quarta-feira, 13 de julho de 2011

"Décimo Sexto Domingo do Tempo Comum: A Paciência que Vence os Conflitos da Construção do Reino de Deus!" - 17 de Julho de 2011

Amados Irmãos e Irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Estamos nesta caminhada do Tempo Comum com a Igreja e, recordando o que já dissemos em outros domingos, a grande finalidade deste período do Ano Litúrgico é nos levar à compreensão de que o "Senhor que nos convida a ser santos e santas como Ele é Santo" nos apresenta, ao longo desta etapa, uma série de pistas, de luzes, de caminhos possíveis para se atingir tal objetivo pois, a Palavra vai nos revelando que a santidade não está atrelada, necessariamente, à realização de grandes obras mas, na maioria das vezes, a santidade consiste na execução das pequenas coisas, tarefas do nosso cotidiano, do nosso "tempo comum", de acordo com a Vontade de Deus, o Santo por excelência!

Assim, a cada domingo ou a cada semana, a Palavra vai apontando uma ou mais formas, jeitos de cada um de nós podermos chegar a este objetivo: "SER SANTO COMO NOSSO DEUS É SANTO!"

Neste décimo sexto domingo, a Palavra de Deus nos apresenta uma característica divina que, nós seres humanos, precisamos (e muito, diga-se de passagem!) cultivar para não perdermos a nossa santidade: A PACIÊNCIA!   Ter esta virtude divina é condição para aqueles (as) que querem estabelecer, neste mundo, o Reino de Deus!  Porém, ao contrário do que possamos imaginar, esta não é uma virtude muito simples de ser cultivada pois as vicissitudes, problemas, maldades, tribulações, entre outros, que o mundo nos apresenta, em muitos momentos, acabamos por perder as "estribeiras" e, neste momento, colocamos todo um trabalho, realizado até então, a perder.   A perda ou falta de paciência impede o aparecimento do Reino.

Na Primeira Leitura (Sb 12, 13.16-19), vemos o autor do livro sagrado respondendo às inquietações da Comunidade da segunda metade do Primeiro Século a.C.   O livro da Sabedoria é o último escrito do Primeiro Testamento, elaborado por um judeu piedoso de Alexandria (capital cultural do Helenismo).   Nesta cidade moravam muitos judeus e, na sua grande maioria, eram pobres e perseguidos por conta de sua Fé em Javé.   Por outro lado, alguns se deram muito bem pois não hesitaram em se "misturar" com o modo pagão de viver, afrouxando a fidelidade.   Para estes, a vida parecia bem mais tranquila e fácil.   Diante deste quadro, aqueles que se mantiveram fiéis se perguntavam: "Onde está Deus?"   Por que não enxerga tantas impiedades, infidelidades...?"   "Por que não mostra o seu poder, exterminando esses infiéis?"   "Será que o Poder de Deus caducou com o passar dos séculos?"   "Teria Ele perdido a Força que nossos pais sempre nos contaram que demonstrou nos primórdios da nossa história?"   E, assim, os questionamentos se sucediam um após outro.   

O nosso texto nos revela a resposta que este sábio judeu oferece a tais interrogações, nos revelando um crescimento extraordinário na forma de pensar e entender o Ser de Deus.   Em primeiro lugar, o autor reforça a verdade de que Deus não tem que dar satisfação do seu modo de ser e agir para nada nem ninguém pois nada há além Dele.   Ele (Deus) não precisa ficar explicando para ninguém o seu modo de proceder de modo que os outros percebam que seu julgamento não é injusto.   Somos nós, seus filhos e filhas que precisamos mergulhar no seu Ser e, de lá entendermos que Ele é totalmente diferente de nós e, consequentemente, o seu agir também o é.   Enquanto para nós, forte é quem manda e demonstra poder de persuasão sobre os demais, para Deus a força é usada para produzir justiça (porém, justiça à sua maneira).   Ter poder, para Deus, é ter capacidade de ser para com todos indulgente.   Em outras palavras: Deus manifesta Força e Domínio quando é Justo e Indulgente para com os seres humanos.   Sua Justiça, que oferece a cada um o que cada necessita e, não o que cada um merece, é oposta à nossa.   Por isso, para aquele que não acredita na perfeição do seu poder, Ele mostra a Força que possui (resgata) e, para aquele que pensa que sabe tudo sobre Ele, castiga o atrevimento!   Para Ele (Deus) é a prática da Justiça (à sua maneira) é que pode tornar o justo um ser humano.

Esta forma de ser de Deus, está explícitada no Evangelho (Mt 13, 24-43) que é continuação do Evangelho do domingo passado (Parábola do Semeador, se lembram???).   Hoje, temos a Parábola do Joio e do Trigo.   Esta Parábola deixa claro que o nosso Deus semeia no campo da vida (do mundo e de cada um de nós) a boa semente mas, seu adversário, que é também semeador, semeia a semente má e, neste campo da vida acabam crescendo o bem e o mal simultaneamente.   Aqui, neste poonto a Parábola (como na Primeira Leitura) apresenta um contraste entre a atirude do dono e a dos empregados.   Estes últimos, quando percebem que o mal está crescendo juntamente com o bem, numa decisão afoita, afobada, querem arrancá-lo pela raiz.   Talvez pensem que serão capazes de tamanha proeza por eles mesmos, com seus prórpios esforços.   O patrão, por sua vez, é mais prudente e pede calma, paciência (a exemplo de Deus na primeira leitura).   O patrão faz isso por saber que, em primeiro lugar, no início é muito complicado discernir o que é bom e o que é mal (joio e trigo são plantas muito semelhantes quando pequenas); em segundo lugar, como consequência do primeiro ponto, poderia ocorrer uma "trajédia" e, pensando na limpeza do mal, os empregados estragassem até o que era bom.   Outro ponto importante a se considerar é que, neste mundo que vivemos, a linha que divide o mal do bem não é a que divide grupos, povos, nações diversificados entre si mas, ao contrário do que possamos imaginar, tal linha passa dentro de cada um de nós, tal linha passa pelo coração do ser humano e, portanto, fazer a tal limpeza antes da hora, poderia, sim, pôr tudo a perder.

Aqui, mais uma vez, a calma e a paciência são fundamentais.   É preciso crer que a força e o poder de Deus e do Seu Reino serão capazes de vencer no final.   É o que nos fala as duas Parábolas seguintes: do Grão de Mostarda lançado no Campo e do Fermento na Massa.   Estas duas Parábolas revelam o aparente contraste entre a pequena semente que se transforma na maior árvore e, da pouca quantidade de fermento que leveda grande quantidade de farinha.    É preciso acreditar e ter calma, paciência... é preciso dar tempo e saber esperar que a semente germine (leva tempo) e que o fermento levede (leva tempo).   A falta de paciência porá tudo a perder.   Não se vence o adversário de Deus de uma hora para outra pois esta é uma luta que se trava durante toda a vida e, somente quem perseverar até o fim será salvo.

Por vezes, percebemos que ter tal paciência é impossível e, acabamos por perdê-la.   Quando percebermos que a estamos perdendo, a Segunda Leitura (Rm 8, 26-27), nos oferece a saída: "Deixemos que o Espírito reze, clame, fale em nós com seus gemidos inefáveis pois o Pai entende os gemidos do Seu Espírito!"   Em muitos momentos, sobretudo quando tudo parece perdido, nós não sabemos pedir como convem e, poderemos nos atrapalhar.    Nestes momentos deixemos que o Espírito de Deus fale em nós e por nós pois, tal Espírito intercede, sempre, segundo a Vontade de Deus em favor dos seus!    Creiamos nisso e toquemos a vida da forma que nosso Deus quer!

OREMOS:

Ó Deus, paciente e misericordioso, que não quereis a morte do pecador mas a sua pronta conversão, dai-nos a graça desta paciência para que façamos o nosso trabalho do vosso jeito, sendo canais de salvação para tantos irmãos e irmãs que necessitam de nós!   Isto Vos pedimos, pelos merecimentos de nosso Senhro Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo!   Amém!    



  

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