sexta-feira, 29 de julho de 2011

"Vocação: Dom de Deus à Igreja que reza!"

Caros irmãos e irmãs, paz e bem no Cristo Jesus!

Estamos às portas do Mês de Agosto e, neste mês, a Igreja no Brasil de dica especial atenção à questão vocacional.   Somos convidados à reflexão sobre Deus, a partir da Sua Palavra, tentando compreender que Ele é um Deus que CHAMA = VOCARE = VOCAÇÃO cada um (a) de nós a participar na construção de um Mundo Novo, na construção do Seu Reino, já aqui entre nós, desempenhando um papel = Vocação que ele pensou para todos (as).

Assim, devemos partir da ideia de que nós somos um produto do acaso e, portanto, não podemos pensar que estamos aqui, também, por acaso.   A questão vocacional nos faz entender que a nossa vida tem um propósito, uma razão que foi pensada e querida por Deus desde a eternidade.   Viemos a este mundo, neste tempo de lugar específicos ... por conta de um Deus que tudo sabe.

Diante dessa verdade, entendemos que a primeira vocação a qual somos chamados é a VOCAÇÃO À VIDA:  a nossa vida é um Dom de Deus e só estamos vivos por obra e graça Dele.   Ele é o nosso Criador e o responsável pela manutenção deste mesmo Dom.   Viver é uma Graça e, o simples fato de estarmos vivos deve nos conduzir a constantes ações de graças a Ele.   Você já parou para pensar quantos já não existem mais entre nós - pessoas mais novas, mais velhas, mais bonitas, mais feias, mais sábias, mais ignorantes ... - e, você, por qualquer situação que te escapa por completo, ainda está vivo?   Já parou para se questionar sobre os motivos que te fazem ainda estar vivo (a)?   Se você refletir seriamente, perceberá que tudo tem um propósito (queira você ou não)!

Depois que nascemos, recebemos um outro Chamado, uma Nova Vocação: VOCAÇÃO CRISTÃ!   Vivos, somos convidados a nos tornarmos filhos e filhas de Deus pelo Batismo.   A recepção deste Sacramento na Igreja nos incorpora na Família de Deus, como filhos e filhas no Filho Jesus.   A partir deste momento, tudo de ve mudar pois somos convidados a refletir, com a nossa vida, a Vida do nosso Pai e Deus.   O nosso comportamento, as nossas ações, todo o nosso viver deverão revelar Aquele que cremos ser o Autor da nossa vida.

Como Cristãos e incorporados na Família de Deus, recebemos Novos Chamados, Novas Vocações pois, agora, cada um (a) deverá descobrir o Seu Lugar, a Forma que deverá assumir para revelar a Sua Filiação Divina.   Surgem, aqui, o que chamamos de VOCAÇÕES ESPECÍFICAS.   Tais Vocações são aquelas que cada um (a) se sente impulsionado (a) a assumir por se descobrir realizado nela.   Aqui, a Vida Consagrada, Religiosa, Presbiteral, Ministerial, Profissional, Matrimonial ... se colocam como uma variedade de possibilidades que poderá nos tornar pessoas felizes, realizadas e, automaticamente, colaboradoras da realização e felicidades de outros (as).

Geralmente, a Juventude é o período da vida em que tais possibilidades se abrem à nossa frente.   Trabalhar uma Pastoral Vocacional séria em nossas Comunidades se torna, aqui, uma tarefa extremamente importante.   Será tal Pastoral Vocacional a responsável pela realização de muitas vidas em nosso mundo.

Queremos neste mês de agosto refletir sobre o nosso papel no mundo e, aproveitar as nossas Celebrações, os nossos Encontros Eclesiais para compreendermos o que Deus quer de cada um (a) de nós.   Que nosso Deus, que nos chamou à vida, nos conceda a graça de vivermos bem a nossa Vocação Específica em favor dos nossos irmãos e irmãs.   Assim seja!!!!!

Bom Mês Vocacional para todos (as)!

"Volta às Origens: Oportunidade de Revigoramento!"

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Acabo de retornar de um período de férias e, como quase sempre ocorre, fui para minha casa em Rio das Ostras (digo "minha cassa" porque, apesar de tantos anos fora, para mim, a minha verdadeira casa é lá).   Foram dez dias que me proporcionaram, além do descanso mental, um reencontro com as pessoas que fizeram parte da minha vida e, que por vários fatores, acabaram ficando "para trás".   Porém, apesar de termos nos afastado por conta das histórias de cada um, estas pessoas continuam extremamente importantes em minha vida e, reencontrá-las, é sempre motivo de restauração de forças para continuar caminhando em busca de objetivos cada vez maiores e mais difíceis.

Há quem diga que consegue viver sem a interferência do passado (em alguns casos, acredito que isso seja verdade, sobretudo, com relação às coisas, porém, com relação às pessoas, a situação é bem diferente).   Há pessoas que fazem parte da nossa história e, mesmo que os caminhos e as circunstâncias da vida nos separem, elas continuam influenciando a nossa vida.   

Penso que existem pessoas que se tornam importantes em nossas vidas por reconhecermos que o que somos hoje, se deve, também, às influências que tais relações deixaram em nós.   É assim comigo!

Nestas férias, de modo particular, retornei a Morro do Coco e, tive a grata satisfação de reencontrar pessoas que há anos não via e, como num piscar de olhos, num passe de mágica, por alguns momentos, eu tive a oportunidade de rever grande parte da minha história e, pude perceber como progredi na vida e, melhor ainda, como todos progredimos na vida pois recordando a infância, a juventude, entendemos como há anos atrás, era impossível vislumbrar, nem que fosse por alguns segundos, o que seríamos hoje.   Isso é extremamente importante pois restauramos forças para continuar e, sobretudo, encontramos motivoa para agradecer a Deus por ter nos conduzido até aonde estamos hoje.

Percebo, com isso, que nós somos como árvores que para continuarem crescendo, produzindo ... é preciso ter cuidado com as raizes pois são elas que fornecem os "nutrientes" necessários à vida das mesmas.    Cortar as "raizes" é fatal pois acaba matando as árvores.   Voltar às minhas raizes foi extremamente importante (aliás, como sempre foi) pois recupero minha história e, não perco o rumo e os objetivos da minha vida.    Pessoas simples, pobres mas trabalhadoras, honestas, divertidas e que não sentem vergonha do que foram e são, restauram minhas forças.   Agora posso retomar meus trabalhos nesta cidade complicada que é a nossa São Paulo: estudos e trabalhos pastoral e profissional.

Peço a Deus que continue abençoando os meus parentes e amigos de ontem e de hoje e, que a percepção da nossa história (de onde viemos, aonde estamos) nos auxilie na descoberta do para onde queremos e devemos ir!

Obrigado pela atenção e até a próxima!

"Décimo Oitavo Domingo do Tempo Comum: O Pão Multiplicado, Sinal da Eternidade!" - 31 de Julho de 2011

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria nos reunimos para celebrar a nossa fé em Deus que, em Jesus, nos apresenta o Seu Reino nos sinais prodigiosos apresentados pelo Evangelho e, hoje, de modo particular, na Multiplicação dos Pães.

Apesar de o Reino de Deus não se confundir com as realidades deste mundo, é preciso que nos esforcemos para que os seus sinais se façam presentes, já e aqui entre nós.   Assim, tudo aquilo que, em plenitude experimentaremos no Céu, precisaremos lutar a, cada dia, para ver acontecendo em nosso meio.   Poderíamos dizer que o trabalho da Igreja é exatamente este: buscar transformar a nossa realidade de morte, de exclusão, injustiças, ódios, violência, fome ... em uma realidade de vida, inclusão, justiça, amor, paz e fartura.

Assim, a Primeira Leitura de hoje (Is 55, 1-3) nos mostra a preocupação do profeta em demonstrar que somente em Deus o povo encontraria o que, de fato, necessitava.   O profeta afirma que o povo precisava deixar de "gastar" o seu dinheiro com "coisas" que não valiam à pena.   O necessário, Deus oferta de graça!   Para um povo que vivia, ainda, as marcas do Exílio da Babilônia, o profeta anuncia a real possibilidade de mudança: Deus!   Este Deus oferece, gratuitamente, tudo que o ser humano precisa para viver e, viver bem.   Quem tem sede, fome ... quem está cansado... toda essa gente é convidada a se aproximar do Senhor que oferece toda satisfação "sem dinheiro e sem pagar"!   Para tanto, Deus faz um pacto, uma aliança eterna e, ao povo, pede, somente, FIDELIDADE!

No Evangelho (Mt 14, 13-21), Jesus nos é apresentado como Aquele que cunpre a profecia de Isaías e, gratuitamente, "mata a fome do povo".   Mateus nos fala que após a morte de João Batista - aliás, recordemos que tal morte se deveu ao fato de João falar a verdade aos detentores de um mundo fundado na mentira - Jesus, sai da cidade e vai para uma região deserta, afastada.   Em contrapartida, o povo, cansado da estrutura da cidade, sabendo do ocorrido, vai atrás de Jesus.   O encontro do Senhor com o Povo é paradigmático: "Jesus sente compaixão pois o povo e curou os que estavam doentes!"
Parece, que o povo permaneceu ouvindo o que o Senhor dizia durante todo o dia.   Ao final da tarde, os discípulos vão ter com Jesus, pois estão "PREOCUPADOS" e, pedem para que o Senhor mande embora aquele povo para "que possa ir aos povoados = cidades para "COMPRAR" comida"!   Os discípulos não entendiam que "voltar às cidades" era continuar com umsistema que explorava, excluía, matava ... e, que foi exatamente por isso que o Senhor "sentiu COMPAIXÃO".   Os discípulos não entendiam que o Senhor estava ali, exatamente, para cumprir as palavras do Profeta Isaías na Primeira Leitura de hoje: "vinde comer e beber de graça, sem dinheiro e sem pagar".   Jesus estava ali para inauguras os "tempos messiânicos" aonde o Povo viveria plenamente - aliás, foi para isso que Ele (Jesus) veio!   Por isso, Jesus, ordena que os discípulos ofereçam a cada um dos presentes a satisfação de suas necessidades.   Porém como fazer tamanha proeza com "cinco pães e dois peixes"?   É MUITO POUCO PARA TANTA GENTE!

O que os discípulos não sabiam é que para o Senhor "o pouco pode vir a ser muito".   E, assim, foi feito: entregaram o pouco e receberam o muito.   O milagre ocorreu como resposta à ação pequena dos discípulos.   Assim é o nosso Deus: está sempre disposto a fazer o milagre em nossas vidas quando somos capazes de "FIDELIDADE À ALIANÇA".    Quando fazemos a nossa  parte no pacto, o Senhor vem em socorro de nossas misérias e, completa o que ficou faltando.

Ora, experimentar um Deus assim nos torna íntimos Dele; conhecê-LO dessa forma, nos torna "apegados" a ELE e, nada, nem ninguém, poderá nos separar.   É isso que o Apóstolo Paulo, na Segunda Leitura de hoje (Rm 8, 35.37-39), parece querer nos falar.   Quem experimenta o "AMOR DE CRISTO" não se deixa abater por mais nada pois TUDO suporta e supera: tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, espada.   Suporta tudo isso por saber-se, já, VENCEDOR, "graças àquele que primeiro nos amou!"

Celebrando o Décimo Oitavo Domingo Comum, peçamos a Deus que nos ajude a crescer na Fé e, assim sendo, percebamos a Sua Ação Prodigiosa em nosso favor!   Amém!   

quarta-feira, 13 de julho de 2011

"Décimo Sétimo Domingo do Tempo Comum: A Sabedoria que opta pelo Reino de Deus!" - 24 de Julho de 2011

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Vivemos, hoje, o décimo sétimo domingo comum e continuamos as nossas reflexões sobre o convite que o Senhor nos faz a sermos santos e santas como Ele é Santo!   A cada domingo deste tempo comum, a Palavra de Deus vai nos possibilitando e nos oferecendo pistas para alcançarmos este objetivo.

Neste domingo, a Palavra nos alerta sobre a "Verdadeira Sabedoria" que, quando é obtida por nós, nos torna capazes de abrir mão de TUDO para conquistarmos o "Supremo Bem" que é o "Reino"!

Assim, na Primeira Leitura (I Rs 3, 5.7-12) vemos o rei Salomão após assumir o Trono, indo ao Santuário em Gabaon e, diante da proposta de Javé que lhe permitiu pedir o que quisesse, aproveitou a oportunidade para fazer ao Senhor uma belíssima Oração.   Nesta Oração, o rei reconhece que o Reino, o Poder e o Povo são propriedade Dele (de Deus).    Sabe que foi colocado à frente deste Povo para exercer o Poder à maneira que Ele (Deus) quiser.   Porém, se sente incapaz, jovem demais e, por isso, pede ao Senhor a "SABEDORIA" para ser do jeito que o Senhor quisesse.   A resposta de Javé é imediata pois aquela Oração Lhe agradou.    Salomão não pediu nada para si mesmo mas somente a capacidade de ser para o Povo de Deus o que o próprio Deus e o Povo necessitasse.   Por conta disso, o Senhor lhe concedeu a "SABEDORIA" e, com a mesma, Salomão pôde se tornar o Grande Rei que foi.  

Esta Leitura nos alerta para a verdadeira atitude que devemos ter diante de Deus: reconhecê-Lo como Aquele que pode nos tornar capazes de ser aquilo que Ele quer que sejamos.    Abrir-se à Sua Graça nos capacita para a construção do Reino.    Esta "SABEDORIA", Dom de Deus, nos possibilita realizar escolhas acertadas e que possibilitarão a melhoria de vida para todos.

A Primeira Leitura de hoje nos prepara para a compreensão da Mensagem do Evangelho (Mt 13, 44-52) e, é a conclusão dos textos dos últimos domingos (décimo quinto e décimo sexto).   As três últimas parábolas deste capítulo 13 nos revelam a grandeza do Reino de Deus e nos mostra o que somos capazes de fazer para obtê-Lo.   O Reino de Deus é o Tesouro que está escondido no campo mas, quando alguém O encontra é capaz de vender TUDO para adquirir o campo em questão.   Também é como um comprador de Pérolas que quando encontra A PÉROLA de GRANDE VALOR, abre mão de todas as outras para possuir somente esta.   Às vezes não entendemos o Real Valor das "Coisas do Céu" mas, a partir do momento que compreendemos o Seu Valor somos capazes de coisas impensáveis; abrir mão de tudo passa a ser coisa pequena diante da grandeza e do valor que o Reino possui.

A última parábola nos apresenta o Reino como capaz de portar "peixes bons e maus" mas que no final serão separados por Aquele que é o Seu verdadeiro dono, isto é, o Senhor.

São Paulo aos Romanos (8, 28-30) nos enche de entusiasmo pois nos fala que "para os crentes, tudo é graça e acaba concorrendo para o bem" pois Deus os destinou, desde sempre, à salvação.

Encerrando esta série de três domingos (aonde estudamos as parábolas do capítulo 13 de Mateus - sobre o Reino de Deus), somos convidados a gastarmos as nossas vidas para que o Reino de Deus se faça presente em nosso meio.   Que Deus nos ajude a ser, neste mundo, sinais e construtores deste Reino!   Amém! 

"Primeiro Retiro de Casais: O que Deus Uniu, o homem não Separe!"

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Gostaria de partilhar com todos aqueles casais que não puderam participar deste momento em nossa Comunidade Paroquial, algumas reflexões que marcaram este nosso dia e, para aqueles que estiveram conosco, fica aqui um texto para servir de recordação.

Quando pensei neste Primeiro Retiro para Casais em nossa Comunidade, fiquei pensando o que poderia ser colocado como eixo norteador das nossas reflexões.    São tantos os assuntos interessantes que poderiam servir...    Mas, como sempre acontece comigo, na última semana, decidi:   resolvi que teríamos um dia para refletir (já que era o nosso primeiro retiro) sobre o próprio mistério que envolve o Sacrameto do Matrimônio e algumas consequências práticas para a vida daqueles (as) que o recebem.    Assim, estabeleci como tema, o texto de Gn 2, 24b, a saber, "...E os dois serão uma só carne!" e, como lema, Mt 19, 6b, a saber, "...O que Deus Uniu, o homeme não Separe!"   E, dentro deste campo, organizei todo o nosso dia.   Foram três reflexões, seguidas de conversas entre os casais (um casal, dois casais e três casais respectivamente), além, é claro, dos nossos momentos com Maria e com o Santíssimo Sacramento (que esteve quase todo o tempo exposto no Altar).

Assim, na primeira reflexão fizemos um estudo, uma meditação sobre os textos do Tema e do Lema, tentando mostrar que o Sacramento doMatrimônio é Criação Divina, desde os primórdios da Escritura.   Tentamos estabelecer a ligação entre a história da criação de Adão e Eva com tal Sacramento, demonstrando que o que o Sacramento faz, a graça que ele oferece é de retornar ao seu lugar de origem a "costela" qeu, no passado Deus retirou de Adão para formar Eva.   É por isso que ninguém deve separar aqueles que Deus uniu novamente pelos vínculos do Matrimônio.

Viver esta unidade na diversidade não é tarefa fácil por isso, a segunda reflexão mostrou um caminho seguro para se atingir tal objetivo: a Oração.   A partir do texto de Tobias 8, 4-8, refletimos sobre a necessidade da oração em comum, o casal deve rezar, se colocar na graça em comum, e pedir , implorar de Deus que os mantenha unidos até o final de suas vidas.    Sem oração a "Casa" fica à mercê dos inimigos e, corre grandes riscos de ruir, desabar por completo.    Deus deve ser posto como base sólida, rocha firme para que o casal cumpra a sua missão.

Por último, refletimos sobre uma das funções primordiais do Sacramento do Matrimônio: a geração de filhos e filhas, a perpetuação da espécie.   Aqui, buscamos compreender que os filhos são uma bênção do Senhor (Sl 127) e, mais ainda, eles são dons de Deus ao casal para que sejam educados, transformados em verdadeiros filhos (as) de Deus.    É responsabilidade dos pais dar exemplo pois os filhos servem de espelho e, acabam por fazer o que enxergam no seu dia a dia.   Para isso refletimos sobre o texto do Eclesiástico 3.   Os filhos bem criados e educados na Lei do Senhor serão bons pais e mães das novas famílias que surgirão: é o Círculo Virtuoso.   O contrário gerará e alimentará o Círculo Vicioso.   É preciso pensar!

Por fim, encerramos o nosso dia numa belíssima Celebração Eucarística, aonde refletimos, à Luz da Palavra do Décimo Quinto Domingo do tempo Comum, a necessidade de semearmos sempre e nunca desistir pois a Semente da Palavra de Deus que temos conosco é boa nela mesma e, mais cedo ou mais tarde, produzirá os frutos: semear e preparar o terreno é a nossa missão.   No final da Celebração, os Casais presentes (os que fizeram e os que não fizeram o Retiro) renovaram as Promessas do Matrimônio e, acredito, voltaram para seus lares renovados e prontos para continuarem a sua Missão: ser no mundo Sinais do Amor e Fidelidade de Deus para com o Seu Povo!

A todos os Casais, os meus agradecimentos por partilharmos este dia de graça!
Que Deus abençoe as nossas e todas as famílias!   Amém!  


"Décimo Sexto Domingo do Tempo Comum: A Paciência que Vence os Conflitos da Construção do Reino de Deus!" - 17 de Julho de 2011

Amados Irmãos e Irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Estamos nesta caminhada do Tempo Comum com a Igreja e, recordando o que já dissemos em outros domingos, a grande finalidade deste período do Ano Litúrgico é nos levar à compreensão de que o "Senhor que nos convida a ser santos e santas como Ele é Santo" nos apresenta, ao longo desta etapa, uma série de pistas, de luzes, de caminhos possíveis para se atingir tal objetivo pois, a Palavra vai nos revelando que a santidade não está atrelada, necessariamente, à realização de grandes obras mas, na maioria das vezes, a santidade consiste na execução das pequenas coisas, tarefas do nosso cotidiano, do nosso "tempo comum", de acordo com a Vontade de Deus, o Santo por excelência!

Assim, a cada domingo ou a cada semana, a Palavra vai apontando uma ou mais formas, jeitos de cada um de nós podermos chegar a este objetivo: "SER SANTO COMO NOSSO DEUS É SANTO!"

Neste décimo sexto domingo, a Palavra de Deus nos apresenta uma característica divina que, nós seres humanos, precisamos (e muito, diga-se de passagem!) cultivar para não perdermos a nossa santidade: A PACIÊNCIA!   Ter esta virtude divina é condição para aqueles (as) que querem estabelecer, neste mundo, o Reino de Deus!  Porém, ao contrário do que possamos imaginar, esta não é uma virtude muito simples de ser cultivada pois as vicissitudes, problemas, maldades, tribulações, entre outros, que o mundo nos apresenta, em muitos momentos, acabamos por perder as "estribeiras" e, neste momento, colocamos todo um trabalho, realizado até então, a perder.   A perda ou falta de paciência impede o aparecimento do Reino.

Na Primeira Leitura (Sb 12, 13.16-19), vemos o autor do livro sagrado respondendo às inquietações da Comunidade da segunda metade do Primeiro Século a.C.   O livro da Sabedoria é o último escrito do Primeiro Testamento, elaborado por um judeu piedoso de Alexandria (capital cultural do Helenismo).   Nesta cidade moravam muitos judeus e, na sua grande maioria, eram pobres e perseguidos por conta de sua Fé em Javé.   Por outro lado, alguns se deram muito bem pois não hesitaram em se "misturar" com o modo pagão de viver, afrouxando a fidelidade.   Para estes, a vida parecia bem mais tranquila e fácil.   Diante deste quadro, aqueles que se mantiveram fiéis se perguntavam: "Onde está Deus?"   Por que não enxerga tantas impiedades, infidelidades...?"   "Por que não mostra o seu poder, exterminando esses infiéis?"   "Será que o Poder de Deus caducou com o passar dos séculos?"   "Teria Ele perdido a Força que nossos pais sempre nos contaram que demonstrou nos primórdios da nossa história?"   E, assim, os questionamentos se sucediam um após outro.   

O nosso texto nos revela a resposta que este sábio judeu oferece a tais interrogações, nos revelando um crescimento extraordinário na forma de pensar e entender o Ser de Deus.   Em primeiro lugar, o autor reforça a verdade de que Deus não tem que dar satisfação do seu modo de ser e agir para nada nem ninguém pois nada há além Dele.   Ele (Deus) não precisa ficar explicando para ninguém o seu modo de proceder de modo que os outros percebam que seu julgamento não é injusto.   Somos nós, seus filhos e filhas que precisamos mergulhar no seu Ser e, de lá entendermos que Ele é totalmente diferente de nós e, consequentemente, o seu agir também o é.   Enquanto para nós, forte é quem manda e demonstra poder de persuasão sobre os demais, para Deus a força é usada para produzir justiça (porém, justiça à sua maneira).   Ter poder, para Deus, é ter capacidade de ser para com todos indulgente.   Em outras palavras: Deus manifesta Força e Domínio quando é Justo e Indulgente para com os seres humanos.   Sua Justiça, que oferece a cada um o que cada necessita e, não o que cada um merece, é oposta à nossa.   Por isso, para aquele que não acredita na perfeição do seu poder, Ele mostra a Força que possui (resgata) e, para aquele que pensa que sabe tudo sobre Ele, castiga o atrevimento!   Para Ele (Deus) é a prática da Justiça (à sua maneira) é que pode tornar o justo um ser humano.

Esta forma de ser de Deus, está explícitada no Evangelho (Mt 13, 24-43) que é continuação do Evangelho do domingo passado (Parábola do Semeador, se lembram???).   Hoje, temos a Parábola do Joio e do Trigo.   Esta Parábola deixa claro que o nosso Deus semeia no campo da vida (do mundo e de cada um de nós) a boa semente mas, seu adversário, que é também semeador, semeia a semente má e, neste campo da vida acabam crescendo o bem e o mal simultaneamente.   Aqui, neste poonto a Parábola (como na Primeira Leitura) apresenta um contraste entre a atirude do dono e a dos empregados.   Estes últimos, quando percebem que o mal está crescendo juntamente com o bem, numa decisão afoita, afobada, querem arrancá-lo pela raiz.   Talvez pensem que serão capazes de tamanha proeza por eles mesmos, com seus prórpios esforços.   O patrão, por sua vez, é mais prudente e pede calma, paciência (a exemplo de Deus na primeira leitura).   O patrão faz isso por saber que, em primeiro lugar, no início é muito complicado discernir o que é bom e o que é mal (joio e trigo são plantas muito semelhantes quando pequenas); em segundo lugar, como consequência do primeiro ponto, poderia ocorrer uma "trajédia" e, pensando na limpeza do mal, os empregados estragassem até o que era bom.   Outro ponto importante a se considerar é que, neste mundo que vivemos, a linha que divide o mal do bem não é a que divide grupos, povos, nações diversificados entre si mas, ao contrário do que possamos imaginar, tal linha passa dentro de cada um de nós, tal linha passa pelo coração do ser humano e, portanto, fazer a tal limpeza antes da hora, poderia, sim, pôr tudo a perder.

Aqui, mais uma vez, a calma e a paciência são fundamentais.   É preciso crer que a força e o poder de Deus e do Seu Reino serão capazes de vencer no final.   É o que nos fala as duas Parábolas seguintes: do Grão de Mostarda lançado no Campo e do Fermento na Massa.   Estas duas Parábolas revelam o aparente contraste entre a pequena semente que se transforma na maior árvore e, da pouca quantidade de fermento que leveda grande quantidade de farinha.    É preciso acreditar e ter calma, paciência... é preciso dar tempo e saber esperar que a semente germine (leva tempo) e que o fermento levede (leva tempo).   A falta de paciência porá tudo a perder.   Não se vence o adversário de Deus de uma hora para outra pois esta é uma luta que se trava durante toda a vida e, somente quem perseverar até o fim será salvo.

Por vezes, percebemos que ter tal paciência é impossível e, acabamos por perdê-la.   Quando percebermos que a estamos perdendo, a Segunda Leitura (Rm 8, 26-27), nos oferece a saída: "Deixemos que o Espírito reze, clame, fale em nós com seus gemidos inefáveis pois o Pai entende os gemidos do Seu Espírito!"   Em muitos momentos, sobretudo quando tudo parece perdido, nós não sabemos pedir como convem e, poderemos nos atrapalhar.    Nestes momentos deixemos que o Espírito de Deus fale em nós e por nós pois, tal Espírito intercede, sempre, segundo a Vontade de Deus em favor dos seus!    Creiamos nisso e toquemos a vida da forma que nosso Deus quer!

OREMOS:

Ó Deus, paciente e misericordioso, que não quereis a morte do pecador mas a sua pronta conversão, dai-nos a graça desta paciência para que façamos o nosso trabalho do vosso jeito, sendo canais de salvação para tantos irmãos e irmãs que necessitam de nós!   Isto Vos pedimos, pelos merecimentos de nosso Senhro Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo!   Amém!    



  

sexta-feira, 8 de julho de 2011

"Décimo-Quinto Domingo Comum: O Poder da Palavra de Deus!" - 10 de Julho de 2011

Amados Irmãos e Irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos, com toda a Igreja, o décimo-quinto domingo do Tempo Comum e, continuamos a nossa reflexão sobre o convite que o "Senhor nos faz para sermos santos e santas como Ele é Santo!"   Estamosbuscando compreender que tal Santidade não é prerrogativa daqueles (as) que realizam grandes obras mas, que a mesma consiste na realização das pequenas coisas do nosso cotidiano, do nosso tempo comum de acordo com a Vontade de nosso Senhor.   Assim, cada um (a) de nós pode e deve se sentir capaz de realizar tal "façanha".

Hoje, a Palavra de Deus nos fala, exatamente, do Poder que tem a própria Palavra pronunciada por Ele.   Na Primeira Leitura, o Profeta Isaías, no final de seu texto (55, 10-11), nos apresenta a força da Palavra, comparando-A "à neve e à chuva que caem do céu e para lá não voltam sem cumprir a sua missão".   A Palavra de Deus é, também, assim: "quando Ele fala, tudo o que disse se cumpre!"   Deus é Aquele que fala com autoridade pois a Sua Palavra, sempre, se cumpre. 

Ouvindo essa leitura, somos convidados a nos perguntar se cremos na força e poder dessa Palavra que cumpre tudo o que diz.   Ser santo (a) está estreitamente ligado à confiança que depositamos nesta Palavra que sai da Boca de Deus.   Não somos ou nos tornamos santos (as) por conta de nosso "mero" esforço mas, é a Palavra de Deus, com seu poder e força, que nos possibilitam e nos capacitam para santidade.

O Evangelho (Mt 13, 1-23), narrando a "Parábola do Semeador", também nos oferece a oportunidade de refletir sobre o poder da Palavra (na linguagem da parábola, "a Semente").   O Senhor nos convida a semear a Boa Semente que Ele nos oferece.   Nossa missão é semear confiando na força da própria semente.   Os terrenos (isto é, as pessoas) são diferentes e apresentam condições diferenciadas e , por isso, em alguns a semente não consegue produzir: terrenos batidos, com espinhos ou pedras precisam ser melhor trabalhados para receberem a "Semente Boa da Palavra de Deus".   Se não arrancarmos tudo que dificulta a "Semente" de produzir, Ela não produzirá.   Encontrar terrenos que apresentem tais dificuldades não nos devem conduzir ao desânimo pois, mais cedo ou mais tarde, encontraremos um terreno bom e, para nossa surpresa, cada semente produzirá trinta, sessenta e cem frutos.   Serão tantos os frutos que acabarão por compensar as "possíveis perdas".

Ser santo (a) é confiar que a Semente que o Senhor nos oferece é, por si mesma, boa e capacitada para produzir muitos e bons frutos e, que nosso trabalho é, tão somente, semear e, nunca desistir.   Mais cedo ou mais tarde, a Semente mostrará a sua real força, a força divina pois foi oferecida pelo próprio Deus.

Quando fazemos a nossa parte (lançar a Semente), percebemos que um mundo novo vai sendo gestado, ou melhor, vai aparecendo em nossa frente.   A criação, como nos fala São Paulo escrevendo aos Romanos (8, 18-23) está "gemendo em dores de parto"  e nós também: aguardamos a libertação que nos será oferecida pelo nosso Senhor.

Por fim, celebrando mais este domingo do tempo comum queremos pedir a Deus que nos auxilie a acreditar na força e no poder que a Sua Palavra possui.   Pedimos que a Sua Palavra se faça Verdade em nossas vidas e, que vivendo o que Ela (Palavra de Deus) nos diz, alcancemos as promessas que ela nos oferece.   Amém!