sábado, 9 de novembro de 2013

"Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus: As Duas Faces da Moeda da Santidade!" - 03 de Novembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Estamos celebrando com a Igreja no Brasil a Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus.   No Calendário Oficial esta é celebrada no dia 01/11 mas, como no Brasil esse dia não é mais feriado, a Igreja passou a celebrá-la no (quando o dia 01/11 não cai no Domingo) no Domingo seguinte pois, entendemos que tal Solenidade tem para todos os católicos uma Mensagem Solene e, a nossa participação na Celebração se faz extremamente importante para compreendermos melhor o que significa e quais as implicações do ser cristão no mundo que vivemos.

Bom, a Celebração de hoje nos afirma que a Santidade é um Convite, é um Dom que Deus - o totalmente Santo, o Santo por excelência, a Fonte e Origem da Santidade - faz a todos nós, sem excluir ninguém.   Esse convite foi aceito e vivido por muitos homens e mulheres de todos os tempos, de todas as raças, povos, línguas e nações do mundo e, por conta disso, tais irmãos e irmãs nos antecederam no Reino dos Céus, estão compondo a Grande Multidão Celeste apesar de não terem sido, oficialmente, reconhecidos pela Igreja e não terem sido elevados à honra dos altares.   Precisamos compreender que no Céus não estão somente os Santos e Santas de nossa devoção: Santo Antônio de Pádua, São Francisco de Assis, Nossa Senhora, São João Batista, São Judas Tadeu, São José...   Mas, o Céu está muito mais cheio do que pensamos pois lá poderão estar nossos parentes, amigos, pessoas que conviveram conosco e nos fizeram o bem ... tantos e tantos ... incontáveis que, não cessam de interceder por nós que militamos nesse mundo na esperança de um dia nos unirmos a eles todos.

Dessa forma, a Igreja quer nos orientar com a Solenidade de hoje sobre as facilidades e dificuldades que a Santidade comporta para cada um de nós.   Ser Santo não é fácil mas contamos com a ajuda Daquele que é Santo em plenitude e nos adota como seus filhos e filhas, deixando a missão menos árdua (se é que posso falar dessa forma...)

A Palavra de Deus vem ao nosso encontro para nos alimentar e nos conduzir à Santidade que Deus espera de nós e, começando pela Segunda Leitura (I Jo 3, 1-3), nessas poucas palavras, o Apóstolo nos enche de alegria e de esperança pois nos afirma que o que cada um (a) de nós precisa para ser Santo (a) o Pai nos deu.   Assim nos fala: Caríssimos: vede que presente de amor o Pai nos deu: DE SERMOS CHAMADOS FILHOS DE DEUS!   E NÓS O SOMOS!   Ora, se é verdade que os filhos trazem neles as marcas de seus pais e, mais ainda, são, por assim dizer, os seus herdeiros diretos, ao afirmar tal verdade, São João nos revela que tudo que é próprio de Deus, Ele por Amor a nós, nos concedeu não por méritos nossos mas porque Ele é BOM, porque Ele nos AMA!   Assim, não podemos sair por aí afirmando que não dá para ser do jeito de Deus pois somos humanos.   Tal desculpa não cola mais pois a Palavra nos fala que Deus nos adotou como filhos e filhas e nos transmitiu pelos méritos de Seu Filho Unigênito TUDO QUE PRECISAMOS PARA VIVER SEGUNDO A SUA VONTADE!   É verdade que ainda perambulamos na penumbra da Fé mas, a mesma me afirma que quando TUDO ESTIVER CONCLUÍDO, nós nos manifestaremos semelhantes a Ele pois o veremos tal qual Ele é.   Esperar Nele é o caminho para purificação que necessitamos enquanto caminhamos por aqui.

Nesse sentido, o final da Segunda Leitura nos oferece uma ligação para o passo seguinte da nossa reflexão: se é fácil, por uma lado ser Santo pois Deus nos assumiu como filhos e nos dotou com o que precisamos para tanto, por outro, ser Santo é muito difícil pois precisamos viver como tal nesse mundo que não aderiu ao Senhor e busca intimidar os filhos e filhas de Deus, persuadindo-os a não levarem adiante tal intento.

A Primeira Leitura (Ap 7, 2-4.9-14) nos apresenta essa outra face da moeda pois nos revela que a multidão que compõe o Céu veio da grande tribulação e lavaram e alvejaram as suas vestes no SANGUE DO CORDEIRO!   Quando falamos em tribulação, muitos pensam que a mesma seja, simplesmente, um sofrimento qualquer.   Tribulação é sofrimento sim mas não qualquer sofrimento e, portanto, não basta sofrer para ser salvo.   A tribulação é todo sofrimento que nos acomete por estarmos fincados na Verdade de Deus, por sermos filhos e filhas que correspondem ao Amor do Pai, que não se deixam seduzir pelas investidas do mundo quando as mesmas se opõem ao Projeto do Senhor para nós.   Quando vencemos tal sofrimento, quando o suportamos por Amor a Deus que primeiro nos amou, somos Santos e Santas.   Para isso, é importante uma união com o Senhor em todos os sentidos, é preciso encaminhar as nossas vidas para o local de onde escorre o seu Sangue Purificador e, este escorre do Alto da Cruz.   É lá, na Cruz, que lavamos e alvejamos as nossas vestes manchadas pelo nosso pecado que não nos deixam viver o que Deus quer de nós.   Viver a vida se dirigindo para o Calvário para sermos pregados com Cristo na Cruz é o caminho seguro de salvação, de santidade e que, infelizmente, não gostamos muito de seguir por ele.

Por fim, o Evangelho (Mt 5, 1-12a) nos apresenta o Senhor, no começo do Sermão da Montanha - Coração do Evangelho de Mateus - revelando quem são os Bem-Aventurados aos olhos do Pai e, se prestarmos atenção às suas palavras, perceberemos que as categorias utilizadas por Ele não são nenhum um pouco agradáveis para nós.   Na verdade, só existe uma Bem-Aventurança, sendo as demais, consequências dessa primeira:  os pobres em espírito!   Ser pobre em espírito significa compreender que não somos nada e Deus é Tudo e, portanto somente Nele a nossa vida terá sentido, cumprindo a Sua Vontade seremos felizes mesmo que, aparentemente, a Sua Vontade nos pareça estranha, difícil, impossível muitas vezes.   As demais são desdobramentos dessa pobreza em espírito: aflitos, mansos, que têm sede e fome de justiça, misericordiosos, puros de coração, promotores da paz, perseguidos por causa da justiça, injuriados, perseguidos, caluniados por Ele, tudo é consequência de aceitarmos Deus como único Senhor de nossas Vidas!

Que Deus nos ajude a viver a Santidade que Ele espera de nós e que depositando toda a nossa confiança e esperança Nele não temamos Nada nem Ninguém que ousar querer nos tirar de caminho que Ele nos propõe!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

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