quarta-feira, 13 de abril de 2011

"Semana Santa: Revivendo os Mistérios de Nossa Fé!"

Amados Irmãos e Irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com grande alegria estamos chegando àquela que é considerada a semana mais importante de nosso Calendário Litúrgico: a "Semana Santa"!   Podemos afirmar que tal Calendário se sustenta e se baseia na Grande Verdade que, nesta Semana Santa, nós vamos reviver: Deus que por Amor, se fez homem, padeceu, foi morto, sepultado mas ressuscitou dos mortos e nos garantiu a Vida Nova!   Nesta Semana, as Celebrações nos levarão à contemplação deste Grande Mistério de nossa Salvação!

Para que pudéssemos viver com maior proveito esta Semana, fomos conduzidos ao Deserto neste Tempo da Quaresma para que, purificados de nossos pecados, estivéssemos preparados para tais Celebrações pois, a Semana só será, de fato, Santa se os que irão participar dela estiverem santificados.   Não dá, como afirma o Apóstolo Paulo, para "celebrar as alegrias da Páscoa com o fermento velho do pecado". 

Assim, iniciaremos as Celebrações desta Semana revivendo a Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém e, dentro da mesma Celebração anunciaremos a Paixão do Senhor e sua Morte de Cruz.   Este dia, conhecido como Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor nos faz mergulhar na "Grande Contradição" que habita em cada um de nós:   como o Povo de Jerusalém, também nós, nos nossos dias, somos capazes de recepcionar Jesus, na entrada de nossas vidas, com muito louvor e aclamando: "Hosana ao Filho de Davi!" ou "Bendito o que vem em Nome do Senhor!" mas, tão logo percebemos que Jesus não entrará em nossas vidas para fazer o que nós gostaríamos que Ele fizesse, com muita naturalidade, pedimos a sua Crucifixão.   Os Judeus recebem Jesus com louvor porque imaginam que a sua vida difícil (afinal, eram explorados pelo Império Romano) estivesse chegando ao fim.   Alimentam no coração a ideia de que o Messias seria uma espécie de chefe político que, com um exército poderoso à moda do mundo, poria um fim ao regime de dominação.   O problema é que Jesus não é aquilo que nós gostaríamos que Ele fosse mas, é o que é e, ponto!   A decepção do povo somada ao ódio das autoridades judaicas, levam este mesmo povo a pedir (sem grandes transtornos) a soltura de Barrabás e, a morte de Jesus.   Esta contradição experimentada nesta Celebração continua conosco ainda hoje e, precisamos nos empenhar pra vencê-la.

Depois do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, teremos as Celebrações dos três últimos dias da Quaresma, a saber: Segunda-Feira, Terça-Feira e Quarta-Feira Santas.   Nestes dias vamos nos preparando e, aprofundando o Tema da Paixão do Senhor com reflexões feitas a partir dos textos do "Servo Sofredor", do Profeta Isaías.

Na Quinta-Feira Santa teremos, pela manhã, em todas as Catedrais do Mundo a Celebração dos Santos Óleos (Bênção dos Óleos dos Catecúmenos e dos Enfermos e Consagração do Santo Crisma que serão utilizados pela Igreja durante todo este ano até a próxima Quinta-Feira Santa) bem como a Renovação das Promessas Sacerdotais do Clero de todo o mundo ao redor dos seus respectivos Bispos e, à tarde ou à noite, daremos início às Celebrações do Triduo Pascal: Celebração da Ceia do Senhor, Celebração da Paixão do Senhor com Adoração da Santa Cruz e Vigília Pascal respectivamente.

É importante entender que as Celebrações do Tríduo Pascal, apesar de celebradas em dias distintos, são parte de uma única e mesma Celebração.   Não são três Santas Missas mas, uma mesma Santa Missa que tem o seu início na Quinta-Feira, passa pela Sexta-Feira e, é concluída no Sábado.   São partes de um Todo Maior para que possamos compreender melhor o sentido da Celebração Eucarística que participamos todos os Domingos ou, até mesmo, todos os dias.   Chamamos de Páscoa da Ceia à Celebração da Quinta-Feira Santa, de Páscoa da Cruz à Celebração da Sexta-Feira Santa e, de Páscoa da Ressurreição à Celebração da Vigília Pascal.   Todos esses sentidos estão presentes em todas as Celebrações do resto do Ano Litúrgico, porém, aqui, são desdobrados em três momentos para que entendamos melhor o sentido da Celebração Eucarística.

Na Quinta-Feira Santa, na Celebração da Ceia do Senhor ou do Lava-Pés (como muitos chamam essa Celebração), seremos convidados a entender que a Eucaristia foi instituída pelo próprio Senhor na ùltima Ceia Judaica que Ele celebrou com seus Discípulos.   Tal Instituíção se deu num ambiente marcado pela entrega do Mandamento Novo: "Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei!"   A grande prova de Amor foi dada por Jesus na Celebração quando Ele, o Maior, se dignou lavar os pés dos menores.   Celebrar a Eucaristia, portanto, deve ser para nós uma oportunidade que temos para alimentar o nosso Amor Mútuo, para aprendermos a lavar os pés uns dos outros como fez o nosso Senhor.   Comer e Beber o Corpo e Sangue do Senhor sem ter este discernimento, significará comer e beber a própria condenação.   Como consequência da Instituição da Eucaristia, celebramos, também, a Instiuição do Sacerdócio Ministerial.

Dando seguimento à nossa compreensão à respeito da Celebração Eucarística, chegamos à segunda parte da Celebração, vivida na Sexta-Feira Santa.   Neste dia entenderemos que a Eucarístia é Sacrifício oferecido no Altar da Cruz, é Entrega da Vida por Amor.   A Imagem do Servo Sofredor de Isaías é concretizada na Paixão e Morte de Jesus na Cruz.   Jesus é o Servo de Javé que entregará a Sua Vida para nos salvar.   Celebrar a Eucaristia deve ser para nós uma oportunidade de refletir sobre esta dimensão da Cruz e do Sacrifício que estão aí presentes.   Às vezes pode ocorrer de celebrarmos a Eucaristia e não querermos nos comprometer com este aspecto da mesma.   Quem não quer seguir pelo Caminho de Jesus (Caminho este que nos conduzirá ao Alto do Calvário para sermos com Ele pregados na Cruz) não deveria celebrar a Eucaristia.

Por fim, depois de compreendermos, aceitarmos e vivermos as dimensões de Ceia (Quinta-Feira Santa) e de Sacrifício (Sexta-Feira Santa), estaremos prontos para encerrar a Celebração na Vigília Pascal (Sábado Santo) com a dimensão de Ressurreição, de Vida Nova.   Viver as características das Celebrações anteriores, nos permitirá compreender a Vitória sobre a Morte operada pelo Pai em Jesus ao Ressuscitá-Lo dos mortos.   Essa Vitória de Jesus será, então a nossa Vitória se com Ele caminharmos por todo Caminho que nos foi proposto.

Com isso, encerramos as Celebrações da Semana Santa e, daremos início ao Tempo da Páscoa que nos acompanhará durante 07 Semanas, até Pentecostes.   Serão dias de Júbilo (contrário ao Tempo da Quaresma marcado pela penitência e pela conversão) porque, o Senhor que Vive, nos afirma que a Vida é mais forte que a Morte.   Tudo, agora, tem sentido e tudo nos é possível pois o Senhor Ressuscitou.   Porém, não nos esqueçamos, como nos falará São Paulo aos Gálatas no primeiro Domingo da Páscoa, que: "Se é verdade que ressuscitamos com Cristo é preciso SE ESFORÇAR por buscar as Coisas do Alto aonde está o Cristo Ressuscitado!"   Isto não é uma tarefa fácil mas, poderemos contar com a Força de Deus, Seu Espírito Santo, que nos sustentará nesta luta, neste esforço.

Que Deus nos abençoe e nos conceda as graças necessárias para vivermos as Celebrações da Semana Santa buscando retirar delas o máximo possível de proveito. Amém!  

5 comentários:

  1. Nos sintimos muito felizes em participar mais um ano da semana Santa em nossa Igreja.
    Agradeçemos muito à Deus, por estar ao seu lado, querido amigo, vivendo as lições de amor e doação de nosso Mestre e Senhor.
    Peçamos a Deus que essa semana seja uma semana de melhora efetiva em nossas vidas aos olhos de Dele!!! =}

    ResponderExcluir
  2. Padre Ezaques sua benção,

    Obrigado por suas palavras, bem detalhadas.
    Como o senhor disse não é facil essa caminhada, as dificuldades que encontramos são grandes. Mas o que nos fortalece é esse DEUS misericordioso.

    Paz e bem em Cristo Jesus.

    ResponderExcluir
  3. Obrigado pelos comentários e, espero que a Semana Santa nos alcance a graça de uma vida mais fiel àquilo que nosso Deus espera de nós!

    ResponderExcluir
  4. QUE DEUS POSSA PERMANECER EM NOSSAS VIDAS EM TODOS OS MOMENTOS E QUE ESSA SEMANA SEJA PERÍODO DE RENOVAÇÃO PESSOAL PARA TODOS NÓS E DESDE JÁ UMA ABENÇOADA PÁSCOA!

    ResponderExcluir
  5. Padre, que possamos viver bem esta Semana Santa, e sermos realmente, mensageiros do amor de Jesus, em todas as semanas de nossas vidas.
    Obrigada por suas orientações, que nos ajudam a visualizar, e entender melhor a Palavra de Deus. Uma Feliz e Santa Páscoa para todos.

    ResponderExcluir