sexta-feira, 30 de novembro de 2012

"Tempo do Advento: Gestando o Cristo em nossas Vidas!"

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Deixamos 2012 para trás e, com alegre expectativa, nos preparamos para o Natal do Senhor.   Por ser o Natal um Tempo Litúrgico de extrema importância para a vivência da nossa fé, não seria possível celebrá-lo de qualquer jeito ou forma.   Desde o séc VI a.C., a Igreja se prepara para as Celebrações do Natal, vivenciando um Tempo de Alegre Expectativa, um tempo de preparação, aonde as Comunidades vão, passo a passo, se aproximando do Mistério da Encarnação.

Advento é Tempo de se colocar à espera do Senhor que vem e, como quando esperamos alguém que irá chegar, vamos arrumando a "nossa Casa", colocando no lugar tudo que o tempo tirou do lugar.   Esse clima de preparação deve ser revelado em nossas Celebrações: evitar excessos e buscar a sobriedade, é um caminho seguro para promover em nossas Celebrações o desejo de experimentar o Natal do Senhor.

Os cantos litúrgicos, as cores, a coroa do advento, os paramentos, as flores ... devem receber bastante atenção por parte de nossas Equipes de Liturgia e de nossos Ministérios de Música.   Cantar o Mistério vivido na Liturgia será fundamental: cantos que revelem a esperança de um Povo que aguarda a manifestação do Salvador deverão ser os escolhidos; a ausência de flores e, se for necessário, arranjos sóbrios e discretos, é outro fator importante; a utilização de instrumentos de cordas e/ou teclas, bem como a retirada dos instrumentos de percussão (inclusive, a bateria), gerarão o clima agradável para nossas Celebrações.

A preparação de Leitores que compreendam o sentido das Leituras desse Tempo Litúrgico será outro ponto importante e que deverá ser levado em consideração pois, viveremos a expectativa da Palavra que se tornará Carne para habitar entre nós.   Nos dois primeiros domingos do advento, as Leituras se voltarão para o final dos tempos, nos chamando a atenção para a necessidade de estarmos atentos e vigilantes, aguardando este Senhor que virá com grande poder e glória; nos dois últimos domingos, a Palavra nos colocará em contato com a história dos fatos, dos acontecimentos que nortearam a Encarnação do Verbo e Seu Nascimento entre nós e, aqui, personagens como Isaías, Zacarias, João Batista, Maria e José, ganharão força, nos revelando como devemos nos preparar para chegada do Messias.

Queremos pedir ao Bom Deus que nos ajude a celebrar bem esse Tempo Litúrgico e, passadas as quatro semanas do advento possamos acolher em nossas vidas o Salvador!

Boas Celebrações para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

sábado, 24 de novembro de 2012

"Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo: O Reino de Deus não é deste Mundo!" - 25 de Novembro de 2012

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com grande alegria celebramos, hoje, o último domingo do Ano Litúrgico com a Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo.   Essa celebração nos coloca diante da nossa real vocação: construtores, já aqui, do Reino de Deus!   Mas, para assumirmos tal vocação é importante que saibamos o que significa, para o Senhor, o Seu Reino; é, também, importante, compreender como tal Reino deve ser construído, com quais estratégias, seguindo que modelo.   Essas e outras questões norteiam a Celebração Solene de hoje.

Celebrar Jesus Cristo, Rei do Universo no último domingo do Ano Litúrgico tem um sentido para nós: devemos compreender que toda a nossa existência tem sua origem e seu fim Nele, em Jesus, o Cristo.   Como estamos cantando na abertura de nossas Celebrações nesse mês de novembro: "Deus é o ponto de partida e onde vamos ficar ... princípio e fim da vida..."   

Dessa forma, seguindo o tom das celebrações desse mês, hoje, nos colocamos diante de Jesus, o Rei do Universo para nos perguntarmos se estamos ou não construindo o Seu Reino entre nós.   Às vezes, pode parecer que estamos mas, quando paramos para analisar a nossa conduta frente à Palavra, percebemos os motivos que impedem as nossas ações de produzirem os seus frutos: buscamos construir o Reino de Deus, utilizando os instrumentos propostos pelo mundo!   ISSO NUNCA FUNCIONA!!!!

Comecemos, então, a nossa reflexão pelo Evangelho de hoje (Jo 18, 33b-37) que nos apresenta Jesus sendo interrogado por Pilatos, no processo de Sua Paixão.   Percebemos no texto em questão que Pilatos quer saber se, de fato, Jesus é Rei: Tu és o rei dos judeus?   A resposta de Jesus parece evasiva mas, na verdade, Jesus quer saber se a pergunta é uma iniciativa de Pilatos ou de outros que falaram tal coisa para ele: Falas isso por ti mesmo ou outros te disseram isso a meu respeito?   Pilatos parece ter ficado aborrecido, pois responde ao Senhor com certa rispidez: Por acaso sou judeu? O teu povo e os Sumos Sacerdotes te entregaram a mim.   Que fizeste?

Nesse interrogatório de Pilatos a Jesus, percebemos uma certa "queda de braços" entre os dois mas, Jesus, apesar da situação, se mantém firme em suas colocações e, por fim, afirma: O MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO...   Essa resposta de Jesus é fundamental para nossa compreensão da Solenidade de hoje e do seu objetivo para nossas Comunidades: precisamos compreender que trabalhamos nesse mundo para construir algo que não é daqui.   Temos a pretensão de construir um Reino que é do Céu, que é de Deus.   Ora, essa compreensão é fundamental pois nos faz pensar no como, nas estratégias que estamos usando para levar a bom termo tal projeto.   Por vezes, nos cansamos, corremos para lá e para cá e, no final, parece as coisas fazem água e, nos decepcionamos, lamentamos, buscamos culpados, entre outras coisas.   Pode ser que o fracasso de muitos de nossos projetos esteja em não compreendermos que o Reino de Deus não é deste mundo e, portanto, não pode ser construído sobre os alicerces e com os mesmos artifícios utilizados pelos reinos do mundo.   O caminho é outro: enquanto os reinos do mundo se fazem encima da exploração, da morte dos outros, do ódio, da ganância, da violência ... o Reino de Deus se faz pela entrega de si, pelo amor, pela partilha, pela paz.   Quem não quiser ser como Jesus e fazer do jeito Dele, não poderá, jamais construir o Seu Reino aqui entre nós.   É preciso compreender que a nossa vida deverá se pautar pelos princípios da VERDADE pois foi para isso que Jesus veio: para dar testemunho da verdade e, mais ainda, por ela (Verdade) morrer, entregando a própria vida.

É essa vida abnegada e disposta a cumprir, até o fim, a Vontade do Pai é que tornou Jesus a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra como afirma a Segunda Leitura (Ap 1, 5-8).   A Sua entrega, o Seu Sangue derramado nos fez um reino de sacerdotes para Deus, Seu Pai e, nos libertou de nossos pecados.   É esse Jesus, morto por nossos pecados, que voltará, com grande poder e glória com as nuvens do céu para que todos os olhos possam vê-Lo (até aqueles que O transpassaram!).

É esse Jesus, a manifestação do Filho de Homem descrito na Primeira Leitura de hoje (Dn 7, 13-14): depois da grande tribulação, eis que o Filho de Homem virá com poder, honra e glória para que todos possam servi-Lo.   Ele inaugurará um Reino que não terá mais fim porque Eterno.

É para esse Reino que vivemos; é para esse Reino que trabalhamos; é nesse Reino que desejamos, um dia, morar definitivamente.   A missão de cada cristão (ã) é levar a bom termo tal construção!

Que Deus nos ajude, celebrando o último domingo desse Ano Litúrgico, a viver a nossa vida de acordo com a Sua Vontade e, que a vivência de 2013 - Ano da Fé na Igreja no Mundo e Ano da Caridade em nossa Igreja Diocesana - nos faça mais construtores do Seu Reino!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

"XXXIII Domingo do Tempo Comum: O Final que se Aproxima!" - 18 de Novembro de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria, celebramos nesse Domingo, o penúltimo do Ano Litúrgico e, dessa forma, somos convidados a pensar, de forma mais radical sobre o nosso fim que, também, se aproxima.   A Liturgia desse Domingo é uma Liturgia Apocalíptica e, com imagens e linguagem própria nos faz refletir sobre como devemos viver este tempo de modo a agradar Àquele que é o Autor do próprio Tempo, como estamos cantando aqui em nossa Paróquia Santa Cruz: "Princípio e Fim da Vida".

Nesse contexto de fim de Ano Litúrgico, a Primeira Leitura(Dn 12, 1-3) nos apresenta Deus anunciando por meio do Profeta Daniel a Salvação dos Eleitos, daqueles (as) que se mantiverem fieis até o fim.   Para esses, Javé irá enviar Miguel ("Quem como Deus?) para combater em favor dos Seus.   Como toda batalha, todo período de guerra (aliás, como a vivida pelo Povo à época da Profecia = séc. II a.C., por ocasião da grande tribulação promovida pelo Governo iníquo de Antíoco Epífanes IV).  Nesse pequeno trecho escolhido para a Liturgia de hoje, temos uma das poucas menções - em todo Primeiro Testamento - da Ressurreição dos mortos: muitos dos que dormem no pó da terra, despertarão!   E, o texto deixa claro que a Ressurreição será diversa, para aqueles que agiram diversamente: os fieis, despertarão para a Vida Eterna e, os infiéis, para o Opróbrio Eterno.   E conclui: os que tiverem sido sábios (aos olhos de Deus, é claro!) brilharão como o firmamento, e os que tiverem ensinado a muitos homens os caminhos da virtude, brilharão como as estrelas, por toda a eternidade.

Que bela leitura temos para nossa reflexão.   Cabe, agora, que cada um (a) de nós nos façamos algumas perguntas: Como estamos conduzindo a nossa vida: na Sabedoria Divina ou na tolice do mundo?   Vencemos a tribulação (sofrimento por conta da fidelidade ao Projeto de Deus para cada um (a) de nós) ou não?   Miguel está combatendo a nosso favor ou contra nós? ou melhor: Combatemos a favor de Miguel ou contra Ele?

Essa Primeira Leitura nos prepara para a compreensão do Evangelho de hoje (Mc 13, 24-32) que, também, é um texto apocalíptico e, portanto requer atenção pois é rico em imagens e possui uma linguagem própria que, longe de querer meter medo em seus leitores, deseja, na verdade, encorajá-los.   As imagens descritas no início do texto querem mostrar a presença de Deus no mundo.   Assim como no Primeiro Testamento, as manifestações divinas eram descritas com muitos fenômenos da natureza, aqui, também, Marcos, para falar da revelação da Divindade, utiliza a mesma linguagem: sol escurecerá, a lua não brilhará mais, a s estrelas começarão a cair do céu e as forças do céu serão abaladas.   Tudo isso quer demonstrar que a manifestação do Filho do Homem será algo grandioso.   

Assim como na Primeira Leitura, o Profeta Daniel contemplou a chegada de Miguel para combater em favor dos eleitos, aqui, no Evangelho, os anjos serão enviados aos quatro cantos da terra para reunir os eleitos de Deus, de uma extremidade à outra da terra.

É preciso estar atento para não perder o "trem da salvação" e da mesma forma que sabemos a aproximação do verão pelo estado das árvores, os sinais dos tempos nos revelam que o fim está próximo.   Tudo irá passar, menos a Palavra de Deus.   Por não sabermos o dia e a hora do fim, importante é que fiquemos atentos e , ficar atento significa viver para cumprir a vontade de Deus a nosso respeito em todos os momentos de nossa existência.

Por fim, a Segunda Leitura (Hb 10, 11-14.18) nos enche de esperança pois nos revela que o sacrifício de Cristo apagou todos os nosso pecados, uma vez por todas.   Portanto, vivamos como homens e mulheres que receberam de Deus tamanha graça e,, retribuamos a Ele, com nossas boas obras, com gestos concretos, o que Ele, por primeiro já nos ofereceu!

Que Deus nos ajude a viver os nossos dias cumprindo a Sua vontade a nosso respeito!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

P.S.: Não se esqueçam das Celebrações do Tríduo e da Festa dos 40 Anos de nossa Paróquia: dias 21, 22, 23 e 24, às 19:30h, na Matriz de Santa Cruz.   Venha rezar conosco nesses dias, agradecendo a Deus por tantos benefícios concedidos à nossa Paróquia nesses 40 anos!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

"XXXII Domingo do Tempo Comum: É preciso DOAR-SE por completo, com TUDO aquilo que se é e que se tem, para se tornar SINAL DO PAI!" - 11 de Novembro de 2012


Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria, estamos nos aproximando, cada dia mais, do final do Ano Litúrgico e, por conta disso, a nossa reflexão segue no sentido de nos ajudar numa Avaliação do modo como cada um (a) de nós está conduzindo a própria vida.   Será que a Vontade de Deus tem sido realizada em nós?   Temos construído, já aqui, o Céu que queremos, um dia habitar?   As pessoas que nos cercam reconhecem  em nós "Filhos (as) de Deus", percebendo as Características Divinas em nosso modo de ser?   Pensamos, refletimos sobre o nosso comportamento, no sentido de buscarmos, sempre, manifestar o Ser de Deus em nós? ...   Essas e muitas outras questões deveriam fazer parte desse nosso processo de avaliação pois, o Ano Litúrgico que está chegando ao fim deveria acender em nós a compreensão de que a vida está passando - e, eu diria, "à passos largos" - e, dessa forma, somos colocados, a cada dia, mais próximos do Fim.

O Mês de Novembro - conhecido popularmente como "Mês das Almas ou dos Mortos" - se iniciou com a Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus (01/11, no Calendário Oficial da Igreja no Mundo e, no caso do Brasil, por não ter sido Domingo o dia 01/11, a Solenidade foi transferida para o Domingo seguinte, ou seja, 04/11).   Essa Solenidade nos recordou o nosso Destino Final: Estar com Deus na Eternidade, participando da Igreja Triunfante com tantos irmãos e irmãs que, antes de nós deram o Testemunho, venceram a Tribulação, lavaram e alvejaram suas vestes no Sangue do Cordeiro e, por conta disso, compõem a Multidão que está no Céu!   Fomos convidados à reflexão sobre a provisoriedade dessa vida e a necessidade de colocarmos a nossa esperança e, por conseguinte, dedicarmos todas as nossas forças para alcançarmos os bens que não perecem e que não são desse mundo.   Em outras palavras: devemos viver aqui mas com o nosso olhar voltado para o além daqui; ou, ainda: caminhar entre as coisas provisórias, abraçando e escolhendo as eternas.   Isso não é tarefa fácil mas, como afirmou São João "o Pai nos deu um Grande Presente de Amor: podemos ser chamados filhos de Deus e, nós o somos de fato!   Com a graça de Deus, de um lado e, o nosso esforço, do outro, chegaremos ao Céu, o nosso destino, objeto de nossa Fé.

Logo em seguida (02/11), refletimos sobre o Final da Vida com a Celebração dos Fiéis Defuntos, no Dia de Finados.   Mais uma vez, a Liturgia veio nos colocar frente ao nosso destino: a morte.   Ter a morte diante dos olhos nos possibilita a compreensão de que TUDO PASSA e, somente DEUS PERMANECE!   Como nos afirmou São Paulo: Somos cidadãos do Céu!   Estar com Jesus e viver por Ele e Nele é o caminho que nos conduzirá para esse destino: Todos os que o Pai me deu virão a Mim e, quando vierem não os afastarei pois Eu desci do Céu não para fazer a minha vontade mas a Vontade Daquele que Me enviou e, a Vontade Daquele que Me enviou é esta: Que Eu não perca nenhum daqueles que ele me deu mas os ressuscite no Último Dia!   Que belas palavras essas pronunciadas por Jesus num dos trechos evangélicos propostos para esse Dia dos Finados...

Hoje, celebramos o XXXII Domingo do Tempo e, estamos há duas semanas do Final do Ano.   A Palavra de Deus desse Domingo nos alerta para o perigo de oferecermos ao Senhor Toda a nossa Vida, Tudo que somos e temos e, dessa forma, ficarmos nos enganando com as migalhas que, vez ou outra, nós Lhe oferecemos.   Ou oferecemos Tudo ou, a nossa oferta perde o valor, perde o sentido.   A Verdadeira Religião, que tem Cristo como fundamento, nos apresenta o seu exemplo de DOAÇÃO PLENA E TOTAL como modelo.

Dessa forma, a Primeira Leitura (I Rs 17, 10-16) nos apresenta um episódio da vida do Profeta Elias.   Esse homem, conhecido como "o Pai do Profetismo em Israel" foi protagonista na História da Salvação numa época muito complicada.   Por volta do séc. X ou IX a.C., quando Acab era Rei em Israel, a vida para o Povo de Deus sofreu um duro golpe pois, Acab se apaixonou e se casou com uma Rainha pagã, Jezabel, filha do Rei de Tiro e, por ser ela uma mulher forte, acabou governando no lugar do marido que, passou a ser uma espécie de "testa de ferro" dos desmandos da Rainha.   O pior de tudo foi a introdução, em Israel, do Culto a Baal - divindade responsável, como pensavam os pagãos, pelas chuvas e pela fertilidade da terra e dos animais.  Para fixar tal culto, Jezabel não mediu esforços: perseguiu, torturou, matou e, por conta do medo, muitos passaram a cultuar Baal em lugar de Javé.   Elias é a voz que se levantará contra esses desmandos e, se colocando frontalmente contrário, arcará com o ódio da Rainha em questão.   Chegou a profetizar que Israel ficaria um grande tempo (3 anos e meio) sem chuvas e, foi o que ocorreu.   Acab quer saber de quem é a culpa da falta de chuvas em Israel e, fica sabendo que Elias é o responsável pois havia pronunciado tal oráculo.   A perseguição começa e, primeiro Elias foge e é alimentado por um corvo, bebendo água de uma fonte que insistia em minar água mas, como a seca não acabasse, a fonte, também, secou.   É nessa etapa que começa a nossa história de hoje: Deus manda o Profeta para uma cidade pagã (Sarepta = região de origem da Rainha Jezabel) e, afirma que lá o Profeta viverá durante todo o período que durar a seca em Israel.   Chegando em Sarepta, na entrada da cidade, já cansado, o Profeta avista uma senhora e, pede-lhe um pouco d'água e, acrescenta na fala, um pedaço de pão.   A viúva, por sua vez, sofrendo as consequências da seca que assolava toda a região, jura pelo Deus do Profeta, que não possui mais nada, a não ser um pouco de farinha e azeite que seriam usados para amassar o último pão que ela o filho comeriam antes de esperar a morte.   O Profeta, por sua vez, insiste: "Vá e faça como estou falando pois ESTÁ ESCRITO: A VASILHA DE FARINHA NÃO ACABARÁ E A JARRA DE ÓLEO NÃO SECARÁ ATÉ O DIA QUE O SENHOR ENVIAR A CHUVA SOBRE A TERRA!"   A Palavra se conclui revelando que a mulher fez conforme o Profeta havia falado e, de fato, a farinha nao diminuiu e o azeite não secou, de modo que os três puderam comer até o final da seca.   Essa Leitura nos prepara para grande lição do Evangelho de hoje.   Vejamos:

Num primeiro momento, o Evangelho (Mc 12, 38-44) nos apresenta o Senhor alertando contra o comportamento dos Doutores da Lei pois, são homens capazes de utilizar o conhecimento que possuem em benefício próprio: andam com roupas vistosas, gostam de ser cumprimentados nas praças públicas, gostam das primeira cadeiras nas Sinagogas e dos melhores lugares nos banquetes.   Devoram as casas das viúvas, fingindo fazer lonas orações.   Em nome do conhecimento da Lei, os Doutores fazem o que querem, como querem e, ninguém podia retrucar-lhes o comportamento pois falavam e agiam em "nome de Deus".

Num segundo momento, o Senhor está no Templo e, aproveita a ocasião para observar o modo como as pessoas ofertavam as esmolas: de um lado, vemos muitos dando grandes quantias e, por outro, uma viúva que deposita, somente, duas moedinhas que não valiam absolutamente NADA!   Diante do fato, Jesus dá uma lição: a viúva deu mais do que todos os outros!   Motivo: Ela deu TUDO O QUE TINHA, ao passo que os demais deram do que lhes estava SOBRANDO!   Esse fato nos recorda os episódios do XXVIII  e XXX Domingo Comum: no primeiro, o homem rico não quis abrir mão de sua riqueza para seguir Jesus e ter um tesouro no Céu e, no segundo, o cego Bartimeu, ao ser convidado pelo Senhor, JOGOU O MANTO FORA E CORREU AO ENCONTRO DO SENHOR E LHE SEGUIU PELO CAMINHO.   Seguir o Senhor exige renúncia de TUDO QUE TEMOS pois, se assim não for, não poderemos segui-Lo.

Celebrando esse XXXII Domingo do Tempo Comum, peçamos a Deus a graça de podermos servi-Lo e segui-Lo plenamente, abrindo mão de TUDO que somos e temos por Amor a Ele!   Assim seja!

Boa Celebração para TODOS (AS)!

sábado, 3 de novembro de 2012

"Solenidade de Todos os Santos: O nosso destino é o Céu!" - 04 de Novembro de 2012

Caros irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria celebramos hoje, com a Igreja no Brasil, a Solenidade de Todos os Santos e Santas (no Calendário Litúrgico, tal Solenidade se celebra no dia 01/11).   Poderíamos nos perguntar o motivo que levou a Igreja a celebrar numa única Solenidade Todos os Santos e Santas uma vez que já temos, durante todo o ano, os Santos e Santas espalhados pelos 365 dias.   E, a resposta é muito simples: na verdade, o céu é bem mais "povoado" do que possamos imaginar.   Lá não estão somente os Santos e Santas que a Igreja decretou a Santidade e colocou como nossos modelos de virtude mas, como nos afirma a Leitura do Apocalipse de hoje, há uma multidão que ninguém pode contar, de todas as raças, línguas, povos...   Na verdade, no céu estão todos (as) aqueles (as) que terminando a sua jornada nesse mundo, voltaram felizes para a Casa do Pai, após terem se esforçado por viver a vida de acordo com a vontade de Deus.   Assim, poderíamos afirmar que, hoje, celebramos os nossos parentes e amigos que já partiram e estão no Céu e, se lá estão, são Santos e Santas pois no Céu só entra quem for, de fato, Santo ou Santa.

A Palavra de Deus dessa Solenidade é um convite à Santidade e, nos apresenta o Caminho para se atingir tal ideal.   Assim, a Segunda Leitura (I Jo 3, 1-3) nos apresenta o começo de nossa reflexão.   No texto, São João afirma:Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus! E nós o somos!   Penso que o ponto de partida está nessa afirmação do Apóstolo pois, se somos filhos de Deus, trazemos em nosso DNA as marcas da Divindade que nos identificam com o nosso Pai do Céu.   É importante que as pessoas consigam enxergar em nós que cremos, as marcas, as características do nosso Pai e Deus.   É interessante que o mundo reconheça em nós, os crentes, a filiação divina por tudo que somos e fazemos e, o mesmo mundo afirme: Tal Pai, tal filho!   Filho de peixe, peixinho é!   Por enquanto não manifestamos, em todo o seu esplendor, a filiação divina mas, depois desse tempo, nós seremos revelados como de fato somos: seus filhos e filhas!   Enquanto esperamos a manifestação plena dessa filiação, vamos nos purificando a nós mesmos, como também Ele é puro!

Dessa Segunda Leitura, surge uma questão: Como podemos viver a nossa vida de modo que possamos manifestar em nós as marcas da Divindade?   E, penso, que o Evangelho (Mt 5, 1-12a) nos apresenta, hoje, a resposta: É preciso que estejamos presentes em um dos Grupos de Pessoas que o Senhor declara ser Bem-Aventurado: pobres em espírito, aflitos, mansos, têm fome e sede de justiça, misericordiosos, puros de coração, os que promovem a paz e os perseguidos por conta da fidelidade à Sua Vontade!   Porém, ao meditar sobre esse texto, que abre o Sermão da Montanha, percebemos que não é tão simples como estávamos pensando: Não basta se considerar filho (a) de Deus mas, é importante e urgente que vivamos tal filiação já, aqui e agora, neste mundo marcado pela ausência, ou melhor, pela exclusão de Deus!   Ser de Deus e viver como Seu filho se torna complicado por conta de estarmos nesse mundo que não aceita Deus como Senhor.   O mundo não deixa barato a vida de pessoas que optam por Deus e, automaticamente, se colocam contra o projeto que o mesmo mundo possui para se alcançar a felicidade.   Como podemos observar no texto, aos olhos do Senhor os Bem-Aventurados são todos aqueles que vivem situações desconfortáveis e desconcertantes no mundo.   Isso não é fácil.

Talvez, por conta disso, a Primeira Leitura (Ap 7, 2-4.9-14) nos apresente a multidão que está no Céu como sendo aqueles que vieram da Grande Tribulação e que lavaram e alvejaram as suas vestes no Sangue do Cordeiro.  E, sabemos de onde emana o Sangue do Cordeiro: da CRUZ SALVADORA DO SENHOR!   Dessa forma, podemos concluir que o Santo ou Santa é todo aquele (a) que não tem medo de ir ao Encontro da Cruz que Salva, que não tem medo de sofrer, ou melhor, de morrer como o próprio Senhor sofreu e morreu por nós.   Não há outro caminho ou outra possibilidade de se atingir o Céu, que não esse trazido pela Liturgia dessa Solenidade de hoje.

Entrar na reta final do Ano Litúrgico nos questiona sobre os caminhos que estamos escolhendo para trilhar nesse mundo, tendo em vista que as nossas escolhas aqui, trarão consequências para além daqui.

Que a Celebração da Solenidade de Todos os Santos e Santas nos inspire e nos impulsione ao cumprimento da Vontade Deus a respeito de cada um (a) de nós nesse mundo!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

"Dia dos Finados: Refletindo sobre a Vida a partir da Experiência de Morte!" - 02 de Novembro de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com grande alegria iniciamos, com toda a Igreja, o último mês do Calendário Litúrgico: Novembro.   Dessa forma, somos convidados a dar uma atenção especial àquelas situações que marcarão o final de nossas vidas neste mundo: Morte, Julgamento, Céu e Inferno.   O tema da Escatologia domina a Liturgia desse último mês litúrgico.   Os cristãos-católicos, no mundo, são chamados a refletir sobre o verdadeiro sentido da vida tendo a experiência da morte diante dos olhos.   Perguntas como: Como estamos vivendo a nossa vida?  Quais os valores que buscamos desenvolver?  O que nos prende a atenção neste mundo?  No que gastamos o tempo que nos é oferecido como "DOM"? entre tantas outras.

Iniciamos esse último mês com a Solenidade de Todos os Santos - porém, no Brasil, quando o dia Primeiro de Novembro não cai no Domingo, a Igreja transfere para o Domingo seguinte para que TODOS possam participar da Celebração uma vez que tal dia Primeiro de Novembro não é feriado - e, logo em seguida, temos a Celebração dos Finados, isto é, celebramos a Eucaristia recordando todos (as) aqueles (as) que iniciaram o seu caminho de volta para a Casa do Pai antes de nós.   Na verdade, a Celebração de hoje é uma oportunidade de recordar os irmãos e irmãs que já partiram desse mundo e, por qualquer motivo, ainda não chegaram ao seu destino final: a Casa do Pai que possui muitas moradas.   Hoje, a Igreja Militante (que somos nós que ainda militamos nesse mundo), se une à Igreja Padecente (que é, exatamente, essa que está à caminho da Casa do Pai) e, nós cremos que a nossa oração auxilia na libertação dessas almas para atingir o seu destino final.

Por outro lado, a Celebração dos Finados, além de recordar todos (as) aqueles (as) que partiram antes de nós para a Casa do Pai, é também uma oportunidade para refletirmos sobre a nossa própria vida.   Nesse dia somos convidados a refletir sobre a Provisoriedade da Vida que vivemos nesse século (mundo) e, portanto, deveríamos nos questionar sobre o Real Valor da Vida que vivemos.   A vida que passa e, diga-se de passagem, passa rápido demais, nos convida a refletir sobre o modo como estamos vivendo: tendo em mente que a daqui há pouco não estaremos mais por aqui, como estamos "aproveitando" essa mesma vida?   No que gastamos grande parte do nosso tempo?   O que, de fato, nos chama a atenção nesse mundo?   Vivemos aqui com os fixos no mundo que virá e nos preparamos para ele ou, ao contrário, vamos vivendo do jeito que dá?   Estamos compreendendo que a Vida Futura, a Casa do Pai que desejamos chegar devem ser construídas, passo a passo, nesse mundo que vivemos?   Essa e tantas outras questões deveriam fazer parte do nosso cotidiano durante todo o ano mas, para aqueles (as) que não se fazem tais perguntas, seria interessante pensar nelas, ao menos, no dia de hoje quando a reflexão sobre a morte vem à tona com maior força.

Hoje  é dia de refletir sobre o ponto central de nossa Fé Cristã: a Ressurreição!   Jesus, o Cristo, ao ressuscitar dos mortos nos garantiu a Vida Nova de Ressuscitados e, portanto, a partir dessa Fé na Ressurreição toda a nossa vida deve sofrer alterações, mudanças pois, a partir daqui, passamos a compreender que o nosso destino é o Céu e, vivemos aqui mas não somos daqui e, o melhor de tudo: estar aqui é oportunidade para construirmos a Vida que virá depois daqui!   Todos (as) somos responsáveis pelo nosso destino final com a vida que vivemos!

Pense nisso e tenha um excelente dia dos Finados refletindo sobre a Vida, sobre a sua própria vida!

Boa Celebração para todos (as)!