terça-feira, 29 de dezembro de 2015

III Domingo do Tempo Comum: "HOJE se cumpriu essa PASSAGEM DA ESCRITURA que acabais de OUVIR!" - 24 de Janeiro de 2016

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Continuando a nossa Caminhada de Fé no Tempo Comum, celebramos, hoje, o III Domingo e, a Palavra que nos é proposta nos leva a refletir sobre a FORÇA PRESENTE NA PRÓPRIA PALAVRA: Ela tem a força de Deus para transformar a realidade de dor e sofrimento produzida pelo pecado!

Na Primeira Leitura (Ne 8, 2-4a.5-6.8-10) temos uma realidade de incertezas, dor e sofrimento pois, após 100 anos do retorno do Exílio na Babilônia (vide as promessas de Javé ao Povo que retornava desse Exílio na Leitura do Domingo Passado do Profeta Isaías), a vida não mostrava a Alegria prometida por Javé.   A situação caótica de dor e sofrimento ainda reinava em meio à Comunidade dos filhos de Deus.   Daí, a questão: o que está acontecendo que impede a Promessa de Javé de se realizar?  de quem é a culpa?  o que é preciso fazer para ver realizada tal Promessa?

É nesse contexto que temos, por volta de 444 a.C. patrocinado por Ciro, rei da Pérsia, a ida de Esdras (Sacerdote) que, se juntando com Neemias (Governador) começa a observar a vida do Povo em Jerusalém e, não demora muito para que Esdras perceba que o grande obstáculo à realização da Promessa de Javé ao Povo era o descumprimento da Lei de Deus e, isso acontecia porque não havia quem orientasse o Povo nessa mesma Lei, na Palavra.

Assim, o Sacerdote Esdras decide fazer o que está descrito em nossa Primeira Leitura de Hoje: apresentação do Livro da Lei (parte Central do Livro do Deuteronômio), convocação da Assembleia (homens, mulheres, crianças e TODOS QUE PODERIAM COMPREENDER), construção de uma espécie de "palanque" = local alto de onde se proclamou a Palavra, Leitura da Palavra durante toda a manhã e explicação da Lei aos presentes pelo próprio Sacerdote Esdras e os Escribas = "catequistas".

Diante de todo cuidado e rigor no trato com a Palavra, a Leitura não podia deixar de ressaltar a reação dos presentes: aplaudem a entrada da Palavra, Lhe dão atenção, se inclinam, erguem as mãos e, por último CHORAM pois percebem que o atraso, que o não cumprimento da Promessa se deveu ao descuido do Povo para com a Palavra de Deus.   A Leitura e a Escuta atenta da Palavra leva o Povo a perceber o seu próprio erro!

Mas, nem tudo está perdido!   Tendo escutado a Palavra e percebido o seu próprio erro, mudar é possível e, é isso que a Leitura nos fala no final.   A despedida do Povo é rica de significados: o Povo não deve chorar pois aquele dia é dia de Graça, devem voltar para casa e preparar um banquete e partilhar com os que não possuem (resultado concreto da Escuta e Acolhimento da Palavra na Vida) pois, a partir daquele momento a ALEGRIA DO SENHOR SERIA A FORÇA DO POVO!

A beleza da Primeira Leitura nos prepara para a compreensão do Evangelho de HOJE (Lc 1, 1-4; 4, 14-21) que nos apresenta o Evangelista nos contando os motivos que o levaram a empreender a tarefa de contar os fatos que a ele foram transmitidos e, logo em seguida nos apresenta Jesus na Sinagoga em Nazaré, sua cidade, aonde voltava pela primeira vez após o Batismo de João.

Esse texto é paradigmático para a compreensão de TUDO O QUE O SENHOR FARÁ DAQUI PARA FRENTE: Ele irá cumprir o TEXTO DE ISAÍAS PLENAMENTE EM SUA VIDA!   Jesus é aquela Palavra que se Encarnou para levá-La a bom termo com sua Vida (Palavras e Obras): é sobre Ele que o Espírito pairou no Batismo e o ungiu para anunciar a Boa Nova aos Pobres, redimir os cativos, dar vista aos cegos, libertar os oprimidos e proclamar o ANO DA GRAÇA DO SENHOR!   Naquele momento, HOJE, se cumpria o que o Profeta falara tantos séculos atrás.   Tal como os ouvintes da Primeira Leitura, o Povo que está na Sinagoga está fixado em Jesus e nada retira a atenção dos presentes!

Por fim, o Apóstolo Paulo, na Segunda Leitura (I Cor 12, 12-30) dá prosseguimento ao texto do Domingo Passado e, dessa vez, faz a comparação da Comunidade dos Feis com o Corpo e, assim como este tem muitos membros e nenhum pode se considerar mais ou melhor que os outros, assim, a Comunidade: tem muitos e distintos membros mas, sua beleza está na harmonia entre todos e, tal harmonia se mostra na capacidade que cada membro tem de cumprir aquilo que somente aquilo que lhe compete cumprir.   Cada um é um e possui DONS DIVERSOS mas tudo deve convergir para o BEM COMUM!

Que Deus nos ajude a viver em nossas Comunidades e em nossas vidas o que a Palavra nos falou HOJE!   Assim seja!


Boa Celebração para todos!

Pe. Ezaques Tavares

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