sábado, 30 de novembro de 2013

"Festa de Jesus Cristo, Rei do Universo: Entregar a Vida para salvar a vida!" - 24 de Novembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Chegamos ao Último Domingo do Tempo Comum e do Ano Litúrgico e, propositalmente, a Igreja nos oferece a oportunidade de celebrar Jesus Cristo como Rei do Universo para nos mostrar que a nossa vida de crentes só tem sentido se Jesus for o Rei dela.   Mas, o que significa ter Jesus como nosso Rei?   Essa questão nos orientará em nossa reflexão nesse dia.

Quando falamos em Rei nos vem logo à mente a ideia de poder, opressão, grandeza, riqueza, trono, palácio ... e, muitas vezes, ao tratarmos de Jesus e do Seu Reino imaginamos que eles sejam assim.   Grave engano! É exatamente o seu oposto que nos fala a Palavra de hoje.   Quando afirmamos que Jesus é o nosso Rei devemos ter sim em mente que Ele é o Senhor e nós seus súditos e portanto é preciso estar atento para fazer o que Ele espera de nós.   Mas, o que Ele espera de nós?   Vejamos:

A Primeira Leitura (2 Sm 5, 1-3) nos apresenta a escolha de Davi como o novo rei de Israel e voltando no tempo, percebemos que quando Deus faz a escolha de Davi para substituir Saul isso se deu exatamente porque este último começou a usurpar o poder que lhe fora confiado por Deus e passou a usá-lo em benefício próprio.   A escolha de Davi é surpreendente pois o mesmo é o filho caçula, de uma das últimas famílias da Tribo de Judá.   O relato de sua escolha nos revela que Deus não olha a aparência mas o coração e escolhe aquele que estiver disposto a cumprir a Sua Vontade.   É essa figura de Rei (Davi Pastor de Ovelhas) que dá origem à ideia de Jesus Rei do Universo: Ele é Rei enquanto é o Bom Pastor do Rebanho; é Rei enquanto oferece a Sua Vida para salvar a vida de suas ovelhas; é Rei porque sabe perdoar, se compadecer, cuidar dos que sofrem todo e qualquer tipo de opressão e, os que acreditam Nele como Rei devem seguir-Lhe o exemplo e, muitas vezes não o fazemos mas afirmamos ser Ele o nosso Rei e Senhor.   Isso é uma incoerência!

A leitura nos prepara para o Evangelho (Lc 23, 35-43) onde nos é apresentado o Rei Jesus no Alto da Cruz sendo motivo de chacota dos presentes e de um dos  crucificados.   Ao contrário do poderia acontecer, Ele não rebate a uma só afronta que sofre mas, se dirigindo àquele que ficou conhecido como Bom Ladrão promete-lhe que estará no paraíso ainda hoje!   

Que bela lição o Rei nos dá: colocado em Seu Trono, a Cruz, ainda encontra força para falar de perdão, de paz, de justiça, de AMOR!   Os súditos desse Rei deveriam agir dessa mesma forma!

Por fim, o Apóstolo Paulo na Segunda Leitura (Cl 1, 12-20) nos apresenta o Senhor Jesus como Aquele que nos libertou das trevas do pecado e é para nós a imagem do Deus Invisível.   É por Ele que tudo que foi criado nos céus e na terra e para Ele tudo converge!   Cabe a nós aceitar essa verdade e nos deixarmos guiar por Sua Santa Vontade pois somente assim Ele será o Rei de nossas Vidas!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

"XXXIII Domingo do Tempo Comum: É preciso enxergar além das Aparências!" - 17 de Novembro de 2013

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria celebramos o XXXIII Domingo do Tempo Comum e, assim, abrimos a penúltima semana do Ano Litúrgico de 2013.   Dando sequência às nossas reflexões das últimas semanas, somos convidados a compreender que o Ano que chega ao fim nos alerta e nos põe cara a cara com o final do nosso tempo nesse mundo; o ano que chega ao fim nos apresenta a verdade sobre a transitoriedade do nosso tempo nesse mundo e nos fala que a vida, aqui e agora, é provisória e, sem nos darmos conta, ela (vida nesse mundo) chega ao seu termo.

Assim, nos perguntamos: O que é preciso fazer para dar a essa vida que vivemos um sentido?   O que valorizar, de fato, nesse tempo que vivemos para não nos decepcionarmos depois?   O que conta e o que devemos fazer?   Essas e tantas outras questões estão nos acompanhando nesses últimos dias do Ano Litúrgico.

Nesse penúltimo Domingo do Ano, a Palavra de Deus vem nos alertar para a necessidade de não nos perdermos nas aparências das coisas do mundo pois, como afirma Jesus, "a figura desse mundo passa!"  O cristão, a cristã são o homem e a mulher que vivem nesse mundo como se nele não estivessem e, vivendo entre tudo que passa coloca o seu olhar, o seu coração, a sua mente, naquilo que não passa e não se perde com a casca aparente de tudo que os rodeia.

A Primeira Leitura (Ml 3, 19-20a) que é um texto muito curto nos fala muito nesse dia.   Diante de uma Comunidade que se questiona sobre a possível intervenção divina nesse mundo, que vai aos poucos se vendo fraca na fé e perdendo a esperança, o profeta fala em nome de Deus: não desanimem pois Javé Deus está para intervir, o seu Dia está chegando e, nesse Dia TUDO QUE NÃO PRESTA SERÁ DESTRUÍDO!   O pecado, a impiedade humana serão destruídos e postos num fogo que não se acaba.   O Dia de Javé será o fim do mal, do pecado e a libertação plena de seus filhos e filhas pois o sol da justiça irá brilhar para sempre e a salvação será trazida.

Que bela leitura a do profeta Malaquias!   Quanta consolação saber que o Dia de Javé não será o dia de um justiceiro barato que pagará com a mesma moeda o mal praticado.   Deus, ao contrário de nós, sabe diferenciar as nossas ações daquilo que somos e não confunde com as mesmas.   Ele não joga a água suja com a criança dentro fora mas recupera a criança, agora lavada e alvejada em seu Sangue Purificador.   A destruição final se dará para nossos pecados, nossas maldades, nossos erros ... o joio é queimado mas o trigo é recolhido no celeiro de Deus.

Essa Leitura nos prepara para o Evangelho (Lc 21, 5-19) onde Jesus nos chama a atenção para não confundirmos a aparência com a essência pois o aparente será destruído e a essência será salva para sempre!   Aos que observavam a beleza do Templo de Jerusalém, suas pedras preciosas e suas ofertas votivas, afirma: Vocês admiram estas coisas?   Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra!  Tudo será destruído!   É preciso enxergar além das aparências e, mais ainda, deixar-se envolver pelas coisas e situações que não irão passar.  

Depois, numa linguagem apocalíptica, o Senhor chama atenção para não nos deixarmos enredar por tais aparências pois muitos aparecerão em seu nome e poderão enganar a muitos (sobretudo os que vivem enganados pelo que parece mas não é).   A fidelidade a Ele trará sérias consequências trágicas mas a fé fará compreender que no final Ele vencerá e nenhum sequer dos fios de cabelos de nossa cabeça será destruído ou perdido!   É permanecendo firme que iremos ganhar a Vida!

Que beleza de texto evangélico, cheio de esperança para nós que cremos e buscamos viver de acordo com a nossa fé: a vontade de Deus triunfará no final!

Por fim, o Apóstolo Paulo, na Segunda Leitura (2 Ts 3, 7-12) nos alerta para a necessidade de não ficarmos esperando que as coisas boas caiam do céu mas trabalhemos para que as mesmas aconteçam.   O Cristão, a Cristã não podem viver na ociosidade, sem fazer nada, aguardando dos céus as transformações que podemos, já aqui, realizar.   

Viver o Final do Ano Litúrgico é viver a oportunidade para nos questionarmos sobre o modo como estamos vivendo a nossa vida: de aparência ou de essência?  de trabalho ou de ociosidade?  fazendo a nossa parte ou esperando que Deus faça Tudo sozinho?   

Que cada um (a) se interrogue a si mesmo e dê as respostas a esta e tantas outras questões que a Palavra de Deus nos coloca!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares


sábado, 9 de novembro de 2013

"XXXII Domingo do Tempo Comum: A Ressurreição como Vida se prolonga pela Eternidade!" - 10 de Novembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria vamos nos encaminhando para o final de mais um Ano Litúrgico e, como estamos refletindo nesses últimos domingos, o ano que chega ao fim nos faz pensar em nossa própria vida que, assim como ano que termina, também vai se encaminhando para o seu termo.   Diante da vida que vai dando sinais de fragilidade nos perguntamos: O que existirá depois daqui?   O que estará reservado para nós depois que o nosso tempo terminar neste mundo?   Haverá, de fato, algo além da morte?   A vida não terminaria na sepultura, no cemitério para onde todos (as) nos encaminhamos?

Para responder a essas e tantas outras questões, a Liturgia da Igreja nesse Mês de Novembro - de modo muito particular - vem refletir conosco sobre essas realidade últimas que nos esperam: Morte, Juízo, Céu ou Inferno!   Para nós, os crentes, a vida que vivemos aqui se plenificará no depois daqui e, portanto, é preciso ter bastante atenção ao modo como estamos conduzindo a nossa existência pois as nossas escolhas, ações, pensamentos, palavras e omissões darão o tom da nossa eternidade.

Meditando a Palavra de Deus vamos percebendo que ideia de uma Ressurreição dos Mortos, de uma Vida além da Morte não é algo que sempre esteve presente na História da Salvação.   Na verdade, Deus vai se dando a conhecer paulatinamente e, na medida em que percebe que o Povo está mais maduro vai oferecendo condições de compreender melhor quem Ele é e, consequentemente, o que Ele tem reservado para nós, seus filhos e filhas.   Com a Ressurreição também foi assim: pouco a pouco o Povo vai compreendendo tal verdade e vivendo de acordo com ela!

A Celebração de hoje nos fala sobre a Ressurreição dos Mortos e nos apresenta um texto na Primeira Leitura (2 Mc 7, 1-2.9-14) onde esta Verdade é revelada de forma explícita, sem nenhuma sombra de dúvidas.   Estamos no segundo século a.C. e a perseguição de Antíoco Epífanes ao Povo de Deus se intensificou de forma que muitos justos acabaram morrendo na batalha contra tais perseguidores.   A morte do justo é sempre uma ocasião para refletir o que está fazendo Deus que parece não ver o que está ocorrendo.   A morte daqueles que lutaram pela preservação da fidelidade em meio à perseguição horrorosa que se abateu faz surgir a Fé na Ressurreição dos Mortos pois não é possível que Deus não tenha nada para oferecer àqueles (as) que tombaram lutando pra não ceder às tentações e investidas dos perversos que dominam o mundo.  Aqui, no texto em questão temos a ideia da Ressurreição dos Justos somente.

A leitura nos relata a prisão, tortura e morte de uma família judia que não cedeu à tentação do adversário de Deus que lhes queria fazer comer carne de porco, ação essa considerada pecaminosa pelos judeus.   Um dos filhos se levanta e enfrenta os algozes afirmando que aceitariam a morte mas não se tornariam infiéis às leis dos antepassados (dos pais).   Um segundo afirma que os malvados podem tirar-lhe a vida mas o Rei do universo os ressuscitará para uma Vida Eterna, a eles que morriam por suas leis!   Um terceiro filho apresenta língua e mãos desprezando aqueles membros pois sabia que do céu os havia recebido e de lá os receberia novamente.   A coragem e a intrepidez dos adolescentes deixaram todos - inclusive o Rei - espantados.   Considerar o sofrimento como coisa menor e sem sentido diante da Eternidade é incompreensível para aqueles (as) que não acreditam.   Por último, o quarto irmão é torturado e não cede às tentações mas, ao contrário afirma: prefiro ser morto pelos homens tendo em vista a esperança dada por Deus, que um dia nos ressuscitará.   Para ti, porém, ó rei, não haverá ressurreição para a vida!   Nesse último versículo percebemos que, mesmo aqui, ainda, a ideia da Ressurreição ainda é restrita!

Essa Primeira Leitura nos prepara para a grande contenda narrada no Evangelho de hoje (Lc 20, 27-38): estamos diante de uma tentativa dos saduceus de apanhar Jesus em alguma contradição e, tal tentativa, hoje, se dá por meio da questão da Ressurreição dos Mortos que este grupo religioso da época não aceitava.   Vejamos:

Os saduceus que negam a Ressurreição pois eram muito ricos e a a esperança na mesma poderia comprometer seus bens, se aproximam de Jesus e oferecem uma questão para o Senhor responder: partindo da Lei do Levirato, dada por Moisés que exigia que quando um irmão morria e não deixava filhos, o irmão deveria se casar com a viúva afim de suscitar uma descendência para o que havia morrido.   Pois bem: havia uma mulher que se casou e o marido morreu sem deixar filhos.   Assim, o irmão se casou mas morreu sem deixar filhos.   Eram sete irmãos e todos se casaram e morreram sem deixar filhos.   Por fim morreu a mulher.   Ponto alto:   De quem será a mulher na Ressurreição dos Mortos já que foi casada com os sete irmãos nessa vida?

Essa é uma questão maldosa mas, ao mesmo tempo, é ocasião para o Senhor elucidar uma dúvida sobre a Ressurreição.   Vejamos: é preciso entender que não ressuscitamos para viver uma vida semelhante a que vivemos aqui pois, se assim fosse, não haveria necessidade de morrer.   A Ressurreição nos possibilitará uma Nova Vida, uma Outra Vida onde não haverá mais essas relações menores (se é que posso falar assim) próprias desse tempo.   Os que forem considerados dignos da Ressurreição ressuscitarão para uma Vida em Deus e a Nova Realidade não comportará mais qualquer relação a não ser a de filhos e filhas de Deus, isto é, de irmãos.   Não mais que se dê em casamento e quem peça para se casar pois eremos como anjos de Deus.   Essa é uma Verdade que precisamos crescer na compreensão para não nos iludirmos com uma ideia errônea sobre Ressurreição dos Mortos.

Por fim, a Segunda Leitura (2 Ts 2, 16 - 3, 5) nos apresenta o Apóstolo Paulo exortando a Comunidade de Tessalônica a viver na esperança, com corações animados e confirmando as ações boas e a palavra.   Também pede que a Comunidade continue rezando pelo sucesso da Evangelização para que todos conheçam a Verdade: em Cristo temos a firme esperança de estarmos, um dia, todos juntos, com nosso Pai nos Céus!

Que Deus nos ajude a crescer na Esperança da Ressurreição e movidos por tal sentimento saibamos nos comprometer, já aqui e agora, com as realidade que nos esperam nos Céus!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

"Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus: As Duas Faces da Moeda da Santidade!" - 03 de Novembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Estamos celebrando com a Igreja no Brasil a Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus.   No Calendário Oficial esta é celebrada no dia 01/11 mas, como no Brasil esse dia não é mais feriado, a Igreja passou a celebrá-la no (quando o dia 01/11 não cai no Domingo) no Domingo seguinte pois, entendemos que tal Solenidade tem para todos os católicos uma Mensagem Solene e, a nossa participação na Celebração se faz extremamente importante para compreendermos melhor o que significa e quais as implicações do ser cristão no mundo que vivemos.

Bom, a Celebração de hoje nos afirma que a Santidade é um Convite, é um Dom que Deus - o totalmente Santo, o Santo por excelência, a Fonte e Origem da Santidade - faz a todos nós, sem excluir ninguém.   Esse convite foi aceito e vivido por muitos homens e mulheres de todos os tempos, de todas as raças, povos, línguas e nações do mundo e, por conta disso, tais irmãos e irmãs nos antecederam no Reino dos Céus, estão compondo a Grande Multidão Celeste apesar de não terem sido, oficialmente, reconhecidos pela Igreja e não terem sido elevados à honra dos altares.   Precisamos compreender que no Céus não estão somente os Santos e Santas de nossa devoção: Santo Antônio de Pádua, São Francisco de Assis, Nossa Senhora, São João Batista, São Judas Tadeu, São José...   Mas, o Céu está muito mais cheio do que pensamos pois lá poderão estar nossos parentes, amigos, pessoas que conviveram conosco e nos fizeram o bem ... tantos e tantos ... incontáveis que, não cessam de interceder por nós que militamos nesse mundo na esperança de um dia nos unirmos a eles todos.

Dessa forma, a Igreja quer nos orientar com a Solenidade de hoje sobre as facilidades e dificuldades que a Santidade comporta para cada um de nós.   Ser Santo não é fácil mas contamos com a ajuda Daquele que é Santo em plenitude e nos adota como seus filhos e filhas, deixando a missão menos árdua (se é que posso falar dessa forma...)

A Palavra de Deus vem ao nosso encontro para nos alimentar e nos conduzir à Santidade que Deus espera de nós e, começando pela Segunda Leitura (I Jo 3, 1-3), nessas poucas palavras, o Apóstolo nos enche de alegria e de esperança pois nos afirma que o que cada um (a) de nós precisa para ser Santo (a) o Pai nos deu.   Assim nos fala: Caríssimos: vede que presente de amor o Pai nos deu: DE SERMOS CHAMADOS FILHOS DE DEUS!   E NÓS O SOMOS!   Ora, se é verdade que os filhos trazem neles as marcas de seus pais e, mais ainda, são, por assim dizer, os seus herdeiros diretos, ao afirmar tal verdade, São João nos revela que tudo que é próprio de Deus, Ele por Amor a nós, nos concedeu não por méritos nossos mas porque Ele é BOM, porque Ele nos AMA!   Assim, não podemos sair por aí afirmando que não dá para ser do jeito de Deus pois somos humanos.   Tal desculpa não cola mais pois a Palavra nos fala que Deus nos adotou como filhos e filhas e nos transmitiu pelos méritos de Seu Filho Unigênito TUDO QUE PRECISAMOS PARA VIVER SEGUNDO A SUA VONTADE!   É verdade que ainda perambulamos na penumbra da Fé mas, a mesma me afirma que quando TUDO ESTIVER CONCLUÍDO, nós nos manifestaremos semelhantes a Ele pois o veremos tal qual Ele é.   Esperar Nele é o caminho para purificação que necessitamos enquanto caminhamos por aqui.

Nesse sentido, o final da Segunda Leitura nos oferece uma ligação para o passo seguinte da nossa reflexão: se é fácil, por uma lado ser Santo pois Deus nos assumiu como filhos e nos dotou com o que precisamos para tanto, por outro, ser Santo é muito difícil pois precisamos viver como tal nesse mundo que não aderiu ao Senhor e busca intimidar os filhos e filhas de Deus, persuadindo-os a não levarem adiante tal intento.

A Primeira Leitura (Ap 7, 2-4.9-14) nos apresenta essa outra face da moeda pois nos revela que a multidão que compõe o Céu veio da grande tribulação e lavaram e alvejaram as suas vestes no SANGUE DO CORDEIRO!   Quando falamos em tribulação, muitos pensam que a mesma seja, simplesmente, um sofrimento qualquer.   Tribulação é sofrimento sim mas não qualquer sofrimento e, portanto, não basta sofrer para ser salvo.   A tribulação é todo sofrimento que nos acomete por estarmos fincados na Verdade de Deus, por sermos filhos e filhas que correspondem ao Amor do Pai, que não se deixam seduzir pelas investidas do mundo quando as mesmas se opõem ao Projeto do Senhor para nós.   Quando vencemos tal sofrimento, quando o suportamos por Amor a Deus que primeiro nos amou, somos Santos e Santas.   Para isso, é importante uma união com o Senhor em todos os sentidos, é preciso encaminhar as nossas vidas para o local de onde escorre o seu Sangue Purificador e, este escorre do Alto da Cruz.   É lá, na Cruz, que lavamos e alvejamos as nossas vestes manchadas pelo nosso pecado que não nos deixam viver o que Deus quer de nós.   Viver a vida se dirigindo para o Calvário para sermos pregados com Cristo na Cruz é o caminho seguro de salvação, de santidade e que, infelizmente, não gostamos muito de seguir por ele.

Por fim, o Evangelho (Mt 5, 1-12a) nos apresenta o Senhor, no começo do Sermão da Montanha - Coração do Evangelho de Mateus - revelando quem são os Bem-Aventurados aos olhos do Pai e, se prestarmos atenção às suas palavras, perceberemos que as categorias utilizadas por Ele não são nenhum um pouco agradáveis para nós.   Na verdade, só existe uma Bem-Aventurança, sendo as demais, consequências dessa primeira:  os pobres em espírito!   Ser pobre em espírito significa compreender que não somos nada e Deus é Tudo e, portanto somente Nele a nossa vida terá sentido, cumprindo a Sua Vontade seremos felizes mesmo que, aparentemente, a Sua Vontade nos pareça estranha, difícil, impossível muitas vezes.   As demais são desdobramentos dessa pobreza em espírito: aflitos, mansos, que têm sede e fome de justiça, misericordiosos, puros de coração, promotores da paz, perseguidos por causa da justiça, injuriados, perseguidos, caluniados por Ele, tudo é consequência de aceitarmos Deus como único Senhor de nossas Vidas!

Que Deus nos ajude a viver a Santidade que Ele espera de nós e que depositando toda a nossa confiança e esperança Nele não temamos Nada nem Ninguém que ousar querer nos tirar de caminho que Ele nos propõe!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

terça-feira, 5 de novembro de 2013

"Dia dos Finados: A Vida que ganha sentido a partir da Morte!" - 02 de Novembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Estamos iniciando o último mês do Ano Litúrgico e, como já mencionamos anteriormente, somos convidados a pensar sobre a vida que estamos vivendo e como a estamos vivendo: estamos compreendendo que a Vida é um Dom que o Pai dos Céus nos deu e, assim sendo, devemos descobrir o que Ele espera de cada um (a) de nós e colocarmos em prática o seu projeto a nosso respeito?  Ou, ao contrário, estamos entendendo a Vida como um produto do acaso e, dessa forma, poderemos viver como "nos der na telha" e fazer o que queremos, do jeito que queremos, quando queremos e com quem quisermos?

Para nós que cremos a Vida é compreendida como Dom de Deus e a sua realização se encontra no cumprir a vontade Dele para cada um (a) de nós.   Para os crentes, a Vida nesse mundo, nesse tempo possui estreita relação com a Vida Eterna e, portanto, precisamos refletir muito sobre o nosso comportamento pois, de acordo com a nossa fé, tudo que fazemos, pensamos, falamos e ou deixamos de fazer (omissão) possui consequências no depois daqui, na Eternidade.   Na verdade, o que acontecerá conosco após essa Vida é resultado de nossas escolhas, de nossas opções aqui.   Por isso, o crente é o homem que pensa muitíssimo antes de qualquer coisa pois acredita na Eternidade como consequência de nossas escolhas aqui.   Crer na Ressurreição dos Mortos muda tudo em nossa vida!

Porém, nem sempre a ideia de Ressurreição dos Mortos esteve clara para o Povo de Deus.   Na verdade, essa é uma ideia que vai sendo construída, paulatinamente, pouco a pouco, no decorrer da História da Salvação.   Na medida em que o Povo ia experimentando e compreendendo Deus, tal ideia foi ganhando força e sendo compreendida como verdade absoluta.

Assim, a Primeira Leitura (Jó 19, 1.23-27a) nos apresenta um dos primeiros textos que trata dessa realidade.   A personagem central do livro (Jó), depois de muitas discussões com seus "amigos" quer o fim do processo de sua vida porém demonstra uma fé inabalável na Vida em Deus mesmo depois que a mesma terminar por aqui: gostaria que minhas palavras fossem escritas e gravadas com chumbo e ferro, cravadas na rocha para sempre!   Eu sei que o meu Redentor está vivo e que, por último se levantará do pó ... depois de destruírem a minha pele, na minha carne VEREI A DEUS!   Que bela afirmação: depois da vida destruída, verei a Deus com meus próprios olhos!

É esta esperança de uma Vida para além dessa que vivemos marcada pela dor, sofrimento, cruz e morte que não nos deixa desanimar e nos faz seguir em frente.   

Na Segunda Leitura (Rm 5, 5-11) vemos o Apóstolo Paulo nos falar da esperança que não decepciona pois o Amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos dado!   Deus enviou o seu Filho para morrer por nós e esta é a maior prova do quanto a nossa vida é importante aos seus olhos: não valíamos NADA e Deus morreu por nós!   O que não fará agora que já estamos justificados de nossos pecados?   Depois da Morte de Jesus na Cruz podemos nos considerar SALVOS e, portanto deveremos viver de tal forma que a Salvação que nos foi oferecida gratuitamente transpareça em nossa Vida Mortal.

Por fim, o Evangelho (Jo 6, 37-40) nos mostra o Senhor Jesus nos apresentando a sua missão: fazer a Vontade Daquele que o enviou e, tal Vontade é que Ele não perca NENHUM daqueles que o Pai lhe deu mas o ressuscite no último dia! ... Crer no Filho que por nós se entregou nos garante a VIDA ETERNA!

Que a Celebração dos Finados nos faça refletir mais e melhor sobre a nossa própria vida e, dessa forma, possamos melhorar o que ainda está sendo obstáculo à conquista da Vida Eterna em Deus!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares