segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

"Festa da Sagrada Família: A Família como Espaço do Cuidar!" - 29 de Dezembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos, hoje, a Festa da Sagrada Família de Nazaré e, somos convidados a pensar a Família como um Espaço privilegiado da Arte do Cuidar pois é nela que aprendemos a mais importante lição: estamos uns ao lado dos outros para que nos responsabilizemos uns pelos outros.   Em Família esse cuidado se dá na relação pais e filhos (Evangelho) e filhos e pais (I Leitura).

A Primeira Leitura (Eclo 3, 3-7.14-17a) nos apresenta uma reflexão do autor sagrado sobre o quarto mandamento: "Honrar pai e mãe!"   Aqui, nos perguntamos: Como podemos honrar alguém?   O que é preciso fazer? E, a resposta é muito simples: nós honramos alguém quando somos capazes de realizar obras que exaltem a quem se quer honrar; quando a nossa vida está em sintonia com aquilo que aquele a quem queremos honrar deseja; enfim, quando queremos honrar alguém fazemos coisas que o agradam de fato e, não necessariamente, o que queremos fazer.

O autor sagrado nos fala que Deus honra os pais nos filhos e confirma sobre eles a autoridade da mãe. Aqui o autor do Eclesiástico faz promessas que vão ao encontro das necessidades dos filhos: perdão dos pecados cometidos e a oração é atendida e, além disso, acumula tesouros nos céus.    Além disso: a honra feita aos pais trará alegria com nossos filhos e terá a oração atendida; terá uma vida longa e será o consolo da sua mãe!

Outro ponto importante para os nossos dias encontramos no final da leitura: o amparo aos pais quando eles ficam velhos e até perdendo a lucidez ... pois a caridade feira aos pais não será esquecida mas servirá para reparar os pecados cometidos.

O Evangelho (Mt 2, 13-15.19-23) nos apresenta o cuidado dos pais para com os filhos: a fuga para o Egito é um exemplo de como a função de cuidado dos pais é fundamental: proteção, carinho, cuidado... tudo isso é tarefa primorosa dos pais e, acredito eu, quando isso é feito, dificilmente um filho deixará de amparar seus pais quando eles precisarem.   Hoje, ao contrário, vemos que os pais com a desculpa de oferecerem aos filhos "o melhor" se descuidam do que é fundamental: dar AMOR, CARINHO, CUIDADO, PROTEÇÃO!   Vivem distante e se agitam inutilmente em busca de bens materiais e se esquecem de estarem mais juntos e próximos para que o sentimento de abandono não recaia sobre eles (os filhos).

Por fim, o Apóstolo Paulo nos exorta a termos uns com os outros os mesmos sentimentos de Cristo Jesus e, em Família, essa é tarefa fundamental: mulheres devem amar seus maridos e maridos devem amar suas esposas; filhos devem obedecer aos pais mas os pais não podem intimidar seus filhos para que cresçam e se desenvolvam tranquilamente (Cl 3, 12-21).

Peçamos a Deus que nos ajude a fazer de nosso lar um verdadeiro Espaço do Cuidar e da formação verdadeiramente HUMANA!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

"Santa Missa do Dia de Natal: Deus armou a Sua Tenda entre Nós!" - 25 de Dezembro de 2013

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos, hoje, o Natal do Senhor e a Palavra de Deus nos orienta para enxergarmos em Jesus Aquele que vem nos trazer a paz e a salvação!

Na Primeira Leitura (Is 52, 7-10) vemos o Profeta falando da beleza que é ter alguém que nos anuncia a paz e a salvação.   O Senhor que chega vem para consolar o seu povo e fazer com que todas as nações reconheçam a salvação que vem de Deus.

O Evangelho (Jo 1, 1-18) nos apresenta o Senhor Jesus como Aquele que existe desde todo sempre junto do Pai.   Ele é o Verbo pelo qual tudo foi criado.   Ele é a Palavra de Deus que se encarnou para reorganizar o caos que o pecado produziu em nossas vidas.   Ele vem para restaurar a nossa condição de filhos e filhas de Deus, Ele vem para os seus mas nem todos (as) O reconheceram como tal.   Ele é e vem como Luz mas o mundo preferiu as trevas à luz.   Ele vem por AMOR E PARA NOS ENSINAR A AMAR.   Aqueles que amam e lutam pelo amor reconhecem a Salvação trazida por Ele até nós.   Ele é, por fim a revelação de Deus pois participa da intimidade do Mesmo e nos dá a conhecer quem é o Pai e a Sua Santa vontade para cada um (a) de nós!

Por fim, na Segunda Leitura (Hb 1, 1-6) vemos o autor sagrado nos falar que durante toda a História Deus tentou se comunicar com os homens mas, parece que nenhum forma surtiu o efeito desejado pois os homens e mulheres sempre voltavam à estaca zero.   Por fim, nesses últimos dias Ele nos enviou o Seu Filho para nos comunicar a Sua Santa Vontade e nos fazer compreender (sem mediação alguma) que somos herdeiros do céu.   Jesus é esse Filho Amado do Pai que veio para o nosso meio com o objetivo de nos levar à compreensão do que Deus espera de nós!

O Natal é exatamente isso: a Solenidade que nos recorda que Deus nos visitou em Seu Filho Unigênito para que pudéssemos voltar ao convívio harmonioso com Ele!

Que Deus nos ajude a viver as lições do Natal em nosso dia a dia!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

"Santa Missa da Noite de Natal (Missa do "Galo"): Eu vos anuncio uma GRANDE ALEGRIA..." 24 de Dezembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Estamos com os corações repletos de alegria, fé e esperança para a Celebração da Noite de Natal e, nessa Celebração ouviremos a GRANDE NOTÍCIA: nasceu para nós um Salvador que é o Cristo Senhor!   A Palavra que ouviremos nos conduzirá, paulatinamente, à compreensão de que em Jesus, Deus visitou, de fato, a nossa História e, diante disso, TUDO SERÁ POSSÍVEL ÀQUELE QUE ACREDITAR NESSA VISITA!

Na Primeira Leitura (Is 9, 1-6) vemos alegria do Profeta com a sua descrição da salvação que se aproxima: Deus que chega, vem trazendo a esperança, A LUZ para um povo que andava nas trevas.   Para o Povo que está em situação de abandono, de dor e de sofrimento intensos, as palavras do Profeta funcionam como canção de natal aos ouvidos!   É Deus quem restaura a alegria e aumenta a felicidade dos que estão sem nada que lhes possa promover tais sentimentos: em Deus, o Povo se alegra como ceifeiros na colheita e ou como soldados na divisão dos despojos de guerra!   Deus que chega nos livra do jugo que oprime, da carga que não suportamos pois Deus elimina, abate como na Jornada de Madiã ...  tudo que lembra a dor e a opressão vividas será queimado  pelas chamas.   Isso tudo só será possível, diz o profeta porque nasceu para nós um menino, um filho nos foi dado e ele vem com as marcas de Deus que Salva e Liberta o Povo.

Essa Primeira Leitura nos prepara para compreendermos a profundidade da Mensagem do Evangelho dessa Santa Missa da Noite de Natal (Lc 2, 1-14).   Em primeiro lugar, o Evangelista nos descreve a situação histórica e política do tempo em que o menino nasceu e o filho nos foi dado.   Isso é muito importante para que compreendamos que a nossa fé não se baseia em contos ou histórias da carochinha pois tudo aconteceu, historicamente falando.    Mas, o que aconteceu?   Vejamos:

Era a época do governo de César Augusto e este desejou saber quantos súditos o Império Romano possuía.    Isso deve acontecido pois o Imperador desejava saber se o impostos pagos correspondia ao número daqueles que pagavam ou não.    Diante disso, todos deveriam ir se registrar em sua cidade natal.   José que era descendente e da família de Davi se viu obrigado a subir até Belém, com sua esposa grávida, para cumprir a lei.   É nesse contexto que nasce o Filho de Maria que, como vimos no Segundo e Quarto Domingos do Advento não é obra de homem mas do Espírito Santo (anúncio do Anjo a Maria e a José).   Mas, o mais importante para nós é a compreensão dos SINAIS que acompanham tal nascimento:

a) Sinais de Pobreza Extrema: a criança que nasce é enrolada em faixas e colocada numa manjedoura POIS NÃO HAVIA LUGAR PARA ELES NA HOSPEDARIA.   As faixas são pequenos retalhos de pano (talvez retirados do manto de Maria ou de José).   Eles não tiveram "enxoval"  e, mais ainda, não tinham "berço" e a criança mais importante de nossas vidas é posta no coxo que os animais comiam (manjedoura);

b) O Anjo anuncia aos Pastores em primeiro lugar o Nascimento do Menino Pobre: que coisa interessante: os primeiros destinatários do nascimento do Salvador são os Pastores!   Voltando à época de Jesus percebemos que os pastores não são bem vistos pela "sociedade estabelecida" pois eram homens sem regras, não cumpriam as Leis de Deus, viviam invadindo terras para dar alimento aos seus pequenos rebanhos, eram desconsiderados como testemunhas em tribunais pois não eram confiáveis e tantas outras coisas.   É para essa "gente" que o Anjo é enviado para anunciar: Hoje, na Cidade de Davi, nasceu PARA VOCÊS UM SALVADOR QUE É O CRISTO SENHOR!   Para o reconhecimento da criança, continua o Anjo: ISSO VOS SERVIRÁ DE SINAL: ENCONTRAREIS UM RECÉM-NASCIDO ENVOLVIDO EM FAIXAS E COLOCADO NUMA MANJEDOURA.   Importante notar que os aspectos que marcam o nascimento do Salvador dos homens e mulheres são os mesmos que qualquer filho de pastor passava ao nascer: também eles (pastores) quando os filhos nasciam deviam envolvê-los em faixar e depositá-los em manjedoura!   Aqui, percebemos a grande lição dessa Noite Santa: 

DEUS NASCE POBRE NO MEIO DOS POBRES POIS VEM PARA SALVAR OS POBRES E QUEM NÃO SE FIZER POBRE E SE IDENTIFICAR COM ELE PODERÁ PERDER A SALVAÇÃO!

O texto evangélico se encerra com o coro dos anjos que se junta ao que anunciou o nascimento do Salvador para cantar: Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens por Ele amados!

Por fim, a Segunda Leitura (Tt 2, 11-14) nos fala dessa manifestação de Deus aos homens que nos traz a Salvação e, nos alerta que se quisermos que tal Salvação nos atinja é importante que vivamos de acordo com a Sua Vontade revelada em seu nascimento e em sua vida: é preciso abandonar as paixões mundanas e viver nesse mundo com equilíbrio, justiça e piedade.

Que a Celebração dessa Noite Santa nos leve a viver a nossa vida em sintonia com as lições que ela nos oferece!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares


"Tempo do Natal: O Céu desce para a Terra desejando que a Terra se transforme em Céu!"

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com grande alegria e cheios de esperança e fé completamos o Tempo do Advento e iniciamos o Tempo do Natal.   Durante quatro semanas nos dedicamos a uma intensa preparação para que as Celebrações que marcarão esse Novo Tempo, isto é, as Celebrações Natalinas pudessem nos encontrar atentos e, sobretudo, preparados para celebrá-las com intenso júbilo, seriedade e, de modo especial, com coerência.

Nas quatro semanas do Tempo do Advento fomos conduzidos pela escuta atenta da Palavra, pela sua meditação e partilha, pela compreensão da mesma ao reconhecimento de nossos erros e falhas e, dessa forma, fomos percebendo como é importante estarmos atentos para não permitirmos que o mal nos domine e, por meio de nós, domine o mundo que nos cerca: no Primeiro Domingo (01/12/13) o Senhor nos alertou para que não nos comportássemos como as pessoas do tempo de Noé que não escutando os apelos do mesmo acabaram perecendo nas águas do Dilúvio; também nos falou que Ele vem em nossa vida de forma simples e em nossas ações cotidianas e, dessa forma, é preciso estar atento para que Ele nos encontre prontos e nos leve Consigo: dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado, o outro deixado... e, por fim, com a parábola do ladrão nos alertou para a Vigilância que deve ser constante para que o pior dos ladrões não nos roube o que temos de melhor, isto é, a nossa vida, a nossa alma; no Segundo Domingo (08/12/13) celebramos a Imaculada Conceição de Maria e, nesse dia, compreendemos a devastação que o demônio (adversário de Deus) é capaz de fazer em nossas vidas quando permitimos e damos ouvidos à sua voz: perdemos o Paraíso e expulsos de lá teremos que conquistá-lo com nosso esforço e com a graça de Deus.   Nesse dia, também compreendemos que para celebrar o Natal com coerência devemos nos espelhar em Maria que só gerou Jesus em seu ventre porque é Imaculada, sem pecado e, dessa forma, também nós devemos buscar e nos esforçar para vencermos o pecado e nos tornarmos imaculados para que o Senhor nasça em nós e, por meio de nós, em nosso mundo; no Terceiro Domingo (15/12/13) fomos conduzidos a uma pequena mostra do que é o Natal com a compreensão do que acontece em nossas vidas quando Deus resolve nos visitar: tudo se transforma para melhor!   Assim, a Palavra foi nos revelando como a chegada de Deus vai promovendo uma série de transformações que refletirão numa vida muito melhor que antes: o profeta Isaías vai contemplando estradas que se abrem no deserto pois o Senhor está chegando, convida o povo a se alegrar, a ficar com mãos e joelhos fortes, pede que o deprimido se anime pois a chegada do Senhor está perto e, nesse dia cegos verão, surdos ouvirão, mudos falarão e coxos andarão.   Toda essa profecia nós a pudemos contemplá-la realizada em Jesus que no Evangelho se apresenta como Aquele que chegou para transformar a má sorte do povo em boa sorte. Diz Jesus aos discípulos de João: ide contar o que vistes e ouvistes: os cegos enxergam, os surdos ouvem, os mudos falam, os coxos andam e os pobres são evangelizados.   Por fim, no Quarto e Último Domingo (22/12/13) tivemos a graça de compreender que o nascimento de Jesus é, de fato, um acontecimento histórico e ocorre para que a Palavra, a Profecia, a Escritura se cumpra plenamente: o diálogo de Isaías com o Rei Acaz nos revela a vontade de Javé de nos visitar e não mais permitir que sejamos guiados por representantes tíbios, medrosos, sem fé e confiança Nele e no Evangelho, São José é apontado como Justo pois desejou saber qual deveria ser o seu papel em tudo aquilo que estava acontecendo na vida da sua noiva Maria e Deus o revela: és tu quem dará o nome ao Filho de Maria que é fruto da Ação do Espírito Santo!   Ele será Jesus pois Deus veio SALVAR O SEU POVO DOS SEUS PECADOS!   Tudo que está acontecendo é, também, para se cumprir a Escritura que disse na Primeira Leitura: a Virgem conceberá e dará à luz um filho a que será chamado com o nome de EMANUEL que quer dizer: DEUS ESTÁ CONOSCO!

Que belo caminho fizemos até aqui e, nesse caminho trilhado fomos compreendendo a grandeza e importância das Festas que se aproximam: o Natal é a visita de nosso Deus para nos Salvar de nossos pecados; é Deus que vem ficar em nosso meio pois Ele é o Emanuel.   Tudo isso deve nos levar a pensar no que estamos fazendo para preparar-lhe um espaço digno de sua permanência e, esse espaço somos todos (as) e cada um (a) de nós pois é em nossos corações que Ele quer entrar e ficar para sempre.   No entanto, para que Ele entre e fique, o seu inimigo precisa ser expulso, de uma vez por todas!

Que Deus nos conceda a graça de estarmos preparados por ocasião de seu nascimento e que a sua chegada em nós nos transforme por dentro e nos leve a transformar por fora tudo que não está coincidindo com a Sua Santa Vontade!

Tenham todos (as) um Santo e Feliz Natal!

Boas Celebrações para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

"IV Domingo do Tempo do Advento: Uma Virgem concebeu e a Salvação chega até nós!" - 22 de Novembro de 2013

Caros irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Chegamos ao último domingo desse Tempo de Advento e, juntamente com ele, nos colocamos na reta final da nossa preparação para as Celebrações do Natal.   Nesse domingo somos convidados à reflexão sobre o Mistério da Encarnação do Verbo enquanto evento histórico retirando dele as lições para nossa caminhada de fé.   Dessa forma, a Palavra de Deus que nos é proposta falará da Profecia sobre o Emanuel (Deus Conosco) e a sua realização na pessoa de Maria, além do importante de papel de José nesse episódio central de nossa Fé.    Vejamos:

A Primeira Leitura (Is 7, 10-14) nos apresenta um trecho da conversa de Isaías com o rei Acaz (contexto mais amplo).   É nessa conversa que se insere o recorte escolhido para a Liturgia desse Domingo.   O que está acontecendo?   Estamos no período pré-exílico e Acaz está sofrendo pressões por parte de Israel (Reino do Norte que fora criado após o Governo de Salomão) que em união com o Reino de Aram está querendo destruir o Reino do Sul (Judá) do qual Acaz é o Rei, seguindo a Dinastia Davídica (o Reino Norte rompeu com a Dinastia quando foi estabelecido).   O problema aqui não é a pressão externa mas o medo que se apodera de Acaz (ainda muito jovem) com relação ao que poderia acontecer.   Esse medo leva Acaz a fazer alianças espúrias com povos pagãos (Assíria), revelando assim que não confia na força e proteção de Javé.    É por isso que o Profeta Isaías vai ter com o Rei com o objetivo de persuadi-lo a não seguir com o desejo de fazer uma aliança com um povo pagão pois no final a aliança iria sair muito cara para o povo.   O Profeta persuade o Rei Acaz a acreditar em Deus que sempre esteve do lado do seu povo e nunca o abandonou mas, Acaz não escuta o Profeta.   Dessa forma, o Profeta cansado de falar com o Rei e tentar retirar de sua cabeça o desejo de fazer tal Aliança, pronuncia o oráculo que temos na Primeira Leitura de hoje.   O Profeta fala em nome de Javé que Acaz peça um SINAL de que o Senhor estará do seu lado nessa luta contra o Reino do Norte e Aram (quer provenha do céu, quer provenha da profundeza da terra) mas, Acaz resite e, num primeiro momento nos parece que ele TEME AO SENHOR porém, na verdade é o seu MEDO que fala mais alto pois, pensou o rei: "vai que peço o SINAL e  SENHOR o dá e eu tenha que fazer o que Ele mandar?"   Nesse caso, pensa ele: "Estarei perdido!"

Nesse momento, o Profeta cheio de "fúria", conclui: "Ouvi vós da casa de Davi; será que achais pouco incomodar os homens e passais a incomodar até o meu Deus?   Pois bem, o próprio Senhor vos DARÁ UM SINAL.   EIS QUE UMA VIRGEM CONCEBERÁ E DARÁ À LUZ UM FILHO, E LHE PORÁ O NOME DE EMANUEL"!

A realização imediata da profecia diz respeito ao nascimento do filho do rei com sua jovem esposa: Ezequias!   Esse foi um rei justo e bom mas não conseguiu promover todas as verdades da Profecia e, aqui, ficou em aberto a ideia de que, num futuro, o próprio Deus viria visitar o seu povo, estabelecendo, assim, a paz definitiva.

Nesse sentido, os cristãos entendem que a plenificação dessa profecia se dá com a Encarnação do Verbo no seio da Virgem Maria que vemos narrado no Evangelho de hoje (Mt 1, 18-24).   Diferente de Lucas - que nos acompanhou no ano passado (Ano C) -, Mateus não narra o anúncio do Anjo a Maria mas a José.   José fica sabendo da gravidez de Maria e resolve afastar-se dela pois, por ser Justo não quer entrar num espaço que não compreende qual seria o seu papel.   Ele espera que o Senhor lhe mostre o que ele (José) deve fazer e é isso que Mateus nos conta: em sonho, o Anjo o visita para dizer que ele não devera temer receber Maria por sua esposa pois o fruto do seu ventre é Filho de Deus e, portanto, Obra do Espírito Santo.   E, mais: seria ele o responsável para dar a Jesus o Nome que O ligaria a Davi, possibilitando com isso o cumprimento da Profecia de que a Dinastia Davídica não seria destruída.   É essa Virgem (Maria) quem nos presenteia com o seu SIM INCONDICIONAL com o EMANUEL (que não foi Ezequias mas é Jesus = Deus SALVA!).

É esse Jesus, descendente de Davi segundo a carne (e pelo SIM INCONDICIONAL DE JOSÉ) que o Apóstolo Paulo se torna servidor e anunciador (Rm 1, 1-7).   É esse Jesus quem nos convoca e nos agracia com o dom do apostolado em favor dos irmãos e irmãs espalhados pelo mundo todo.

Que a Celebração desse IV e Último Domingo do Advento nos faça crescer na compreensão do Grande Mistério de Amor de Deus por nós revelado no Natal!   Assim seja!

Pe. Ezaques Tavares

domingo, 15 de dezembro de 2013

"III Domingo do Tempo do Advento: A Chegada de Deus em nossa História PROMOVE AS TRANSFORMAÇÕES TÃO DESEJADAS POR TODOS (AS)!" - 15 de Dezembro de 2011

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Chegamos, hoje, ao III Domingo do Tempo do Advento e, essa Celebração nos permite vislumbrar e compreender com maior clareza o que significa a Solenidade do Natal que se aproxima.   A Palavra de Deus que nos é proposta nesse Domingo nos enche de alegre esperança e nos faz desejar, com mais ardor, a chegada, o nascimento de Jesus em nós e em nosso meio.   Nesse Domingo somos convidados a entrar no mistério do Natal do Senhor e experimentarmos as alegrias que daí decorrem.

Na Primeira Leitura (Is 35, 1-6a. 10) vemos o Profeta exortando a Comunidade que está fazendo a experiência do Exílio na Babilônia a se alegrar e a exultar porque o Senhor  e Salvador está chegando, está próximo.   Retomando a História do Povo de Deus podemos compreender que o período do Exílio na Babilônia foi um dos períodos mais trágicos dessa História (e, porque não dizer, o mais trágico!).   Digo isso pelo fato de compreender, em primeiro lugar, que a Babilônia é uma espécie de repetição dos acontecimentos do Egito (escravidão, dor, sofrimento, morte...).   Porém, a Babilônia é mais trágica pelo fato de o Povo ter experimentado tal situação após ter conquistado uma vida plena, boa, farta, rica, poderosa.   Sabemos que para aquele que nunca teve nada, continuar sem ter é um problema mas, pelo fato de não ter nada com que comparar, aquela quase que parece a única possibilidade existente: para quem nasceu, viveu e morreu comendo ovo frito sem nunca ter experimentado filé mignon, continuar com o ovo frito é a única possibilidade.   Porém, quando nascemos comendo ovo frito mas, ao longo da vida, crescemos e conquistamos o filé, voltar a comer ovo frito, é péssimo.   E, acredito que a Babilônia foi, mais ou menos, esse segunda experiência: o povo que não era NADA se tornou Forte e conquistou TUDO mas, na medida em que foi se afastando dos preceitos, das leis e mandamentos do Senhor foi, passo a passo, fazendo o caminho de volta para o fundo do poço de onde saíra.

No Exílio, durante 50 anos, o povo teve a oportunidade de refletir sobre os acontecimentos de sua História e, pouco a pouco, foi amadurecendo uma ideia: o culpado pela perda de TUDO era ele mesmo e não Deus que, como pensava no início, havia se afastado e o estava castigando!

Ora, acredito que quando percebemos a causa de nosso sofrimento, de nossa dor, a saída vem automaticamente.   Na reflexão feita no Exílio o Povo percebe que ao longo de sua História o período em que foi fiel à Lei e aos Mandamentos do Senhor, houve progresso e, a derrocada foi consequência da Infidelidade, do pensar que poderia, agora que conquistara TUDO, seguir pelos caminhos da vida, sem precisar de Deus!   Dessa forma, sem que se desse conta, o povo foi fazendo a descida, o caminho para trás, foi se encaminhando para o buraco sem fundo!

Ao chegar a tal conclusão - o culpado pela dor, sofrimento, desgraça ... é o próprio Povo que com sua Infidelidade se afastou de Deus e de seus Preceitos - é possível sair e fazer o caminho de subida.   Se fechar-se a Deus promove o Exílio, abrir-se a Ele nos levará de volta para nossa Pátria e, é isso que o Profeta fala na Primeira Leitura: alegre-se a terra que era intransitável e deserta, exulte a solidão e floresça como o lírio ... pois os habitantes verão a glória do Senhor, a majestade de nosso Deus!   Que belas palavras para um povo que experimentava a dor, o sofrimento provenientes do Exílio...

Se Deus está chegando em nosso meio é preciso que se fortaleçam os joelhos e mãos enfraquecidas e o deprimido crie ânimo e não tenha medo pois Deus está chegando e sua chegada transformará a má sorte que o pecado produziu na vida do povo: cegos enxergarão, surdos ouvirão, mudos falarão, coxos saltarão como cervos e os que o Senhor salvou voltarão para casa cantando os  seus louvores.

Toda essa transformação é consequência da chegada de Deus em nossa História, chegada essa que se dá a partir do momento que reconhecemos os nossos erros e desejamos nos emendar e não voltar ao pecado que destrói.   Ora, toda essa Leitura do Profeta Isaías nos prepara para compreender a força do texto evangélico de hoje (Mt 11, 2-11) pois nele, Jesus nos é apresentado como Aquele de quem falou o Profeta.  

Ao ouvir falar das obras que Jesus estava realizando, João, que está preso, pede que alguns dos seus lhe perguntem se é ele o Messias Esperado ou se deve esperar outro.   A resposta de Jesus é emblemática pois não diz que sim nem que não mas, pede que os enviados voltem a João e contem o que viram e ouviram.   Mas, o que eles viram e ouviram?   O próprio texto evangélico no diz: a chegada de Jesus está promovendo uma transformação na vida das pessoas que sofrem - cegos enxergam, surdos ouvem, mudos falam, coxos andam e os pobres são evangelizados!    Ora, João que devia ser um profundo conhecedor das Profecias contidas nas Sagradas Escrituras percebe, logo, que Jesus é o Messias de quem falaram os antigos profetas pois a sua presença está causando, exatamente aquilo que os mesmo anunciaram que aconteceria quando Ele chegasse, quando Ele nos visitasse.

Natal é isso!   É Deus visitando novamente o seu povo e promovendo as transformações que tanto almejamos, que tanto desejamos!   Por isso, o Natal nos enche de Santa Alegria mas, ao mesmo tempo, nos convoca ao Compromisso para que sejamos, com nossa vida instrumentos de transformação de toda e qualquer situação de dor, sofrimento e morte que nos cerca.   Não será possível celebrar o Natal do Senhor com coerência se convivemos, ainda, de forma harmoniosa, com tanto injustiça, opressão e morte de nossos irmãos e irmãs.   O Natal nos convida à indignação com tais situações e arregaçarmos as mangas para entrarmos na luta por um mundo mais justo, mais humano, mais fraterno, mais SINAL DE DEUS!

Por fim, a Segunda Leitura (Tg 5, 7-10) nos convida à paciência pois as coisas de Deus não acontecem da noite para o dia.   No entanto, é preciso se comportar como o agricultor: lançar a semente na terra e esperar pacientemente que as chuvas de outono e primavera promovam a transformação da semente em plantas, em árvores frondosas que produzam os frutos de salvação que desejamos!

Que a Celebração desse III Domingo nos encha de Alegria, de Esperança e de Força em Deus que se aproxima de nós e quer viver conosco!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

"Solenidade da Imaculada Conceição de Maria: Ser Imaculado é CONDIÇÃO para GERAR JESUS EM NOSSA VIDA! - 08 de Dezembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dentro do Tempo do Advento, celebramos no dia 08 de Dezembro a Solenidade da Imaculada Conceição de Maria.  Desde 1854 quando Pio IX proclamou Dogma de Fé tal verdade, a Igreja, em todo mundo, vem celebrando tal Solenidade.   Mas, o que significa a Imaculada Conceição de Maria?   Não estaríamos nós católicos, ao celebrarmos a Eucaristia em Louvor dos Santos e Santas e de Nossa Senhora nos desviando Daquele que deveria ser o CENTRO de nossa Vida de Fé, isto é, Jesus Cristo?   Somos uma Igreja Cristológica, Trinitária ou Mariana e Santoral?   Os nossos fieis não estariam prestando mais atenção e culto aos Santos e Santas e a Nossa Senhora do que ao próprio Senhor de nossas Vidas?   Essas e tantas outras questões deverão ser respondidas, refletidas nessa nossa Celebração em louvor a Maria.

Em primeiro lugar é bom re-afirmarmos a Fé Naquele que é o Objeto da mesma, ou seja, Jesus Cristo pois somos uma Igreja que nasce da experiência com o Ressuscitado, para levar a todos (as) os resultados práticos de tal experiência.   Jesus, o Cristo é o nosso Salvador; é ele a revelação plena da Vontade do Pai porque Deus também que se fez Homem pela nossa Salvação, para nos levar de volta ao Paraíso que o pecado de nossos primeiros pais perdeu.   Assim, a Celebração em louvor aos Santos e Santas e a Nossa Senhora, para nós Católicos, só terá sentido e deverão ser compreendida em sua estreita relação com a Pessoa e a Vida de nosso Senhor Jesus Cristo pois é por conta Dele que cultuamos, também, os Santos (as) e Nossa Senhora.   Aliás, a própria Oração do Dia (Coleta) nos leva nessa direção ao afirmar: Ó Deus, que preparastes uma digna habitação para o vosso Filho, PELA IMACULADA CONCEIÇÃO DA VIRGEM MARIA, PRESERVANDO-A DE TODO PECADO EM PREVISÃO DOS MÉRITOS DE CRISTO...   é em previsão dos méritos de Cristo que celebramos a Imaculada Conceição, isto é, por conta da estreita relação da pessoa de Maria com o nosso Senhor Jesus é que a celebramos.   Mas, qual mensagem a Solenidade de hoje quer nos passar nesse Tempo do Advento?   Vejamos:

A Primeira Leitura (Gn 3, 9-15.20) nos fala do encontro de Adão e Eva com Javé após a desobediência, após o Pecado chamado Original, isto é, das Origens.   Para entendermos melhor a força dessa passagem, voltemos aos dois primeiros capítulos desse livro.

Em Gn 1-2 encontramos as "historinhas da criação" e ao lermos as mesmas nos deparamos com algumas mensagens muito interessantes para nossa vivência de fé: lá descobrimos que a nossa terra, antes da intervenção amorosa de Javé era sem forma e sem vida, só havendo por aqui águas turbulentas que batiam de um lado para outro e ocupavam todo espaço de modo que nem mesmo o Espírito de Deus encontrava algum espaço seguro para pousar, para pairar e ficava sobrevoando tais águas; foi aqui que Javé Deus resolveu colocar ORDEM NO CAOS e o faz com a FORÇA DE SUA PALAVRA CRIADORA: Ele vai falando e as coisas vão surgindo e se colocando em seus devidos lugares.   Aqui, uma primeira conclusão: o mundo sem Deus é CAÓTICO e, ao contrário, com ELE é ORGANIZADO; quando Deus age, sua Ação é sempre para o Bem, para a Ordem, para a Vida!   Um segunda conclusão que tiramos da leitura mais atenta desses textos é a beleza da criação não revela plenamente o SER DE DEUS pois depois de tudo ter sido feito (terra, céu e mar com todos os seus seres) Javé Deus resolveu criar algo que fosse semelhante a Ele: Cria o homem = Adão = feito do pó da terra.  É para esse homem feito do pó da terra mas trazendo em si o sopro da vida = Espírito que é de Deus, que Javé entrega a obra de suas mãos para que possa ser administrada por ele.   E, assim foi feito mas, ao final o homem sente uma "tristeza" pois tudo era muito lindo, perfeito mesmo, mas nada era semelhante a ele, com nada ele podia estabelecer uma comunicação de igual para igual e Javé resolve dar um jeito na situação: faz cair um torpor =sono profundo sobre o homem e retirando-lhe uma costela faz a mulher e, ao acordar do sono, contemplando o novo ser ao seu lado, afirma: essa sim é osso dos meus ossos e carne da minha carne, ela se chamará mulher pois foi retirada do homem!   E o texto continua dizendo: por isso o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá a sua mulher e voltará a ser com ele uma só carne.   E Jesus, mais tarde nos Evangelhos complementará tal texto, dizendo: de modo que ninguém SEPARE O QUE DEUS UNIU!

Que beleza!   Que maravilha!  Tudo perfeito: a criação está pronta e plena de Deus e o homem e a mulher estão felizes vivendo no Paraíso.   Tudo seria ótimo, não fosse a continuidade das historinhas que está no capítulo 3 de onde saiu a nossa leitura.   No paraíso, o homem e a mulher podiam desfrutar de tudo menso tocar no fruto da árvores que se encontrava no Centro do Paraíso: a árvore do conhecimento do bem e do mal pois Javé havia dito que o dia em que eles tocassem no mesmo, eles morreriam.   Enquanto Adão e Eva obedecem à voz de Javé, tudo fica bem mas, no momento em que dão ouvidos a outra voz (do diabo, adversário de Javé) a vida no paraíso fica transtornada.

Disfarçado de serpente, a mais astuta de todos os animais que Javé Deus havia criado, o diabo entra no Paraíso e, com uma conversa mole, jogando verde para colher maduro, se aproxima dos nosso primeiros pais e estabelece com eles um contato de morte: é verdade que Javé criou esse Paraíso e os colocou aqui MAS os proibiu de usufruir de todas as benesses desse espaço? pergunta o diabo!   E, Adão e Eva dão conversa a cobra venenosa: Podemos usar tudo menos do fruto da árvore que se encontra no centro do Jardim pois Javé disse que quando comermos dele, morreremos!    Aqui, o golpe final do diabo que transforma a verdade em mentira e faz a mentira, que é sua, parecer verdade e atraente aos ouvidos: vocês não vão morrer mas terão os olhos abertos e passarão a conhecer profundamente o bem e o mal, sem necessitar de Javé para mais nada!   Confusos e com a voz do diabo nos ouvidos, eles olham o fruto e percebem que é de boa aparência e, se é de boa aparência deve ser bom ao paladar e, tomando um fruto, a mulher o come e, comendo oferece ao marido que também come e, de fato, os olhos se abrem mas não para perceberem que se tornaram como Deus para descobrirem a sua miséria, o pó de onde vieram, o seu nada e se envergonham deles mesmos.

A nossa leitura começa aqui, nesse ponto: cometido o pecado, Javé volta ao Paraíso e procura pelos seus filhos e os chama pelo nome: Adão!   Adão!   E, este envergonhado pelo pecado, se esconde.   Aqui a primeira e mais grave consequência do pecado: ele nos faz romper a amizade com Deus e nos sentimos envergonhados diante Dele.   Mas, será preciso arcar com as consequências das escolhas que se faz: o homem se apresenta diante de Deus que lhe pergunta porque havia demorado e recebe a resposta: ouvi seus passos no Paraíso, tive medo, vergonha porque estava nu e fui me vestir!   Ao que Javé diz: Mas, quem te revelou que estavas nu?   Por acaso comeste do fruto da árvore que te proibi comer?    Aqui, a segunda grande consequência do pecado: o jogo de empurra entre os seres humanos, a inimizade entre eles: a mulher que havia trazido tanta alegria ao homem no capítulo anterior é agora colocada como aquele que o seduziu para o mal e, esta por sua vez, ao ser interrogada, diz ter sido a serpente que a enganou e ela comeu.   Em outras palavras: o culpado é sempre o outro e nunca nós mesmos!

Pecaram e agora terão que arcar com as consequências do mesmo: perdem o paraíso e terão que batalhar para conquistar aquilo que, de graça Javé os havia dado!  Ao serem expulsos, Javé faz a primeira grande promessa na Sagrada Escritura (Gn 3, 15): um descendente da mulher viria com o poder de esmagar a cabeça da serpente pondo um fim na sua história de maldades e enganos.

Essa mulher que gerará um Novo Descendente que esmagará a cabeça da Serpente nós cremos ser Maria que com o seu Sim, descrito no Evangelho de hoje (Lc 1, 26-38) se põe à disposição de Deus para gerar Aquele que nos levaria de volta ao Paraíso que os nossos primeiros pais perderam com a sua desobediência.   É esse Sim incondicional de Maria que nos faz ter para com ela um Carinho Filial e nos faz prestar a ela um Culto de Agradecimento.   O seu Sim a fez entrar, definitivamente, na História da nossa Salvação e, é por conta disso que prestamos culto a ela e lhe somos gratos por nos ter trazido o autor da nossa Salvação.   Ela foi preservado da mancha do pecado original, como ouvimos na Oração do Dia, por conta dos méritos de nosso Senhor Jesus Cristo. 

É esse Jesus que nos faz ter toda sorte de Bênção do Espírito Santo como nos afirma o Apóstolo Paulo na Segunda Leitura de hoje (Ef 1, 3-6.11-12).   É Cristo a causa de termos sido escolhidos por Deus, o Pai, antes da fundação do mundo para vivermos em sua presença, sem máculas, santos e santas no amor e, esse Cristo veio a nós por meio de Maria que com o seu Sim, O gerou em seu Ventre Virgem, Puro, Sem Pecado, Imaculado.

Celebrar a Imaculada Conceição de Maria nesse Tempo do Advento que nos prepara para as Celebrações do Natal deve nos trazer à mente a ideia principal: só seremos capazes de celebrar o Natal, isto é, de gerar Jesus em nossas vidas se, assim como Maria, tivermos uma Vida Imaculada, ou seja, se rompermos com toda estrutura de pecado que está em nós em no nosso meio!

Que a materna intercessão de Maria, Mãe de Deus e nossa, nos alcance a Graça de uma Vida Imaculada!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

"II Domingo do Tempo do Advento: A Proximidade do Senhor exige Conversão!" - 08 de Dezembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Continuamos a nossa caminhada de preparação para as Celebrações do Natal e, caso hoje não fosse dia 08/12 (Solenidade da Imaculada Conceição de Maria), celebraríamos o Segundo Domingo do Tempo do Advento.   No entanto, gostaria de refletir com vocês a mensagem desse Domingo para não perdermos a sequência da Palavra que nos é proposta.

Hoje, a Palavra nos revela a necessidade de nos convertermos para a chegada do Senhor que está cada vez mais próximo de nós.   Sua chegada deve produzir sentimentos de esperança de que o mundo novo (o novo paraíso) está surgindo entre todos, em nosso mundo.

Assim, a Primeira Leitura (Is 11, 1-10) nos apresenta o Profeta exortando a comunidade pré-exílica no sentido de animá-la, de levá-la a perceber que apesar das aparências de fracasso (tronco seco) a vida surgirá com toda a sua força, refazendo o caminho de salvação desejado e querido pelo Senhor Javé.   Num futuro próximo, uma haste do tronco de Jessé (pai do rei Davi) surgirá e a partir da raiz surgirá o Rebento de uma Flor.   Apesar do aparente fracasso da Dinastia Davídica, o seu fim iminente, quando tudo parecer terminado, Deus agirá e do aparente "nada" a vida voltará.   Esse Rebento da Flor trará sobre si o Espírito do Senhor: de sabedoria e discernimento, de conselho e fortaleza, de ciência e temor de Deus.   O seu temor a Deus será o seu grande prazer.   Por conta disso, esse Rebento da Flor será capaz de restaurar a paz, a harmonia, o amor característicos entre os habitantes do primeiro paraíso: animais selvagens conviverão muito bem com os domésticos e entre os homens.   O que o pecado feriu e destruiu, esse Rebento da Flor irá restaurar.

Que bela leitura e que nos enche de alegria e satisfação nesse Tempo de Espera, de Expectativa, de Esperança.   Ela nos prepara para compreender melhor o Santo Evangelho de Jesus.

No Evangelho de hoje (Mt 3, 1-12) vemos o evangelista nos apresentando a pessoa de João, o Batista como aquele que vem cumprir a profecia pronunciada pelo Profeta Isaías: a voz que grita no deserto: preparai os caminhos do Senhor, endireitai suas veredas!   A missão de João, como último dos profetas, é preparar o caminho, o espaço, o coração das pessoas para acolherem com amor o Messias que se aproxima.   A preparação é clara: reconhecimento do pecado, arrependimento e mudança de vida - tudo isso apresentado no rito de batismo realizado por ele.   Não pode e não deve receber o batismo quem não deseja romper com a estrutura de pecado que está no mundo, no seu entorno e, muitas vezes, dentro da própria pessoa, de nós mesmos.

É por isso que ao perceber pessoas sem tais disposições (fariseus e saduceus), João os chama de "Raça de Víboras!"   E alerta: "Quem os ensinou a fugir da ira que vai chegar?"   Daí, convida à produção de frutos que prove a conversão que se espera pois não basta ter Abraão por pai pois Deus é suficientemente capaz para fazer nascer filhos de Abraão das pedras do caminho.

A ideia do machado que se encontra na raiz das árvores é outra forma de falar que chama a atenção e demonstra que o tempo já está acabando e os frutos de justiça e de amor precisam aparecer na vida dos crentes.   O Senhor que vem com o machado na mão vai limpar tudo de sujo que existe: queimará a palha num fogo que não se acaba mas o TRIGO será recolhido no Celeiro da Salvação!

Por fim, o Apóstolo Paulo escrevendo aos Romanos (Rm 15, 4-9) nos exorta a ter nas Escrituras o direcionamento para nossas vidas, a buscar Nelas a força para vencer as intempéries da vida e suas dificuldades.   Deus que nos fala em Sua Palavra nos pede concórdia uns para com os outros e não guerras, rixas, disputas, brigas: é preciso ter um só coração e uma só voz!   Como Cristo nos acolheu, assim devemos também nós nos acolher mutuamente!

Que Deus nos ajude, nesse Segundo Domingo do Tempo do Advento a viver como homens e mulheres que aguardam o Seu Senhor chegar!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares



domingo, 1 de dezembro de 2013

"I Domingo do Advento: É preciso VIGIAR para não sermos apanhados DE SURPRESA!" - 01 de Dezembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria iniciamos, com a Igreja no Mundo, um Novo Ano Litúrgico e como o ano da Igreja não é uma mera sequência de dias, semanas, meses mas é uma Pessoa - Jesus Cristo -, nada mais justo e correto do que darmos início a um novo ano nos preparando para acolher em nosso meio essa mesma Pessoa.   O Advento nos prepara para as Celebrações do Natal e a Palavra desse Tempo nos revela o que devemos fazer para estarmos prontos, aptos para acolher o Senhor que vem e quer viver em nós e conosco.

Nesse Primeiro Domingo, a Palavra nos aponta para o horizonte de nossa história, de nossa existência e nos exorta a estarmos vigilantes, atentos, acordados para receber o Senhor que não avisa quando virá ao nosso encontro mas deixa a certeza que virá mais cedo ou mais tarde.

Na Primeira Leitura (Is 2, 1-5) vemos o profeta exortando, em nome de Javé, toda a Comunidade para colocar no Senhor a Esperança, a Confiança pois apesar das dificuldades que a mesma está enfrentando (ameça de invasão estrangeiras, rei que faz aliança espúria com outros povos pagãos e se afasta de Deus, abandono da fé, entre outros), Javé sempre vence no final e os estiverem com Ele vencerão também.   Haverá de chegar um dia em Jerusalém ocupará o lugar mais alto de todos e, dessa forma todos os povos desejarão ir ao seu encontro pois saberão que de lá sai a Palavra e a Lei de Deus que orientam o povo para vida plena; nesse dia, as pessoas aprenderão que o que importa na vida é transformar os instrumentos de morte (espadas e lanças) em instrumentos de vida (foices e arados) pois a vida é breve e logo passará.   É preciso deixar-se guiar pela Luz do Senhor.

Na Segunda Leitura (Rm 13, 11-14) temos o Apóstolo Paulo alertando a Comunidade para a necessidade de perceber que a noite já vai adiantada e, portanto, é importante despir-se das vestes da noite e revestir-se de Cristo; é preciso deixar de praticar aquelas obras que, somente à noite, temos coragem de praticar e passar para uma vida onde nada possa nos envergonhar pois o tempo está passando e a vida chegando ao seu termo.   Revestir-se de Cristo e abandonar o pecado (glutonerias, bebedeiras, orgias sexuais ...) é fundamental nesse Tempo de Advento.

Isso é tarefa para já (aqui e agora) pois o Senhor está voltando e não tarda e como nos tempos de Noé Ele nos manda recado, avisos mas é preciso estar atentos.   O Evangelho (Mt 24, 37-44) nos revela essa necessidade de estarmos atentos à vontade do Senhor e não nos perdermos em coisas menores que o mundo oferece.    O exemplo do Dilúvio nos alerta: por não darem ouvidos aos apelos de Deus por meio de Noé, todos pereceram em suas águas pois viveram aqui como se aqui fosse o destino final.

O Senhor voltará e nos apanhará fazendo nossas tarefas cotidianas e por isso é preciso estar atento e não perder o olhar da Fé que nos aponta para além da nossa história.   A Fé nos faz realizar as nossas tarefas do dia a dia sem perder o foco que se encontra no horizonte de nossa existência.   Assim, dois homens estarão trabalhando no mesmo campo: um será tirado e outro deixado; duas mulheres moendo no moinho: uma é levada e a outra deixada.   Vai com o Senhor quem não se perde no aqui e agora mas mantém o seu olhar fixo no mundo que há de vir; fica, quem faz o contrário!

Assim com o ladrão não mada recado quando quer assaltar a nossa casa, assim será a vinda do Senhor em nossas vidas: é preciso estar atento, precavido para não sermos apanhados de surpresa.   Assim como cuidamos de nossos bens terrenos devemos cuidar de nossa maior bem: o Céu!

Que Deus nos ajude a viver esse Tempo do Advento na expectativa do Senhor que vem!    Assim seja!


Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

"Tempo do Advento: Esperando o Senhor que Vem!"

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Iniciamos  com a Igreja um Novo Ano Litúrgico com o Tempo do Advento que nos prepara para as Celebrações do Natal do Senhor.   Diante disso, nos perguntamos: que tipo de preparação esse Tempo pede de nós?   o que significa preparar-se para o Notal do Senhor?  a chegada de Deus em nossas vidas exige o quê de nós?

Assim, vamos percebendo que a grande preparação que a Igreja pede de nós nesse Tempo é o rompimento com tudo aquilo que impede o Senhor de estar, de chegar até nós e, isso, na Igreja, nós chamamos de pecado.   Uma das principais preparações que fazemos está ligada à conversão do nosso coração e da nossa vida de modo a não permitir mais que o adversário de Deus, isto é, o demônio domine sobre nós.   Esse é um Tempo de limpeza pesada em nossa vida, retirando da mesma toda sujeira que ao londo de nossa existência o pecado foi produzindo.

Nesse sentido, a Palavra de Deus ganha uma força sem igual pois é Ela o parâmetro, a Luz que nos ilumina e nos enxergar pontos que, muitas vezes, não conseguimos ver e que necessitam ser mudados, trocados, extirpados de nós mesmos.

É preciso estar atento à voz do Batista que nos pede para endireitar o que está torto, aterrar os vales, alisar as asperezas e destruir montanhas que nos impedem de ser do jeito de Deus.   Cada um (a) é convidado (a) a fazer o seu exame de consciência diante de Deus e, iluminado por Sua Luz sem ocaso, descobrir o que precisa mudar, acertar e reforçar para que a vida seja o mais próxima possível da Sua Santa Vontade.

Nessas duas primeiras semanas, a Palavra nos coloca frente a frente com a segunda vinda do Senhor em Sua Glória para julgar vivos e mortos e para esse dia é preciso estar preparado, é preciso vigiar pois não sabemos o momento, a hora, o local onde tudo acontecerá; as duas últimas semanas nos colocarão cara a cara com a vinda primeira do Senhor, na carne, em Belém de Judá e para tanto nos preparamos para acolhê-Lo como Ele merece.   A imagem da Manjedoura (local onde os animais comem) é fundamental:  é preciso tornar-se Manjedoura para que o Senhor possa ser depositado em nós e nos enriqueça com a Sua Santa Presença.

Peçamos a Deus e a Virgem Maria que nos ajudem nessa caminhada preparatória para o Natal do Senhor e que as Celebrações Natalinas nos encontrem aptos a vivê-las com mais decência, coerência que os demais anos de nossas vidas!   Assim seja!

Boas Celebrações para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

sábado, 30 de novembro de 2013

"Festa de Jesus Cristo, Rei do Universo: Entregar a Vida para salvar a vida!" - 24 de Novembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Chegamos ao Último Domingo do Tempo Comum e do Ano Litúrgico e, propositalmente, a Igreja nos oferece a oportunidade de celebrar Jesus Cristo como Rei do Universo para nos mostrar que a nossa vida de crentes só tem sentido se Jesus for o Rei dela.   Mas, o que significa ter Jesus como nosso Rei?   Essa questão nos orientará em nossa reflexão nesse dia.

Quando falamos em Rei nos vem logo à mente a ideia de poder, opressão, grandeza, riqueza, trono, palácio ... e, muitas vezes, ao tratarmos de Jesus e do Seu Reino imaginamos que eles sejam assim.   Grave engano! É exatamente o seu oposto que nos fala a Palavra de hoje.   Quando afirmamos que Jesus é o nosso Rei devemos ter sim em mente que Ele é o Senhor e nós seus súditos e portanto é preciso estar atento para fazer o que Ele espera de nós.   Mas, o que Ele espera de nós?   Vejamos:

A Primeira Leitura (2 Sm 5, 1-3) nos apresenta a escolha de Davi como o novo rei de Israel e voltando no tempo, percebemos que quando Deus faz a escolha de Davi para substituir Saul isso se deu exatamente porque este último começou a usurpar o poder que lhe fora confiado por Deus e passou a usá-lo em benefício próprio.   A escolha de Davi é surpreendente pois o mesmo é o filho caçula, de uma das últimas famílias da Tribo de Judá.   O relato de sua escolha nos revela que Deus não olha a aparência mas o coração e escolhe aquele que estiver disposto a cumprir a Sua Vontade.   É essa figura de Rei (Davi Pastor de Ovelhas) que dá origem à ideia de Jesus Rei do Universo: Ele é Rei enquanto é o Bom Pastor do Rebanho; é Rei enquanto oferece a Sua Vida para salvar a vida de suas ovelhas; é Rei porque sabe perdoar, se compadecer, cuidar dos que sofrem todo e qualquer tipo de opressão e, os que acreditam Nele como Rei devem seguir-Lhe o exemplo e, muitas vezes não o fazemos mas afirmamos ser Ele o nosso Rei e Senhor.   Isso é uma incoerência!

A leitura nos prepara para o Evangelho (Lc 23, 35-43) onde nos é apresentado o Rei Jesus no Alto da Cruz sendo motivo de chacota dos presentes e de um dos  crucificados.   Ao contrário do poderia acontecer, Ele não rebate a uma só afronta que sofre mas, se dirigindo àquele que ficou conhecido como Bom Ladrão promete-lhe que estará no paraíso ainda hoje!   

Que bela lição o Rei nos dá: colocado em Seu Trono, a Cruz, ainda encontra força para falar de perdão, de paz, de justiça, de AMOR!   Os súditos desse Rei deveriam agir dessa mesma forma!

Por fim, o Apóstolo Paulo na Segunda Leitura (Cl 1, 12-20) nos apresenta o Senhor Jesus como Aquele que nos libertou das trevas do pecado e é para nós a imagem do Deus Invisível.   É por Ele que tudo que foi criado nos céus e na terra e para Ele tudo converge!   Cabe a nós aceitar essa verdade e nos deixarmos guiar por Sua Santa Vontade pois somente assim Ele será o Rei de nossas Vidas!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

"XXXIII Domingo do Tempo Comum: É preciso enxergar além das Aparências!" - 17 de Novembro de 2013

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria celebramos o XXXIII Domingo do Tempo Comum e, assim, abrimos a penúltima semana do Ano Litúrgico de 2013.   Dando sequência às nossas reflexões das últimas semanas, somos convidados a compreender que o Ano que chega ao fim nos alerta e nos põe cara a cara com o final do nosso tempo nesse mundo; o ano que chega ao fim nos apresenta a verdade sobre a transitoriedade do nosso tempo nesse mundo e nos fala que a vida, aqui e agora, é provisória e, sem nos darmos conta, ela (vida nesse mundo) chega ao seu termo.

Assim, nos perguntamos: O que é preciso fazer para dar a essa vida que vivemos um sentido?   O que valorizar, de fato, nesse tempo que vivemos para não nos decepcionarmos depois?   O que conta e o que devemos fazer?   Essas e tantas outras questões estão nos acompanhando nesses últimos dias do Ano Litúrgico.

Nesse penúltimo Domingo do Ano, a Palavra de Deus vem nos alertar para a necessidade de não nos perdermos nas aparências das coisas do mundo pois, como afirma Jesus, "a figura desse mundo passa!"  O cristão, a cristã são o homem e a mulher que vivem nesse mundo como se nele não estivessem e, vivendo entre tudo que passa coloca o seu olhar, o seu coração, a sua mente, naquilo que não passa e não se perde com a casca aparente de tudo que os rodeia.

A Primeira Leitura (Ml 3, 19-20a) que é um texto muito curto nos fala muito nesse dia.   Diante de uma Comunidade que se questiona sobre a possível intervenção divina nesse mundo, que vai aos poucos se vendo fraca na fé e perdendo a esperança, o profeta fala em nome de Deus: não desanimem pois Javé Deus está para intervir, o seu Dia está chegando e, nesse Dia TUDO QUE NÃO PRESTA SERÁ DESTRUÍDO!   O pecado, a impiedade humana serão destruídos e postos num fogo que não se acaba.   O Dia de Javé será o fim do mal, do pecado e a libertação plena de seus filhos e filhas pois o sol da justiça irá brilhar para sempre e a salvação será trazida.

Que bela leitura a do profeta Malaquias!   Quanta consolação saber que o Dia de Javé não será o dia de um justiceiro barato que pagará com a mesma moeda o mal praticado.   Deus, ao contrário de nós, sabe diferenciar as nossas ações daquilo que somos e não confunde com as mesmas.   Ele não joga a água suja com a criança dentro fora mas recupera a criança, agora lavada e alvejada em seu Sangue Purificador.   A destruição final se dará para nossos pecados, nossas maldades, nossos erros ... o joio é queimado mas o trigo é recolhido no celeiro de Deus.

Essa Leitura nos prepara para o Evangelho (Lc 21, 5-19) onde Jesus nos chama a atenção para não confundirmos a aparência com a essência pois o aparente será destruído e a essência será salva para sempre!   Aos que observavam a beleza do Templo de Jerusalém, suas pedras preciosas e suas ofertas votivas, afirma: Vocês admiram estas coisas?   Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra!  Tudo será destruído!   É preciso enxergar além das aparências e, mais ainda, deixar-se envolver pelas coisas e situações que não irão passar.  

Depois, numa linguagem apocalíptica, o Senhor chama atenção para não nos deixarmos enredar por tais aparências pois muitos aparecerão em seu nome e poderão enganar a muitos (sobretudo os que vivem enganados pelo que parece mas não é).   A fidelidade a Ele trará sérias consequências trágicas mas a fé fará compreender que no final Ele vencerá e nenhum sequer dos fios de cabelos de nossa cabeça será destruído ou perdido!   É permanecendo firme que iremos ganhar a Vida!

Que beleza de texto evangélico, cheio de esperança para nós que cremos e buscamos viver de acordo com a nossa fé: a vontade de Deus triunfará no final!

Por fim, o Apóstolo Paulo, na Segunda Leitura (2 Ts 3, 7-12) nos alerta para a necessidade de não ficarmos esperando que as coisas boas caiam do céu mas trabalhemos para que as mesmas aconteçam.   O Cristão, a Cristã não podem viver na ociosidade, sem fazer nada, aguardando dos céus as transformações que podemos, já aqui, realizar.   

Viver o Final do Ano Litúrgico é viver a oportunidade para nos questionarmos sobre o modo como estamos vivendo a nossa vida: de aparência ou de essência?  de trabalho ou de ociosidade?  fazendo a nossa parte ou esperando que Deus faça Tudo sozinho?   

Que cada um (a) se interrogue a si mesmo e dê as respostas a esta e tantas outras questões que a Palavra de Deus nos coloca!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares


sábado, 9 de novembro de 2013

"XXXII Domingo do Tempo Comum: A Ressurreição como Vida se prolonga pela Eternidade!" - 10 de Novembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria vamos nos encaminhando para o final de mais um Ano Litúrgico e, como estamos refletindo nesses últimos domingos, o ano que chega ao fim nos faz pensar em nossa própria vida que, assim como ano que termina, também vai se encaminhando para o seu termo.   Diante da vida que vai dando sinais de fragilidade nos perguntamos: O que existirá depois daqui?   O que estará reservado para nós depois que o nosso tempo terminar neste mundo?   Haverá, de fato, algo além da morte?   A vida não terminaria na sepultura, no cemitério para onde todos (as) nos encaminhamos?

Para responder a essas e tantas outras questões, a Liturgia da Igreja nesse Mês de Novembro - de modo muito particular - vem refletir conosco sobre essas realidade últimas que nos esperam: Morte, Juízo, Céu ou Inferno!   Para nós, os crentes, a vida que vivemos aqui se plenificará no depois daqui e, portanto, é preciso ter bastante atenção ao modo como estamos conduzindo a nossa existência pois as nossas escolhas, ações, pensamentos, palavras e omissões darão o tom da nossa eternidade.

Meditando a Palavra de Deus vamos percebendo que ideia de uma Ressurreição dos Mortos, de uma Vida além da Morte não é algo que sempre esteve presente na História da Salvação.   Na verdade, Deus vai se dando a conhecer paulatinamente e, na medida em que percebe que o Povo está mais maduro vai oferecendo condições de compreender melhor quem Ele é e, consequentemente, o que Ele tem reservado para nós, seus filhos e filhas.   Com a Ressurreição também foi assim: pouco a pouco o Povo vai compreendendo tal verdade e vivendo de acordo com ela!

A Celebração de hoje nos fala sobre a Ressurreição dos Mortos e nos apresenta um texto na Primeira Leitura (2 Mc 7, 1-2.9-14) onde esta Verdade é revelada de forma explícita, sem nenhuma sombra de dúvidas.   Estamos no segundo século a.C. e a perseguição de Antíoco Epífanes ao Povo de Deus se intensificou de forma que muitos justos acabaram morrendo na batalha contra tais perseguidores.   A morte do justo é sempre uma ocasião para refletir o que está fazendo Deus que parece não ver o que está ocorrendo.   A morte daqueles que lutaram pela preservação da fidelidade em meio à perseguição horrorosa que se abateu faz surgir a Fé na Ressurreição dos Mortos pois não é possível que Deus não tenha nada para oferecer àqueles (as) que tombaram lutando pra não ceder às tentações e investidas dos perversos que dominam o mundo.  Aqui, no texto em questão temos a ideia da Ressurreição dos Justos somente.

A leitura nos relata a prisão, tortura e morte de uma família judia que não cedeu à tentação do adversário de Deus que lhes queria fazer comer carne de porco, ação essa considerada pecaminosa pelos judeus.   Um dos filhos se levanta e enfrenta os algozes afirmando que aceitariam a morte mas não se tornariam infiéis às leis dos antepassados (dos pais).   Um segundo afirma que os malvados podem tirar-lhe a vida mas o Rei do universo os ressuscitará para uma Vida Eterna, a eles que morriam por suas leis!   Um terceiro filho apresenta língua e mãos desprezando aqueles membros pois sabia que do céu os havia recebido e de lá os receberia novamente.   A coragem e a intrepidez dos adolescentes deixaram todos - inclusive o Rei - espantados.   Considerar o sofrimento como coisa menor e sem sentido diante da Eternidade é incompreensível para aqueles (as) que não acreditam.   Por último, o quarto irmão é torturado e não cede às tentações mas, ao contrário afirma: prefiro ser morto pelos homens tendo em vista a esperança dada por Deus, que um dia nos ressuscitará.   Para ti, porém, ó rei, não haverá ressurreição para a vida!   Nesse último versículo percebemos que, mesmo aqui, ainda, a ideia da Ressurreição ainda é restrita!

Essa Primeira Leitura nos prepara para a grande contenda narrada no Evangelho de hoje (Lc 20, 27-38): estamos diante de uma tentativa dos saduceus de apanhar Jesus em alguma contradição e, tal tentativa, hoje, se dá por meio da questão da Ressurreição dos Mortos que este grupo religioso da época não aceitava.   Vejamos:

Os saduceus que negam a Ressurreição pois eram muito ricos e a a esperança na mesma poderia comprometer seus bens, se aproximam de Jesus e oferecem uma questão para o Senhor responder: partindo da Lei do Levirato, dada por Moisés que exigia que quando um irmão morria e não deixava filhos, o irmão deveria se casar com a viúva afim de suscitar uma descendência para o que havia morrido.   Pois bem: havia uma mulher que se casou e o marido morreu sem deixar filhos.   Assim, o irmão se casou mas morreu sem deixar filhos.   Eram sete irmãos e todos se casaram e morreram sem deixar filhos.   Por fim morreu a mulher.   Ponto alto:   De quem será a mulher na Ressurreição dos Mortos já que foi casada com os sete irmãos nessa vida?

Essa é uma questão maldosa mas, ao mesmo tempo, é ocasião para o Senhor elucidar uma dúvida sobre a Ressurreição.   Vejamos: é preciso entender que não ressuscitamos para viver uma vida semelhante a que vivemos aqui pois, se assim fosse, não haveria necessidade de morrer.   A Ressurreição nos possibilitará uma Nova Vida, uma Outra Vida onde não haverá mais essas relações menores (se é que posso falar assim) próprias desse tempo.   Os que forem considerados dignos da Ressurreição ressuscitarão para uma Vida em Deus e a Nova Realidade não comportará mais qualquer relação a não ser a de filhos e filhas de Deus, isto é, de irmãos.   Não mais que se dê em casamento e quem peça para se casar pois eremos como anjos de Deus.   Essa é uma Verdade que precisamos crescer na compreensão para não nos iludirmos com uma ideia errônea sobre Ressurreição dos Mortos.

Por fim, a Segunda Leitura (2 Ts 2, 16 - 3, 5) nos apresenta o Apóstolo Paulo exortando a Comunidade de Tessalônica a viver na esperança, com corações animados e confirmando as ações boas e a palavra.   Também pede que a Comunidade continue rezando pelo sucesso da Evangelização para que todos conheçam a Verdade: em Cristo temos a firme esperança de estarmos, um dia, todos juntos, com nosso Pai nos Céus!

Que Deus nos ajude a crescer na Esperança da Ressurreição e movidos por tal sentimento saibamos nos comprometer, já aqui e agora, com as realidade que nos esperam nos Céus!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

"Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus: As Duas Faces da Moeda da Santidade!" - 03 de Novembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Estamos celebrando com a Igreja no Brasil a Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus.   No Calendário Oficial esta é celebrada no dia 01/11 mas, como no Brasil esse dia não é mais feriado, a Igreja passou a celebrá-la no (quando o dia 01/11 não cai no Domingo) no Domingo seguinte pois, entendemos que tal Solenidade tem para todos os católicos uma Mensagem Solene e, a nossa participação na Celebração se faz extremamente importante para compreendermos melhor o que significa e quais as implicações do ser cristão no mundo que vivemos.

Bom, a Celebração de hoje nos afirma que a Santidade é um Convite, é um Dom que Deus - o totalmente Santo, o Santo por excelência, a Fonte e Origem da Santidade - faz a todos nós, sem excluir ninguém.   Esse convite foi aceito e vivido por muitos homens e mulheres de todos os tempos, de todas as raças, povos, línguas e nações do mundo e, por conta disso, tais irmãos e irmãs nos antecederam no Reino dos Céus, estão compondo a Grande Multidão Celeste apesar de não terem sido, oficialmente, reconhecidos pela Igreja e não terem sido elevados à honra dos altares.   Precisamos compreender que no Céus não estão somente os Santos e Santas de nossa devoção: Santo Antônio de Pádua, São Francisco de Assis, Nossa Senhora, São João Batista, São Judas Tadeu, São José...   Mas, o Céu está muito mais cheio do que pensamos pois lá poderão estar nossos parentes, amigos, pessoas que conviveram conosco e nos fizeram o bem ... tantos e tantos ... incontáveis que, não cessam de interceder por nós que militamos nesse mundo na esperança de um dia nos unirmos a eles todos.

Dessa forma, a Igreja quer nos orientar com a Solenidade de hoje sobre as facilidades e dificuldades que a Santidade comporta para cada um de nós.   Ser Santo não é fácil mas contamos com a ajuda Daquele que é Santo em plenitude e nos adota como seus filhos e filhas, deixando a missão menos árdua (se é que posso falar dessa forma...)

A Palavra de Deus vem ao nosso encontro para nos alimentar e nos conduzir à Santidade que Deus espera de nós e, começando pela Segunda Leitura (I Jo 3, 1-3), nessas poucas palavras, o Apóstolo nos enche de alegria e de esperança pois nos afirma que o que cada um (a) de nós precisa para ser Santo (a) o Pai nos deu.   Assim nos fala: Caríssimos: vede que presente de amor o Pai nos deu: DE SERMOS CHAMADOS FILHOS DE DEUS!   E NÓS O SOMOS!   Ora, se é verdade que os filhos trazem neles as marcas de seus pais e, mais ainda, são, por assim dizer, os seus herdeiros diretos, ao afirmar tal verdade, São João nos revela que tudo que é próprio de Deus, Ele por Amor a nós, nos concedeu não por méritos nossos mas porque Ele é BOM, porque Ele nos AMA!   Assim, não podemos sair por aí afirmando que não dá para ser do jeito de Deus pois somos humanos.   Tal desculpa não cola mais pois a Palavra nos fala que Deus nos adotou como filhos e filhas e nos transmitiu pelos méritos de Seu Filho Unigênito TUDO QUE PRECISAMOS PARA VIVER SEGUNDO A SUA VONTADE!   É verdade que ainda perambulamos na penumbra da Fé mas, a mesma me afirma que quando TUDO ESTIVER CONCLUÍDO, nós nos manifestaremos semelhantes a Ele pois o veremos tal qual Ele é.   Esperar Nele é o caminho para purificação que necessitamos enquanto caminhamos por aqui.

Nesse sentido, o final da Segunda Leitura nos oferece uma ligação para o passo seguinte da nossa reflexão: se é fácil, por uma lado ser Santo pois Deus nos assumiu como filhos e nos dotou com o que precisamos para tanto, por outro, ser Santo é muito difícil pois precisamos viver como tal nesse mundo que não aderiu ao Senhor e busca intimidar os filhos e filhas de Deus, persuadindo-os a não levarem adiante tal intento.

A Primeira Leitura (Ap 7, 2-4.9-14) nos apresenta essa outra face da moeda pois nos revela que a multidão que compõe o Céu veio da grande tribulação e lavaram e alvejaram as suas vestes no SANGUE DO CORDEIRO!   Quando falamos em tribulação, muitos pensam que a mesma seja, simplesmente, um sofrimento qualquer.   Tribulação é sofrimento sim mas não qualquer sofrimento e, portanto, não basta sofrer para ser salvo.   A tribulação é todo sofrimento que nos acomete por estarmos fincados na Verdade de Deus, por sermos filhos e filhas que correspondem ao Amor do Pai, que não se deixam seduzir pelas investidas do mundo quando as mesmas se opõem ao Projeto do Senhor para nós.   Quando vencemos tal sofrimento, quando o suportamos por Amor a Deus que primeiro nos amou, somos Santos e Santas.   Para isso, é importante uma união com o Senhor em todos os sentidos, é preciso encaminhar as nossas vidas para o local de onde escorre o seu Sangue Purificador e, este escorre do Alto da Cruz.   É lá, na Cruz, que lavamos e alvejamos as nossas vestes manchadas pelo nosso pecado que não nos deixam viver o que Deus quer de nós.   Viver a vida se dirigindo para o Calvário para sermos pregados com Cristo na Cruz é o caminho seguro de salvação, de santidade e que, infelizmente, não gostamos muito de seguir por ele.

Por fim, o Evangelho (Mt 5, 1-12a) nos apresenta o Senhor, no começo do Sermão da Montanha - Coração do Evangelho de Mateus - revelando quem são os Bem-Aventurados aos olhos do Pai e, se prestarmos atenção às suas palavras, perceberemos que as categorias utilizadas por Ele não são nenhum um pouco agradáveis para nós.   Na verdade, só existe uma Bem-Aventurança, sendo as demais, consequências dessa primeira:  os pobres em espírito!   Ser pobre em espírito significa compreender que não somos nada e Deus é Tudo e, portanto somente Nele a nossa vida terá sentido, cumprindo a Sua Vontade seremos felizes mesmo que, aparentemente, a Sua Vontade nos pareça estranha, difícil, impossível muitas vezes.   As demais são desdobramentos dessa pobreza em espírito: aflitos, mansos, que têm sede e fome de justiça, misericordiosos, puros de coração, promotores da paz, perseguidos por causa da justiça, injuriados, perseguidos, caluniados por Ele, tudo é consequência de aceitarmos Deus como único Senhor de nossas Vidas!

Que Deus nos ajude a viver a Santidade que Ele espera de nós e que depositando toda a nossa confiança e esperança Nele não temamos Nada nem Ninguém que ousar querer nos tirar de caminho que Ele nos propõe!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

terça-feira, 5 de novembro de 2013

"Dia dos Finados: A Vida que ganha sentido a partir da Morte!" - 02 de Novembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Estamos iniciando o último mês do Ano Litúrgico e, como já mencionamos anteriormente, somos convidados a pensar sobre a vida que estamos vivendo e como a estamos vivendo: estamos compreendendo que a Vida é um Dom que o Pai dos Céus nos deu e, assim sendo, devemos descobrir o que Ele espera de cada um (a) de nós e colocarmos em prática o seu projeto a nosso respeito?  Ou, ao contrário, estamos entendendo a Vida como um produto do acaso e, dessa forma, poderemos viver como "nos der na telha" e fazer o que queremos, do jeito que queremos, quando queremos e com quem quisermos?

Para nós que cremos a Vida é compreendida como Dom de Deus e a sua realização se encontra no cumprir a vontade Dele para cada um (a) de nós.   Para os crentes, a Vida nesse mundo, nesse tempo possui estreita relação com a Vida Eterna e, portanto, precisamos refletir muito sobre o nosso comportamento pois, de acordo com a nossa fé, tudo que fazemos, pensamos, falamos e ou deixamos de fazer (omissão) possui consequências no depois daqui, na Eternidade.   Na verdade, o que acontecerá conosco após essa Vida é resultado de nossas escolhas, de nossas opções aqui.   Por isso, o crente é o homem que pensa muitíssimo antes de qualquer coisa pois acredita na Eternidade como consequência de nossas escolhas aqui.   Crer na Ressurreição dos Mortos muda tudo em nossa vida!

Porém, nem sempre a ideia de Ressurreição dos Mortos esteve clara para o Povo de Deus.   Na verdade, essa é uma ideia que vai sendo construída, paulatinamente, pouco a pouco, no decorrer da História da Salvação.   Na medida em que o Povo ia experimentando e compreendendo Deus, tal ideia foi ganhando força e sendo compreendida como verdade absoluta.

Assim, a Primeira Leitura (Jó 19, 1.23-27a) nos apresenta um dos primeiros textos que trata dessa realidade.   A personagem central do livro (Jó), depois de muitas discussões com seus "amigos" quer o fim do processo de sua vida porém demonstra uma fé inabalável na Vida em Deus mesmo depois que a mesma terminar por aqui: gostaria que minhas palavras fossem escritas e gravadas com chumbo e ferro, cravadas na rocha para sempre!   Eu sei que o meu Redentor está vivo e que, por último se levantará do pó ... depois de destruírem a minha pele, na minha carne VEREI A DEUS!   Que bela afirmação: depois da vida destruída, verei a Deus com meus próprios olhos!

É esta esperança de uma Vida para além dessa que vivemos marcada pela dor, sofrimento, cruz e morte que não nos deixa desanimar e nos faz seguir em frente.   

Na Segunda Leitura (Rm 5, 5-11) vemos o Apóstolo Paulo nos falar da esperança que não decepciona pois o Amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos dado!   Deus enviou o seu Filho para morrer por nós e esta é a maior prova do quanto a nossa vida é importante aos seus olhos: não valíamos NADA e Deus morreu por nós!   O que não fará agora que já estamos justificados de nossos pecados?   Depois da Morte de Jesus na Cruz podemos nos considerar SALVOS e, portanto deveremos viver de tal forma que a Salvação que nos foi oferecida gratuitamente transpareça em nossa Vida Mortal.

Por fim, o Evangelho (Jo 6, 37-40) nos mostra o Senhor Jesus nos apresentando a sua missão: fazer a Vontade Daquele que o enviou e, tal Vontade é que Ele não perca NENHUM daqueles que o Pai lhe deu mas o ressuscite no último dia! ... Crer no Filho que por nós se entregou nos garante a VIDA ETERNA!

Que a Celebração dos Finados nos faça refletir mais e melhor sobre a nossa própria vida e, dessa forma, possamos melhorar o que ainda está sendo obstáculo à conquista da Vida Eterna em Deus!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

sábado, 19 de outubro de 2013

"Mês de Novembro: Tempo de PENSAR sobre os ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS de nossas Vidas!"

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Entramos no último mês do Calendário Litúrgico e, dessa forma, a Igreja nos convida a refletir sobre os últimos acontecimentos de nossa existência, a saber: morte, juízo, céu, inferno!   Nesse mês de novembro, popularmente conhecido como "Mês das Almas" a Palavra de Deus vai nos conduzindo, passo a passo para o final de nossas vidas.   Diante disso, nos perguntamos: Como estamos vivendo?   Lutamos para fazer acontecer em nós a Vontade de Deus ou vivemos do jeito que dá, fazendo o que nos "dá na telha"?

Assim, iniciamos com a Solenidade de Todos os Santos (as), celebrada oficialmente no dia 01/11 mas, no Brasil, quando o dia 01 não coincide com Domingo, a Igreja transfere para o Domingo seguinte (no caso desse ano, será no dia 03/11) e, nessa Celebração refletimos sobre o nosso destino final: a Igreja Triunfante, a Igreja Celeste que lá se reúne após vencer as tribulações e lavar e alvejar as suas vestes no Sangue do Cordeiro;  após, logo no dia 02/11 celebramos o Dia dos Finados e reforçamos a ideia que já estamos refletindo há algumas semanas (desde a XXV mais precisamente) sobre a transitoriedade dessa Vida nesse Mundo, colocando a realidade da morte como uma possibilidade de fazer escolhas que nos conduzam aos Céus, junto com os Santos e Santas de Deus; após esses dois momentos importantes, retornamos às Semanas Comuns com o XXXII e XXXIII Domingos e a Palavra continua nos fazendo refletir sobre o fim de nossa existência nesse mundo; por último, celebramos a Festa de Jesus Cristo, Rei do Universo fonte e cume de toda a nossa Caminhada de Fé.   Encerramos os Domingos do Ano Litúrgico refletindo sobre o Reinado de Cristo e aprendendo Dele como fazer para estabelecer, já aqui, o Seu Reino que também é nosso!

Queremos nesse mês buscar compreender o verdadeiro sentido da vida e, dessa forma vivê-la de modo a cumprir a nossa Missão e sermos capazes de nos reunirmos, todos, um dia, na Casa do Pai que, como nos diz o Evangelho possui muitas moradas e, esperamos em Deus, uma delas deverá ser a nossa!

Que Deus nos ajude!   Assim seja!

Boas Celebrações para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

P.S.: Nesse Mês de Novembro celebraremos os 41 Anos de Fundação da nossa Paróquia Santa Cruz, os meus 43 Anos de Vida e 17 Anos de Vida Presbiteral.
Para tanto, queremos convidar a todos (as) para esse Grande Momento de Vida de nossa Comunidade Paroquial!
Venham rezar conosco nesses dias!

21/11 - 19:30h - I Dia do Tríduo
22/11 - 19:30h - II Dia do Tríduo e Aniversários do Pe. Ezaques
23/11 - 19:00h - III Dia do Tríduo
24/11 - 19:00h - SANTA MISSA FESTIVA PELOS 41 ANOS DE NOSSA FUNDAÇÃO!


"XXX Domingo do Tempo Comum: DEUS ESCUTA A ORAÇÃO DO HUMILDE e o torna JUSTO!" - 27 de Outubro de 2013

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade à nossa reflexão sobre a Palavra de Deus nessa reta final do Ano Litúrgico, percebemos o complemento que os textos litúrgicos desse XXX Domingo do Tempo Comum oferece aos textos do Domingo Passado: a Oração!   Na semana passada, os textos nos levaram a refletir sobre a necessidade de orar sempre, constantemente e sem desanimar pois a perseverança faz a oração atingir o Coração de Deus e, dessa forma, ela não fica sem resposta e, a vitória acontece.   Foi assim com Moisés e o Povo na travessia do Deserto na Batalha contra os Amalecitas e com a Viúva do Evangelho que insiste com o juiz iníquo para fazer-lhe JUSTIÇA!   Porém, no Evangelho de Domingo Passado, o Senhor Jesus concluía com uma questão muito séria: Será que o Deus encontrará a Fé sobre a terra quando resolver nos fazer Justiça?   Será que a nossa PERSEVERANÇA nos levará a ESPERAR AS "DEMORAS DE DEUS"?

Hoje, continuamos com esse tema sobre a Oração mas, mudando um pouco o foco, os textos litúrgicos nos apresentam quem agrada ao Senhor com sua Oração?   Que atitude deve ter aquele (a) que se aproxima de Deus por meio da Oração?

Assim, na Primeira Leitura (Eclo 35, 15b-17.20-22a)  nos apresenta o autor sagrado afirmando que o Deus não faz discriminação de pessoas e não é PARCIAL EM DETRIMENTO DO POBRE MAS ESCUTA SIM AS SÚPLICAS DOS OPRIMIDOS!   Aqui, já começamos a compreender que há, da parte de Deus, uma predileção pelos pequenos, pelos pobres, pelos simples, pelos oprimidos pois, jamais DESPREZA A SÚPLICA DO ÓRFÃO E DA VIÚVA QUANDO DESABAFAM AS SUAS MÁGOAS.   Lembramos que ÓRFÃOS E VIÚVAS são categorias, classes de pessoas que não tinham voz nem vez na sociedade, não possuía defensores de seus direitos e, portanto, só TINHAM DEUS COMO SOLUÇÃO!   Esses quando oram, tocam o Coração de Deus que não os deixa esperando para sempre mas, ao contrário, atende o seu CLAMOR (Grito de Dor que nasce de dentro da vida sofrida so pobre).   

É preciso aprender que Deus espera de nós tal atitude de pobre que espera somente N'Ele.   Dessa forma, nossas orações e súplicas serão atendidas pois aprece do HUMILDE atravessa as nuvens e chega até Deus e, enquanto não chegar não desanimará (tema do Domingo passado = PERSEVERANÇA).

Essa Primeira Leitura nos prepara para compreensão do Evangelho (Lc 18, 9-14) que nos apresenta, mais uma vez, Jesus contando uma parábola.    Dessa vez, a história foi para quem confiava em sua própria Justiça, desprezando os outros.   A parábola nos apresenta, como na Leitura anterior, a atitude que Deus espera ver naquele (a) que D'Ele se aproxima pela via da Oração.   Vejamos:

A parábola nos apresenta dois homens que sobem ao Templo para orar: um Fariseu e um Cobrador de Impostos.   Aqui, já percebemos que são dois homens completamente diferentes no modo de viver e, automaticamente, estabelecerão com Deus dois tipos de relação distintas entre si: A POSTURA DIANTE DE DEUS e as PALAVRAS UTILIZADAS NA ORAÇÃO revelam a distinção entre eles!

O fariseu fica de pé e sua oração é de agradecimento a Deus (até aqui, parece que TUDO ESTÁ BEM!).   Problemas surgem quando o fariseu nomeia os motivos da sua ação de graças: não sou como os outros homens (ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos); jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de toda a minha renda!   Em outras palavras, diz o Fariseu: "Eu sou o MÁXIMO!!!"

Por outro lado, o Cobrador de Impostos, apresenta outra postura e outra fala em sua oração: fica à distância sem se atrever a levantar os olhos para o céu; batendo no peito diz: "MEU DEUS TEM PIEDADE DE MIM QUE SOU PECADOR!   Em outras palavras: "NÃO SOU NADA MAS ESPERO DO SENHOR A MISERICÓRDIA PELAS MINHAS FALHAS!"

CONCLUINDO: O Cobrador de Impostos VOLTA PARA CASA JUSTIFICADO, o Fariseu, não!   Pois: quem se eleva é humilhado e quem se humilha é elevado!

Por fim, o Apóstolo Paulo (2 Tm 4, 6-8.16-18) nos apresenta o seu testamento que está cheio de orientações para nós: ele combateu o bom combate, completou a carreira e guardou a fé e sua vida está prestes do fim.    A certeza de ter feito o que o Senhor queria lhe oferece a garantia de estar para receber das suas mãos (de Deus) a Coroa da Justiça, da Vitória que é para ele e para todos que aguardam com AMOR a SUA MANIFESTAÇÃO GLORIOSA.   O Senhor sempre esteve em sua companhia mesmo quando todos o abandonaram.

Que Deus nos ajude, nesse XXX Domingo a viver a nossa vida de acordo com a sua vontade e que reconhecendo a nossa condição de pecadores, limitados, saibamos ESPERAR DELE A NOSSA SALVAÇÃO!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares