quinta-feira, 14 de abril de 2011

"Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor: A Celebração da Grande Contradição" - 17 de Abril de 2011

Queridos Irmãos e Irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

É com imensa alegria que abrimos, mais uma vez, com toda a Igreja, as Celebrações da Semana Santa.   Depois de uma Caminhada pelo Deserto que nos proporcionou ouvir,com maior atenção, a Voz de Deus a nos falar ao Coração, fomos conduzidos ao reconhecimento de nossos pecados e, consequentemente, começamos a nossaluta por uma Conversão Sincera de nossas vidas: fomos, passo a passo, nos afatando do adversário de Deus (o diabo) e, nos reaproximando do nosso Pai e Criador.   Porém, é preciso entender, que a luta não está concluída uma vez que em nós, ainda, coexistem forças opostas e que se degladeiam entre si: vencer o mal será sempre o nosso objetivo e, para tanto, não podemos "cochilar"!

Hoje, abrindo a Semana Santa, nos reunimos para celebrar a nossa fé neste Deus que vem ao nosso encontro e deseja ser aceito por cada um de nós como Ele é.   O problema é que, nem sempre, nós conseguimos aceitá-Lo tal qual Ele é de fato.   Temos a tendência de ir modificando a Sua Imagem e, buscando adequá-Lo aos nossos desejos e caprichos e, quando isso se mostra IMPOSSÍVEL, nos rebelamos, e pedimos a "sua morte".  Esta contradição é o grande assunto que o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor quer tratarconosco.   Vejamos:

Esta Celebração tem início com um momento de glorificação: nos reunimos em um local à parte e, iniciamos a mesma, revivendo a acolhida feita pelo povo a Jesus que entrava em Jerusalém para encerrar a sua Grande Viagem, inciada logo após o seu Batismo no rio Jordão.   Percebemos que o povo acolhe Jesus com grande festa, com grande júbilo: aclamam o "Filho de Davi que chega", gritam "Hosanas", reconhecem que "Bendito é Aquele que vem em nome do Senhor", cortam ramos das árvores para formar uma espécie de  tapete natural para o "Rei" passar e, retiram os seus mantos e jogam-nos pelo chão para dar maior "glamour" àquele momento.   Tudo isso ocorre porque o povo que tinha ouvido falar e visto os milagres que, durante os três anos de Vida Pública, o Senhor havia feito, acreditam que Aquele Jesus era, de fato, o Messias.   Porém, que tipo de Messias o povo esperava?   Ou, melhor: Que idéia tinha o povo à respeito do Messias?   A acolhida oferecida nos faz pensar que, para o povo, o Messias era um "Rei" mas, um "Rei" à moda do mundo que viria para libertar Israel de sua dominação, viria para trocar, pura e simplesmente, as coisas de lugar: quem oprime seria oprimido e, Israel que sempre foi oprimido, se tornaria o opressor.   Por isso, acolhem Jesus com tanta festa.   Não percebem que o "Rei" vem montado num "jumentinho, cria de uma jumenta", demonstrando a sua humildade e, tentando demonstrar que aquelas ideias a seu respeito, não procediam.   

Todo esse sucesso, revelado pela recepção dada a Jesus, tem um fim tão logo o povo perceba que Ele (Jesus) não é o que ele (povo) está pensando.   Ele (Jesus) é "Rei" mas não como os "Reis" deste mundo pois, estes últimos matam pra não morrer, usam o Poder em benefício próprio e, Jesus é Aquele que morrrerá para salvar e, usará o Poder em benefício alheio (do outro).   Toda essa percepção, fará o quadro mudar.   É a segunda parte da Celebração que começa tão logo cheguemos ao outro espaço preparado para isso.

Neste segundo momento, há, literalmente, uma quebra no "espírito" da Celebração: ela toma um tom mais pesado, de dor, de sofrimento, de morte.   Aqueles que aclamaram o "Filho de Davi", agora pedirão a sua morte porque O Mesmo não correspondeu às suas expectativas.

Neste segundo momento, a Palavra de Deus revelará a dureza de vida que o Servo apresenta, exatamente porque Servo.   O Profeta Isaías (50, 4-7) nos apresenta a figura misteriosa de um "Servo" que para manter a sua fidelidade à vontade de Seu Senhor, não hesita em aceitar, por Amor, grandes humilhações.   Este "Servo" cumpre a Sua Missão porque tem capacidade de "escutar", toda manhã, a Voz do Senhor que lhe excita os ouvidos.   Por isso tem condições de não pagar com o mal, o mal que recebe.   Possui uma grande confiança Naquele que é o Seu Senhor e sabe que não sairá decepcionado.

O Salmo 21 nos apresentará a "saga" daquele que, pondo toda sua Confiança em Deus acaba se tornando o escárnio de tudo e de todos mas, apesar de tudo que tem que passar, consegue manter a fidelidade Àquele que lhe chamou.

Já na segunda leitura (Fl 2, 6-11), temos a narrativa da "Grande Descida de Deus" para o nosso meio: não se apega ao ser igual a Deus mas se rebaixa para nos salvar e, salva entregando-Se a Si Mesmo para morrer na Cruz.

A narrativa do Evangelho (Mt 26, 14-66) nos revelará que, em Jesus, todo este processo de Salvação da Humanidade se fez Verdade.   Jesus é o Servo Sofredor de Isaías, é o Deus que nos visita e se mistura conosco para nos salvar entregando a sua vida em resgate da nossa.  

Este é o Messias de que falam as Escrituras.   Nem sempre é isso que esperamos ver em Jesus-Messias mas, Ele é assim.   É preciso aceitá-Lo tal qual Ele se nos apresenta.e, isso não é uma tarefa fácil.   Por vezes, queremos transformá-Lo em alguma coisa mais aceitável e, isso é o nosso grande risco e, porque não, o nosso grande erro!

OREMOS:

Deus e Senhor Nosso, louvado sois porque, no Seu Infinito Amor por nós, fostes capaz de abraçar a Cruz e morrer nela pela nossa Salvação.   Vos suplicamos: nos faças entender este Teu gesto de Amor para que possamos reproduzí-lo em nossa Caminhada de Fé junto aos nossos irmãos e irmãs.   Isto Vos pedimos por Jesus, Teu Filho e Nosso Irmão, na Unidade do Espírito Santo.   Amém!
     

2 comentários:

  1. Amém!!
    Eu quero, Senhor, conhecer-te e segui-lo. Tal e qual o Senhor espera de mim. Te peço, me ajuda pois tantas vezes faço exatamente como Pe. Ezaques escreveu.

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  2. Passados séculos as coisas não mudam, o mundo tem ânsia de Heróis e Heroínas. Por esse motivo que personagens como o “Capitão Nascimento” fazem tanto sucesso, quando estão servindo ao povo, “matando” sua cede e fome de justiça eles são aclamados e saudados como os maiores. Mas basta deixar de fazer aquilo que o homem entende por “justiça” para virarem vilões.
    Como será recordado na missa de lava-pés o servi vem primeiro do que o ser servido. Aquele que quer ser o maior, então seja o menor! Enquanto o mundo ainda tiver essa mentalidade de “todos existem simplesmente para fazer a minha vontade” o egoísmo e a injustiça ainda dominará.

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