxe!

Agora, mexa-se!   Busque uma forma concreta de revelar a sua Fé àqueles (as) que te cercam!   Deus a Igreja precisam disso!   Mãos à obra!   

sexta-feira, 22 de abril de 2011

"Primeiro Domingo da Páscoa: A Vida que vence a Morte!" - 24 de Abril de 2011

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Ressuscitado!

Com grande alegria entramos, com toda a Igreja, neste Novo Tempo Litúrgico: a Páscoa!   Neste novo Tempo, que nos acompanhará por sete semanas, vamos acompanhar a Palavra de Deus que nos indicará o que fazer para que a Vida Nova da Páscoa seja Verdade em nós.   A cada semana vamos crescer na compreensão de que essa Vida Nova que a Ressurreição de Cristo nos alcançou, exigirá de nós um "esforço" para que aconteça, de fato, em nossas vidas.

Neste primeiro domingo, o Evangelho de Saõ João (20, 1-9) nos apresenta a ída de Maria Madalena ao Túmulo, no primeiro dia da semana, bem cedo, pensando encontrar entre os mortos Aquele que já estava vivo.   Maria Madalena ainda não conseguira compreender que a Paixão e a Morte de Jesus aconteceram para que as Escrituras se cumprissem.   A Ressurreição é algo muito "extravagante" para que seja aceito, assim, de uma hora para outra.   O fato de não encontrar o Senhor no Túmulo a deixará em pânico.   Correndo, vai avisar aos Discípulos (Pedro e o Discípulo Amado = João) o acontecido.   Estes correm ao Túmulo e enxergam nos sinais (faixas de linho no chão e o pano que estivera sobre a cabeça de Jesus dobrado à parte).   O Discípulo Amado vê e acredita apesar da incredulidade dos outros.

De fato, a Fé na Ressurreição não é uma tarefa simples.   A experiência de Morte é algo muito forte que acaba nos cegando e nos impedindo de enxergar que algo novo pode ocorrer, mesmo depois da Morte.   Porém, é preciso entender que o Senhor está Vivo e, portanto, a Vida Nova é possível para nós.   É preciso acreditar que o Túmulo está vazio pois a Morte não poderia deter em suas garras Aquele que é maior que ela.

É essa experiência da Vida Nova que faz os Discípulos assumirem a sua Missão: anunciar o fato a todos que estiverem ao seu redor.   Vemos isso na primeira leitura (At 10, 34a.37-43) quando Pedro faz um discurso transformando em "Boa Nova" a experiência vivida por eles (Discípulos) com o Senhor.   Temos, aqui, o primeiro anúncio e o principal de toda Teologia Cristã: "Este Jesus que fora Morto na Cruz, Ressuscitou e, a sua Vida é a nossa garantia de Vida Nova!"   A Igreja Pascal existe para levar essa Boa Notícia a todos (as), no mundo inteiro.   Porém, isso não é uma tarefa fácil e exigirá um esforço sem igual.

É deste esforço que nos fala a segunda leitura (Cl 3, 1-4), aonde o Apóstolo Paulo nos afirma que "se ressuscitamos com Cristo será preciso buscar as coisas do alto aonde está o Cristo Ressuscitado".   A experiência da Ressurreição não nos retira deste mundo, dominado pelo mal, daí o esforço que se exigirá de todo (a) aquele (a) que quiser viver a Vida Nova que a Páscoa nos traz.

Começando a nossa Caminhada Pascal, somos convidados a fazer a experiência do "Túmulo Vazio" e, descobrirmos com tal fato que o Senhor Ressuscitou.    Essa Ressurreição é a nossa garantia de uma Vida Nova mas, tal Vida Nova exigirá de nós um esforço para que aconteça de fato.   Façamos a experiência e concluiremos a Verdade da Palavra em nossas vidas!

OREMOS:

Ó Deus de Amor e de Bondade, a Ressurreição de Cristo já é a nossa Ressurreição.   Te pedimos a força para vivermos essa Vida Nova e, assim, podermos dar Testemunho da mesma para os nossos irmãos e irmãs, em nosso cotidiano.   Isto Te pedimos, pelos merecimentos de Jesus, Teu Filho e nosso Irmão, que Convosco vive e reina, na Unidade do Espírito Santo!   Amém!  

"Sábado Santo: A Páscoa da Ressurreição" - 23 de Abril de 2011

Amados irmãos e irmãs, paz e Bem em Cristo Ressuscitado!

Celebramos, hoje, com toda a Igreja, aquela que é considerada a "Mãe" de todas as Vigílias: a Vigília Pascal!   Depois de termos iniciado o Tríduo Pascal com a Celebração da Ceia do Senhor e do Lava-Pés, entendendo que a Eucaristia é um Banquete aonde nós vamos para comer e beber uma comida e uma bebida especiais, a saber: o Corpo e o Sangue do Senhor e, percebemos que ao participarmos deste Banquete Eucarístico devemos assumir o compromisso de nos tornarmos Aquele que se deu a nós em alimento; depois de termos vivido o "fim trágico" da vida de Jesus, com a Celebração da sua Paixão e com a Adoração da Santa Cruz celebrado ontem (sexta-feira da Paixão) e, termos compreendido que a Cruz é parte integrante da vida de todo (a) aquele (a) que participa do Banquete Eucarístico (quinta-feira Santa), chegamos, hoje, à Grande Celebração da Vigília Pascal e, somos convidados a entender que se formos fiéis ao Alimento que recebemos na Ceia do Senhor, se assumirmos a sua Vida de Dor e Cruz como sendo nossa, poderemos experimentar a sua Vitória sobre a Morte, a sua Ressurreição, a Vida Nova que esta Noite Santa nos apresenta. 

Nesta Noite Santa, somos convidados a entender que, em Cristo Morto e Ressuscitado, tudo se faz Novo e, a Vida volta a ser realidade para todos (as) nós.   É nesta Noite Santa que a tudo se renova na Vida da Igreja, da Comunidade: a bênção do Fogo, da Água, a Iniciação Cristã dos Adultos, a Renovação das nossas Promessas do Batismo... tudo se refaz nesta Vigília.

A Palavra de Deus, espalhada nas 08 leituras (Gn 1,1 - 2,2; Gn 22, 1-18; Êx 14, 15 - 15, 1; Is 54, 5-14; Is 55, 1-11; Br 3, 9-15.32 - 4, 4; Ez 36, 16-17a.18-28 e Rm 6, 3-11) e mais o Evangelho (Mt 28, 1-10) tem por missão fazer uma "Recordação" do Grande Amor de Deus por todos (as) nós e, o que Ele é capaz de fazer para nos provar tal Amor, apesar de nossa recusa ao mesmo demonstrada pelos nossos pecados.   Deus nos faz perceber, nesta Noite Santa, o quão importante somos aos seus olhos pois somos seus filhos e filhas.   A Palavra é uma "Gande Carta de Amor" escrita pelo nosso Deus à sua Igreja, à sua Comunidade.   O ápice deste Amor nos é revelado na entrega de Seu Filho Unigênito (Jesus Cristo) à Morte de Cruz para nos salvar.   Sua Morte, mata o pecado e, assim sendo, nós nos tornamos livres do mesmo e de sua consequência: a Morte!  

Assim, somos convidados a aceitar esta Verdade em nós para ressuscitarmos com Ele para esta Vida Nova.   A nossa Fé tem, agora, um sentido e, não somos homens e mulheres tolos pois a nossa Fé passa a ter um embasamento sólido: Deus ressuscitou Jesus dos mortos e, nos garantiu a Vida Eterna, a Vida Nova Nele.

Esta é a Grande Boa Nova que a Igreja tem para oferecer ao Mundo: Cristo Ressuscitou!   Agora tudo faz sentido e, não caminhamos nas trevas sem saber para onde vamos.

Que a Celebração da Vigília Pascal suscite em cada um (a) de nós a Fé neste Deus que tem para todos (as) a Vida Nova!


OREMOS:

Ó Deus Pai, que ressuscitando Jesus dentre os mortos nos garantiste uma Vida Nova, concedei-nos a graça da Fé para aceitarmos esta Verdade e, que a nossa vida seja um Sinal desta mesma Verdade!   Isto nós Te pedimos, pelos merecimentos de Jesus, que Contigo vive e reina na Unidade do Espírito Santo.   Amém!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

"Sexta-Feira da paixão: Páscoa da Cruz - 22 de Abril de 2011"

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Tendo iniciado o Tríduo Pascal com a Celebração da Ceia do Senhor e, tendo percebido o aspecto de Ceia e de Banquete que a Eucaristia nos traz, hoje seremos introduzidos no Mistério da Dor, do Sofrimento, da Cruz que, também, faz parte da Celebração Eucarística.   Aquele Jesus que nos ofereceu, ontem, o Seu Corpo e Seu Sangue como Alimento e como Bebida e, nos levou a entender que ao comermos e bebermos deste Alimento (Seu Corpo) e desta Bebida (Seu Sangue) deveremos estar dispostos a viver em nós a Sua Própria Vida, hoje, se entrega à Morte e, Morte de Cruz para nossa Redenção, por Amor de nós!

A Celebração da Paixão do Senhor é carregada de "emoção" pois somos conduzidos para dentro do Mistério do Sofrimento e da Morte do Justo por conta dos pecadores.   

Na primeira leitura (Is 52,13 - 53,12) nos é apresentado, novamente, a figura misteriosa do "Servo Sofredor" ou "Servo de Javé".   Este "Servo" será bem sucedido pois cumpre a vontade do "Senhor".   Sua dor, seu sofrimento, sua humilhação o fará ser elevado ao "mais alto grau" de modo que reis ficaram pasmados e mudos diante de tão grande acontecimento.   Este "Servo" cresce como "dom" e como "graça de Deus".   O seu sofrimento o fez desprezível e, só o olhar para ele causa repulsa.   Tal situação parece ser um "castigo" mas, o povo acaba percebendo que a sua condição é consequência dos seus pecados.   O "Servo" carrega sobre Si os pecados do povo ao qual veio salvar.   Toda a sua condição pavorosa de dor, de sofrimento, de morte é a consequência e o preço que deve pagar pela liberdade dos seus, para que as "ovelhas" possam retornar ao redil da vida.   Foi morto e sepultado apesar de não ter sido encontrado pecado ou falsidade em sua vida.   Esta sua obediência o fará alcaçar Luz e Sabedoria, tornando justos inúmeros homens, pois carregará sobr Si as culpas alheias.

Ora, sabemos que durante o Primeiro Testamento não apareceu quem pudesse ser apresentado como este "Servo".   Isso se dará em Jesus, encarnação de Deus em nossa História.   Todo o processo de Paixão e Morte de Jesus, naarado a nós por São João (18,1 - 19,42) nos revela que Jesus cumpriu, fielmente, o que o Profeta Isaías anunciou na primeira leitura.   Jesus é o "Servo Sofredor" que, sem pecado algum, assume os pecados de todos (as) para salvar a todos (as).   Jesus é Aquele que é levado como "ovelha ao matadouro" e "sem abrir a boca" aceita pagar o preço pelo nosso resgate.   Seu Sofrimento, sua Dor, Sua Cruz, Sua Morte são o preço de nossa Redenção.   O Seu Sacrifício resgata, d euma vez por todas, as nossas vidas das garras do mal, do pecado, do diabo.

É por isso que Ele se tornou o Sumo-Sacerdote Eminente da Carta aos Hebreus (4, 14-16; 5, 7-9), trecho da segunda leitura de hoje.   A Sua Vida aqui entre nós fez Dele Alguém capaz de se compadecer de nossas fraquezas e misérias pois Ele sofreu e, foi provado em tudo como nós o somos (exceto no pecado).   A Sua "Vida de Obediência fez Dele causa de salvação eterna para todos os que Lhe obedecem".  

É Este Deus, revelado a nós por Jesus que nós afirmamos acreditar.   Se isso é verdade, será preciso que a nossa vida coincida com a Dele, também, no seu aspecto de Dor, de Sofrimento, de Cruz, de Morte.

Todas as vezes que nos reunimos para Celebrar a Eucaristia, o Sacrifício da Cruz se renova, se torna presente, se atualiza e, todos (as) que dela participamos (da Eucaristia) não podemos perder de vista que a nossa vida deverá se tornar, a partir disso, Vida Doada em Sacrifício pela nossa e pela Salvação de Todos (as).   Quem não deseja se doar em "sacrifício de suave odor"  não poderia celebrar a Eucaristia.   Isso seria um pecado terrível pois estaríamos transformando a Celebração Eucarística num espetáculo da Mentira.

OREMOS:

Ó Deus de Amor, nós Te agradecemos por nos ter dado o Seu Filho para que com a Sua Morte de Cruz a nossa vida fosse reconduzida ao Paraíso.   Queremos Te pedir, hoje, pelos merecimentos da Paixão e Morte de Jesus, que nos ajudes a viver a nossa vida de acordo com a Sua Vontade e, que possamos Te sentir presente quando a nossa Cruz pesar para que não sucumbamos diante da mesma.   Te pedimos pelo mesmo Jesus, Teu Filho e Senhor Nosso, na Unidade do Espírito Santo!   Amém! 

Quinta-Feira Santa: A Páscoa da Ceia - 21 de Abril de 2011

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com grande alegria estamos começando, com toda a Igreja, o Tríduo Pascal.   É importante entender que o Tríduo Pascal quer nos ajudar a entender o Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, Mistério este que se atualiza todas as vezes que nos reunimos para celebrar a Eucaristia.   Poderíamos, até, afirmar que o Tríduo é "uma única Celebração Eucarística que se desenvolve no correr dos três dias do Tríduo!"   Nas Celebrações destes 03 dias seremos mergulhados nos três grandes sentidos que a Eucaristia deve trazer à tona, a saber: Eucaristia é Ceia, é Banquete; Eucaristia é Sacrifício, é Cruz e, finalmente, Eucaristia é Vida Nova, é Ressurreição!   em cada um dos dias iremos refletir sobre um destes aspectos e, será a compreensão do conjunto que nos permitirá entender o que é a Celebração Eucarística e, portanto, poderemos tirar de nossa participação na mesma, o máximo de proveito.   Dito isso, vejamos:

Iniciamos o Tríduo com a Celebração da Ceia do Senhor.   Nesta Celebração vamos nos deparar com o Mandamento Novo - "Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei!" (reforçado no ritual do Lava-Pés) dado por Jesus aos seus discípulos; vamos, também, reviver a Instituição da Eucaristia e, consequentemente, a Instituição do Sacerdócio Ministerial.   Esses três pontos serão o foco de atenção da nossa Celebração do primeiro dia do Tríduo.

Neste dia, a Celebração da Eucaristia nos apresentada no seu aspecto de "Ceia", de "Banquete", aonde nós vamos para "Comer" e "Beber".   Neste Banquete, a Comida e a Bebida que serão servidas, nada mais são do que o Prórpio Corpo e Sangue do Senhor!   A Palavra de Deus de hoje, nos auxiliará na compreensão deste sentido.

Jesus institui a Eucaristia no contexto da Festa Judaica da Páscoa.   Como bom Judeu, Ele se reúne com os seus para celebrar esta Festa e, aqui, por ser a sua última Ceia neste mundo, Ele instituirá a Eucaristia.   Mas o que faziam os Judeus nesta Festa? O que comemoravam? O que reviviam? Qual era (e, ainda é) o sentido da Páscoa para os Judeus?   Na primeira leitura da Celebração (Êx 12, 1-8.11-14), temos a resposta.

Neste texto é fácil perceber que a Páscoa Judaica celebrava a Libertação do Povo da Escravidão Egípcia.   Tal Libertação se dá no contexto da Última Praga: a Morte dos Primogênitos Egípcios desde homens até animais.   Porém, apesar da morte produzida, os Hebreus (mais tarde, Judeus) conseguem escapar.   Para tanto faz-se necessário um Ritual que envolveu um Cordeiro Macho, de um ano, sem defeito; a reunião da Comunidade no dia e hora marcados pelo Senhor Javé; o Sacrifício do Cordeiro com sua carne comida pelos presentes e, o sangue utilizado para " MARCAR" os umbrais das portas dos Filhos de Israel.   Esse era o sinal que levaria o "Anjo Exterminador" a "PULAR = PESSAH = PÁSCOA" as casas dos Hebreus e, não produzir a morte mas permitir a Vida.   Aqui, percebemos que o Corpo do Cordeiro foi alimento para a Fuga e, o Sangue preservou a Vida.   Isto foi algo tão importante para o Povo que, todos os anos, por ordem do próprio Javé, o Povo celebrava = revivia tal fato numa grande Festa: a Páscoa!   Aqui, o Povo dá início, por obra e graça de Deus, ao processo de Libertação.

Jesus se utiliza deste contexto de Festa da Libertação, Última Ceia Judaica que Ele celebrou com os seus discípulos, para dar um "Novo Sentido", ou melhor, plenificar o sentido desta Festa.   Na segunda leitura (I Cor 11, 23-26), o Apóstolo Paulo nos recorda o que ocorreu nesta Última Ceia: Jesus toma o pão e o vinho e, a partir daqui, oferece como sendo o "Seu Corpo e Sangue entregues por todos e cada um (a) de nós!"   Em outras palavras, Jesus se dá como o "Novo Cordeiro de Deus" que irá libertar o povo, não mais da escravidão egípcia (primeira leitura = Páscoa Judaica), mas sim da escravidão do pecado.   O Seu Sangue será a marca da "Nova e Eterna Aliança" que Ele selará com todos (as) que celebrarem tal fato em "Sua Memória".  

Ora, comer e beber o Corpo e Sangue do Senhor trará consequências práticas para a vida de todos (as) que o fizerem.   Não é possível comer e beber a Carne e o Sangue do Senhor senão se está disposto a viver a Sua Vida em nós.   Isso seria o mesmo que "Comer e Beber a própria condenação!" - continuará o Apóstolo Paulo mais adiante.   Mas, o que fez Jesus para que O possamos imitar?   O Evangelho da Celebração de hoje nos dá uma pista (Jo 13, 1-15).

São João é o único dos quatro Evangelistas que não faz coincidir a Instituição da Eucaristia com a Celebração da Última Ceia entre Jesus e os seus discípulos.   Porém, ele nos apresenta um fato que é sintomático para aqueles (as) que querem participar ca Eucaristia: o Lava-Pés!   A lição do lava-pés deve ser compreendida por todos (as) quedesejam celebrar, dignamente, o Mistério da Eucaristia.

Jesus, o Mestre e Senhor, o Maior, de repente, se levanta e depondo o manto (símbolo da autoridade) se veste com um avental e, pegando jarro com água e bacia, começa a lavar os pés dos menores, dos discípulos.   Que escândalo!   Isso não era possível - pensará e dirá Pedro.   Mas, Jesus insistirá que senão aceitar a lição não terá parte com Ele!   Tal gesto quer tornar claro a manifestação concreta do Mandamento Novo do Amor que o Senhor havia dado pouco antes e, que se tornará o distintivo, o passaporte, para todo (a) aquele (a) que quiser participar da Ceia, do Banquete.

Podemos perceber com este primeiro dia do Tríduo que o Senhor Jesus nos convida para participar do Banquete aonde o Seu Corpo e o Seu Sangue nos serão servidos.   Se é verdade que nós nos tornamos aquilo que comemos e bebemos, participar do Banquete com tal alimento e tal bebida, exigirá de nós uma adequação à Vida do Senhor.   Amar como Ele Amou deverá ser a nossa grande meta, a nossa luta constante.  Que cada um (a) se examine para perceber se já está entendendo esta lição de hoje e, que em nossa vida, tal lição seja posta em prática a cada dia não obstante as dificuldades que enfrentamos!

OREMOS:

Deus Pai de Amor e de bondade, nós Te louvamos, bendizemos e agradecemos por ter nos dado o Seu Filho que, com Seu Corpo e Sangue se dá a nós em Alimento de Salvação.   Não nos deixes cair no pecado do comodismo e, nos transforme a cada dia em Teus Sinais aqui em nossa Comunidade, em nosso Mundo!   Isto Te pedimos, pelos merecimentos de Jesus, na Unidade do Espírito Santo!   Amém!  

quinta-feira, 14 de abril de 2011

"Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor: A Celebração da Grande Contradição" - 17 de Abril de 2011

Queridos Irmãos e Irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

É com imensa alegria que abrimos, mais uma vez, com toda a Igreja, as Celebrações da Semana Santa.   Depois de uma Caminhada pelo Deserto que nos proporcionou ouvir,com maior atenção, a Voz de Deus a nos falar ao Coração, fomos conduzidos ao reconhecimento de nossos pecados e, consequentemente, começamos a nossaluta por uma Conversão Sincera de nossas vidas: fomos, passo a passo, nos afatando do adversário de Deus (o diabo) e, nos reaproximando do nosso Pai e Criador.   Porém, é preciso entender, que a luta não está concluída uma vez que em nós, ainda, coexistem forças opostas e que se degladeiam entre si: vencer o mal será sempre o nosso objetivo e, para tanto, não podemos "cochilar"!

Hoje, abrindo a Semana Santa, nos reunimos para celebrar a nossa fé neste Deus que vem ao nosso encontro e deseja ser aceito por cada um de nós como Ele é.   O problema é que, nem sempre, nós conseguimos aceitá-Lo tal qual Ele é de fato.   Temos a tendência de ir modificando a Sua Imagem e, buscando adequá-Lo aos nossos desejos e caprichos e, quando isso se mostra IMPOSSÍVEL, nos rebelamos, e pedimos a "sua morte".  Esta contradição é o grande assunto que o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor quer tratarconosco.   Vejamos:

Esta Celebração tem início com um momento de glorificação: nos reunimos em um local à parte e, iniciamos a mesma, revivendo a acolhida feita pelo povo a Jesus que entrava em Jerusalém para encerrar a sua Grande Viagem, inciada logo após o seu Batismo no rio Jordão.   Percebemos que o povo acolhe Jesus com grande festa, com grande júbilo: aclamam o "Filho de Davi que chega", gritam "Hosanas", reconhecem que "Bendito é Aquele que vem em nome do Senhor", cortam ramos das árvores para formar uma espécie de  tapete natural para o "Rei" passar e, retiram os seus mantos e jogam-nos pelo chão para dar maior "glamour" àquele momento.   Tudo isso ocorre porque o povo que tinha ouvido falar e visto os milagres que, durante os três anos de Vida Pública, o Senhor havia feito, acreditam que Aquele Jesus era, de fato, o Messias.   Porém, que tipo de Messias o povo esperava?   Ou, melhor: Que idéia tinha o povo à respeito do Messias?   A acolhida oferecida nos faz pensar que, para o povo, o Messias era um "Rei" mas, um "Rei" à moda do mundo que viria para libertar Israel de sua dominação, viria para trocar, pura e simplesmente, as coisas de lugar: quem oprime seria oprimido e, Israel que sempre foi oprimido, se tornaria o opressor.   Por isso, acolhem Jesus com tanta festa.   Não percebem que o "Rei" vem montado num "jumentinho, cria de uma jumenta", demonstrando a sua humildade e, tentando demonstrar que aquelas ideias a seu respeito, não procediam.   

Todo esse sucesso, revelado pela recepção dada a Jesus, tem um fim tão logo o povo perceba que Ele (Jesus) não é o que ele (povo) está pensando.   Ele (Jesus) é "Rei" mas não como os "Reis" deste mundo pois, estes últimos matam pra não morrer, usam o Poder em benefício próprio e, Jesus é Aquele que morrrerá para salvar e, usará o Poder em benefício alheio (do outro).   Toda essa percepção, fará o quadro mudar.   É a segunda parte da Celebração que começa tão logo cheguemos ao outro espaço preparado para isso.

Neste segundo momento, há, literalmente, uma quebra no "espírito" da Celebração: ela toma um tom mais pesado, de dor, de sofrimento, de morte.   Aqueles que aclamaram o "Filho de Davi", agora pedirão a sua morte porque O Mesmo não correspondeu às suas expectativas.

Neste segundo momento, a Palavra de Deus revelará a dureza de vida que o Servo apresenta, exatamente porque Servo.   O Profeta Isaías (50, 4-7) nos apresenta a figura misteriosa de um "Servo" que para manter a sua fidelidade à vontade de Seu Senhor, não hesita em aceitar, por Amor, grandes humilhações.   Este "Servo" cumpre a Sua Missão porque tem capacidade de "escutar", toda manhã, a Voz do Senhor que lhe excita os ouvidos.   Por isso tem condições de não pagar com o mal, o mal que recebe.   Possui uma grande confiança Naquele que é o Seu Senhor e sabe que não sairá decepcionado.

O Salmo 21 nos apresentará a "saga" daquele que, pondo toda sua Confiança em Deus acaba se tornando o escárnio de tudo e de todos mas, apesar de tudo que tem que passar, consegue manter a fidelidade Àquele que lhe chamou.

Já na segunda leitura (Fl 2, 6-11), temos a narrativa da "Grande Descida de Deus" para o nosso meio: não se apega ao ser igual a Deus mas se rebaixa para nos salvar e, salva entregando-Se a Si Mesmo para morrer na Cruz.

A narrativa do Evangelho (Mt 26, 14-66) nos revelará que, em Jesus, todo este processo de Salvação da Humanidade se fez Verdade.   Jesus é o Servo Sofredor de Isaías, é o Deus que nos visita e se mistura conosco para nos salvar entregando a sua vida em resgate da nossa.  

Este é o Messias de que falam as Escrituras.   Nem sempre é isso que esperamos ver em Jesus-Messias mas, Ele é assim.   É preciso aceitá-Lo tal qual Ele se nos apresenta.e, isso não é uma tarefa fácil.   Por vezes, queremos transformá-Lo em alguma coisa mais aceitável e, isso é o nosso grande risco e, porque não, o nosso grande erro!

OREMOS:

Deus e Senhor Nosso, louvado sois porque, no Seu Infinito Amor por nós, fostes capaz de abraçar a Cruz e morrer nela pela nossa Salvação.   Vos suplicamos: nos faças entender este Teu gesto de Amor para que possamos reproduzí-lo em nossa Caminhada de Fé junto aos nossos irmãos e irmãs.   Isto Vos pedimos por Jesus, Teu Filho e Nosso Irmão, na Unidade do Espírito Santo.   Amém!
     

quarta-feira, 13 de abril de 2011

"Semana Santa: Revivendo os Mistérios de Nossa Fé!"

Amados Irmãos e Irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com grande alegria estamos chegando àquela que é considerada a semana mais importante de nosso Calendário Litúrgico: a "Semana Santa"!   Podemos afirmar que tal Calendário se sustenta e se baseia na Grande Verdade que, nesta Semana Santa, nós vamos reviver: Deus que por Amor, se fez homem, padeceu, foi morto, sepultado mas ressuscitou dos mortos e nos garantiu a Vida Nova!   Nesta Semana, as Celebrações nos levarão à contemplação deste Grande Mistério de nossa Salvação!

Para que pudéssemos viver com maior proveito esta Semana, fomos conduzidos ao Deserto neste Tempo da Quaresma para que, purificados de nossos pecados, estivéssemos preparados para tais Celebrações pois, a Semana só será, de fato, Santa se os que irão participar dela estiverem santificados.   Não dá, como afirma o Apóstolo Paulo, para "celebrar as alegrias da Páscoa com o fermento velho do pecado". 

Assim, iniciaremos as Celebrações desta Semana revivendo a Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém e, dentro da mesma Celebração anunciaremos a Paixão do Senhor e sua Morte de Cruz.   Este dia, conhecido como Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor nos faz mergulhar na "Grande Contradição" que habita em cada um de nós:   como o Povo de Jerusalém, também nós, nos nossos dias, somos capazes de recepcionar Jesus, na entrada de nossas vidas, com muito louvor e aclamando: "Hosana ao Filho de Davi!" ou "Bendito o que vem em Nome do Senhor!" mas, tão logo percebemos que Jesus não entrará em nossas vidas para fazer o que nós gostaríamos que Ele fizesse, com muita naturalidade, pedimos a sua Crucifixão.   Os Judeus recebem Jesus com louvor porque imaginam que a sua vida difícil (afinal, eram explorados pelo Império Romano) estivesse chegando ao fim.   Alimentam no coração a ideia de que o Messias seria uma espécie de chefe político que, com um exército poderoso à moda do mundo, poria um fim ao regime de dominação.   O problema é que Jesus não é aquilo que nós gostaríamos que Ele fosse mas, é o que é e, ponto!   A decepção do povo somada ao ódio das autoridades judaicas, levam este mesmo povo a pedir (sem grandes transtornos) a soltura de Barrabás e, a morte de Jesus.   Esta contradição experimentada nesta Celebração continua conosco ainda hoje e, precisamos nos empenhar pra vencê-la.

Depois do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, teremos as Celebrações dos três últimos dias da Quaresma, a saber: Segunda-Feira, Terça-Feira e Quarta-Feira Santas.   Nestes dias vamos nos preparando e, aprofundando o Tema da Paixão do Senhor com reflexões feitas a partir dos textos do "Servo Sofredor", do Profeta Isaías.

Na Quinta-Feira Santa teremos, pela manhã, em todas as Catedrais do Mundo a Celebração dos Santos Óleos (Bênção dos Óleos dos Catecúmenos e dos Enfermos e Consagração do Santo Crisma que serão utilizados pela Igreja durante todo este ano até a próxima Quinta-Feira Santa) bem como a Renovação das Promessas Sacerdotais do Clero de todo o mundo ao redor dos seus respectivos Bispos e, à tarde ou à noite, daremos início às Celebrações do Triduo Pascal: Celebração da Ceia do Senhor, Celebração da Paixão do Senhor com Adoração da Santa Cruz e Vigília Pascal respectivamente.

É importante entender que as Celebrações do Tríduo Pascal, apesar de celebradas em dias distintos, são parte de uma única e mesma Celebração.   Não são três Santas Missas mas, uma mesma Santa Missa que tem o seu início na Quinta-Feira, passa pela Sexta-Feira e, é concluída no Sábado.   São partes de um Todo Maior para que possamos compreender melhor o sentido da Celebração Eucarística que participamos todos os Domingos ou, até mesmo, todos os dias.   Chamamos de Páscoa da Ceia à Celebração da Quinta-Feira Santa, de Páscoa da Cruz à Celebração da Sexta-Feira Santa e, de Páscoa da Ressurreição à Celebração da Vigília Pascal.   Todos esses sentidos estão presentes em todas as Celebrações do resto do Ano Litúrgico, porém, aqui, são desdobrados em três momentos para que entendamos melhor o sentido da Celebração Eucarística.

Na Quinta-Feira Santa, na Celebração da Ceia do Senhor ou do Lava-Pés (como muitos chamam essa Celebração), seremos convidados a entender que a Eucaristia foi instituída pelo próprio Senhor na ùltima Ceia Judaica que Ele celebrou com seus Discípulos.   Tal Instituíção se deu num ambiente marcado pela entrega do Mandamento Novo: "Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei!"   A grande prova de Amor foi dada por Jesus na Celebração quando Ele, o Maior, se dignou lavar os pés dos menores.   Celebrar a Eucaristia, portanto, deve ser para nós uma oportunidade que temos para alimentar o nosso Amor Mútuo, para aprendermos a lavar os pés uns dos outros como fez o nosso Senhor.   Comer e Beber o Corpo e Sangue do Senhor sem ter este discernimento, significará comer e beber a própria condenação.   Como consequência da Instituição da Eucaristia, celebramos, também, a Instiuição do Sacerdócio Ministerial.

Dando seguimento à nossa compreensão à respeito da Celebração Eucarística, chegamos à segunda parte da Celebração, vivida na Sexta-Feira Santa.   Neste dia entenderemos que a Eucarístia é Sacrifício oferecido no Altar da Cruz, é Entrega da Vida por Amor.   A Imagem do Servo Sofredor de Isaías é concretizada na Paixão e Morte de Jesus na Cruz.   Jesus é o Servo de Javé que entregará a Sua Vida para nos salvar.   Celebrar a Eucaristia deve ser para nós uma oportunidade de refletir sobre esta dimensão da Cruz e do Sacrifício que estão aí presentes.   Às vezes pode ocorrer de celebrarmos a Eucaristia e não querermos nos comprometer com este aspecto da mesma.   Quem não quer seguir pelo Caminho de Jesus (Caminho este que nos conduzirá ao Alto do Calvário para sermos com Ele pregados na Cruz) não deveria celebrar a Eucaristia.

Por fim, depois de compreendermos, aceitarmos e vivermos as dimensões de Ceia (Quinta-Feira Santa) e de Sacrifício (Sexta-Feira Santa), estaremos prontos para encerrar a Celebração na Vigília Pascal (Sábado Santo) com a dimensão de Ressurreição, de Vida Nova.   Viver as características das Celebrações anteriores, nos permitirá compreender a Vitória sobre a Morte operada pelo Pai em Jesus ao Ressuscitá-Lo dos mortos.   Essa Vitória de Jesus será, então a nossa Vitória se com Ele caminharmos por todo Caminho que nos foi proposto.

Com isso, encerramos as Celebrações da Semana Santa e, daremos início ao Tempo da Páscoa que nos acompanhará durante 07 Semanas, até Pentecostes.   Serão dias de Júbilo (contrário ao Tempo da Quaresma marcado pela penitência e pela conversão) porque, o Senhor que Vive, nos afirma que a Vida é mais forte que a Morte.   Tudo, agora, tem sentido e tudo nos é possível pois o Senhor Ressuscitou.   Porém, não nos esqueçamos, como nos falará São Paulo aos Gálatas no primeiro Domingo da Páscoa, que: "Se é verdade que ressuscitamos com Cristo é preciso SE ESFORÇAR por buscar as Coisas do Alto aonde está o Cristo Ressuscitado!"   Isto não é uma tarefa fácil mas, poderemos contar com a Força de Deus, Seu Espírito Santo, que nos sustentará nesta luta, neste esforço.

Que Deus nos abençoe e nos conceda as graças necessárias para vivermos as Celebrações da Semana Santa buscando retirar delas o máximo possível de proveito. Amém!  

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A Intolerância Humana: Um Desafio à nossa Vida de Fé

Queridos (as) leitores (as) quero, neste texto, partilhar com cada um (a) de vocês uma reflexão que venho fazendo, ao longo desta semana.   Tal reflexão se intensificou logo após ter visto, num noticiário esportivo, um fato ocorrido numa partida de volei em Minas Gerais (melhor de três jogos) que irá classificar um dos semifinalistas para a Super Liga 2010/11, entre o Volei Futuro de Araçatuba (SP) e o Cruzeiro (MG).   Neste jogo, o Cruzeiro buscava a vitória para não necessitar ir para o terceira partida e, o Volei Futuro, buscava a vitória para forçar a mesma.   O jogo ocorreu na casa do Cruzeiro e, o ginásio estava lotado com a torcida local que, tentava levar o time pressionando o adversário.

Num determinado momento, percebendo que a vitória ia escapando das mãos, a torcida do Cruzeiro resolveu criar uma situação, no mínimo, sem graça e, no máximo, grosseira demonstrando a incapacidade de tolerância para com o diferente que se apresentava.   Quando o central Michel foi para o saque, a torcida "enfurecida", num coro uníssono e, aos berros, gritava: "Bicha!"   "Bicha1"   "Bicha!"   Interessante notar que nesta torcida enlouquecida estavam crianças, adolescentes, jovens, adultos, senhores... famílias inteiras que, numa espécie de "histeria coletiva", tentava desconcentrar o adversário revelando a orientação sexual do central do Volei Futuro, num tom de sarcasmo e de revelação de que o fato de ter uma orientação sexual diferente da grande maioria heterossexual, fazia do central uma pessoa "menor" e, automaticamente, "sem valor".

Isto gerou um enorme constrangimento e, após o jogo, acabou se tornando manchete de vários programas esportivos na TV e notícia de jornais escritos em todo o país.   Tal situação suscitou o debate a respeito da intolerância sexual no mundo do esporte e, automaticamente, levantou a questão da dificuldade, que vem num crescendo, de aceitar o diferente como parte integrante do todo social.   Este fato revela com o esta situação de intolerância vem crescendo em nosso país. 

Este fato me fez recordar alguns outros ocorridos há pouco tempo atrás, a saber:  aquele caso de uma empregada doméstica da zona oeste do Rio de Janeiro que foi agredida brutalmente por um grupo de jovens de classe média alta, estudantes universitários e bem nascidos.   Ao serem interrogados sobre os motivos que os levaram a tamanha brutalidade, afirmaram: "Achamos que a mulher em questão fosse uma "prostituta".   Outro fato, um pouco mais distante de  nós no tempo, foi o assassinato do índio Galdino em Brasília por, também, um grupo de jovens, filhos de pessoas importantes da capital federal.    Ao serem interrogados sobre os motivos, disseram: "Pensamos que fosse um mendigo!"   Estes fatos revelam a concepção que tais grupos de jovens da classe média alta tem dos outros, dos diferentes: prostitutas e mendigos não contam e por isso podemos espancá-los e/ou matá-los que não fará falta.   Outra situação recente foram os ataques homofóbicos ocorridos na região da Av. Paulista (São Paulo - SP) no final do ano passado (2010).

Todas estas situações e, tantas outras que não chegam até nós porque a mídia não noticia, vem demonstrando que a intolerância em nosso país vem num crescendo assustador, demonstrando as contradições de uma nação que, caminha a passos largos para a consolidação de sua democracia mas, ao mesmo tempo, se vê envolvida em tais situações que demonstram o lado mais antiquado da história: intolerância para com o diferente.   Queremos um país ético mas, ao mesmo tempo, nos comportamos como antiéticos pois defendemos os nossos direitos sem percebermos que, também, temos deveres.   Não compreendemos que a ética me faz perceber os meus direitos mas, também, os direitos do outro.   Eu tenho direito até o ponto em que este não fira o direito do outro.  

O que está em questão não é a concordância ou não do modo como o outro decidiu tocar a sua própria vida.   Importa, aqui, é entender que o outro tem direito de ser o que ele achar que deve ser e ponto.   Eu posso não concordar mas, isso não me dá o direito de buscar exterminá-lo pelo simples fato de ser diferente.   O importante é perceber que o outro tem os mesmos direitos que eu e, os mesmos precisam ser respeitados.   Não posso confundir o ser humano com as sua opções.   Posso não concordar com o estilo de vida do outro mas, o outro deverá ser sempre respeitado como pessoa, como ser humano que é.

A intolerância acaba impedindo a convivência entre as pessoas e, o respeito de uns para com os outros deixa de existir.   Por conta disso, ela (intolerância) é, de fato, um impecilho para a nossa Caminhada de Fé.   Olhando para a prática de Jesus Cristo podemos perceber que uma de suas principais características é a sua capacidade de enxergar o ser humano como aquilo que de fato é: ser humano, imagem e semelhança do Pai.   Por isso, Ele (Jesus) não media esforços pra defender a Vida em qualquer circunstância.   Não tinha medo de conviver, de quebrar barreiras, de transpor obstáculos produzidos pelos costumes e tradições.   Até mesmo o aparato religioso de sua época foi questionado e enfrentado por Ele.    Tudo em nome da defesa da Pessoa!

Penso que todos nós precisamos aprender com o Mestre Jesus e, revendo a nossa postura frente às situações que envolvem as pessoas dos nossos irmãos, mudar a nossa conduta.   A Intolerância nos nossos dias vem lançando sua raízes destruidoras em muitos setores da vida:   não convivemos porque o outro é negro, homossexual, tem outra fé, é socialmente inferior a mim, é estrangeiro e, a lista poderia ir até Deus sabe onde.

Que estas notícias possam nos levar a uma reflexão mais séria sobre o modo como estamos conduzindo as nossas vidas e, para onde estamos encaminhando o nosso mundo!

Obrigado pela atenção e que Deus nos abençoe a todos (as)!

  

quarta-feira, 6 de abril de 2011

V Domingo da Quaresma - 10 de Abril de 2011

Queridos irmão se irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Depois de uma caminhada - mais ou menos longa - chegamos à Celebração do quinto e "ultimo" domingo do Tempo da Quaresma.   Nestes três últimos domingos (contando com este), fomos agraciados com trechos do Evangelho de São João que nos revelaram, ou melhor, tentaram nos revelar a Verdadeira Face de Deus por meio das atitudes de Jesus: Jo 4, 5-42 (Samaritana - III Domingo), Jo 9, 1-41 (Cego de Nascença - IV Domingo) e, o de hoje, Jo 11, 1-45 (Ressureição de Lázaro - V Domingo).   São uma sequência de textos que, se bem compreendidos por nós, poderão nos auxiliar na compreensão de nosso Deus.

Neste V domingo, a Palavra de Deus que nos é proposta, nos apresenta o poder de Deus de fazer voltar à vida aqueles para os quais a vida parece ter terminada. 

Na primeira leitura (Ez 37, 12-14), encontramos o Profeta animando a Comunidade que está no Exílio da Babilônia e, por conta disso, não consegue enxergar possibilidades de ter sua vida de volta.   O Exílio é como uma experiência de morte aonde o povo se vê como um "cadáver" dentro da sepultura.   Tal experiência "parece" sem saída pois, "para aqueles que descem à sepultura, tudo está terminado!"   É neste momento, que o Profeta Ezequiel pronuncia as palavras da leitura deste domingo:  Deus vai abrir a tal sepultura para retirar de lá o seu povo, levando-o de volta para a sua terra.   Esta atitude de Deus levará o povo a reconhecê-Lo como único Senhor.   O Seu Espírito será derramado sobre o povo e, este voltará à vida (que, diga-se de passagem, o povo achava que não possuiria mais).   Isto tudo será possível porque Javé é o Deus que diz e faz o que diz! 

Esta leitura do Profeta nos faz perceber que não há situação complicada que não seja solucionada por nosso Deus.   Ele é o Deus que não conhece o impossível e, mesmo quando não vemos saída, para Ele sempre haverá.   Mesmo que nossas vidas estejam "aparentemente" mortas, o poder de Deus nos fará reviver.   É só ouví-Lo e, "sair de nossas sepulturas" para onde os nossos pecados nos conduziu.

Em sintonia com a profecia de Ezequiel, está o Evangelho de João narrando, para nós, o episódio da "Ressurreição de Lázaro".   O Evangelho de João é profundamente teológico e, para que o compreendamos melhor, será preciso mergulhar no sentido que se encontra para além do texto escrito.   É isso que tentaremos fazer a partir de agora.

Um primeiro ponto que deve nos chamar a atenção é o retrato de família que nos é revelado pelo texto: não há pais, filhos, filhas mas, tão somente, irmãos (Marta, Maria e Lázaro).   Daí, podemos entender que tal família é símbolo da própria Comunidade dos Seguidores de Jesus (para a qual, João escreve o seu Evangelho) e, que não admite relações de superiores/inferiores mas, aonde todos são iguais/irmãos.   Esta Família-Comunidade está passando por uma situação que põe em xeque a fé no Deus que Jesus revelou: a doença e, consequentemente, a morte de um de seus membros.  Como acreditar que o nosso Deus é o Deus da Vida quando um dos nossos "irmãos" adoece e, pior, morre?   Aonde está Deus que não vem em socorro dos seus?   Porém, o que a Comunidade/Família não entende é que este tipo de situação pode "servir para a maior glorificação de Deus".   Às vezes, Deus demora, parece não escutar nosso clamor mas, é preciso entender que Ele sabe o porquê não nos atende na hora que O chamamos.   É preciso perceber a necessidade de "caminhar de dia para não tropeçar" e, caminhar de dia implica em "caminhar na Luz" que é o próprio Deus (cura do cego de nascença do domingo passado, Cristo é a Luz de nossos olhos).

O Evangelho de hoje revela que Deus tem o seu momento e o seu jeito de agir.   Nós, devemos nos conformar a Ele.   Para a Comunidade/Família, Lázaro está morto há 04 dias (tempo suficiente para se considerar a morte como verdadeira, sem volta) mas, para Deus/Jesus, não há impossível (primeira leitura).

Outro fator importante ocorre quando Jesus chega a Betânia: as irmãs e os amigos estão em casa, sofrendo, chorando, desesperados pelo acontecido.   Jesus não entra neste meio que demonstra ausência total de fé no Deus da Vida.   Ele espera, "fora" deste espaço, que os que lá estão "saiam" para se encontrarem com Ele.   Fora desta influência de "desespero", de "ausência de fé", Jesus pode travar um diálogo com Marta, uma das irmãs do morto e, neste diálogo vai, aos poucos, lhe abrindo os olhos da fé (tal qual havia feito com a Samaritana e o Cego de Nascença nas duas últimas semanas): Jesus é a Água Viva, a Luz e, hoje, a Ressurreição e a Vida!   É preciso crer para ver suas maravilhas realizadas em nós e, por nós, no nosso mundo.   A experiência de Fé de Marta a conduz a sua irmã Maria e, motivada por ela, Maria vai ao encontro de Jesus, saindo de sua prostração e lamento/ausência de fé.   O Encontro com Maria leva Jesus ao choro (de seu rosto rolaram as lágrimas) porém, o choro de Jesus é completamente diferente dos demais: estes, choram de desespero/ausência de fé e, Jesus chora de compaixão.

Esta Compaixão levará Jesus a fazer algo em benefício da Comunidade, suscitando-lhe a Fé Verdadeira.   Jesus é Aquele para o qual não há impossibilidades (realização plena das ações de Deus no primeiro testamento).   é preciso abrir o túmulo (algo estranho).   Se não dermos ouvidos "às loucuras de Deus", não poderemos ver a sua glória.   Apesar de cheirar mal (faz 04 dias que está morto) é preciso coragem para "rolar a pedra da entrada do túmulo aonde a Vida jaz" e, experimentar que o nosso Deus é o Deus da Vida e não da morte.   Jesus é o Enviado do Pai para realizar as Suas Obras.   À Voz de Jesus que chama o morto, este sai da sepultura para o "espanto" de todos os presentes.    Agora, é preciso desatar e deixar o "vivo" livre para andar direito e seguir o Mestre.

Fazer esta experiência com o Deus da Vida nos faz passar da "vida segundo a carne para  vida segundo o Espírito" (segunda leitura - Rm 8, 8-11).   Esta passagem da carne para o Espírito no sgarante que "apesar de termos uma vida marcada pela dor, pela morte, o nosso Espírito estará cheio de Vida, graças à Justiça de Deus".   É preciso fazer a experiência para reconhecer esta Verdade da Palavra de Deus deste quinto domingo da quaresma.   Não nos fechemos à tal experiência!

OREMOS:

Ó Deus de Amor e de Bondade, nós Te louvamos, bendizemos e agradecemos porque só Tu és o Deus da Vida e, tudo que fazes é para nos revelar esta Verdade.   Agradecemos porque, quando estamos no fundo do poço, em nossas sepulturas, podemos escutar a Sua doce Voz a nos convidar: "Vem para fora!"   Te pedimos que esta Caminhada Quaresmal tenha nos conduzido a este Encontro Pessoal e Verdadeiro contigo e, que a nossa Vida possa Te revelar a todos (as) que nos cercam!   Isto Te pedimos, pelos merecimentos de nosso Senhor Jesus Cristo, na Unidade do Espírito Santo!   Amém!  

domingo, 3 de abril de 2011

"O Difícil Caminho da Conversão"

Queridos leitores (as), paz e bem em Cristo Jesus!

Durante as Celebrações dos dias de semana deste Tempo da Quaresma, venho percebendo como que aderir ao Caminho de Conversão é extremamente complicado.   Nas homilias que faço, tenho percebido, pela participação dos fiéis, essa enorme dificuldade que nós temos para aceitar aquilo que o Senhor nos fala e nos pede em Sua Palavra.

Diante desta minha percepção, resolvi escrever as reflexões que, após as Celebrações, acabam por me acompanhar durante o dia e/ou semana.   Quero partilhar com vocês algumas considerações que as Partilhas da Palavra (homilia) deste período estão me proporcionando a respeito deste tema.

Um primeiro ponto que venho refletindo é que nós não temos, muito claro, o real sentido do termo CONVERSÃO.   Confundimos a Conversão com uma "espécie de reforma" que fazemos, vez ou outra, em algum setor de nossas vidas.   Assim, eu me proponho a melhorar "meu mau gênio", ou "posso falar menos dos outros (as)", ou "irei com mais assiduidade às Celebrações", ou ... tantas e tantas outras coisas que precisamos "dar uma melhorada" e, assim, vamos caminhando.   Não há, de nossa parte, uma parada no ritmo de nossas vidas para fazermos uma reflexão séria dos porquês que a nossa vida está do jeito que está.   Não somos capazes de voltar ao começo, à origem dos nossos principais e reais problemas que afetam as nossas relações conosco mesmos, com o próximo e, sobretudo, com Deus.   Por medo, preguiça, comodismo ou qualquer outro motivo não gostamos de nos deparar com vida que levamos e, preferimos caminhar como a maioria das pessoas "empurrando os problemas com a barriga".

Essa dificuldade atrapalha a nossa Conversão Verdadeira pois a mesma exige de nós a compreensão do momento exato em que aquele pecado entrou em nossa vida, como ele entrou e porque entrou.   Isso só será possível se vencermos aqueles sentimentos citados anteriormente e, mergulhando dentro de nós mesmos, iniciarmos essa busca do ponto inicial desta situação de pecado.   Para muitos, me parece que este "retorno às origens" funciona como uma "perda de tempo" pois, afinal, a vida já avançou e, não faria o menor sentido "voltar atrás".   Porém, para os crentes esse exercício não pode ser considerado uma "perda de tempo" mas, ao contrário, deve ser entendido como seu contrário.   Na verdade, tal tarefa é um "ganhar tempo" pois nos possibilitará retomar o caminho, só que agora, do modo correto, sem atalhos produzidos por nós, mesmo porque, atalhos podem ser mais fáceis, cômodos, simples, porém, jamais, nos conduzirá ao real objetivo de nossas vidas: o Encontro Verdadeiro com Deus!

A Conversão é um trabalho minuncioso, vagoroso, complicado e difícil de Restauração.   Todos sabemos que a Restauração não uma tarefa fácil pois exige um conhecimento, o mais aprofundado possível, da "Obra" tal qual era na sua Origem, tal qual saída das mãos do seu "Criador".   Depois, é preciso que, com muita paciência, as camadas que se sobrepuseram à "Obra" sejam retiradas até o ponto em que o "Original" surja.   Por ser assim, acabamos optando por pequenas "reforminhas" que, podem não ser o ideal mas, por vezes, acabam satisfazendo também.

Outro ponto que percebo estar na origem das nossas dificuldades em experimentar uma Conversão Verdadeira é o Conceito que temos a respeito de Deus mas, que muitas vezes, não transparecemos o Conceito Verdadeiro com a Vida que levamos.    Pensamos Deus como Amor, Paciência, Perdão, Misericórdia mas, a nossa vida revela um "deus" que odeia, impaciente, e vingativo.   É preciso que Deus seja experimentado como Verdade, não somente em nossas mentes mas, sobretudo, em nossa Vida.   Quando mudarmos o nosso comportamento, estaremos demonstrando que esta Conversão teve seu início em nós.

Um outro fator que prejudica a nossa Conversão Sincera é o nosso desconhecimento da Palavra de Deus.   Sem tal conhecimento, ficamos sem um parâmetro que nos dê segurança no processo.   Quando a Palavra de Deus não é conhecida por nós, nós nos tornamos o critério de julgamento das nossas atitudes e, acabamos por pensar que não estamos errados.   Ao contrário, quando conhecemos a Palavra, esta vai iluminando os recantos de nossas vidas e nos faz enxergar pontos que estiveram durante anos escondidos e que continuam a influenciar negativamente as nossas vidas e, que, a partir de agora, com a Luz da Palavra, poderemos mudar.

Acredito que estes fatores - Voltar atrás, no ponto inicial; Apresentar, com a Vida um Conceito Verdadeiro de Deus e, Conhecer a Palavra - são fundamentais se quisermos aproveitar este Tempo de Quaresma como um Tempo Forte de Graça e de Reconciliação com Deus e com os Irmãos.   Apreveitemos, portanto, o tempo que nos é oferecido para fazermos este CAminho e, veremos que, as Celebrações Pascais serão mais Verdadeiras porque nos encontrarão, de fato, convertidos, nos encontrarão como homens e mulheres novos!

Que Deus, o Pai das Misericórdias nos auxilie nesta luta diária.   Amém!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

IV Domingo da Quaresma - 03 de Abril de 2011

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Tendo caminhado mais da metade deste Tempo Quaresmal, chegamos ao quarto domingo, conhecido como "Laetere" ou "Domingo da Alegria".   Isto acontece porque neste domingo podemos experimentar - pelo menos, um pouco - as alegrias que as Celebrações Pascais nos proporcionarão em plenitude.   Já na Antífona de Entrada da Celebração, temos: "ALEGRAT-TE JERUSALÉM!   REUNI-VOS, VÓS TODOS QUE A AMAIS; VÓS QUE ESTAIS TRISTES, EXULTAI DE ALEGRIA!   SACIAI-VOS COM A ABUNDÂNCIA DE SUAS CONSOLAÇÕES!" (cf. Is 66, 10-11)

Neste Domingo, somos convidados a entender Deus, a partir de Jesus, como Aquele que pode "iluminar" os nossos olhos (cf. Jo 9, 1-41) afim de podermos enxergar as pessoas com o Seu olhar puro e, não nos deixarmos enganar pelas "aparências" (cf. I Sm 16, 1b.6-7.10-13a).    Já, na segunda leitura, o Apóstolo Paulo (cf. Ef 5, 8-14) nos recorda que, antes do nosso Encontro com o Senhor, "nós éramos trevas mas, agora, somos Luz no Senhor e, portanto, devemos praticar as obras da Luz: bondade, justiça, verdade".

Na primeira leitura, nos deparamos com a história da escolha de Davi e sua unção.   Esta leitura nos apresenta algumas lições, extremamente importantes, para todos que buscam uma Conversão Sincera e de Coração nesta Quaresma.   Num primeiro momento, percebemos que o infinito Amor de Deus por Seu Povo é a garantia de Sua Bênção e, que, por piores que sejam as circunstâncias, Deus não abandona os Seus.   A escolha de um novo rei, de um novo líder é, neste momento, de grande importância uma vez que Saul (rei da época) não estava respondendo como se esperava.   O momento histórico é complicado pois Israel se vê envolvido pela possibilidade de ser invadido pelos Filisteus (homens guerreiros e gigantes - temidos ) mas, Saul não consegue reverter a situação complicada.   Diante desta situação trágica, Deus escolhe um novo líder e, diferentemente de Saul (filho único, de uma família de posses - escolhido pelo povo e "confirmado" por Deus), a escolha recai sobre Davi (último filho, de uma famílai pobre, porém escolhido e eleito por Deus).   Aqui, o ponto central da narrativa desta leitura:  a diferença crucial entre os critérios do homem (Samuel) e os critérios de Deus para escolher os seus instrumentos.    Samuel, diante da Missão (enfrentamento dos Filisteus) imagina que o escolhido deve ser o filho mais velho descrito como sendo um homem "de boa aparência e bela estatura física".   Porém, Deus o repreende: "não lhes para sua aparência... porque Eu o rejeitei... o home vê as aparência, Eu o Coração!"   Disse Javé!   E, assim, Jessé faz passar diante de Samuel todos os seus sete filhos mas, ao contrário do que era esperado, Javé não se agradara de nenhum.   Por fim, apergunta: "Não há mais nenhum?"   E a surpresa: existe um último, caçula (não conta), sem porte e/ou garbo físico para o enfrentamento dos Filisteus.   É Davi, menino ruivo, de bela aparência, mas, muito, muito jovem e, acostumado a cuidar das ovelhas do pai.   Não poderia ser este de forma alguma, pensam!    Mas, é este o eleito de Deus.    é escolhido não por conta de suas possíveis "credenciais" para o cargo mas, a escolha é feita exatamente por não possuir tais credenciais para que, no final, todos possam entender que a Vitória é obra de Deus e não do homem.   Diante dessa leitura, nos perguntamos: como fazemos as escolhas em nossas Comunidades?   Quem é considerado apto para as funções?   Os critérios utilizados são os de Deus ou os do mundo?   Será que não continuamos nos comportando e enxergando as pessoas e o mundo como Samuel?

Estas perguntas podem fazer a ligação desta leitura como Evangelho deste Domingo.    No texto evangélico de hoje, vemos Jesus (como no domingo passado) nos mostrando que para Ele o que conta é o Ser Humano pois foi para resgatar e salvar este Ser Humano das garras do diabo e do pecado, que Ele veio.   Como a Samaritana do terceiro domingo, o cego de nascença é outro ser humano excluído pela "Religião" dos Fariseus.   A cegueira, bem como muitos outros males físicos, era considerada uma consequência do pecado (da própria pessoa em questão ou de algum antepassado dela).   Assim, essas situações (doenças e pobreza) eram consideradas "castigos divinos" e, assim sendo, era o "sinal externo" de aquela pessoa não era amada por Deus e, se Deus não a amava, os "fiéis a Deus" não podiam amá-la também.    A lógica funcionava, mais ou menos, assim:   Deus era percebido como Aquele que não agia mas reagia às ações produzidas pelas pessoas.   A cada ação humana, teríamos uma reação divina.   Assim, se o ser humano foi capaz de ações boas, Deus também o será e, abençoará aquela pessoa mas, se a pessoa fez coisas más, Deus a castigará, amaldiçoando-a.    Mas, aqui surge uma questão:   como saber se Deus está abençoando ou amaldiçoando alguém?   MUITO SIMPLES:  basta olharmos para a vida que a pessoa tem:   se for uma vida boa (entenda-se boa como RICA E SAUDÁVEL sobretudo), esta é considerada abençoada e, portanto é uma pessoa que só faz obras agradáveis a Deus e, por isso, Ele a abençoou com a riqueza e a saúde.   Já, se a pessoa leva uma vida "desgraçada" (desgraçada, aqui, deve ser entendida como POBRE E DOENTE), estes são sinais de maldição, de castigo por conta daquela ser uma pessoa que não agiu de acordo com a vontade divina.  

Ora, podemos perceber que estes critérios eram extremamente bons para os que viviam muito bem e, extremamente cruéis, para os que já estavam numa situação lastimável de vida.    Reforçava os muros de separação entre as pessoas e, uns acabavam se "sentindo" melhores que outros e, pior ainda, uns se achavam no "direito" de se transformarem em verdadeiros "juízes" dos outros.

Para Jesus, esta é uma invenção humana pois as desventuras são uma consequência da própria vida e, servem, até, para a "manifestação da glória de Deus".    As pessoas não experimentam o fracasso, a dor, o sofrimento, única e exclusivamente, porque pecaram e, estão, sendo "castigadas" por Deus.    Deus não castiga os Seus filhos (as).   Por isso, Jesus se aproxima do cego à beira da estrada e, fazendo uma "massinha" de barro (criação do homem no Gênesis) com saliva (para os antigos, a saliva escondia o "hálito" da vida), toca nos olhos do cego.   Manda se lavar na piscina de Siloé = Enviado e, para surpresa geral, o cego passa a enxergar.    Este fato, que deveria provocar a alegria, deixa furiosos os "mantenedores" da ordem e dos bons costumes, os responsáveis pela "religião", os que se consideravam "depositários" das "verdades" e "vontades" divinas.   Ao descobrirem que o fato havia sido realizado num "sábado" (Lei Maior do Judaísmo) e, pior ainda, havia sido realizado por Jesus, interrogam, criticam, brigam, chamam os pais do "ex-cego", movendo mundos e fundos para não reconhecerem uma imagem de Deus trazida por Jesus que se chocava, frontalmente, com a deles.   A ação de Jesus revelava um Deus, diametralmente, oposto ao Deus das autoridades judaicas.   E, isso, era um perigo à manutenção de privilégios daquelas autoridades.

Por outro lado, percebemos que o intinerário seguido pelo cego vai num crescendo: primeiro reconhece Jesus como homem, depois profeta, enviado de Deus e, por fim, após a expulsão da Sinagoga, como Filho do Homem e Senhor.   Essa experiência com Jesus abriu os olhos da carne mas, também, da alma daquela pessoa.   A experiência com Jesus o encoraja e, se antes acietava a sua triste situação como "vontade de Deus", agora enfrenta todos que tentaram levá-lo a tal compreensão.   Tem argumentos sólidos e convincentes para revelar Jesus como enviado do Pai a, partir, até, das palavras dos próprios fariseus: "sabemos que Deus NÃO atende os pecadores e, Deus agiu por meio de Jesus. Daí, Jesus não pode ser o que os fariseus pensam!"

Este "ex-cego" é agora alguém que passou das trevas para a Luz e, está pronto para se tornar um "Enviado" que vive a verdade, a bondade e a justiça!

OREMOS:

Ó Deus, Pai de Amor e de Bondade!   Te agradeço porque neste quarto domingo da quaresma, Tu Te manifestas a nós como um Deus que não "castiga" mas que quer salvar e resgatar todos os Seres Humanos.   Te agradeço, também, porque com a Tua Palavra, Tu nos iluminas os olhos da carne e da alma e, nos fazes compreender que, para Ti o que conta, de fato, é este Ser Humano.   Para Ti, as aparências não valem pois, o Ser Humano vale por aquilo que é: Teu Filho.    Ajuda-nos a viver esta alegria de Te descobrir como um Deus que nos Ama com Amor Infinito e, feita esta experiência Contigo, levá-la a todos (as) que conosco estiverem!    Isto nós Te pedimos, pelos merecimentos de Jesus Cristo, que Convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo!   Amém!