quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

IV Domingo do Tempo Comum: "Deus é a FORÇA na VIDA DIFÍCIL DO PROFETA!" - 31 de Janeiro de 2016

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade à nossa Caminhada de Fé e buscando viver a Vontade de Deus em nosso cotidiano (Tempo Comum), celebramos o IV Domingo e, a Palavra que nos é oferecida hoje nos convida a pensar sobre a difícil e árdua tarefa de ser, nesse mundo, um porta-voz de Deus, isto é, Seu Profeta!   O mundo, opositor de Deus, não deixa "barato" a vida daqueles que buscam viver a fidelidade à Vontade Divina e, busca atrapalhar criando dificuldades ao cumprimento dessa Vontade.

Assim, na Primeira Leitura (Jr 1, 4-5.17-19) temos o início da história do Profeta Jeremias, a sua vocação ao ministério profético.   Estamos por volta dos anos 627/26 a.C. (rei Josias).   A Leitura nos revela que a Vocação de Jeremias é algo preparado por Deus antes de sua formação no ventre materno; antes dele vir à luz.  Deus escolhe e pensa na missão que cada um de seus filhos deverá desenvolver ao longo da vida para colaborar com Ele na construção de um mundo novo.   É preciso ter os rins cingidos como sinal de prontidão para o cumprimento da missão = dizer TUDO o que o próprio Deus quer dizer e a quem Ele deseja dizer.   

Nesse ponto, é percebido que a Missão será difícil e árdua pois os interlocutores da Mensagem Divina não gostarão de ouvir o que será pronunciado: denúncia dos desmandos e do mal uso da autoridade que lhes foi dada pelo próprio Deus, isto é, no lugar de usar o poder para servir ao Povo, as autoridades estavam se utilizando do povo e do poder em benefício próprio.   Os chefes civis, religiosos e os donos do dinheiro não gostarão de escutar a Mensagem do Profeta e buscarão, com base em ameaças, amedrontá-lo de modo que desistisse da Missão a ele destinada.  

Diate disso, surge a pergunta: Como enfrentar o Poder Instituído sendo um homem tão simples, do interior (Anatot) como Jeremias?   De onde retirar forças para resistir ao confronto?   Como ter certeza de que a Missão não será em vão? ...

A resposta vem no próprio texto: Aquele que chama (Deus) é quem oferecerá as condições, a força necessária para o sucesso da Missão!   É preciso CRER que Deus é mais que as forças do mundo e, se apoiando Nele, se lançar!   É Ele quem transforma o Profeta em Cidade Fortificada, Coluna de Ferro e Muralha de Bronze!   Não acreditar que Deus pode fazer tal coisa e sentir medo (oposto de Fé), coloca tudo a perder!   É preciso ACREDITAR e ir adiante, falar o que Deus mandar e a quem mandar e, o resto ... Deus fará!   Tentarão vencer mas não conseguirão pois o Senhor estará presente para SALVAR os Seus!

Que beleza de Leitura!   Ela nos prepara para a compreensão do Texto Evangélico de hoje (Lc 4, 21-30) que é continuação do Texto do Domingo Passado!   Ainda estamos na Sinagoga em Nazaré e, após a Leitura do Profeta Isaías escolhida por Jesus que apresentou o Seu Programa de Vida = anúncio da Boa Nova aos Pobres, Libertação aos Presos, Recuperação da Vista aos Cegos, Anúncio da Chegada do Ano da Graça de Deus temos a REJEIÇÃO DOS SEUS CONTERRÂNEOS!   Enquanto se admiravam com as palavras cheias de vida que saiam de Sua boca e davam testemunho a seu favor, também, se perguntavam: Não é este o filho do carpinteiro? Aqui, o primeiro obstáculo para a aceitação de Jesus como Messias, Filho de Deus que visita a História da Humanidade!   Ele é pobre e não consegue, sequer, mudar a Vida dos Seus; como conseguirá mudar a sorte de muitos?   Talvez o ditado citado "Médico, cura-te a ti mesmo!" tenha esse sentido!   Outro obstáculo está na exigência de "milagres" para se acreditar: Faz também aqui em tua terra os milagres que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum! Quando isso ocorre, é fechada a possibilidade de atuação de Deus em nossas vidas e, por isso, Jesus cita dois fatos do passado que revelam tal Verdade: Elias e a Viúva de Sarepta, na Sidônia (IRs 17) e Eliseu e o Sírio Naamã Leproso (II Rs 5).   Mesmo existindo muitas viúvas e leprosos necessitados em Israel, a falta de fé do povo levou os profetas para os pagãos pois Deus não se deixa aprisionar por nada nem ninguém!   É rejeitado aqui, Ele parte pra ali!   Simples assim!!!

Por fim, a Segunda Leitura (I Cor 12, 31 - 13, 13) dá continuidade à reflexão da Semana Passada.  Após refletir sobre o Corpo que é a Igreja / Comunidade dos Seguidores de Jesus e, como tal não deve admitir brigas e rivalidades entre seus membros por conta de um se achar mais e melhor que os outros, o Apóstolo oferece a BASE DA VIDA COMUNITÁRIA VERDADEIRA: O AMOR!   Se as obras realizadas pelos membros da Comunidade não tiverem por base o AMOR, elas perderão todo o sentido e não servirão para nada!   O Amor se revela na ação concreta feita em favor dos irmãos e não na busca desenfreada pelo próprio "sucesso".   Tudo na Comunidade deve estar à serviço do Bem Comum, do Bem dos Outros assim como TUDO QUE DEUS FAZ TEM POR OBJETIVO O BEM ESTAR DOS SEUS!

Que a Celebração desse IV Domingo do Tempo Comum nos leve a pensar em nossa Vocação de Profetas, Porta Vozes do Senhor no mundo em que vivemos!   Assim seja!

Boa Celebração  para todos!

Pe. Ezaques Tavares  

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

III Domingo do Tempo Comum: "HOJE se cumpriu essa PASSAGEM DA ESCRITURA que acabais de OUVIR!" - 24 de Janeiro de 2016

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Continuando a nossa Caminhada de Fé no Tempo Comum, celebramos, hoje, o III Domingo e, a Palavra que nos é proposta nos leva a refletir sobre a FORÇA PRESENTE NA PRÓPRIA PALAVRA: Ela tem a força de Deus para transformar a realidade de dor e sofrimento produzida pelo pecado!

Na Primeira Leitura (Ne 8, 2-4a.5-6.8-10) temos uma realidade de incertezas, dor e sofrimento pois, após 100 anos do retorno do Exílio na Babilônia (vide as promessas de Javé ao Povo que retornava desse Exílio na Leitura do Domingo Passado do Profeta Isaías), a vida não mostrava a Alegria prometida por Javé.   A situação caótica de dor e sofrimento ainda reinava em meio à Comunidade dos filhos de Deus.   Daí, a questão: o que está acontecendo que impede a Promessa de Javé de se realizar?  de quem é a culpa?  o que é preciso fazer para ver realizada tal Promessa?

É nesse contexto que temos, por volta de 444 a.C. patrocinado por Ciro, rei da Pérsia, a ida de Esdras (Sacerdote) que, se juntando com Neemias (Governador) começa a observar a vida do Povo em Jerusalém e, não demora muito para que Esdras perceba que o grande obstáculo à realização da Promessa de Javé ao Povo era o descumprimento da Lei de Deus e, isso acontecia porque não havia quem orientasse o Povo nessa mesma Lei, na Palavra.

Assim, o Sacerdote Esdras decide fazer o que está descrito em nossa Primeira Leitura de Hoje: apresentação do Livro da Lei (parte Central do Livro do Deuteronômio), convocação da Assembleia (homens, mulheres, crianças e TODOS QUE PODERIAM COMPREENDER), construção de uma espécie de "palanque" = local alto de onde se proclamou a Palavra, Leitura da Palavra durante toda a manhã e explicação da Lei aos presentes pelo próprio Sacerdote Esdras e os Escribas = "catequistas".

Diante de todo cuidado e rigor no trato com a Palavra, a Leitura não podia deixar de ressaltar a reação dos presentes: aplaudem a entrada da Palavra, Lhe dão atenção, se inclinam, erguem as mãos e, por último CHORAM pois percebem que o atraso, que o não cumprimento da Promessa se deveu ao descuido do Povo para com a Palavra de Deus.   A Leitura e a Escuta atenta da Palavra leva o Povo a perceber o seu próprio erro!

Mas, nem tudo está perdido!   Tendo escutado a Palavra e percebido o seu próprio erro, mudar é possível e, é isso que a Leitura nos fala no final.   A despedida do Povo é rica de significados: o Povo não deve chorar pois aquele dia é dia de Graça, devem voltar para casa e preparar um banquete e partilhar com os que não possuem (resultado concreto da Escuta e Acolhimento da Palavra na Vida) pois, a partir daquele momento a ALEGRIA DO SENHOR SERIA A FORÇA DO POVO!

A beleza da Primeira Leitura nos prepara para a compreensão do Evangelho de HOJE (Lc 1, 1-4; 4, 14-21) que nos apresenta o Evangelista nos contando os motivos que o levaram a empreender a tarefa de contar os fatos que a ele foram transmitidos e, logo em seguida nos apresenta Jesus na Sinagoga em Nazaré, sua cidade, aonde voltava pela primeira vez após o Batismo de João.

Esse texto é paradigmático para a compreensão de TUDO O QUE O SENHOR FARÁ DAQUI PARA FRENTE: Ele irá cumprir o TEXTO DE ISAÍAS PLENAMENTE EM SUA VIDA!   Jesus é aquela Palavra que se Encarnou para levá-La a bom termo com sua Vida (Palavras e Obras): é sobre Ele que o Espírito pairou no Batismo e o ungiu para anunciar a Boa Nova aos Pobres, redimir os cativos, dar vista aos cegos, libertar os oprimidos e proclamar o ANO DA GRAÇA DO SENHOR!   Naquele momento, HOJE, se cumpria o que o Profeta falara tantos séculos atrás.   Tal como os ouvintes da Primeira Leitura, o Povo que está na Sinagoga está fixado em Jesus e nada retira a atenção dos presentes!

Por fim, o Apóstolo Paulo, na Segunda Leitura (I Cor 12, 12-30) dá prosseguimento ao texto do Domingo Passado e, dessa vez, faz a comparação da Comunidade dos Feis com o Corpo e, assim como este tem muitos membros e nenhum pode se considerar mais ou melhor que os outros, assim, a Comunidade: tem muitos e distintos membros mas, sua beleza está na harmonia entre todos e, tal harmonia se mostra na capacidade que cada membro tem de cumprir aquilo que somente aquilo que lhe compete cumprir.   Cada um é um e possui DONS DIVERSOS mas tudo deve convergir para o BEM COMUM!

Que Deus nos ajude a viver em nossas Comunidades e em nossas vidas o que a Palavra nos falou HOJE!   Assim seja!


Boa Celebração para todos!

Pe. Ezaques Tavares

II Domingo do Tempo Comum: "Fazei TUDO o que ELE vos disser!" - 17 de Janeiro de 2016

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Retomamos, na Vida da Igreja, as Celebrações do Tempo Comum e, gostaria de chamar a atenção dos leitores para o fato de que precisamos compreender que para a Igreja, o Tempo Comum é de extrema importância para a compreensão e, portanto, para a Vivência da Fé.   Nesse Tempo somos chamados a acompanhar Jesus em Sua Vida ou Ministério Público que teve início após a recepção do Batismo (Domingo Passado) e, quando Ele começa a mostrar de quem é Filho e o que se deve fazer para ser Causa da Alegria e do Bem Querer do Pai.   Acompanhar Jesus em sua trajetória pública, ouvindo o que diz e vendo o que faz, percebendo o que Lhe agrada e o que Lhe desagrada, com quem "gosta de estar" e por quais motivos e com quem "não gosta de estar" e por quais motivos, a quem repreende, a quem elogia e as causas da repreensão e do elogio, entre outros, vai formando em cada um de nós o "jeito de Deus" e, dessa forma, vamos nos "tornando santos e perfeitos como nosso Pai do Céu é Santo e Perfeito".   Durante o Tempo Comum vamos aprendendo, dia a dia, que a Santidade não consiste, necessariamente, na realização de grandes obras mas na realização das pequenas que somos chamados a realizar no nosso tempo comum, dentro daquilo que Deus espera.   Assim, perceberemos que a adequação à Vontade de Deus em tudo que somos e fazemos nos faz santos e perfeitos como Ele!

Como todos os anos o I Domingo é substituído pela Celebração da Festa do Batismo de Jesus, retomamos a partir do II Domingo esse Novo Tempo.

A Palavra de Deus irá nos conduzir pelos Caminhos do Pai e nos revelará a Sua Vontade e, quem estiver atento para ouvir o que a mesma nos fala, poderá descobrir a maneira de viver que melhor Lhe agradará.

Assim, na Primeira Leitura de hoje (Is 62, 1-5) temos uma Palavra de Ânimo para uma Comunidade que, após a experiência do Exílio na Babilônia não consegue enxergar por onde poderá recomeçar a vida de modo que a mesma ganhe sentido.   O Exílio destruir as esperanças e a Cidade de Jerusalém fora, completamente, devastada pelos inimigos e invasores babilônios.   A Cidade que já experimentou o apogeu da glória e do poder, se encontra, agora, com o retorno dos exilados, como uma velha senhora que fora abandonada pelo esposo e pelos filhos; encurvada nas beiras dos caminhos, não encontra motivos e, sequer forças, para recomeçar.  Tudo perdido?   Não há saídas realmente?  O que fazer diante de "tamanha tragédia"?
É aqui que entra a Palavra do Profeta da Restauração (III Isaías).   Sua Palavra (que é Divina) nos apresenta o que o Amor de Deus será capaz de realizar em favor de Seu Povo: não irá se calar, não terá repouso enquanto a justiça não despontar como aurora e a salvação não resplandecer como facho de luz!   O amor Misericordioso de Deus realizará maravilhas em favor dos Seus.   A "Abandonada" se tornará "Noiva Esplendorosa e enfeitada para o seu Noivo" (os novos nomes de Jerusalém serão "Predileta" e "Desposada").   A Nova Jerusalém será desposada pelo seu Marido, se tornando, assim, a Alegria de Deus!

Que bela passagem da Sagrada Escritura para retomarmos os Domingos do Tempo Comum ... o texto nos faz pensar em Deus como uma pessoa apaixonada por cada um de nós, o Seu Povo e, movido pelo Seu Amor, refaz a Vida conosco, renova a Aliança e nos leva a experimentar a grandeza da Vida com Ele.

Nem sempre, no entanto, é fácil caminhar com Deus pois, para tanto, é importante que aprendamos a romper com um passado que não nos oferece a verdadeira felicidade".   Um passado fundamentado em ritos vazios, incapazes de gerar em nós e no nosso entorno a Felicidade que desejamos.

Nesse sentido, o Evangelho de hoje (Jo 2, 1-11) nos leva a essa reflexão.   Estamos diante do Primeiro Sinal de Jesus: A Transformação da água no Melhor Vinho no episódio conhecido como as "Bodas de Caná".   Todo o relato é construído com imagens que necessitam ser desveladas para que compreendamos a grandeza da Mensagem. 

Tudo começa com a menção à Festa de Casamento em que a Mãe de Jesus, os Discípulos e o Próprio Jesus tinham sido convidados e estavam presentes.   Ora, de acordo com os escritos do Primeiro Testamento, as núpcias eram uma imagem que, vira e mexe, é utilizada pelos Escritores Sagrados (sobretudo, os Profetas) para falar da relação de Deus com o Seu Povo: Deus, o marido fiel, não poupa esforços para refazer a Aliança com o Povo, esposa infiel, adúltera, prostituta que busca a satisfação de suas necessidades em braços estranhos, dos ídolos, dos amantes. (Na Primeira Leitura de hoje, temos um exemplo do que estamos falando).

Nesta Festa de Casamento ocorre um problema: o Vinho está acabando!   O vinho era o símbolo da alegria e felicidade e por isso, se acabasse seria a derrocada total daquela Festa, além, é claro, de uma grande vergonha para as famílias envolvidas.   A Festa oferecida parece não oferecer condições de prosseguir e está fadada ao fracasso.   Aqui, começamos a perceber que tal Festa quer falar além, é SINAL e precisaremos compreender o que está por trás da mesma.

Seguindo o relato, termos a Intervenção da "Mãe de Jesus" que não pede nada mas apresenta ao Filho o que ela constatara: Eles não têm mais vinho!   Isto é: a Festa será uma grande vergonha! E, mesmo diante da resposta brusca do Filho (Mulher, o que tenho a ver com isso? Minha hora ainda não chegou!), a "Mulher" pede aos serventes que FAÇAM TUDO O QUE ELE DISSER!   Há uma percepção, por parte da "Mulher" de que Jesus poderia "SALVAR A FESTA"!

E é isso que acontece!   Há ali SEIS TALHAS QUE SERVIAM PARA COLOCAR ÁGUA PARA AS PURIFICAÇÕES QUE OS JUDEUS COSTUMAVAM FAZER   ...  Esse é um detalhe extremamente importante no relato pois nos oferece o verdadeiro sentido do mesmo: estamos diante de um confronto entre dois modos de perceber a Religião: a das purificações mágicas dos antigos, que não ofereciam resultados verdadeiros e, estava fadada ao fracasso e a Nova Religião, trazida pelo Filho Jesus, que oferecerá o Verdadeiro Vinho, o Melhor Vinho e em ABUNDÂNCIA!

Jesus ordena que se encham as talhas (nem mesmo água para a purificação havia = talhas vazias) e, depois manda oferecer ao Mestre de Cerimônia = representantes da Antiga Religião que, surpreso não conseguiu entender de onde vinha o Melhor Vinho, guardado até aquela hora (final da Festa = Final da Religião Antiga mas, em contrapartida, Início da Verdadeira Festa, Nova Religião inaugurada por Jesus e para os Seus seguidores).

O Evangelho se conclui com a constatação: este foi o Primeiro Milagre de Jesus e Ele o realizou em Caná da Galiléia, manifestando, assim, a Sua glória e levando os Seus discípulos CREREM NELE!

Aqui, temos o início da descoberta sobre quem é Jesus e o que Ele tem para nos oferecer!  Segui-Lo, a partir de agora, exigirá um COMPROMISSO DE VIDA com ELE e oferecendo a Vida para faze a Sua Vontade!

É isso que a Segunda Leitura de hoje (I Cor 12, 4-11) nos ajuda a compreender: na Comunidade dos Seguidores de Jesus não deve haver quem se pense mais importante pois tudo que cada um possui é obra e graça de Deus para ser colocado à serviço do Bem Comum.   Deus não concede nada para nosso próprio benefício e, dessa forma, é importante que se esclareça que não há melhores ou piores numa Vida Comunitária Autêntica: Tudo é obra de um Único Senhor, um Único Espírito e um Único Deus que realiza TUDO EM TODOS!   Os Carismas devem ser percebidos como Dons oferecidos por Deus para que a Comunidade seja, cada vez mais, SINAL DO SEU AMOR!

Que Deus nos ajude, iniciando as Celebrações dos Domingos do Tempo Comum a fazermos uma Caminhada Autêntica com o Senhor, descobrindo, cada dia, o que fazer para agradar ao nosso Pai!   Assim seja!

Boa Celebração para todos!

Pe. Ezaques Tavares



terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Festa do Batismo de Jesus: "Tu és o meu Filho Amado, em Ti ponho o meu bem querer!" - 10 de Janeiro de 2016

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Hoje nos reunimos para celebrar a Festa do Batismo do Senhor e, ao mesmo tempo em que encerramos o Ciclo Natalino reabrimos o Tempo Comum.   Colocar essa Festa nesse momento do Ano Litúrgico faz sentido pois nos recorda a orientação da Igreja sobre o Sacramento do Batismo: Tão logo as crianças nasçam e possam sair é importante que os pais as levem à Comunidade para receberem o Sacramento do Batismo e, dessa forma, participarem da Graça da Filiação Divina.   Apesar de Jesus ter recebido o Batismo por volta dos 30 anos de vida, celebrar a Festa do Seu Batismo no final do Ciclo Natalino nos faz pensar na Criança que nasceu há poucos dias e é levada para receber tal "Sacramento"; por outro lado, a Festa celebrada hoje reabre as Celebrações do Tempo Comum (nunca celebramos o I domingo do Tempo Comum pois este é substituído, exatamente, pela Festa do Batismo do Senhor) e, no Tempo Comum somos convidados pela Igreja a sermos santos e perfeitos como nosso Pai do Céu é Santo e Perfeito.   Na caminhada ao longo das 33 ou 34 Semanas Comuns, a Palavra de Deus vai nos orientando por esse Caminho de Perfeição e Santidade e, pouco a pouco, vamos compreendendo que as mesmas não consistem, necessariamente, na realização de grandes obras mas, na dedicação, dia a dia, para cumprir a Vontade do Pai sobre cada um de nós.   Ao acompanhar o Senhor Jesus em sua Vida Comum após o Batismo vamos aprendendo como nos comportar como filhos e filhas Daquele que quer ver, também me nós, o Seu Bem Querer!   A Palavra de Deus, a cada Semana, vai nos dando as pistas para percorrermos corretamente o Caminho de Perfeição e Santidade em nosso cotidiano!

Assim, a Primeira Leitura (Is 42, 1-4.6-7) nos apresenta a Figura Misteriosa de um Servo que com o Seu Comportamento Diferente se tornará a causa da Alegria do Senhor.   Tal Comportamento Diferenciado vem do fato de, possuindo o Espírito de Javé promover o julgamento das Nações: não clama, não levanta a voz e nem faz ouvir pelas ruas; não quebra uma cana rachada, nem apaga um pavio que ainda fumega mas, ao contrário promove o julgamento para obter a Verdade.  Num mundo de grandes, que gritam e tentam ganhar usando a força, que não tem tempo para perder com quem não pode oferecer nada, o Servo de Javé vai pela contramão pois sabe que está aqui nesse mundo para construir um Reino que não é daqui e, portanto, não pode ser construído sobre os mesmos alicerces que os daqui se constroem.   O Servo de Javé não esmorece e nem se deixa abater até estabelecer a Justiça na Terra pois sabe que muitos aguardam os seus ensinamentos ... Ele cumpre tal Missão pois reconhece que foi para isso que ele veio ao mundo: para fazer a Vontade do Senhor!

Meditando essa Leitura somos convidados a pensar em nossa vida de cristãos batizados pois, a recepção desse Sacramento nos faz também Servos, sem voz e sem vez, destinados, única e exclusivamente, ao cumprimento da Missão que o nosso Pai do Céu nos reservou.   Ouvir a Sua Voz e cumprir o que diz é o caminho seguro de Perfeição e Santidade e, sobretudo, de transformação do mundo em que vivemos.   Não dá para viver a graça sacramental quando desejamos e buscamos a satisfação de nossas vontades e não a do Senhor!

O Servo de Javé descrito na Primeira Leitura encontra a sua realização plena na Pessoa de Jesus, sobretudo após o Batismo narrado no Evangelho de hoje (Lc 3, 15-16.21-22).   A postura de João, o Batista acaba despertando no povo a ideia de que ele seria o Messias mas, Lucas nos apresenta o Profeta anunciando a chegada Daquele que é mais forte do que ele.  Enquanto João batizava com água (conversão dos pecados), Jesus - o mais forte - batizará no Espírito Santo e no Fogo.  Assim, João não é digno de desamarrar as correias de suas sandálias, se abaixando para isso!   

É nesse momento que Jesus aparece para receber o Batismo junto com o povo (sinal de solidariedade pois não tinha nada do que se arrepender e o batismo de João era para remissão dos mesmos).   Aqui, alguns sinais extraordinários são percebidos: o céu se abre e o Espírito de Deus desce sobre Jesus em forma de pomba.   E, do céu uma voz se faz ouvir: "Tu e´s o Meu Filho amado, em Ti ponho o meu bem querer!"

Acreditamos que por ocasião do nosso Batismo esses mesmos sinais se fazem perceber sobre nós e, a grande pergunta que nos fazemos é se tudo o que valeu sobre Jesus, está valendo também pra nós: Estamos permitindo a ação do Espírito de Deus em nós de modo que as nossas vidas sejam causa da Alegria do nosso Pai?

Por fim, a Segunda Leitura (At 10, 34-38) nos apresenta a grande descoberta de Pedro nos primórdios da Igreja: Deus não faz distinção entre as pessoas mas aceita quem O teme e pratica a Justiça!

Viver como Batizados é viver como filhos e filhas de Deus e, portanto, obrigados a revelá-Lo com a nossa Vida!   Viver como Batizados é se comportar como irmãos uns dos outros amando-nos como Deus nos ama!   Dessa forma, viveremos como Santos e Perfeitos como nosso Pai do Céu é Santo e Perfeito!

Que Deus nos ajude nessa Missão!   Assim seja!

Oremos:

Deus eterno e todo poderoso, que sendo o Cristo batizado no Jordão e pairando sobre Ele o Espírito Santo, O declarastes solenemente vosso Filho, concedei aos vossos filhos adotivos, renascidos da água e do Espírito Santo, perseverar constantemente em vosso Amor!
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo! Amém!

Boa celebração para todos!

Pe. Ezaques Tavares

Solenidade da Epifania do Senhor: "Jesus é o Salvador de TODOS!" - 03 de Janeiro de 2016

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade às Celebrações que marcam esse Tempo de Natal na Igreja, vivemos, hoje, a Solenidade da Epifania do Senhor que nos convida a refletir sobre a Verdade Fundamental da nossa Fé de que Deus, em Jesus Seu Filho Unigênito, se fez homem para salvar a humanidade inteira, sem exceção!   Compreender o Mistério da Celebração da Epifania nos fará mais amáveis e tolerantes com os nossos irmãos, sejam eles quem forem, venham de onde vier e façam o que fizerem!   Em Jesus, Deus que se fez homem, somos, agora, membros da mesma e única família dos filhos e filhas de Deus e, portanto, irmãos uns dos outros!

A Solenidade de hoje, poderíamos falar assim, funciona como uma espécie da outra face da moeda do Natal: na Noite de Natal (24/12) a Celebração nos apresentou Jesus, nascido em Belém da Judéia e, anunciado como Salvador, em primeiro lugar, aos Pastores (representantes do Povo Judeu).   Se tivéssemos somente aquela Celebração poderíamos afirmar que Deus, em Jesus, veio para salvar somente os membros desse Povo específico mas, complementando a Mensagem do Natal, a Epifania vem nos revelar o outro lado moeda que ficou obscurecido na Noite de Natal (pois o Anjo falou que a Mensagem Alegre seria para os Pastores num primeiro momento mas, em seguida, seria para todo o Povo = todos os povos!).   Assim, a Solenidade de hoje nos revela que Deus, em Jesus, é o Salvador do Mundo, de todos aqueles que são capazes de reconhecer na criança envolvida em faixas e deitada na manjedoura, Deus que visita a nossa História.  A Salvação oferecida por Deus, em Jesus, é Universal e se estende a todos que o respeitam e o desejam de coração!

Assim, a Primeira Leitura (Is 60, 1-6) nos apresenta o Profeta convidando Jerusalém ao acendimento das luzes (sair das trevas = Noite de Natal) pois a Luz e a Salvação acabam de chegar.   O período doloroso do Exílio da babilônia chegou ao fim e com ele as trevas, as sombras que encobriam a terra desaparecem.   Isso é obra da Bondade do Senhor que resolveu reatar a Aliança de Amor com o Seu Povo, tornando-se, Ele mesmo, a glória de Jerusalém.   O clarão da Luz que irradia de Jerusalém (a Luz que é o próprio Senhor) será condutora de todos os filhos e filhas de Deus espalhados pelo mundo.   Todos chegarão a Jerusalém = Cidade de Deus trazendo as riquezas do além mar transformando a Cidade numa manifestação do poder, da glória e da graça do Senhor!

Ora, sabemos que o anúncio feito pelo Profeta no período pós-exílio não se realizou em plenitude durante o tempo do Primeiro Testamento pois, tal profecia se cumpre com a Encarnação e Nascimento de Jesus = Deus que Salva, em nossa História.   

Por isso, a Mensagem dessa Leitura se plenifica e se cumpre com o Evangelho de hoje (Mt 2, 1-12) que nos apresenta a chegada de Magos do Oriente que, avistando a Estrela no Céu (Luz = Isaías) se deixaram atrair e foram ao encontro do Rei dos Judeus que acabara de nascer!

Como são estrangeiros e não conheciam as profecias, pensam que o Rei estaria no palácio e para se dirigem desejando encontrar o Rei que fora anunciado.   Mas, o Senhor não nasce na grandiosidade do mundo, não se atrela ao poder que explora, oprime e maltrata o Povo mas, ao contrário, busca locais em que os pobres se encontram para com eles renovar a Aliança, construindo por eles e com eles um mundo novo.

Belém de Éfrata é a pequena cidade, sem importância no conjunto do Império escolhida por Deus para o Seu nascimento.   A Estrela (Luz de Deus) reaparece no caminho quando os Magos deixam o palácio de Herodes e os guia até a gruta onde estavam Jesus, Maria Sua Mãe e José!   Quando encontram, ajoelhando-se diante da criança pobre, adoram-Na como Deus que visita o Seu Povo!  Oferecem os presentes: ouro = rei, incenso = Deus e mirra = homem / riqueza de além mar = cumprimento da profecia de Isaías = Primeira Leitura!

Por fim, o Apóstolo Paulo, na Segunda Leitura (Ef 3, 2-3a.5-6) nos fala desse Mistério que Deus escondeu às gerações passadas mas o acaba de revelar em Jesus: os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho!

Que bela e atual mensagem a Solenidade da Epifania nos oferece: em Deus que nos visitou em Jesus, não há mais espaço no mundo para acepções de pessoas, para intolerâncias, ódios, rixas que nos separam uns dos outros pois com Jesus, Deus se mostra Pai e Salvador de TODOS!

Oremos:

Ó Deus, que hoje revelastes vosso Filho às nações, guiando-as pela estrela, concedei aos vossos servos e servas que já Vos conhecem pela Fé, contemplar-Vos um dia face a face no Céu.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo!   Amém!

Boa Celebração pra todos!

Pe. Ezaques Tavares

Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus: "Deram-Lhe o NOME de JESUS = DEUS SALVA!" - 01 de Janeiro de 2016

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria iniciamos um Novo Ano Civil e, encerrando a Oitava de Natal, celebramos a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus!   Porém, mais do que refletir sobre o papel de Maria na História da Salvação, somos convidados pela meditação da Palavra de Deus a nós proposta hoje, a refletir sobre o sentido da presença de Deus em nosso meio e suas consequências práticas em nosso cotidiano tão marcado pelas desventuras, pela dor, intolerância, sofrimento, fome, miséria, morte ... todos sinais da ausência do Salvador no mundo!

Dessa forma, a Primeira Leitura (Nm 6, 22-27) nos apresenta Javé falando a Moisés para que ensinasse ao Sacerdote Aarão e aos seus filhos a abençoar os membros do Povo.   Notemos que a Bênção oferecida é Graça de Deus sobre o Povo e, portanto, deve realizar a Vida Plena que o Senhor deseja.   A repetição do Nome do Senhor em cada parte da Bênção nos faz pensar que Tudo o que é Bom procede Dele e é obra de Sua Santas Mãos: bênção, proteção, manifestar o brilho da face, compadecer-se, voltar o rosto e oferecer a paz ... TUDO ISSO É SINAL DA BÊNÇÃO DE DEUS SOBRE O POVO, SOBRE NÓS!

No entanto, é preciso compreender, também, que tudo isso só será possível quando os homens e mulheres de todo e qualquer tempo, se apresentar diante do Senhor, desejando fazer a Sua Vontade e se esforçando para que tudo ocorra dentro do sonhado pelo Senhor!

Aqui, temos uma resposta sobre os motivos de vivermos num mundo, dois mil anos após a Chegada de Deus em nossa História, que parece ficar "cada dia pior": violência, ódio, mortes, doenças, fome, miséria ... assolam nosso povo não obstante a Celebração do Natal que vivemos!

Na Segunda Leitura (Gl 4, 4-7) vemos o Apóstolo Paulo recordando à Comunidade o grande feito de Deus em nosso favor: quando se completou o tempo Deus enviou o Seu Filho nascido de uma mulher, sujeito à Lei para nos resgatar da escravidão de nossos pecados.   Para que isso fosse verdade, Deus nos ofereceu o Espírito de Seu Único Filho Jesus para nos tornarmos Nele, Seus Filhos e Filhas Adotivos.   Essa Verdade nos faz pensar que já não somos escravos mas Filhos no Filho e herdeiros do Céu (herança de Deus para cada um de nós).   

Da parte de Deus tudo já está consumado e, em Jesus, não há mais nada a fazer da parte Dele.   No entanto, de nossa parte, é preciso que saibamos que há muito por fazer e, o começo se dará quando tomarmos consciência de que precisamos viver como Filhos e Filhas de Deus e herdeiros (as) do Céu fazendo o mesmo aparecer, visivelmente, nesse mundo que vivemos!

Por fim, o Evangelho (Lc 2, 16-21) nos apresenta a ida dos pastores, após o anúncio do Anjo (Noite de Natal) ao encontro do Salvador e a contemplação do menino envolvido em faixas e deitado na manjedoura.   A fala dos pastores deixa Maria e todos os ouvintes perplexos: a grandeza do Menino que vem para Salvar o Seu Povo dos seus pecados = Jesus = Deus Salva!

O sim de Maria nos trouxe a Graça da Salvação e a possibilidade de construirmos um mundo que seja, de fato, SINAL DA PRESENÇA DE DEUS EM NOSSO MEIO, isto é, um MUNDO ABENÇOADO!

Que a Celebração do encerramento da Oitava de Natal, nos auxilie a viver a nossa vida na graça e bênção do Senhor!   Assim seja!

Oremos: 

Ó Deus, que pela virgindade fecunda de Maria destes à humanidade a salvação eterna, dai-nos contar sempre com a sua intercessão, pois ela nos trouxe o Autor da Vida!
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo!    Amém!

Boa celebração para todos e um Ano Novo cheio da graça e da bênção de Deus!

Pe. Ezaques Tavares

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Festa da Sagrada Família: "O Amor forma a Família, Sinal de Deus no Mundo!" - 27 de Dezembro de 2015

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dentro das Alegrias das Celebrações da Oitava do Natal, celebramos todos os anos, no Domingo seguinte, a Festa da Sagrada Família.   Para a Igreja Particular de Campo Limpo - SP, hoje é Dia de Grande Alegria pois a Sagrada Família de Nazaré é a nossa Padroeira Maior, a Padroeira Diocesana, a Padroeira de nossa Catedral!

A chegada de Jesus completa a vida da Família Sagrada assim como a chegada dos filhos e filhas plenifica a Vida Familiar nesse mundo uma vez que os mesmos são a comprovação do Amor Incondicional que os cônjuges sentem uns pelos outros.   A relação estabelecida no Seio da Família marcam, de forma positiva ou negativa, a vida dos seus membros.   Apesar de vivermos num mundo que decreta, a cada dia, a falência da estrutura familiar, a Igreja, com a Celebração da Sagrada Família, vem dizer o contrário: a Família faz parte do Projeto de Salvação de Deus e, tem no mundo a Missão Nobre e Santa de revelar a Vontade do Mesmo!   A forma como os membros da Família convivem - baseada no Amor Verdadeiro - faz dessa Instituição em canal de Graças para todos!

A Palavra de Deus dessa Festa quer nos revelar como Ele pensou a estrutura familiar de modo que a mesma pudesse cumprir a Sua Missão nesse mundo.

Na Primeira Leitura (Eclo 3, 3-7.14-17a) nos apresenta o autor sagrado refletindo sobre as relações e obrigações dos membros da família, Dom de Deus.   No texto em questão, temos a reflexão recaindo sobre as obrigações dos filhos com relação aos seus pais.   Partindo do Mandamento Divino "Honrar pai e mãe", a leitura vai mostrando o sentido do mesmo.   A Vida Exemplar dos filhos é a honra dos pais e, quando honramos os pais, Deus nos promete bênçãos (aliás, é o único mandamento que vem acompanhado de promessas para aqueles que o cumprirem): perdão dos pecados, atendimento na oração cotidiana e ajunta tesouros.  Além disso, honrar os pais promoverá alegria com os próprios filhos, terá vida longa e se torna o consolo da mãe!    O acolhimento do pai na velhice sem lhe causar desgosto é ordem divina; não humilhá-lo, mesmo perdendo a lucidez, não será esquecida por Deus! 

Quantas lições essa Leitura nos oferece nesses tempos em que vivemos um "surto de individualismo" em que as pessoas só pensam nelas mesmas!   As relações vão se perdendo e vamos nos tratando como "materiais descartáveis" e enquanto nos é interessante, aceitamos e suportamos o outro mas, quando esse outro não nos é mais interessante e nem lucrativo, descartamos, abandonamos sem nenhum constrangimento.   Os filhos abandonam os pais se escondendo atrás de uma possível "vida melhor para eles" nos asilos - casas de repouso, lar dos velhinhos ... nomes românticos mas não conseguem esconder o seu verdadeiro sentido: esconder e apartar do convívio social aqueles que se tornaram um espécie de "estorvo" para os seus!   Fazemos isso e nos achamos bons moços e boas moças, exemplos de filhos e filhas!   Sob o disfarce de "oferecer o melhor" abandonamos aqueles que nos ofereceram o melhor deles!

Na Segunda Leitura (Cl 3, 12-21) vemos o Apóstolo Paulo orientando a Comunidade e seus membros a se revestirem de sentimentos que marcaram a Vida de Cristo Jesus: misericórdia, bondade, humildade,mansidão, paciência!  É preciso aprender a "dar suporte = suportar" àqueles que necessitarem e perdoar sempre no Amor como Deus nos perdoou!  Esse Amor é Vínculo de Perfeição!
Quando a Família se ergue com tais orientações, ela se torna o Sinal de Deus para o mundo e, no lar ninguém se faz maior ou mais importante que os demais mas, no Amor são capazes de cumprir, cada qual, o seu papel para salvaguardar a estrutura familiar: mulheres se submetem aos seus maridos e maridos amam as suas mulheres; os filhos obedecem aos seus pais e os pais não intimidam os seus filhos!   Esse é um modelo de extrema importância para Vida Familiar em todo e qualquer tempo!

Por fim, o Evangelho (Lc 2, 41-52) mostra a Sagrada Família de Nazaré cumprindo a Lei de Deus: subindo a Jerusalém para celebrar a Páscoa!   O Encontro de Jesus entre os Doutores da Lei é a manifestação da Sua Verdadeira Filiação: Divina!   Discute os ensinamentos divinos e orienta os doutores como se fossem verdadeiros aprendizes!   Após encontrá-Lo e sem compreender o que estava acontecendo, Jesus voltou para a sua cidade e era submisso aos pais (Maria e José) e crescia em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e diante dos homens!

Que a Festa da Sagrada Família nos oriente na forma como devemos viver em nossas famílias!   Assim seja!

Oremos: 
Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada Família como exemplo, concedei-nos imitar em nossos lares as suas virtudes para que, unidos pelos laços do Amor, possamos chegar um dia às alegrias da vossa casa!
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo! Amém!

Boa Celebração para todos!

Pe. Ezaques Tavares

Santa Missa do Dia de Natal: "E a Palavra de se fez carne e habitou entre nós!" - 25 de Dezembro de 2015

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade às Alegrias das Celebrações do Natal do Senhor, vivemos, hoje, o Dia do Natal!  A Palavra dessa Celebração vem ao nosso encontro para nos revelar a busca incessante de Deus, no correr da História, para se COMUNICAR com os Seus!

Assim, inicio a nossa reflexão com a Segunda Leitura (Hb 1, 1-6) em que o Escritor Sagrado nos fala, logo de cara, que Deus desde os tempos antigos buscou se comunicar com os homens e mulheres de muitos modos e, para tanto, desejando fazer chegar aos ouvidos dos Seus a Sua Mensagem de Salvação, Ele (Deus) se utilizou dos Seus Mensageiros, os Profetas.   No entanto, a História da Salvação nos revela que, nem sempre, tais Mensageiros eram ouvidos e Suas Mensagens, consideradas.   Assim, percebendo Deus tal situação, nesses tempos que são os últimos, Deus nos falou por meio de Seu Filho = Herdeiro de todas as coisas e partícipe da Criação de Tudo!  Em Jesus, o Filho Unigênito, Deus se comunica de forma definitiva e, após tal evento salvador, não há mais nada para ser comunicado.   Ele é o Filho revelador da Faze Amorosa e Misericordiosa do Pai!

No Evangelho (Jo 1, 1-18) vemos São João ligando o Senhor Jesus aos primórdios da História da Salvação: Jesus é a Palavra Criadora do Pai que organiza o caos que era o mundo.  Ela (Palavra) sempre esteve com Deus e é Deus com Deus.   Após o pecado das origens, o Ser Humano desorganizou o mundo, levando-o, novamente, à experiência do caos.   Durante muito tempo, Deus buscou trazer o Ser Humano para junto Dele (por meio dos Profetas - II Leitura de hoje) mas, os mesmos não deram ouvidos à Sua Palavra.  Por conta disso, Deus achou por bem após várias tentativas de se comunicar com os homens e mulheres, encarnar a Sua Palavra, permitindo-Lhe o nascimento como Homem no meio dos homens para Salvar os homens.   A Palavra que no princípio organizou o caos se Encarna para promover, de novo, tal organização.   A Vida da Palavra Encarnada nos revela quem é Deus e qual é a Sua vontade a nosso respeito mas, nem sempre nós damos ouvidos - como os nossos antepassados - à Sua Mensagem.   A Palavra Encarnada nos orienta pelos caminhos da Luz do Pai mas, nós preferimos as trevas à Luz que da Palavra se origina pois, apegados aos nossos pecados não conseguimos nos aproximar da Mesma.

Experimentar a Graça do Nascimento de Jesus - Palavra de Deus em nosso meio - deve nos levar ao anúncio da Sua Presença entre nós.  Este é um anúncio de Salvação que tendo Deus por origem deseja atingir a todos, sem exceção!   A Primeira Leitura (Is 52, 7-10) nos fala da felicidade quando vemos e ouvimos aquele que foi enviado por Deus para anunciar a Sua Paz a Sua Salvação.   Quando damos ouvidos ao anúncio da Salvação nos tornamos novos e alegres, deixando para trás tudo que nos transformou em ruínas, transformando nossas vidas em dor, luto e sofrimento!

Que o Natal do Senhor nos possibilite a graça de ouvir a Palavra de Deus e a ela darmos ouvidos!   Assim seja!

Oremos:

Ó Deus, que admiravelmente criastes o ser humano e mais admiravelmente restabelecestes a sua dignidade, dai-nos participar da divindade do vosso Filho, que se dignou assumir a nossa humanidade!   
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo!   Amém!

Um Bom e Santo Natal para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

Santa Missa da Noite do Natal (do "Galo"): "Eu vos anuncio uma Grande Alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na Cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor!" - 24 de Dezembro de 2015

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Depois de uma caminhada de 26 dias nos preparando (Tempo do Advento), eis que chegamos às Alegrias das Celebrações do Natal do Senhor.   Aquele que fora anunciado pela boca dos profetas (Isaías, Baruc, Sofonias, Miquéias e, sobretudo, João, o Batista) nasce no meio dos pobres e a eles se manifesta em sua humilde grandeza e, reconhecê-Lo só será possível se tais sentimentos estiverem presentes em nossas vidas (para tanto nos preparamos durante o Advento).

A Palavra de Deus dessa Santa Noite nos coloca frente a frente com a grandeza de um Deus que por Amor às Suas Criaturas, se faz Homem e nasce em nosso meio para nos oferecer, novamente, a possibilidade de Salvação!   A compreensão do Mistério dessa Noite nos clareará a beleza e a Verdade da nossa Fé!

A Primeira Leitura (Is 9, 1-6) nos fala de um povo que está envolvido nas trevas, nas sombras da morte mas, de repente, contempla uma grande transformação dessas situações: uma Grande Luz Resplandece! Estamos refletindo o período terrível da História da Salvação conhecida como Exílio da Babilônia que provocou enormes dores e sofrimentos à Vida da Comunidade dos Filhos e Filhas de Deus.   Depois de ter experimentado o esplendor da glória e do poder, o Povo se viu obrigado a voltar aos tempos difíceis da Escravidão Egípcia (agora na Babilônia - 587 a.C.).   Tudo parecia perdido, sem sentido e, sem saída.  A Esperança e a Fé estão minguando pois, humanamente falando, o Exílio não parecia ter saída.   No entanto, quando não há saída para o homens e mulheres, Deus a oferece, gratuitamente aos seus por Amor.   No meio da escuridão, a Luz de Deus irá brilhar e, com o auxílio dessa Luz, encontrar a saída será questão de tempo pois sob a Luz de Deus tudo fica mais fácil: alegria, felicidade, regozijo são os frutos da Presença da Luz na Vida da Comunidade (ceifeiros na colheita ou guerreiros que dividem os despojos).   O jugo que oprime o povo - carga sobre os ombros e orgulho dos fiscais - Deus está para abater como nos dias de Madiã.  Botas e trajes manchados de sangue os inimigos serão queimados e devorados pelas chamas!

Por que tudo isso? O que está para acontecer que gerará tais transformações na Vida do Povo: nasceu um Menino, um Filho nos foi dado trazendo no Seu Nome o significado do Seu Nascimento: Conselheiro Admirável, Deus Forte, Pai dos Tempos Futuros, Príncipe da Paz!   Um Novo e Grandioso Reino será inaugurado e a Paz perdurará sobre o Reino de Davi = consolidados por conta da Justiça e Santidade de Sua Vida!   Tudo isso é obra do Amor Zeloso de Deus!

Essa profecia de Isaías nunca foi contemplada pelo Povo do Primeiro Testamento pois, para nós, ela se realiza em sua plenitude quando nasce no meio dos homens Jesus, o Cristo!   Assim, tal Leitura nos prepara para a compreensão exata do Texto Evangélico dessa Noite (Lc 2, 1-14).

O Evangelho da nossa Celebração inicia citando a ordem do Imperador Romano que, desejando saber o números dos seus súditos em todo o Território Imperial, decreta um recenseamento, obrigando todos a voltarem às suas respectivas cidades de origem para se alistarem.   É nesse contexto que José, descendente de Davi deve subir de Nazaré onde morava a Belém, onde nascera.  Nesse tempo, Maria já está prestes a dar à Luz ao Seu Filho Primogênito.

A Cidade está lotada e não há lugar para eles em nenhuma hospedaria e, como completou-se o tempo para a o nascimento, Maria deu à Luz e acabou depositando o Seu Filho no cocho que servia para alimentar os bichos que viviam naquele local e, rasgando pedaços de tecidos de suas próprias vestes, enrola o recém-nascido em faixas.

Todo esse cenário coincide com o nascimento dos filhos dos pobres (representados pelos pastores) e serão estes os privilegiados que acolherão o anúncio feito pelo Anjo de que havia nascido para eles um Salvador que era o Cristo Senhor.   Deus se faz Homem e, para tanto, escolhe (para nos desconcertar) a identificação com os últimos desta terra e é para estes que a Salvação chega em primeiríssimo lugar e, mais tarde, será para todo o Povo que a acolher como Ela é e se fez conhecer!  Ao Anjo que anuncia a chegada do Emanuel = Deus-Conosco, se junta um multidão da Milícia Celeste que cantam: Glória a Deus nas alturas e Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade!

Acreditar na Verdade dessa Noite exige de cada um de nós mudanças em nosso modo de conduzir a nossa vida.  A Segunda Leitura (Tt 2, 11-14) nos revela que a manifestação de Deus nos trouxe a Salvação e, de agora em diante, é importante abandonar a impiedade e as paixões mundanas, vivendo com equilíbrio, justiça e piedade.   O nascimento de Deus resgata a nossa vida maldade e purifica cada um de nós que formamos o Seu Novo Povo!

Que a Celebração dessa Noite Santa nos ajude a viver de acordo com a Vontade de Deus!   Assim seja!

Oremos:
Ó Deus, que fizestes resplandecer esta Noite Santa com a Claridade da Verdadeira Luz, concedei que, tendo vislumbrado na Terra este Mistério, possamos gozar no Céu sua Plenitude!
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo!   Amém!

Boa Celebração para todos (as) e um Excelente Natal para todas as Famílias!

Pe. Ezaques Tavares

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

IV Domingo do Advento: "Jesus, o Filho de Maria, é o Deus que veio nos SALVAR!" - 20 de Dezembro de 2015

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria, entramos, nos últimos dias desse Tempo de Advento com a Celebração do IV e Último Domingo.   O tempo da expectativa e da preparação vai chegando ao seu termo e, por conta disso, é importante que nos coloquemos diante da Palavra de Deus para fazermos os ajustes finais afim de de que as Celebrações do Natal do Senhor nos encontrem preparados de fato.

Desde o dia 29/11/15, quando iniciamos o nosso caminho preparatório para o Natal, a Palavra de Deus foi nos orientando e, nesse último Domingo, gostaria de refazer o caminho para que possamos perceber em nós os possíveis avanços e o que ainda será preciso acertar para entrarmos decentemente na Celebrações que se aproximam.

No I Domingo do Advento (29/11) fomos colocados diante de uma Palavra que nos alertava sobre os terríveis acontecimentos que nos cercam mas que, em contrapartida não deveriam nos desanimar em nosso busca pelo cumprimento da Vontade do Pai: os sinais no Céu, no Sol, na Lua, nas Estrelas, o barulho do Mar e das Ondas que apavoram e fazem os homens desmaiar de medo não podem ser mais fortes que a nossa Fé em Deus que virá.   Diante de todo mal produzido pelos Adversário de Deus, o CRENTE deve permanecer de pé, com a cabeça erguida para enxerga, ao longe, as maravilhas que o Senhor está para realizar.   Para tanto, é preciso manter-se precavido contra as Gula, Embriaguez e Preocupações da Vida e, VIGILANTES E ORANTES esperar o Senhor que Vem, mantendo-se de pé em Sua presença;

No II Domingo do Advento, a Palavra iniciou a Apresentação de João, o Batista, como sendo a voz que grita no Deserto.   Essa Voz trouxe uma Mensagem de extrema importância para a Comunidade: Preparai o Caminho do Senhor; endireitai suas Veredas!  Para tanto nos foi dito que precisávamos rebaixar as montanhas, aterrar os vales, acertar o que estava torto e alisar o que está áspero!   O Caminho que o Senhor criou entre nós e Ele era reto, plano e fácil de ser trilhado mas, o nosso pecado criou as dificuldades e, nesse Tempo do Advento somos convidados a acertá-lo enquanto temos tempo;

No III Domingo do Advento, a Palavra continuou nos falando de João, o Batista e, agora, nos apresentou os conselhos, as orientações que ele ofereceu àqueles que foram ao seu encontro perguntando: "O que devemos fazer?"  A Partilha, a não exploração dos mais fracos bem como o uso do poder para oprimir e extorquir os pequenos deveriam ser banidos da vida daqueles que desejam se encontrar com Aquele que vem batizar com Espírito Santo e com Fogo; que vem com a pá na mão para limpar nossa eira, queimando no fogo a palha produzida pelos nossos pecados mas recolhendo no celeiro, o Trigo Bom!

Feita essa Caminhada, chegamos, hoje, ao IV e Último Domingo do Advento e a Palavra nos coloca cara a cara com o Acontecimento Histórico da Encarnação do Senhor no Seio da Virgem Maria e suas consequências em nossa Vida de Fé.   Esse fato não ocorreu de uma hora para outra mas foi sendo preparado ao longo da História da Salvação pelos homens e mulheres de Boa Vontade.

Assim, a Primeira Leitura (Mq 5, 1-4a) nos apresenta a Salvação como sendo algo que vem do meio dos pobres pois, precisamente para eles (pobres) ela virá.   O anúncio do Messias-Rei procedente de Belém de Éfrata, evoca a escolha do Pastor Davi (último filho de Jessé, de Belém, de Judá) revelando as escolhas de Deus para fazer acontecer e revelar a Sua vontade aos homens.   O Tempo do Abandono encerrará quando uma mãe der à luz; e o resto de seus irmãos se voltará para os filhos de Israel. A força do Senhor será a Sua força e, diante disso, a Paz será Verdade para sempre.

Sabemos que todo o Primeiro Testamento não viu essa profecia se realizar pois, somente em Jesus ela se cumpre realmente.  Por isso, o Evangelho de hoje (Lc 1, 39-45) é a revelação de que a Promessa se cumpre: no Seio Virgem de Maria se encarna Aquele que vem para governar com a Força de Deus e inaugurar o Reino de Paz, sobretudo para os pobres da terra (Isabel e sua Família).   

Após receber a Anúncio do Anjo Gabriel de que seria a Mãe de Jesus, o Filho de Deus, Maria dirige-se apressadamente à região montanhosa da Judéia, para a casa de Isabel, sua parenta que estava grávida e era idosa.   Essa atitude de Maria nos orienta para a preparação imediata para o Natal: colocar-se à serviço daquele (a) que estiver precisando de nós!

O Encontro das duas mulheres é revelador pois as palavras de Isabel revelam a grandeza de Maria por conta Daquele que Ela traz em seu ventre: como posso merecer que a Mãe do meu Senhor me venha visitar? Logo que a sua saudação chegou em meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. Bem aventurada aquela que acreditou pois se cumprirá TUDO aquilo que o Senhor falou ao teu respeito!

A realização dessa Promessa nos leva a acreditar que Deus, em Jesus, no oferece a Vida Nova que Ele tem para cada um (a) de nós!   Jesus é o Sacerdote, a Oferenda e o Altar do Sacrifício que apaga, de uma vez por todas os nossos pecados (Segunda leitura - Hb 10, 5-10).   É no Corpo Encarnado de Jesus que a nossa Salvação se torna real, verdadeira.   O Natal que se aproxima é a Solenidade que nos revela que Deus é Fiel às Suas Promessas!

Que Deus nos ajude a viver essa reta final do Tempo do Advento buscando a preparação que possibilitará o Seu Nascimento em nós e, por meio de nós, no mundo. Assim seja!

Oremos:

Derramai, ó Deus, a vossa graça em nossos corações para que, conhecendo pela mensagem do Anjo a Encarnação do vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e morte de cruz, à glória da ressurreição!   Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares


quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

III Domingo do Advento: "A ALEGRIA é fruto da OBEDIÊNCIA à PALAVRA DE DEUS!" - 13 de Dezembro de 2015

Queridos irmãos e irmã, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade à nossa Caminhada de Fé nesse Tempo do Advento, vivemos, com a Igreja no Mundo, as ALEGRIAS do III Domingo e, hoje, a Liturgia nos oferece a possibilidade de experimentar a graça da chegada de Deus em nosso meio: a alegria é o fruto imediato de Sua chegada e, para tanto é preciso se perguntar como os interlocutores de João, o Batista: "O que devemos fazer?"

Assim, a Primeira Leitura (Sf 3, 14-18a) já traz no início o convite à Alegria: Canta de alegria, cidade de Sião; rejubila, povo de Israel! Alegra-te e exulta de todo coração, cidade de Jerusalém!  Num contexto de final de Exílio na Babilônia, esse convite parece até "brincadeira" e, a pergunta surge logo: Por que cantar, rejubilar e exultar de alegria quando a situação é totalmente contrária a tal sentimento? O próprio profeta nos dá a resposta logo em seguida: a sentença contra o povo foi revogada pelo Senhor e os inimigos do Povo foram afastados e, o próprio Deus se tornará Rei de Israel, permanecendo junto dele, de modo que não sentirá mais medo!   Quanta coisa maravilhosa a chegada de Deus em nosso meio é capaz de produzir mas, em contrapartida, será preciso vencer o medo, o desânimo e fazer a nossa pate para que o Senhor nos perceba preparados para a Sua Presença em nosso meio.

Aqui, a Primeira Leitura nos oferece o "gancho" para a ligação com o Evangelho (Lc 3, 10-18) sequência do texto de Domingo Passado quando nos foi apresentado a pessoa de João, o Batista como a voz que grita no deserto: aplainai o caminho do Senhor e endireitai suas veredas!   Depois dessa apresentação, vemos João seguindo pelas margens do Jordão, pregando e ministrando um Batismo (daí, o titulo de Batista = Batismo) para a Conversão dos Pecados que promoveria a preparação para a chegada do Messias.  

Hoje, temos três grupos de pessoas que vão ao encontro do batista com a pergunta: "O que devemos fazer?" e, as respostas oferecidas nos faz pensar que a Conversão implica, sobretudo, numa mudança de vida, de postura diante das situações: ao povo, o Batista pede que aprenda a PARTILHAR o que tem com aqueles que não têm; aos cobradores de impostos, a ordem é que não cobrem além do que está previsto, não explorem os mais pobres; aos soldados, ordena que não usem da força para intimidar e extorquir a população mais carente, além de não fazer falsas acusações, contentando-se com o salário recebido!

Como podemos perceber, a preparação para a chegada do Messias, exige de nós uma mudança em nosso comportamento, sobretudo, com relação aos irmãos e irmãs que Deus, em Seu Infinito Amor, colocar em nossos caminhos: reconhecer o outro como nosso irmão é fundamental para que tais mudanças ocorram!

Na segunda parte do Evangelho, percebemos que o Povo começa a pensar que o Batista seria o Messias mas, com muita humildade simplicidade, João declara que ele não seria digno de desamarrar as sandálias Daquele que estava para chegar pois o Batismo do Senhor é no Espírito e Fogo para a limpeza geral de nossas vidas!   O Senhor fará a limpeza recolhendo o TRIGO no celeiro e queimando a palha (o que não presta) no fogo que não se apaga!

É vivendo dessa forma que a Alegria procedente de Deus nos alcança e, o Apóstolo Paulo, na Segunda Leitura de hoje (Fl 4, 4-7) nos exorta a viver: Alegrai-vos sempre no Senhor; eu repito, alegrai-vos!  a vida bondosa deve ser alimentada pois o Senhor está chegando.  Não se envolver com o mundo, evitar as preocupações (Evangelho do I Domingo: gula, embriaguez e preocupações) apresentando a Deus todas as nossas situações vividas, é o caminho seguro para a manutenção de nossa serenidade, alegria e amor.  Dessa forma, nossos corações e pensamentos serão preservados do mal e do pecado para o Dia de nosso Senhor!

Que Deus nos ajude a viver a nossa vida de acordo com Sua Santa Vontade! Assim seja!

Oremos:
Ó Deus de bondade, que vedes o vosso povo esperando fervoroso o Natal do Senhor,d ai chegarmos às ALEGRIAS da SALVAÇÃO e celebrá-las sempre com intenso júbilo na Solene Liturgia! Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo! Amém!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Solenidade da Imaculada Conceição de Maria: "No SIM de Maria encontramos um MODELO SEGURO para nossa Caminhada rumo às Celebrações do Natal!" - 08 de Dezembro de 2015

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dentro do Tempo do Advento, a Liturgia da Igreja nos oferece a oportunidade de refletir sobre a vida daquela que mais soube viver a Vontade do Pai, a ponto de ser escolhida para gerar o Salvador do Mundo que nós, ansiosamente, aguardamos.  Em Maria, a Igreja nos oferece um MODELO seguro de VIRTUDE que pode, se assim o desejarmos, nos auxiliar em nossa preparação para o Natal que se aproxima.   A Imaculada Conceição de Maria foi proclamado Dogma em 1854 pelo então Papa Pio IX.  No entanto, é preciso entender que toda e qualquer exaltação da Virgem Maria em nossa Caminhada de Fé deve ser compreendida a partir da estreita relação que a mesma teve e tem com a Trindade Santa.   Maria não é o que é para nós Católicos por ela mesma mas, toda a nossa Devoção, o nosso Carinho Filial, o nosso Culto Especial se devem aos méritos de Jesus, o Cristo.   Não fosse Ele, toda a nossa estreita relação com a Virgem Maria não teria sentido.   A Palavra de Deus dessa Solenidade nos ajudará nessa compreensão.

Na Primeira Leitura (Gn 3, 9-15.20) nos apresenta o episódio ocorrido logo após a desobediência de nossos primeiros pais (Adão e Eva).   Deus que organizara o caos que era o mundo e que acabara de criar o homem e a mulher à Sua Imagem e Semelhança havia entregado aos mesmos toda a obra de Suas Mãos.   Esse homem e essa mulher viviam felizes no Paraíso (Jardim do Édem) pois eram agraciados com tudo que necessitavam para tanto.   Enquanto escutavam a Voz de Deus e seguiam, única e exclusivamente essa Voz, tudo estava bem mas, a partir do capítulo terceiro - de onde sai a nossa Leitura - temos a entrada de uma nova voz, a voz do adversário de Deus que, buscando chamar a atenção para si, lança uma pergunta: é verdade que Deus fez esse Paraíso, os colocou aqui e os proibiu de usar toda essa beleza?   Ao dar atenção àquela voz - diferente da Voz de Deus que os criara - nossos pais caem na armadilha e movidos pelo desejo pecaminoso colocado em seus corações (o desejo de serem iguais a Deus), desobedecem e, comendo o fruto da árvore que estava no centro do jardim percebem seus olhos abertos para enxergarem o que de fato eram: NADA!   Buscam se esconder mas Deus quer vê-los e os chama pelo nome e, aqui começa nossa leitura.   A Voz de Deus causa vergonha pois nossos pais reconhecem o erro cometido ao darem ouvidos ao adversário do Senhor.  A nudez do ser humano o envergonha diante de seu Criador mas será preciso assumir as consequências do erro, não adiantando tentar jogar nas costas dos outros o que, somente a nossa liberdade mal usada, pode explicar e justificar.   Por fim, Javé dá a sentença:inimizade entre a mulher e a cobra; entre a descendência de uma e da outra; enquanto a cobra buscará morder a calcanhar da mulher, esta lhe ferirá a cabeça com um seu descendente.   Aqui (Gn 3,15) temos a primeira grande profecia feita pela boca do próprio Deus e que se realizará em Maria que, com seu Sim, dará à Luz o descendente prometido que ferirá a cabeça da serpente com Sua Morte e Ressurreição, libertando toda a Humanidade das garras do adversário de Deus.

Assim, essa Primeira Leitura se realiza plenamente no texto Evangélico de hoje (Lc 1, 26-38) com o envio do Anjo Gabriel para fazer o anúncio de que Maria tinha sido escolhida para gerar tal descendente.   Toda obra  - assim como no passado - é Divina e, de Maria só é aguardado o SIM que mudará, para sempre, a História da Humanidade.   Aqui, Maria se torna o nosso modelo de Caminhada de Fé: sem compreender como as coisas se dariam, Ela diz SIM à Vontade do Pai, gerando dessa forma, o Salvador do Mundo.

O Advento é o Tempo Litúrgico em que a Igreja que somos todos (as) e cada um (a) de nós é convidada a dar o seu SIM como Maria e, a partir daí, abrir mão de tudo que impeça a chegada de Deus em nossas vidas e, por nosso intermédio, na vida do mundo em que estamos inseridos.   Essa relação estreita de Maria com a Trindade nos faz olhar para ela e enxergá-la de forma diferente, como Modelo de Virtude que poderá nos auxiliar - se assim o desejarmos - nessa luta que travamos dia a dia para viver a Vontade de Deus em nós.

Pelo Sim de Maria, Deus Pai une novamente a terra ao céu, por meio de Seu Filho Unigênito Jesus, o Cristo que necessitou desse Sim para se encarnar em nossa História e nos ensinar o caminho de acesso ao céu que o pecado das origens de nossos primeiros pais, nos havia fechado.   Somos escolhidos por Deus e devemos viver como escolhidos.   Maria, com o título de Imaculada Conceição, nos obtenha a graça de vivermos a nossa fidelidade até o fim.   Assim seja!

Oremos:
Ó Deus, que preparastes uma digna habitação para o vosso Filho, pela Imaculada Conceição da  Virgem Maria, preservando-a de todo o pecado em previsão dos méritos de Cristo, concedei-nos chegar até Vós purificados também de toda culpa por sua materna intercessão.   Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.   Amém!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

(Esse texto é o mesmo do ano de 2014)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

II Domingo do Advento: "Deus, em Seu Amor Infinito, oferece a Salvação a TODOS!" - 06 de Dezembro de 2015

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade à nossa Caminhada de Preparação para as Celebrações do Natal que se aproximam, chegamos ao II Domingo do Advento e, a Palavra de Deus a nós dirigida continua estimulando a nossa Fé e a nossa Esperança em Deus que vem ao nosso encontro para nos salvar.   Ouvindo, meditando e partilhando os textos propostos nesse Domingo, vemos Deus querendo renovar a Sua Aliança conosco e, revelando, de um lado a Sua Fidelidade ao Seu Projeto de Salvação e, pedindo, de nossa parte, que façamos o nosso papel: preparemos o Caminho que facilite a Sua Chegada até cada um de nós!

No Domingo passado, abrindo a Primeira Semana e o Tempo do Advento fomos convidados a perceber que Deus está sempre do nosso lado, desejando ser percebido como Deus que está para fazer maravilhas, fazendo brotar do toco seco de Davi um renovo de vida que transformaria Jerusalém na Cidade da Justiça Divina (Jr 33); nos convidava ao não desespero diante de um mundo de catástrofes que se abatem sobre todos nós, nos pedindo que nos levantássemos e mantivéssemos a cabeça erguida porque, apesar da aparência em contrário, a nossa Libertação está próxima e, a vigilância ativa e a oração que nos mantém unidos a Deus, seriam os caminhos (Lc 18) e, por fim, o Apóstolo Paulo (I Ts 3) nos convidava a crescer, cada vez mais, no Amor para nos prepararmos para a Chegada de Deus que se aproxima!

Seguindo a reflexão iniciada na Semana Passada, a Palavra de Deus vem ao nosso encontro para nos alimentar nessa Caminhada, desejando reforçar em cada um de nós a alegre expectativa pela Sua chegada em nossas Vidas e de nossas Comunidades.

Assim, a Primeira Leitura (Br 5, 1-9) nos relata a Imagem de Jerusalém por ocasião do período tenebroso da História da Salvação do Exílio na Babilônia.   Esse foi um dos momentos mais terríveis para o Povo de Deus que, após ter experimentado a grandeza, o poder, o prestígio, a riqueza ... viu tudo isso escorrer por entre os dedos com a invasão de Nabucodossor (rei da Babilônia) que promoveu a destruição da Cidade Santa, a matança de muitos dos filhos de Israel, além de levar como escravos os mais fortes que sobraram. A ralidade parecia um enorme pesadelo.   O Profeta Baruc compara a Cidade de Javé (Jerusalém) a uma senhora viúva, enlutada, aflita que vê os seus filhos serem levados embora como escravos para uma terra estranha (Babilônia).   Diante dos fatos que se abateram nessa época (587 a.C.) parece não ter muito o que fazer: Fé e Esperança definham e perdem a força de sustentação do povo!

Tudo perdido?   Claro que não!   Deus está para realizar uma grande obra e, por meio do Profeta Baruc (como domingo passado por meio do Profeta Jeremias), faz o convite para que Jerusalém mude a sua postura: Despir a veste de luto e de aflição e revestir, para sempre, os adornos da glória vinda de Deus!   Cobrir-se com o manto da Justiça (Jerusalém deverá ser conhecida com o nome de "Javé, nossa Justiça!" - Jeremias), colocando na cabeça o Diadema da Glória do Eterno!

O Profeta apresenta os novos nomes de Jerusalém: "Paz da Justiça" e "Glória da Piedade" e, tais nomes revelam os compromissos que devem ser assumidos para que Javé possa cumprir a Promessa feita: a promoção da Justiça que vem de Deus é promotora da Paz que todos esperam e, na medida em que o Povo for Piedoso, Temoroso, Cumpridor dos Preceitos Divinos experimentará a Glória que Javé pode e quer oferecer!

Assim, Jerusalém, a velha encurvada, enlutada, viúva é convidada a subir ao alto para ver a maravilha de Deus: os filhos que foram levados como escravos está voltando, jubilosos por Deus ter-se lembrado deles.   A volta dos exilados é marcada pela Glória de Deus e o deserto é transformado: montes abaixados, vales aterrados para que o caminho seja facilitado; árvores que se curvam para produzir sombra. Assim, a Misericórdia e a Justiça que procedem de Deus serão manifestadas!

Que bela visão o Profeta Baruc nos apresenta das intervenções de Javé em nossa vida e história!   Mas, por que a promessa ainda não se realizou em sua plenitude?   O que está faltando para tal cumprimento?

O Evangelho (Lc 3, 1-6) parece nos oferecer a resposta às questões apresentadas anteriormente.   Tudo começa com o Evangelista situando na História os fatos: os relatos não são produto de fantasia mas ocorrem numa época e num território concretos; possui personagens historicamente comprovados: Tibério César, Pôncio Pilatos, Herodes, Filipe = Império Romano, Judéia, Galiléia, Ituréia, Traconítide ... de um lado e, por outro, João Batista e o Deserto!   Para nossa surpresa, Deus não dirige a Sua Palavra aos grandes e poderosos do mundo, moradores das cidades que promovem o conforto e o bem-estar de alguns e a miséria de tantos mas, se dirige a João no Deserto, que rompendo com a estrutura de morte, se coloca à disposição do Senhor para escutá-Lo e promover a Sua Vontade.   O Deserto, historicamente lugar teológico = manifestação de Deus oferece as condições para a escuta da Voz de Deus e da sua compreensão: nos Deserto, as falsas seguranças da cidade se manifestam plenamente!   João é a voz que grita no Deserto conclamando as pessoas para preparem os caminhos que facilitam a chegada de Deus em nossas Vidas e em nosso Meio = Comunidades.   

Aqui, percebemos a resposta às questões acima: a Salvação é Dom de Deus e Graça a nós oferecida mas, se cada um não fizer a sua parte e preparar o ambiente para que o Dom e a Graça atuem, nada poderá ser feito!   Assim, cada um deve, nesse contexto de Advento se perguntar: quais são os montes e vales que necessitam ser transformados em nossas vidas para facilitar a chegada de Deus até nós?   Como poderemos fazer tal obra?   Como fazer para "enxergar a Salvação que vem Deus e é oferecida a todos?"

Para nos ajudar a dar tal resposta, o Apóstolo Paulo, na Segunda Leitura (Fl 1, 4-6. 8-11) assim como no Domingo Passado (I Ts 3): o crescimento no Amor é o caminho seguro que a Comunidade e cada um de nós deve buscar para que o Senhor nos encontre preparados e possa realizar a Sua Obra de Salvação!

Que Deus nos ajude nessa preparação! Assim seja!
Boa Celebração para todos!
Pe. Ezaques Tavares

Oremos: Ó Deus todo-poderoso e cheio de misericórdia, nós vos pedimos que nenhuma atividade terrena nos impeça de correr ao encontro do vosso Filho, mas, instruídos pela vossa sabedoria, participemos da plenitude de sua vida! Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo!
Amém!