Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!
Com grande alegria celebramos, hoje, o último domingo do Ano Litúrgico com a Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo. Essa celebração nos coloca diante da nossa real vocação: construtores, já aqui, do Reino de Deus! Mas, para assumirmos tal vocação é importante que saibamos o que significa, para o Senhor, o Seu Reino; é, também, importante, compreender como tal Reino deve ser construído, com quais estratégias, seguindo que modelo. Essas e outras questões norteiam a Celebração Solene de hoje.
Celebrar Jesus Cristo, Rei do Universo no último domingo do Ano Litúrgico tem um sentido para nós: devemos compreender que toda a nossa existência tem sua origem e seu fim Nele, em Jesus, o Cristo. Como estamos cantando na abertura de nossas Celebrações nesse mês de novembro: "Deus é o ponto de partida e onde vamos ficar ... princípio e fim da vida..."
Dessa forma, seguindo o tom das celebrações desse mês, hoje, nos colocamos diante de Jesus, o Rei do Universo para nos perguntarmos se estamos ou não construindo o Seu Reino entre nós. Às vezes, pode parecer que estamos mas, quando paramos para analisar a nossa conduta frente à Palavra, percebemos os motivos que impedem as nossas ações de produzirem os seus frutos: buscamos construir o Reino de Deus, utilizando os instrumentos propostos pelo mundo! ISSO NUNCA FUNCIONA!!!!
Comecemos, então, a nossa reflexão pelo Evangelho de hoje (Jo 18, 33b-37) que nos apresenta Jesus sendo interrogado por Pilatos, no processo de Sua Paixão. Percebemos no texto em questão que Pilatos quer saber se, de fato, Jesus é Rei: Tu és o rei dos judeus? A resposta de Jesus parece evasiva mas, na verdade, Jesus quer saber se a pergunta é uma iniciativa de Pilatos ou de outros que falaram tal coisa para ele: Falas isso por ti mesmo ou outros te disseram isso a meu respeito? Pilatos parece ter ficado aborrecido, pois responde ao Senhor com certa rispidez: Por acaso sou judeu? O teu povo e os Sumos Sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?
Nesse interrogatório de Pilatos a Jesus, percebemos uma certa "queda de braços" entre os dois mas, Jesus, apesar da situação, se mantém firme em suas colocações e, por fim, afirma: O MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO... Essa resposta de Jesus é fundamental para nossa compreensão da Solenidade de hoje e do seu objetivo para nossas Comunidades: precisamos compreender que trabalhamos nesse mundo para construir algo que não é daqui. Temos a pretensão de construir um Reino que é do Céu, que é de Deus. Ora, essa compreensão é fundamental pois nos faz pensar no como, nas estratégias que estamos usando para levar a bom termo tal projeto. Por vezes, nos cansamos, corremos para lá e para cá e, no final, parece as coisas fazem água e, nos decepcionamos, lamentamos, buscamos culpados, entre outras coisas. Pode ser que o fracasso de muitos de nossos projetos esteja em não compreendermos que o Reino de Deus não é deste mundo e, portanto, não pode ser construído sobre os alicerces e com os mesmos artifícios utilizados pelos reinos do mundo. O caminho é outro: enquanto os reinos do mundo se fazem encima da exploração, da morte dos outros, do ódio, da ganância, da violência ... o Reino de Deus se faz pela entrega de si, pelo amor, pela partilha, pela paz. Quem não quiser ser como Jesus e fazer do jeito Dele, não poderá, jamais construir o Seu Reino aqui entre nós. É preciso compreender que a nossa vida deverá se pautar pelos princípios da VERDADE pois foi para isso que Jesus veio: para dar testemunho da verdade e, mais ainda, por ela (Verdade) morrer, entregando a própria vida.
É essa vida abnegada e disposta a cumprir, até o fim, a Vontade do Pai é que tornou Jesus a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra como afirma a Segunda Leitura (Ap 1, 5-8). A Sua entrega, o Seu Sangue derramado nos fez um reino de sacerdotes para Deus, Seu Pai e, nos libertou de nossos pecados. É esse Jesus, morto por nossos pecados, que voltará, com grande poder e glória com as nuvens do céu para que todos os olhos possam vê-Lo (até aqueles que O transpassaram!).
É esse Jesus, a manifestação do Filho de Homem descrito na Primeira Leitura de hoje (Dn 7, 13-14): depois da grande tribulação, eis que o Filho de Homem virá com poder, honra e glória para que todos possam servi-Lo. Ele inaugurará um Reino que não terá mais fim porque Eterno.
É para esse Reino que vivemos; é para esse Reino que trabalhamos; é nesse Reino que desejamos, um dia, morar definitivamente. A missão de cada cristão (ã) é levar a bom termo tal construção!
Que Deus nos ajude, celebrando o último domingo desse Ano Litúrgico, a viver a nossa vida de acordo com a Sua Vontade e, que a vivência de 2013 - Ano da Fé na Igreja no Mundo e Ano da Caridade em nossa Igreja Diocesana - nos faça mais construtores do Seu Reino! Assim seja!
Boa Celebração para todos (as)!
Pe. Ezaques Tavares
Nenhum comentário:
Postar um comentário