sexta-feira, 25 de maio de 2012

"Solenidade de Pentecostes: Movida pelo Espírito Santo, a Igreja inicia a sua Missão no Mundo!"

Amados irmãos e irmãs, paz e bem no Cristo Ressuscitado!

Celebramos, hoje, com toda a Igreja a Solenidade de Pentecostes e, com tal Solenidade, a Igreja encerra o Ciclo Pascal.   Dessa forma, podemos compreender Pentecostes como o coroamento de toda a caminhada que fizemos nestas 07 semanas.   À Páscoa, Ressurreição do Senhor, se acrescenta o Derramamento do Espírito Santo, cumprimento da Promessa feita por Jesus aos seus.

Para entendermos a Solenidade de hoje, é importante retomarmos o seu sentido no mundo judaico e, voltando no tempo, perceberemos que Pentecostes é a Celebração Judaica que revive um acontecimento de extrema importância: "A Entrega da Lei no Monte Sinai!"   Em Êx 19 temos a narrativa de que, após 50 dias (pentecostes) da saída do Egito = Libertação = Páscoa, o Povo chegando ao Monte de Deus = Horeb, Sinai, recebe pela mãos de seu líder = Moisés, as Tábuas com as 10 Palavras = Leis de Deus.   Este fato se tornou na história de Israel algo tão importante que, assim como a Páscoa, passou a ser celebrado todos os anos com uma grande Festa pois, afinal de contas, a Lei era o segundo passo rumo à consolidação do Povo de Deus.

A Lei era um caminho para ser seguido pelo Povo de modo a receber de Deus a proteção: "Eu serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo!"   Porém, na medida que o tempo passou, a Lei escrita na pedra não surtiu o efeito esperado pois o povo não conseguiu cumpri-la fielmente.   Em vários momentos da história do povo, é apresentado tal infidelidade: profetas, como Isaías, Jeremias, entre outros, denunciam tal infidelidade!

Uma Lei escrita na pedra, fria, fora do homem não poderia produzir os efeitos esperados: a transformação verdadeira é algo que só pode ocorrer de DENTRO PRA FORA!   Por mais que a Lei fosse explicada, o ser humano não se sentia compelido a mudar pois era algo que estava fora dele.   

É aqui que o Espírito Santo entra como o grande Dom de Deus Pai e Deus Filho ao povo: o Espírito Santo produz uma transformação de Dentro pra Fora e, assim sendo, o que antes era impossível, no Espírito Santo se faz possível.   O Espírito Santo torna o ser humano divino e, dessa forma, o que é próprio de Deus, o humano conseguirá cumprir.   O Espírito Santo ensina e recorda o que é a vontade do Pai revelada na pessoa e vida de Jesus, o Filho.   O Espírito Santo capacita o ser humano para cumprir a missão que, na semana passada - Solenidade da Ascensão - o Senhor deixou aos seus: "Ide pelo mundo e a todos pregai o Evangelho!"

No Evangelho (Jo 20, 19-23 - primeira parte do texto do Segundo Domingo da Páscoa) nos apresenta o Senhor Ressuscitado aparecendo aos discípulos e, passando a missão, iniciada por Ele, para a Comunidade Apostólica: "Como o Pai me enviou, assim Eu envio vocês!"   E, sabendo que tal envio é para uma missão, humanamente impossível, o Senhor Ressuscitado continua: "soprando, diz: Recebei  o Espírito Santo...!"   A partir de agora, o Espírito será o grande protagonista da Missão da Igreja capacitando a mesma com os dons necessários.

Na Primeira Leitura (At 2, 1-11) temos as maravilhas produzidas pela Ação do Espírito na Igreja Nascente:  encoraja, produz uma linguagem que é compreendida por todos = Língua do Amor, evangeliza.   Coincidindo o derramamento do Espírito Santo com a Festa do Pentecostes Judaico, Lucas quer mostrar que o Espírito Santo é a Nova Lei, inscrita no Coração e que muda o ser humano de dentro pra fora; ao mostrar o Espírito Santo como Línguas de Fogo, Lucas revela o Seu Grande Dom: COMUNICAÇÃO, ANÚNCIO DO EVANGELHO - ide pelo mundo  e a todos PREGAI o Evangelho - e, por fim, a ideia de uma Língua compreendida por povos diversos, reconstrói a unidade que havia entre os povos antes de Babel e, aqui, Pentecostes se torna o seu oposto.

Por último, na Segunda Leitura (I Cor 12, 3b-7.12-13) vemos o apóstolo Paulo afirmando que os dons do Espírito Santo são concedidos à Igreja para o "BEM COMUM" e, dessa forma, não podemos afirmar que portamos o Espírito Santo se ainda estamos fechados em nós mesmos.   O Espírito Santo nos faz ser para os outros (as) e, não para nós mesmos.   O Espírito Santo congrega na UNIDADE a variedade dos seres, dos membros, num só Corpo, o Corpo Místico de Cristo que é a Igreja.

Que o Pai e o Filho continuem nos enviando o Seu Espírito Santo e, que a Força do Espírito nos conduza ao cumprimento da nossa Missão: Ser no mundo SINAIS DE RESSURREIÇÃO!   Assim seja!

Boa Celebração pra todos (as)!

sábado, 19 de maio de 2012

"Solenidade da Ascensão do Senhor: Jesus que volta para o Pai, deixa aos Discípulos a Missão de continuar o que ele começou!"

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria chegamos à Solenidade da Ascensão do Senhor e, celebrar tal Solenidade deve ser para cada um (a) de nós uma oportunidade para refletir sobre o seu real sentido, isto é: Jesus Ressuscitado, ao voltar para a Casa do Pai, deixa aos seus a Missão que era Sua!   A Ascensão do Senhor é a Solenidade da "troca de comando": os discípulos devem ser e fazer tudo o que o Senhor era e fazia!

No Evangelho da Celebração de hoje (Mc 16, 15-20) temos a narrativa da Ascensão que é antecedida pelas últimas orientações do Senhor aos seus seguidores.   Alguns pontos nos chamam a atenção.   Vejamos:

a) "Os discípulos são enviados ao mundo inteiro com a missão de anunciarem o Evangelho a todos".   Não pode haver local ou pessoa aonde esta boa notícia do Evangelho não chegue; não há espaço para discriminação, escolhas mesquinhas ou "achismos" baratos do tipo "este não serve!" ou: "este não dá!"  A ordem do Ressuscitado é que TODOS, de TODOS OS LUGARES saibam a Boa Nova, ou seja, que TODOS, de TODOS OS LUGARES compreendam que Deus, no Seu Infinito Amor por cada um (a), em Seu Filho Jesus, os Salvou;

b) Receber tal anúncio é causa de CONVERSÃO, fazendo surgir no ouvinte a FÉ e, aqui temos a condição, de acordo com o Evangelho de hoje, para a Salvação: "Quem crer e for batizado será salvo!"

c) Em seguida temos os "sinais que acompanharão aqueles que crerem": trocando em miúdos, podemos afirmar que a presença de Deus na vida das pessoas será a certeza de que o mal nunca poderá vencer (demônios, veneno mortal, doenças ...) tudo isso é vencido pela força do poder de Deus que seguirá os crentes pelo mundo afora;

Depois destas palavras, o Senhor "subiu aos céus e está sentado à direita do Pai".   Esta palavras estão no Credo que professamos em todas as Celebrações e, afirmar esta verdade significa que acreditamos que o Senhor Ressuscitado, pela obediência à vontade do Pai, recebeu do mesmo a maior honra: "SENTAR-SE À SUA DIREITA!"   Daí, podemos concluir que, assim como Jesus, todos (as) e cada um (a) de nós que cremos Nele, um dia estaremos.   A saída de Jesus deste mundo não é sinônimo de distanciamento de nós que aqui ficamos mas, ao contrário, a sua saída deve alimentar em cada um (a) a certeza que um dia estaremos todos juntos, "À Direita do Pai!"

d) Ter feito esta experiência com o Senhor, deu aos discípulos condições de cumprir a Missão que lhes foi confiada: "Os discípulos, então, saíram e pregaram por toda parte!"   

e) A Promessa do Senhor se cumpre: "O Senhor confirmava a sua pregação por meio dos sinais que a acompanhavam!"

Como é bonita a mensagem desta Solenidade!   Uma Mensagem de Esperança e de Fé para impulsionar os crentes para o cumprimento da Missão: "Dar continuidade, com a própria vida, à Vida do Senhor Jesus!"

Na Primeira Leitura (At 1, 1-11) vemos a preocupação do escritor sagrado em dar respostas às questões que alguns dos seguidores do Senhor se fazia por ocasião do final do Séc. I.   Havia entre as Comunidades uma inquietação proveniente da expectativa sobre a vinda do Senhor que parecia não aconteceria nunca.   Perguntas do tipo "Quando irá se cumprir o Reino de Deus?" ou "Quando voltará o Senhor?" eram frequentes.   Como o Senhor tardasse, muitos começaram a cair no desânimo e, dessa forma, começaram a abandonar a missão que o Senhor havia dado (lembre-se o Evangelho de hoje!).   Para responder a estas e outras questões, o autor sagrado escreve esta página no início do Livro dos Atos dos Apóstolos.

Começa fazendo uma ligação entre o Evangelho que escreveu (Lucas) e, esta segunda Obra que, na verdade, é continuação da primeira.   Na primeira obra tratou da "Vida de Jesus desde o começo até o dia em que foi levado para o céu".   Antes, porém, ordenou aos seus que não se afastassem de Jerusalém até que a Promessa se cumprisse, isto é, até o derramamento do Espírito que seria o Protagonista da Missão dos Discípulos!

Enquanto comiam, um dos discípulos pergunta ao Senhor se seria AGORA o tempo da vitória sobre os inimigos e, Jesus responde: Não vos cabe saber os tempos e os momentos que o Pai determinou com sua própria autoridade!"   Não é missão dos discípulos especular à respeito dos tempos e momentos que o Pai determinou pois a missão é outra: "Pregar o Evangelho a toda criatura em todos os cantos  mundo!"   A descida do Espírito Santo dará as condições para que a comunidade não se perca com pontos que não importantes.  É o Espírito Santo quem proporcionará aos discípulos todas as condições para a missão: "Testemunhar as Obras do Senhor em Jerusalém,, em toda a Judéia e na Samaria, e até os CONFINS DA TERRA!"

Para tanto, não é possível ficar de "CARA PRA CIMA" mas o Senhor que subiu irá voltar e, quando isso acontecer, deverá nos encontrar (a todos (as)) cumprindo a Missão: "Anunciá-Lo até os CONFINS DA TERRA!"

Este tempo que vai da Ascensão à volta do Senhor é tempo de Missão da Igreja e, para cumprir esta Missão com louvor, ela conta com a Força do Alto, com os Dons do Espírito Santo (que celebraremos no próximo domingo).   Abrir-se ao Espírito Santo é condição para o sucesso da Missão.

Por fim, na Segunda Leitura (Ef 1, 17-23) temos a intercessão de Paulo para que "o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o  Pai a quem pertence a glória, vos dê um espírito de sabedoria que vo-lo revele e faça verdadeiramente conhecer!"   

É isto que durante esta semana nós iremos pedir: "o Espírito Santo para nos revelar a vontade do Pai à respeito de cada (a) de nós!"

Que a Celebração da Ascensão do Senhor nos impulsione para o cumprimento da nossa Missão no mundo!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!!!

sexta-feira, 11 de maio de 2012

"VI Domingo da Páscoa: A Experiência com o Ressuscitado nos faz AMAR para além de nossas FRONTEIRAS!" - 13 de Maio de 2012

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria estamos entrando na reta final deste Tempo Pascal e, celebrando hoje o VI Domingo somos convidados a intensificar a nossa reflexão no sentido de perceber se estamos ou não fazendo aquela experiência com o Ressuscitado - experiência esta falada tantas vezes no início da Páscoa como condição para nosso testemunho de cristãos - de modo que a nossa vida possa revelá-Lo ao mundo que, ainda, não acredita.

Neste VI  Domingo, a Palavra de Deus vem ao nosso encontro com um objetivo muito claro: "Todo aquele (a) que faz a experiência com o Ressuscitado deve conduzir a sua própria vida pelos caminhos que Ele (Ressuscitado) trilhou e, neste caminho - marcado pela vivência do AMOR - ser capaz de quebrar toda e qualquer barreira que produza separação entre os seres humanos!"   Em outras palavras: não é possível afirmar que se está fazendo a experiência com o Ressuscitado se, por outro lado, a nossa vida ainda está marcada pelas práticas mesquinhas produzidas pelos nossos pecados.   Os frutos da vida dos crentes precisam estar em consonância com a Vida que o Senhor viveu!

Assim, no Evangelho da Santa Missa deste VI  Domingo (Jo 15, 19-17) vemos o Senhor ocupado em passar para os seus discípulos o essencial de sua mensagem: a prática concreta do AMOR para com os outros (amigos)!   Este trecho do Evangelho de São João é a sequência do trecho apresentado na semana passada (Jo 15, 1-8  -  Videira e os Ramos) e, assim como o da semana passada, faz parte dos "Discursos de Despedida de Jesus", ou seja, é importante reforçar a ideia de que tais palavrara possuem uma força maior pois são as últimas que o Mestre pronuncia como ensinamento aos seus discípulos.    Poderíamos falar que tais palavras funcionam como uma espécie de resumo, aonde as principais, ou melhor, "a principal ideia que Ele (Jesus) quis passar durante toda a sua vida, é apresentada!   Nestas últimas palavras estão contidas a GRANDE VERDADE QUE O SENHOR BUSCOU REVELAR : a VIDA GUIADA PELA PRÁTICA DO AMOR CONCRETO!

Com o trecho da semana passada, começamos a perceber que não podemos nos afastar daquele que é a razão de nossa vida e de quem podemos retirar a força necessária para produzirmos os frutos que necessitam ser produzidos: como Ramos, precisamos PERMANECER UNIDOS À VIDEIRA VERDADEIRA pois, somente assim, serem os CUIDADOS PELO AGRICULTOR QUE PODA PARA QUE TENHAMOS MAIS FORÇA PRA PRODUZIR OS FRUTOS QUE PERMANECEM.   Sem esta união e sem os cuidados do Pai, o ramo seca e, como tal é cortado e lançado ao fogo.

Seguindo esta linha de pensamento, o trecho evangélico de hoje nos apresenta, de forma bem clara, que tipo de fruto o ramo que está ligado à Videira pode e deve produzir: FRUTOS DE AMOR!  Jesus afirma que o mesmo Amor que o Pai tem por Ele, Ele tem por cada um de nós e, mais uma vez, insiste: PERMANECEI NO MEU AMOR!  Mas, poderíamos nos perguntar: "Como permanecer neste Amor?"   E, a resposta vem em seguida: "Guardar os mandamentos que Ele nos deu - na verdade, O MANDAMENTO - que se resumem no AMOR!"   A união entre Jesus e o Pai vem da capacidade que Jesus apresentou de viver a vontade do Pai em sua vida e, desta mesma forma, se quisermos estar unidos a Ele (Jesus) precisaremos guardar (viver) o seu mandamento, isto é, o AMOR.   Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei!   Esta é a ordem do Senhor!   Importante é a compreensão do Amor na perspectiva do Senhor: "NINGUÉM TEM MAIOR AMOR DO QUE AQUELE QUE DÁ A VIDA PELOS AMIGOS!"   Este exemplo o próprio Senhor dará ao entregar a sua vida por nós (considerados por Ele, seus amigos) pois "nos deu a conhecer tudo que ouviu de seu Pai".   O Senhor não quer uma adesão forçada, obrigada (como é a adesão do Servo ao Patrão) mas, ao contrário, espera que nossa adesão se dê com bases no Amor, sentimento próprio dos Amigos.   A nossa adesão a Ele, no Amor é uma resposta que Lhe damos: "Não fostes vós que me escolhestes mas FUI EU QUE VOS ESCOLHI E VOS DESIGNEI PARA IRDES E PARA QUE PRODUZAIS FRUTOS E VOSSO FRUTO PERMANEÇA!"   Deus, em Jesus, nos AMA por primeiro, nos escolhe como somos ou como estivermos e, a nossa vida de amor passa a ser, a partir desse momento, uma RESPOSTA AO AMOR RECEBIDO, DE GRAÇA, da parte DELE!  Essa compreensão é fundamental para não incorrermos em erros grotescos que, ainda nos nossos dias, continuam acontecendo entre nós: a não aceitação das pessoas entre nós por acharmos que não possuem "vida digna" para estarem aqui conosco!

É este o assunto que, na Primeira Leitura de hoje (At 10, 25-26.34-35.44-48) nos apresenta: a dificuldade de alguns apóstolos em entender que "Deus não faz acepção de pessoas mas aceita quem for, desde que, pratique a Justiça e O tema de verdade!"   O encontro entre Pedro (Apóstolo) e Cornélio (Pagão) é uma das páginas mais belas dos Atos dos Apóstolos pois revela toda a força que o Amor apresenta na aceitação do outro que se apresenta.   Os Apóstolos e todos nós precisamos entender que não somos nós quem decidimos o que fazer mas devemos estar atentos aos apelos, aos desígnios, aos comandos de Deus.   Deus é quem decide (lembre-se: o ramo deve produzir os frutos que a Videira quer!)  Para que isso ocorra é importante a nossa UNIDADE com o Senhor, PERMANECER NELE E COM ELE!   Não podemos ser, no caminho de Deus, um obstáculo ao cumprimento de Sua Vontade mas, ao contrário, o que se espera é que sejamos facilitadores, pontes.   É importante ter claro que a obra é Dele e, que quando chegamos, Ele já chegou antes: "Estavam ainda falando quando o Espírito desceu sobre os da casa de Cornélio..."   O apostolado existe para confirmar e facilitar os projetos de Deus e, o seu projeto é que TODOS ESTEJAM COM ELE!   O Batismo é a confirmação da vontade de Deus sobre  Cornélio e os seus!

Por fim, corroborando tudo isso dito até agora, temos a Segunda Leitura (I Jo 4, 7-10) que nos remete, mais uma vez, para a necessidade de AMAR para que estejamos em Deus e Deus esteja em nós.   Não há a menor possibilidade de autoafirmar de Deus se a nossa vida é marcada pelo ódio pois "DEUS É AMOR!"   Só quem ama prova que nasceu, que fez a experiência de Deus.   Concluindo a leitura, São João afirma, mais uma vez que o nosso Amor é resposta, é ato segundo pois o ponto de partida, o toque inicial, a decisão, a escolha primeira foi Dele, de Deus:"Não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima em reparação pelos nossos pecados!"

Fica a pergunta: Poderíamos nós, os seguidores deste Deus, não fazer o mesmo que Ele fez conosco ou para nós, com todos aqueles que estiverem ou forem colocados em nosso caminho?

Que Deus nos ajude a crescer neste Amor que resgata e salva a todos!   Assim seja!

Boa celebração para todos (as)!

sexta-feira, 4 de maio de 2012

"V Domingo da Páscoa: O Ressuscitado é a Videira Verdadeira e nós somos os Seus Ramos!" - 06 de Maio de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem no Cristo Ressuscitado!

Vivemos, hoje, o V  Domingo da Páscoa e, neste dia somos convidados a refletir sobre a necessidade que temos de estar unidos a Jesus, a Videira de modo que nossas vidas (ramos) produzam frutos que irão permanecer.   Fazer a experiência com o Ressuscitado nos une, de forma intrínseca, ao Senhor e, automaticamente, seremos capazes de produzir os mesmos frutos que Ele produziu.

O Evangelho da Santa Missa deste domingo (Jo 15, 1-8) é parte do Discurso de Despedida de Jesus e, como tal, deveremos interpretá-lo.   Suas palavras, neste contexto de despedida, ganham uma força que, talvez, em outro momento de sua vida, não ganhariam.   Sabemos como são fortes as palavras pronunciadas por alguém que está às portas do fim, às portas da morte.   Elas acabam surtindo um efeito grandioso e poderoso na vida dos ouvintes.   É assim que precisamos entender este discurso de Jesus.

Assim como no domingo passado, Jesus se declarava o "Bom Pastor" num confronto direto com os falsos pastores do povo em sua época e, partia do princípio de que a grande diferença que havia entre Ele e os outros estava na "capacidade de entregar a vida pelo rebanho", temos, hoje, Jesus se declarando como "a Videira Verdadeira".   Poderíamos concluir aqui que, se Ele falou assim era porque existia uma videira falsa.  E, se formos por essa linha, poderemos nos perguntar: "O que ou quem era a Videira Falsa?" "Por que era falsa?" "O que fez para ser considerada assim?" ...   E, voltando às Escrituras (caminho seguro de compreensão do Ressuscitado e de Sua Vontade) perceberemos em Is 5 um dado importante.   Lá, naquele texto, há uma menção à uma videira que foi formada com todo cuidado por alguém que a amava muito mas, em contrapartida, não foi capaz de corresponder a tanto amor-dedicação.   Na hora de produzir os frutos doces e bons, produziu frutos selvagens e azedos.  Os frutos esperados eram de JUSTIÇA E AMOR mas, ao contrário, produziu INJUSTIÇA E PECADO.   Penso que temos neste texto de Isaías um dado interessante e importante para nossa compreensão do texto evangélico da Santa Missa de hoje.   Vejamos:

Percebemos que há entre Jesus e o Pai uma relação estreita, de união e cumplicidade entre eles: Jesus é a Videira; o Pai é o Agricultor!  Percebemos, aqui, a importância da Missão do Pai: será Ele o responsável pelo cuidado, pela retirada dos ramos que não produzem, por fazer a poda ...   Na fala de Jesus percebemos, também, a estreita ligação que há entre a Ele (Videira) e os Seus seguidores, os discípulos (Ramos).   

Estamos no Tempo Pascal e, como já dissemos em outras reflexões, neste Tempo o importante é FAZER A EXPERIÊNCIA COM O RESSUSCITADO pois, somente assim, poderemos DAR TESTEMUNHO E PROLONGÁ-LO COM A NOSSA VIDA!   

Em Jo, 15 por várias vezes (07), Jesus se utiliza do verbo PERMANECER para mostrar que aquele que não estiver junto Dele, quem NÃO PERMANECER NELE não produzirá frutos que sejam úteis para a salvação de todos.   Daí, a pergunta: "Como permanecer unido à Videira Verdadeira?"  A união com a Videira Verdadeira vem, em primeiro lugar da "ESCUTA DA PALAVRA" e, depois, do "DO CUMPRIMENTO, NA PRÁTICA, DO QUE ESTA MESMA PALAVRA DIZ".   A união de vida com a Videira é a condição para a produção de frutos que permaneçam pois, sem Ela (Videira = Jesus) os ramos (nós) não poderão fazer NADA!   Esta união entre Videira e Ramos, promovida pela Palavra dará condições aos Ramos de pedirem o que quiserem e, tudo será atendido.   Aqui, temos uma menção à prática da verdadeira oração: unidade com a Videira, com o Pai para descobrirmos a Vontade deles ao nosso respeito, o que ambos esperam de nós.

Os Ramos são extremamente importantes pois serão eles os responsáveis por tornar visíveis os frutos da Videira.   É o tronco principal quem fornece a seiva para que os ramos possam produzir os frutos mas, sem os ramos, não haveria possibilidade de surgimento de frutos.   À força, seiva do tronco principal (Jesus) se soma o cuidado do agricultor (o Pai) que "PODA" para que os frutos sejam cada vez mais abundantes.   Aqui, entendemos a PODA não como algo ruím mas, como GRAÇAS que o Pai concede para que os RAMOS produzam cada vez mais e frutos BONS.

Esta ligação com a Videira Verdadeira (Jesus Ressuscitado) oferece condições para que os Ramos (Discípulos) produzam frutos e, é isto que vemos na Primeira Leitura de hoje (At 9, 26-31) com a confirmação de Paulo no grupo de Apóstolos.   Nesta leitura temos as condições necessárias para que um ramo seja considerado da Videira Verdadeira: ver o Senhor, ouvir o Senhor, testemunhar o Senhor publicamente!   Barnabé confirma que Paulo havia passado por esta três provas e, assim sendo, poderia ser aceito como Apóstolo entre os Apóstolos sem nenhum receio.   A entrada de Paulo no Grupo Apostólico, ou melhor, a sua aceitação e confirmação, foi acompanhada de outra pregação-confronto com os Judeus de origem grega o que provocou, mais uma vez (como nos domingos anteriores com Pedro) a perseguição e o ódio dos ouvintes.

Até agora, falamos da Videira Verdadeira, dos Ramos, do Agricultor e dos Frutos mas, estes últimos, ainda não foram definidos.   Afinal de contas, "que frutos são esses que os Ramos (nós) que estão ligados à Videira Verdadeira (Jesus) e que recebem o cuidado do Agricultor (o Pai) devem produzir"?   Aqui, poderemos responder baseados na II Leitura de hoje (I Jo 3, 18-24): os frutos esperados são os PRODUZIDOS PELA PRÁTICA DO AMOR!   "ESTE É O CRITÉRIO PARA SABER QUE SOMOS DA VERDADE!"   Foram estes frutos de amor que a Vinha descrita pelo profeta Isaías (5) não foi capaz de apresentar e, por conta disso, perdeu todos os cuidados que teve antes.

Peçamos a Deus, o Agricultor Amoroso, que nos conceda as Graças necessárias (podas) para sermos Ramos produtores de Frutos Bons de Amor e Justiça, a fim de podermos provar ao mundo que estamos ligados à Videira Verdadeira que é o Senhor Ressuscitado!   Assim seja!

Boa Celebração pra todos (as)!