quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

"Tempo de Natal: Céus e Terra se unem na Pessoa de um Menino!"

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Gostaria de conversar, neste texto, sobre algumas reflexões que venho fazendo neste Tempo de Natal: seu sentido e importância para todos nós, os crentes.   Por que este Tempo é fundamental para nossa Fé?   O que devemos entender para que nossa prática de fé seja mais convicente para Deus e para o outro?

Celebrando a Eucaristia deste quinto dia na Oitava de Natal e, refletindo a Primeira Leitura (I Jo 2, 3-11) tive uma compreensão que partilhei com os presentes e, tentarei agora, partilhar com vocês.

Nesta Leitura, São João nos alerta sobre a necessidade que temos de "para sabermos que conhecemos Jesus será preciso perceber se guardamos os seus mandamentos pois quem diz que conhece a Deus mas não guarda os seus mandamentos, é mentiroso e, a verdade não estará nele."   Que maravilha de texto para compreendermos o sentido e importância do Natal para nós, Cristãos Católicos.   Vejamos:   Para São João, os verbos GUARDAR e CONHECER estão para além do sentido que, em muitos momentos, damos aos mesmos.   Enquanto para nós, tais verbos parecem não nos comprometer, não exigindo de nós uma mudança em nossa prática de vida, para o autor sagrado, é o contrário ou, vai mais além.   Em São João o conhecimento é produto da EXPERIÊNCIA que se tem e, consequentemente, guardar o conhecido implica numa mudança do estilo de vida que tínhamos até então.   O verdaeiro conhecimento altera e modifica a vida que se tem.   Daí, conhecer Deus e guardar seus Mandamentos vem da experiência que se tem com Deus para, desta forma revelá-Lo com nossa vida.

Ora, fazendo a experiência com este Deus que se revela na Palavra nos leva à compreensão da seguinte questão com relação ao Natal:  a Encarnação e a Manifestação de Deus, na Pessoa do Menino Jesus é a grande manifestação do Seu Infinito Amor pela Humanidade.   Tal Amor Infinito fez com que Ele, abrindo mão - na linguagem paulina: "se esvazianodo de Sua condição Divina" - assumisse a nossa condição humana em tudo (exceto, o pecado).   E, nos perguntamos: Por que?   E, a resposta, penso eu, só será dada voltando nos primórdios da História da Salvação revelada na Palavra.

Nas primeiras páginas das Sagradas Escrituras (Gn 1-2) temos os relatos, as "historinhas" da Criação e, importa entender que no "princípio Deus criou o ser humano (homem e mulher), infundindo neles a Sua Vida e imprimindo em cada um a Sua Imagem e Semelhança".   Podemos afirmar que, até aqui, essa "TRÍADE" - Deus, o homem e a mulher - se viam, se percebiam um nos outros pois, a ausência do "pecado" não atrapalhava a comunicação entre eles que, até então, era direta e sem mediações.   Em Gn 3, há um problema pois, aqui, o mal entra na história da salvação (personificado na figura da serpente = o mais astuto dos animais que Javé-Deus havia feito).   Neste momento, quando o ser humano permite uma espécie de "ruído" na comunicação entre ele e Deus (a voz da serpente = diabo = satanás), a relação se quebrou.   A perda do paraíso veio como consequência da desobediência e, a partir daqui, a história da salvação se desenvolverá como uma eterna busca de Deus pela sua criatura que, pecando, vai se afastando cada vez mais de sua origem = Deus.

Penso que, neste ponto, podemos compreender o Natal em sua realidade plena: o nascimento de Jesus, Deus que se fez homem, foi a maneira pensada e executada pelo próprio Deus quando percebeu que o ser humano não conseguiria retornar, por ele mesmo, para o Paraíso que se perdera por conta do pecado.   O pecado original produziu uma quebra da corrente que ligava Deus ao ser humano e, este a Deus.    Aquilo que antes fora criado unido (Deus e o ser humano) sofreu um rompimento e, Deus percebendo que o ser humano sozinho não faria o caminho de volta, resolveu, em Seu Infinito Amor, se fazer Homem pois, para unir a corrente que se quebrara somente um Ser que trouxesse nele mesmo as características de um e de outro, isto é, que fosse ao mesmo tempo, Deus e Homem.   Este Jesus, Deus-Homem ou Homem-Deus, conseguiu unir as partes da mesma corrente que o pecado quebrou.   Jesus traz Deus para o meio dos homens e, em contrapartida, leva o homem para junto de Deus, numa comunicação plena, perfeita.   Para que isso pudesse acontecer, Deus teve que abrir mão de sua condição divina e, se humilhando, assumir a condição de servo. 

Aqui, a raiz para a compreensão do Natal: quem acredita nesta Solenidade deve trazer em si mesmo estas marcas do verdadeiro Natal.   Quem quer celebrar o Natal decentemente e vivê-Lo plenamente necessita assumir esta postura divina: abandonar tudo que o esteja impedindo de ir ao encontro do outro (a), assim como fez o próprio Deus.

Neste sentido, o texto de São João da Missa de hoje (29/12), mais uma vez é paradigmático pois nos afirma que o mandamento que não podemos esquecer é o "AMOR PARA COM O PRÓXIMO" pois, "quem afirma que está em Deus mas odeia o seu irmão é mentiroso e continua nas TREVAS"!

Daí, percebermos como que este Tempo de Natal, de fato, gera nos corações das pessoas bons sentimentos: paz, solidariedade, fraternidade, justiça, AMOR!    Bom seria se todos estes sentimentos nos pudessem acompanhar todos os dias de nossas vidas para que o Natal se fizesse VERDADE a cada instante e dia de nossa existência.

Não sei se ajudei ou atrapalhei você em suas reflexões sobre o significado do Natal.    Na verdade só quiz partilhar com vocês as minhas reflexões de hoje!

Bom Natal e um Ano Novo cheio da Graça de Deus!   Amém!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

"As contradições da Solenidade do Natal do Senhor: despojar-se do Aparente para ater-se ao Essencial!"

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Nestes últimos dias, nas Celebrações Eucarísticas aqui em nossa Paróquia, estamos travando alguns debates sobre as "contradições aparentes" que envolvem a Solenidade do Natal e, sobre a necessidade que temos de, se quisermos compreender, de fato, o verdadeiro sentido deste Tempo de Graça, despojarmo-nos de tudo que nos salta aos olhos (aparência).   Estamos refletindo nestes últimos dias (na verdade, desde os últimos dias que antecederam o "Dia de natal") sobre tais situações.   Gostaria, agora, de partilhar como os leitores (as) deste blog, um pouco destas reflexões.

A beleza, a riqueza, as luzes, os enfeites, os presentes ... são marcas deste período natalino em nossas vidas.   De início, acredito que tais situações não seriam um problema nelas mesmas.   Porém, acredito que se tornam um problema na medida em que desviam o nosso olhar e a nossa atenção do que, realmente, conta, do centro do Mistério: Jesus Cristo.

Ouvimos, no IV  Domingo do Advento quando, ainda estávamos nos preparando para as alegrias do Natal, o Apóstolo Paulo nos mostrando em Rm 16 que, em Jesus, TUDO que o Pai queria comunicar aos homens, foi comunicado.    Jesus é a plenitude da REVELAÇÃO, de modo que, a partir DELE, não precisamos esperar mais NADA nem NINGUÉM!   Conhecer o Pai e Sua vontade só é possível contemplando e entendendo o que Ele quis nos comunicar ao nos enviar Seu Filho Jesus.   Jesus é o Centro de TUDO e, qualquer coisa que nos desvie deste CENTRO, deverá ser extirpado de nosso meio.

Percebemos que o clima natalino, em muitos momentos, vem carregado de tantas informações (luxo, beleza, acessórios...) que tal CENTRO fica "empalidecido", "apagado" e, passa despercebido por nós.   É tanta lâmpada, boneco, cores, beleza, luxo que o centro fica perdido em meio a tanta informação.   Os presépios, criados para facilitar a compreensão do Mistério da Encarnação e da Sua Mensagem Central (Deus, Todo-Poderoso, que se desprendeu da Sua Glória e se fez homem para salvar os homens) ganhou, nos últimos tempos tanta sofisticação que, o que menos conta, é tal ideia: Deus, Todo-Poderoso, se humilhou para salvar.   Os elementos que compõem o presépio mostram tal despojamento: Curral, Pastores, Faixas, Manjedoura que, numa roupagem "fina" e "elegante", acabam nos afastando da verdadeira revelação do Mistério.

É preciso resgatar o verdadeiro sentido do Natal do Senhor e contemplá-lo em toda a sua plenitude.    Quem acredita no Natal como Solenidade do Nascimento do Verbo que se encarnou em nossa história deverá assumir a postura deste Deus que, se rebaixando, se desprendendo de sua Glória, Majestade e Poder, assumiu a nossa condição de servos.    Deparar-se com o Presépio deverá trazer à tona os sentimentos deste Deus.    O Natal é uma Solenidade vivida pelos homens e mulheres de Fé pois, somente pela Fé, conseguimos enxergar além do aparente e, assim sendo, contemplar o essencial e se deixar guiar pelo que, de fato, conta:  o GRANDE AMOR DE DEUS PELOS SEUS!

Pense nisso e viva melhor este Tempo de Graça!

"Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus: Maria é honrada por meio de seu Filho!" - 01 de Janeiro de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Iniciamos, hoje, um novo ano civil e, dedicamos especial atenção aos desejos de Paz para todo o   mundo.   Na Igreja, celebramos o "Dia de Santa Maria, Mãe de Deus" e, a Palavra deste dia vem focada na Pessoa do Filho Jesus, nos fazendo refletir sobre a verdadeira honra que Maria espera dos seus filhos e filhas: "A Honra oferecida ao seu Filho Jesus!"  A honra que se faz a Nossa Senhora só é verdadeira e agradável quando é produto da nossa compreensão de que toda a força e poder Dela, vem da sua estreita ligação com o Senhor.   Na verdade, cultuar Maria significa compreender que, não fosse Deus Pai que a escolheu para ser a Mãe de Seu Filho Jesus, tal culto e honra não existiriam.

Assim sendo, toda a Palavra de Deus deste dia está focada no Senhor.   A Primeira Leitura (Nm 6, 22-27) vem nos apresentando a ordem de Javé-Deus com relação à Bênção sobre os filhos de Israel.   Percebemos que a força da Bênção vem da invocação do Nome do Senhor pois é Dele que saem todas as graças que podem tornar o ser humano mais feliz: bênção, proteção, compaixão, a paz!   Tudo que é bom e necessário ao homem e mulher possui Deus como fonte e origem.   Sem Ele (Deus), o ser humano não é nada, nemninguém!

Já a Segunda Leitura (Gl 4, 4-7) nos apresenta a realização da Promessa do Pai, na plenitude dos tempos, em Jesus que entra na nossa história por meio de "uma mulher".   Tal mulher é a responsável pela atualização da graça para todos nós pois, não fosse o seu "SIM" à vontade divina, estaríamos perdidos até os dias de hoje.   Jesus, Filho de Deus e de Maria, nasce sujeito à Lei para resgatar os que estavam sujeitos à mesma.   A partir daqui, só uma Lei importa: o AMOR!   Este nos é ofertado pelo Espírito que o Senhor Jesus derramou em nossos corações, nos permitindo chamra, novamente, Deus de Pai.

Já o Evangelho (Lc 2, 16-21) nos oferece a oportunidade de refletir sobre a abertura de José e, de modo particular, de Maria às coisas que eram ditas a respeito do Menino que nascera.   Maria nos é apresentada como "aquela que guardava tudo em seu coração".

Viver o Novo Ano (2012) querendo haurir do mesmo todas as graças e bênçãos que o Senhor quer nos oferecer só será possível se, a exemplo de Maria vivermos atentos à Palavra de Deus em todos os dias deste ano.   Assim, Maria nos é proposta como "modelo" pois, ao ouvir a Palavra, ao acolhê-La em sua vida, A gerou e A entregou pela Salvação de TODOS (AS).

Que Maria, Mãe de Deus e nossa, nos alcance a graça da fidelidade em todos os momentos do Novo Ano.   Assim seja!  

"Festa da Sagrada Família de Nazaré: O Nascimento de Jesus santifica a Vida Familiar!" - 30 de Dezembro de 2011

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Vivendo as alegrias da Oitava do Natal, celebramos a Festa da Sagrada Família de Nazaré.   Penso, que tal festa colocada dentro da oitava de natal, quer significar que com a chegada do Menino Jesus, a família de Nazaré se plenificou e, muito mais, a entrada de Deus, em Jesus, na nossa história por meio da família, santificou este "grupo humano", restituindo-lhe a dignidade que já existia no Paraíso que fora perdido pelo "pecado original".

Asssim sendo, a Palavra de Deus desta Festa Litúrgica vem com o objetivo de nos auxiliar numa refelxão a respeito da Vida Familiar de acordo com a vontade divina.   "O que pensa Deus sobre a família?" ou: "Como deve ser o relacionamento dos membros deste grupo humano?" ou, ainda: ""O que deve ser posto, em primeiro lugar, no seio familiar para que esta viva bem os seus dias sobre a terra?"   Acredito que estas questões serão respondidas na Festa de hoje.  Vejamos:

A Primeira Leitura (Eclo 3, 3-7.14-17a) nos revela que os pais humanos simbolizam o próprio Deus dentro da família.   A capacidade geracional dos pais (geradores de novas vidas, isto é, dos filhos), os coloca em , por assim dizer, em "pé de igualdade" com Javé-Deus.   Por isso, afirma o Ecesiástico: "Deus honra os pais nos filhos" e, mais ainda: "Quem honra o pai, alcança o PERDÃO DOS PECADOS e quem respeita a mãe é como alguém que AJUNTA TESOUROS".  

Pensando num livro que fora escrito no séc. II a.C., para uma comunidade judaica que vivia distante da cidade de Jerusalém (vivia em Alexandria, no Egito) e, corria o risco de abandonar os preceitos divinos, se misturando com os pagãos e assumindo os seus costumes por conta de não possuírem Templo, Sacerdotes, Sacrifícios ... ouvir estas Palavras do Livro, funcionou como bálsamo pois, nem tudo estava perdido: havia uma outra forma de receber o perdão sem o "oferecimento dos sacrifícios no Templo": HONRAR OS PAIS!   Resgatando o quarto mandamento (honrar pai e mãe), o autor sagrado oferece a oportunidade de aprofundamento da vontade de Deus sobre tal questão.   É bom salientar que, na lista dos mandamentos, este é o único que vem acompanhado de promessas àqueles (as) que o cumprirem: "alegria com os próprios filhos e será atendido no dia em que orar; terá vida longa e será o consolo da mãe".   Por fim, a Palavra orienta para não abandonar os pais na velhice (mesmo que estejam ficando sem lucidez).   Todo este cuidado com os pais proporcionará o "PERDÃO DOS PECADOS". 

Penso que este texto da Primeira Leitura é extremamente atual pois, vivemos numa época em que as relações familiares (sobretudo entre pais e filhos) está muito conturbada.   Os sentimentos que podem gerar este tipo de relacionamento no seio familiar, parecem estar cada vez mais escassos em nosso meio e, o que se vê é uma "avalache" de situações contrárias à integridade da família.   Percebemos que este núcleo fundamental da sociedade vem sofrendo todo tipo de ataques e, por estarmos muito distante da "vontade de Deus", perecemos.

Penso que seja preciso resgatar a fidelidade da Família à vontade divina como vemos no Evangelho de hoje (Lc 2, 22-40): desde a mais tenra idade vemos a família de Nazaré "cumprindo, fielmente, os preceitos divinos, inscritos na Lei.   A presença de Simeão e Ana no Templo, por ocasião da Apresentação do Senhor, revelam a esperança dos pobres que se concretiza.   Jesus é a manifestação divina que anuncia que a "salvação" chegou para os pobres (Jesus = Deus Salva).   A fidelidade à Lei Divina transforma a Família de Nazaré em modelo para todas as famílias da terra e, celebrando a sua Festa, somos convidados a imitar-lhe a fidelidade aos projetos divinos.

Por fim, a Segunda Leitura (Cl 3, 12-21) nos apresenta as condições para vivermos, na família, a vontade de Deus.   Assim, os membros da família (pais e filhos) deverão se "revestir dos mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus": sincera misericórdia, paciência, bondade, mansidão.   Os membros da família necessitam uns dos outros e precisam sentir tal "suporte" uns nos outros.   Amor e Perdão são sentimentos-chaves para o êxito de uma estrutura familiara em toda e qualquer época.   As relações entre os membros da família devem pautar-se por tais sentimentos: mulheres solícitas pelos maridos e maridos amando suas esposas; filhos obedecendo aos pais e pais não intimidando os filhos.

Seguir os conselhos e preceitos que a Palavra de Deus nos oferece nesta Festa da Sagrada Família de Nazaré fará toda a diferença para as famílias que buscam, neste mundo, a sua e felicidade de todos (as) que as cerquem.

Que Deus abençoe a nossa e as famílias do mundo inteiro, bem como a nossa família paroquial e diocesana.   Assim seja!

sábado, 24 de dezembro de 2011

"Santa Missa do Dia de Natal: O Verbo se Carne e habitou entre Nós!" - 25 de Dezembro de 2011

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Quanta alegria podermos celebrar, mais uma vez, o Dia do Natal e, assim sendo, entrar em contato com o Mistério de um Deus que, no Seu Infinito Amor pela Humanidade se "fez homem para salvar os homens.   Quanta satisfação, quanto conforto poder experimentar esta grande graça: "Deus que veio nos visitar, ou melhor, veio morar entre nós!"

Porém, esta realidade máxima da nossa fé (juntamente com a Ressurreição, é claro!) não foi sempre percebida pelos homens.   Para que tal revelação ocorresse, foi preciso que o homem caminhasse e, Deus que ama, foi respeitando as etapas (meio que pedagogicamente) pelas quais passa o ser humano em seu processo de aprendizagem, de assimilação das novidades.

Nesta perspectiva, a Palavra da Santa Missa de hoje (do Dia de Natal) é paradigmática pois, nos apresenta como Deus foi, passo a passo, se apresentando, se dando a conhecer, se aproximando da humanidade (distanciada pelo pecado), respeitando o processo, sem ser invasivo.

Assim, a Segunda Leitura (Hb 1, 1-6) nos apresenta um esquema, uma espécie de resumo da maneira como o ser humano foi, aos poucos, chegando a compreender o "Grande Mistério deste Dia de Natal".   Afirma o autor desta carta: "Muitas vezes e de muitos modos falou Deus outrora aos nossos pais..."   Analisando, meio que rapidamente a história da humanidade, no seu aspecto religioso, percebemos, de fato, que em muitos momentos o homem buscou um contato com a Divindade (às vezes por caminhos diferentes daqueles que concebemos, mas ...).    Importante é notarmos que, em todos os momentos da sua história, o ser humano sempre apresentou uma "necessidade" de estar em contato com um "ser superior" que lhe oferecesse algum sentido para vida que levava.   A ideia de Deus sempre esteve presente na concepção da humanidade.   A natureza, talvez, tenha sido uma das formas mais primitivas deste contato do humano com o Divino.    Ela (natureza) e seus fenômenos, muitas vezes inexplicáveis colocava o homem em estado reflexivo, atribuindo às forças divinas tudo que não conseguia compreender.   De fato, na natureza criada TUDO traz a marca do Criador (pensamos nós!).   

Passada esta época mais primitiva e distante de nós (porém, há resquícios desta forma de compreender a divindade em nossos dias), continua o autor da Carta aos Hebreus, "Deus falou pelos profetas..." e, utilizando o próprio ser humano, Deus mandava os seus "recados" para a humanidade.

No entanto, na grande novidade da Carta aos Hebreus, no texto da Celebração de hoje é nos afirmar que "nestes dias, que são os últimos, Ele (Deus Pai) nos falou por meio de Seu Filho".   Aqui está o centro da Palavra de hoje: O Filho Jesus é a manifestação plena, perfeita e última do Pai.    Depois de Jesus não há mais nenhuma comunicação, por parte do Pai, para ser feita.   Ele (Jesus) é o herdeiro, por Ele tudo foi criado, Ele (Jesus) é o esplendor da glória do Pai e por Ele o universo foi criado (Palavra Criadora do Pai).

Aqui, penso eu, o texto da Carta aos Hebreus se liga ao Evangelho (Jo 1, 1-18) que nos revela que este Jesus que nasceu em nosso meio, já existia ANTES de TUDO, como VERBO / PALAVRA DE DEUS: "No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus..."   É essa Palavra Criadora do Pai, que organizou o "caos" que era este mundo que, na plenitude dos tempos se encarna, assume a nossa natureza humana em tudo (exceto o pecado) para nos reconduzir ao Paraíso que o nosso pecado fizera perecer, perder.

Porém, apesar de ter vindo ao mundo com o objetivo de resgatar o mundo, este, por sua vez, "NÃO O ACOLHEU".    Àqueles que O receberam, foi-lhes dada a possibilidade de se tornarem, novamente, "filhos de Deus"!

Celebrar o Natal é celebrar a entrada desta Palavra Criadora no mundo que fora criado para ser a manifestação de Deus mas que o pecado não permitiu.   Ele (Jesus) é o resgatador da humanidade decaída; Nele, tudo volta à harmonia do início; acolhê-Lo num Coração aberto e cheio de Amor é ocaminho para a nossa e para a transformação do mundo.

Fazer a experiência com Este Deus que, por Amor se encarnou em nosso meio para nos resgatar, nos leva à realização da profecia de Isaías, na Primeira Leitura da Santa Missa de hoje (Is 52, 7-10): "como são belos os pés daquele que ANUNCIA e PREGA A PAZ!"

Que este natal nos proporcione todas as graças e bênçãos de que necessitamos para sermos no mundo sinais desta PAZ!   Assim seja!

Para todos os leitores deste blog:   Um Santo e Feliz Natal e um 2012 repleto da PAZ de Deus!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

"Santa Missa da Noite de Natal: Nasceu para nós um SALVADOR!" - 24 de Dezembro de 2011

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Depois de 04 semanas de alegre expectativa, chegamos às alegrias verdadeiras e plenas do Natal do Senhor.   A cada semana fomos sendo preparados para a vivência deste momento.   A Palavra de Deus nos acompanhou e nos mostrou, a cada dia do Advento, como deveríamos nos preparar para retirar deste Novo Tempo Litúrgico (Natal) todas as alegrias que ele poderia nos apresentar.   Finalmente, chegamos à GRANDE NOITE DA SALVAÇÃO, da MANIFETAÇÃO DE DEUS NA PESSOA DE UMA CRIANÇA!

A Palavra de Deus desta Noite Santa nos apresenta o nascimento deste Deus em nosso meio com todas as suas reais consequências, bem como parte da história que se liga a tal fato.

Assim, a Primeira Leitura (Is 9, 1-6), numa linguagem poética e figurativa apresenta a situação do Povo no período anterior ao Exílio na Babilônia: um Povo que estava envolvido nas TREVAS, na ESCURIDÃO.   Sem enxergar saídas, TUDO parece perdido.   Porém, Deus que é maior há de suscitar uma Grande Novidade: uma LUZ brilhará nas Trevas!   Quando esta Luz chegar, TODOS se "regozijarão como agricultores que realizam boas colheitas e guerreiros que repartem despojos da guerra".   Tudo isso  acontece porque Deus retirou de suas costas "tudo que o estava oprimindo"!   Toda esta situação é percebida pelo "nascimento de um MENINO" que vem para ser "DEUS-CONOSCO"!

Ora, esta profecia de Isaías, nós a vemos realizada no texto do Evangelho desta Noite Santa (Lc 2, 1-14).   Toda a descrição histórica presente no texto evangélico desta noite, nos faz entender que se trata de um fato ocorrido de fato e, portanto, não pode ser pensado como um produto da especulação ou imaginação de quem quer que seja.   O recensseamento que obrigou José e sua Esposa Maria a subirem até Belém serviu para que se cumprisse a profecia de Miquéias.   A recusa das pessoas em dar hospedagem para a Família Sagrada é algo que, ainda hoje, continua ocorrendo.    Porém, apesar da recusa das pessoas, Deus cumpre a profecia e, o Seu Filho nasce "em meio aos bichos".   O curral é o local do nascimento do "Grande Rei" e o cocho, o local aonde Ele é depositado.   A simplicidade destas imagens deveria nos conduzir a uma reflexão: "Deus nasce SIMPLES no MEIO dos SIMPLES"!   Daí, percebemos que somente os SIMPLES podem compreendê-LO e, automaticamente, aceitá-LO (os Pastores).

Vivamos esta Noite de Graça e, tenhamos no Coração o Anúncio do Anjo: "Não tenhais MEDO! Eu vos anuncio uma GRANDE ALEGRIA, que o será para TODO O POVO: HOJE, NA CIDADE DE DAVI, NASCEU PARA VÓS UM SALVADOR, QUE É O CRISTO SENHOR. ISTO VOS SERVIRÁ DE SINAL: ENCONTRAREIS UM RECÉM-NASCIDO ENVOLVIDO EM FAIXAS E DEITADO NUMA MANJEDOURA!"

Que Deus que se fez homem nos ajude em nossa caminhada rumo ao Céu.   Assim seja!

"Natal: Deus que se faz homem para SALVAR os homens!"

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Que ALEGRIA poder celebrar o Natal do Senhor Jesus.   Neste dia - ou melhor, nesta época -, TUDO parece fazer sentido e, os corações parecem mais voltados para as necessidades do próximo.   Neste tempo, tudo que antes estava na linha da utopia (no sentido de não poder ser conquistado) se coloca na linha da realidade, da possibilidade.   Existe, de fato, uma espécie de "áurea" de bondade, de paz, de AMOR que atinge a todos.

Verdadeiramente, o nascimento de Jesus - Filho de Deus - promove esta harmonia nos sentimentos, nas ações, nas palavras, na vida.   As luzes, os enfeites, os presépios com todos os seus aparatos promovidos pela tecnologia, as compras, as comidas, as bebidas, entre outros, nos faz sentir uma "alegria" sem igual.   O nascimento do Filho de Deus "parece" indicar que uma "NOVA VIDA É POSSÍVEL"!

E, me parece que é este o clima que deveria se instalar em nosso meio.   Porém, penso que tal clima deveria ser uma experiência vivida por TODOS (AS), sem exclusão de qualquer espécie.   De modo que quando não há tal possibilidade para TODOS (AS), algo parece ficar estranho dentro de todo este clima mencionada anteriormente.

Quando olhamos para o nosso meio e constatamos a existência de tantos irmãos (ãs) que, numa época de tantos comes e bebes, nunca comem nem bebem; quando percebemos que numa época de tantos enfeites, luzes e belas casas, há irmãos que não possuem, sequer, um espaço que possam chamar "de seu"; numa época de tantos presentes, pessoas passam sem conseguir o necessário para sua sobrevivência ... penso: "ALGO PARECE ESTAR ERRADO"!   Aqui, uma mistura de sentimentos explode: alegria e tristeza, prazer e dor, vida e morte ... me levando a entender que o nosso mundo, ainda, é o espaço das contradições.   Penso que tais contradições existem como produto final de nossa vida dominada pelo "mal", pelo "pecado", pela incapacidade que temos de transformar a FÉ que dizemos ter em VIDA CONCRETA no nosso cotidiano.

Meditar o Nascimento do Filho de Deus entre nós, penso eu, deveria nos conduzir para uma compreensão do Mistério que aí está escondido: "AQUELE QUE É O MAIOR SE FEZ MENOR POR AMOR, PARA SALVAR O MENOR E PROMOVER A VIDA EM TODA A SUA PLENITUDE!   É preciso compreender que as diferenças que nos marcam como pessoas individuais não podem ser "desculpas" para convivermos com as desigualdades que colocam alguns em situações agradáveis de vida e muitos numa esécie de "SUB-VIDA", de "NÃO-VIDA", ou seja, de "MORTE"!

Contemplar o Menino-Deus deitado na Manjedoura de Belém (pois, como diz a Escritura: "Não havia lugar para eles na hospedaria!"), deveria nos fazer compreender que a aceitação passiva desta realidade de dor, sofrimento, exclusão, fome, miséria, cruz, morte ... continua a gerar, em nossos dias, a mesma recusa que os cidadãos de Belém fizeram para com a Família de Nazaré.   

Penso ser preciso e urgente uma retomada do verdadeiro sentido do Natal em nossos dias: Deus que se faz homem para SALVAR os homens!   Resgatar este ideal originário do Natal é permitir que o Menino-Deus nasça em nossas vidas e, por meio de nós, nasça no mundo que nos cerca.

Que as Celebrações do Natal do Senhor produzam em nós todos os efeitos nencessários à nossa e à salvação de todos (as)!   Amém!

Bom e Santo Natal para todos os leitores e, que o Ano de 2012 venha cheio da graça, da paz e do AMOR de Deus! 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

"Por educação e gentileza exageradas, às vezes, deixamos a Vida passar por nós!"

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Chegando ao final de mais um ano, acredito ser um momento próprio para avaliarmos a nossa caminhada neste período que vai ficando pra trás e, nesta avaliação, chegaremos à conclusão que, em muitos momentos, nós não vivemos mas, simplesmente, deixamos a vida seguir, sem grandes complicações mas, em contrapartida, sem grandes realizações.   Percebemos que o MEDO, em muitos momentos, tomou conta de nós: MEDO do que iriam pensar de nós; MEDO de não dar certo este ou aquele intento; MEDO de recomeçar do zero; MEDO de errar; MEDO de ofender e de ser ofendido; MEDO de revelar o que realmente somos e gostamos, quebrando a "FALSA IMAGEM" que os outros possuem de nós; MEDO, MEDO, MEDO....

Esse sentimento que todos temos - e, diga-se de passagem, é um sentimento necessário, importante e positivo quando bem trabalhado por nós - pode, em muitos casos, se tornar a causa primeira de não vivermos tudo que a VIDA nos oferece.   A linha que divide o COVARDE do CORAJOSO não é a presença ou ausência de MEDO mas, a capacidade apresentada para lidar com o mesmo: há os que se amarram e se impedem de viver e, há os que discernem até que ponto o medo deve ser considerado e, quando deve ser descartado.

Acredito que quando, por MEDO, nos vemos forçados a negar aquilo que somos e queremos, quando somos obrigados à perda de nossa Personalidade, deveríamos ter a CORAGEM de romper com tal sentimento.   Não podemos nos anular para darmos largas às necessidades alheias pois, penso, mais cedo ou mais tarde, a VIDA irá nos cobrar.   É importante perceber que a VIDA é um DOM PESSOAL e INTRANSFERÍVEL e, além disso, o TEMPO - implacável em nossa existência - corre, somente, para frente, nunca voltando, nos oferecendo a possibilidade de fazer o que não foi feito ou refazer o que foi feito errado.

Acredito que, se queremos SER PARA O OUTRO, precisaremos SER PARA NÓS pois, ninguém oferece aquilo que não possui.   Lutar pelos seus direitos, buscar a satisfação de suas necessidades (quando verdadeiras), revelar-se como de fato se é, deixar de ser iludido e, consequentemente, de iludir são pontos importantes que precisamos melhorar ou, começar a dar atenção.

Por fim, penso que precisamos crescer na compreensão de que a VIDA é ÚNICA e, portanto, cada momento perdido na tristeza, na frustração, na desgraça acaba se tornando TEMPO PERDIDO e, o pior, TEMPO QUE NÃO VOLTA MAIS!

VIVA BEM E SEJA VOCÊ MESMO POIS O TEMPO ESTÁ PASSANDO E, CADA ANO, MAIS RÁPIDO!     PENSE NISSO!!!!

"IV Domingo do Advento: A Encarnação de Jesus é a realização das Promessas Messiânicas!" - 18 de Dezembro de 2011

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Entramos, neste domingo, na última etapa deste tempo do advento e, por conta disso, a Palavra nos possibilita fazer uma reflexão sobre a realização das Promessas feitas aos antepassados: "depois de Davi, Deus suscitará um descendente seu que inaugurará um Reino que não terá fim!"

Assim, na Primeira Leitura (II Sm 7, 1-5.8b-12.14a.16) temos o relato de um dos episódios do final da vida do Rei Davi.  Este, depois de haver conquistado quase tudo que poderia, já no final da vida, parece ter um "surto" de boa vontade, de bondade, de reconhecimento de tudo que o Senhor Deus lhe concedera.   Num gesto de "gratidão", deseja construir uma "casa = templo" para o Senhor (simbolizado na Arca da Aliança) que se encontrava, até aquele momento, debaixo de uma "TENDA" (diga-se, de passagem, que a Tenda era o símbolo da Vida no Deserto = época em que Deus se mostrou favorável ao povo e o acompanhava aonde quer que o povo fosse = Deus se "identificava" com o seu povo).   Construir uma casa para o Senhor, neste sentido, significaria estabecer uma maneira de "aprisionar" Deus, de modo a exercer sobre Ele um determinado poder.   

Parece que, num primeiro momento, o Profeta Natã não percebeu tal situação e, permite que o Rei Davi faça "tudo o que estivesse mandando o seu coração".   Porém, Deus que percebe profundamente as reais intenções dos seres humanos, naquela mesma noite, adverte: "Não será Davi quem me construirá uma casa mas, ao contrário, serei Eu que, quando Davi estiver repousando com seus pais = morto, construirei uma CASA para ele!"   Este descendente de Davi terá o Senhor como seu verdadeiro Pai e, por conta disso, o reinado Dele não terá fim!

Depois de Davi, a história revela que vários séculos se passaram mas, em 587 a.C., Judá é devastada pela Babilônia e, a dinastia davídica conhece o seu trágico fim.   Neste momento, inicia-se uma reflexão à respeito da profecia da Primeira Leitura de hoje: "quem será o descendente de Davi já que a sua Dinastia chegara ao fim?"   É aqui que uma nova reflexão surge e, a ideia de um Messias que viria para salvar o povo começa a se esboçar.   O texto é lido numa perspectiva nova.

Ora, muitos séculos se passaram e, na medida que o tempo passava mas ia crescendo esta nova percepção da Promessa feita a Davi e, no Evangelho de hoje (Lc 1, 26-38) a Comunidade Cristã encontra a realização da mesma.

Estamos diante de um texto teológico e não de uma fato jornalístico e, assim sendo, é preciso captar a intenção do autor ao escrever tal episódio da Anunciação do Anjo à Maria.   Vários pontos nos chamam a atenção e, gostaria de comentar alguns deles, objetivando a compreensão da ação divina e, na medida desta compreensão buscarmos, nesta reta final do advento, formas de comportamento que facilitem a nossa preparação para o Natal que se aproxima.   Vejamos:

Num primeiro momento, penso ser interessante perceber as escolhas de Deus:  com tantas mulheres, de tantos lugares importantes, Ele escolhe uma "VIRGEM" da cidadezinha de "NAZARÉ".   Para a época, estes dois dados são extremamente relevantes para a compreensão da máxima de que "há entre Deus e o Mundo uma oposição em todos os sentidos!"   Ser Virgem, naquela época, longe de ser uma virtude, era uma desgraça plena e total pois, a mesma era desprezada por não ter conseguido "atrair sobre si o olhar de um homem" e, sendo de Nazaré, piorou pois esta era uma região desprezada porque habitada por pobres, incultos, praticamente uma terra de "semi-pagãos", não cumpridores da Lei de Deus.   Natanael afirma que de "Nazaré não podia sair nada de bom!"    Pois é para lá que volta o olhar amoroso de Deus e, é de lá a escolhida para levar a bom termo a Promessa Messiânica da Primeira Leitura de hoje.   É neste povoado que se encontra Maria (a Amada de Deus) e, para esta Virgem que é feito o anúncio do cumprimento da promessa.

Num segundo momento, penso ser importante refletir sobre a pronta resposta da Virgem à vontade de Deus: sem hesitações, rompendo toda e qualquer vontade própria, ela oferece o seu "SIM" generoso.   A sua pobreza lhe deu condições de aceitar a vontade do Pai e, assim, oferecer ao mundo a Salvação.   Como cantamos no louvor pós-comunhão: "alguns segundos, ela pensou e a futuro deste mundo transformou!"  

Num terceiro momento, é importante perceber nas palavras do Anjo o "CUMPRIMENTO DA PROMESSA DA PRIMEIRA LEITURA DE HOJE!"   O Filho de Maria é o descedente de Davi que inaugurará um Reino que não terá fim.

Por fim, na Segunda Leitura (Rm 16, 25-27) temos o Apóstolo Paulo afirmando que o "mistério que estava escondido durante séculos, agora foi revelado!"   Jesus é o Cristo, a revelação do Mistério do Pai, o cumprimento pleno das promessas feitas aos antepassados.

Celebrar o Natal do Senhor é celebrar esta verdade; celebrar o Natal do Senhor é agradecer ao Pai a sua plena manifestação em Jesus, o Cristo; celebrar o Natal do Senhor é renovar a vida de modo que a mesma seja, cada vez mais, uma manifestação desta fé que professamos: "DEUS SE FEZ HOMEM POR AMOR DO HOMEM!

Que esta última semana do advento nos leve a meditar  este infinito Amor do Pai por nós, revelado no cumprimento da Sua Promessa!   Amém!



quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

"Terceiro Domingo do Tempo do Advento: A Chegada de Deus, Alegria dos Pobres!" - 11 de Dezembro de 2011

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos, hoje, o terceiro domingo do advento e, neste domingo em especial, a liturgia nos proporciona a oportunidade de anteciparmos, como um "aperitivo", a grande alegria que o natal nos proporcionará.   Este domingo é, liturgicamente conhecido, como o Domingo da Alegria.   Estamos bem próximos das Celebrações do Natal do Senhor e, tal proximidade nos possibilita vislumbrar tais alegrias.

Assim, na Primeira Leitura (Is 61, 1-2a.10-11) nos deparamos com o texto que o Senhor Jesus em Lc 4 se utiliza para se auto-apresentar.   Estamos no período pós-exílio e, aqueles irmãos e irmãs que regressaram cheios de esperança de uma vida melhor, começam a perceber que o tempo está passando e, ao contráriodo que se esperava, a situação vai piorando: fome, miséria, exclusão, exploração... tudo parede continuar como antes.   Neste momento, num poema belíssimo, o Profeta anuncia as maravilhas do Senhor para com o seu povo.   A unção do Espírito Santo de Deus está para transformar as realidades de morte, de dor, de cruz em situações de graça, vida, redenção.   Assim, os humildes recebem a boa-nova, as feridas da alma serão curadas, os cativos serão redimidos e os presos terão sua liberdade.   Esta Nova Realidade é o SINAL da chegada do TEMPO DA GRAÇA DO SENHOR!

Ora, escutar tal mensagem em tempos complicados como os do pós-exílio produz ALEGRIA nos ouvintes e, estes, por sua vez, compreendem que o Senhor é FIEL e FARÁ JUSTIÇA DINATE DE TODOS!

Sabemos que o Povo do Promeiro Testamento não vislumbrou a realização plena da Profecia de hoje pois, a mesma só se realizará com a chegada de Deus entre os seus.   Jesus é a realização da Profecia (cf. Lc 4).  No Evangelho de hoje (Jo 1, 6-8.19-28), continuamos com a apresentação de João Batista (assim, como no domingo passado).   João Batista nos é apresentado como "aquele que dá testemunho da Luz" e, assim sendo, não se "confunde com a mesma".   João Batista, hoje, nos apresenta o exemplo de humildade, de serviço, de reconhecimento do seu lugar no plano da salvação.   Não assume para si aquilo que não lhe pertence.   Cumpre a sua missão: "SER A VOZ!"   A voz, depois de anunciar a mensagem, DESAPARECE e, os ouvintes ficam, somente, com aquilo que a Voz anunciou!   Aquilo que a Voz anuncia é que tem IMPORTÂNCIA!   Não houvesse o que anunciar, a Voz não teria nenhuma UTILIDADE!   Esta Voz, continua hoje, exigindo que se "PREPARE OS CAMINHOS PARA A CHEGADA DO SENHOR!"   Poderíamos afirmar que, no caso de hoje, a preparação está vinculada àquilo que na Primeira Leitura, o Profeta Isaías anuncia:   é preciso conduzir a nossa vida de modo que a mesma seja um VERDADEIRO ANÚNCIO DO TEMPO DA GRAÇA!

A certeza de que Deus está conosco e nos auxilia no cumprimento da missão é consequência da constante Oração que nos coloca em sintonia com a Vontade do Pai.   Daí, a Segunda Leitura nos afirmar que é preciso "Viver sempre alegres e rezar sem cessar!" O Apóstolo Paulo (I Ts 5, 16-24), concluindo a sua Carta, conclama os Tessalonicenses a manterem este vínculo com o Senhor pois somente assim cada um (a) seria preservado, em sua totalidade (corpo, alma e espírito), para o "DIA DA VINDA DO SENHOR!"

Que a aproximação das Festas do Natal nos encha de ALEGRIA, PAZ e AMOR no ESPÍRITO SANTO!   Assim seja! 

"Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora: Maria, nosso modelo neste Tempo do Advento!" - 08 de Dezembro de 2011

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dentro das Celebrações deste Tempo do Advento, a Igreja nos oferece a oportunidade de celebrar uma Solenidade dedicada a Nossa Senhora: a Imaculada Conceição!   E, algumas perguntas nos surge, tais como : "Qual o objetivo da Igreja com tal Celebração?" ou: "Por que celebrar tal Solenidade dentro do Tempo do Advento?"  ou: "O que tal Celebração poderá nos auxiliar na vivência da Espiritualidade deste período de preparação para o Natal?" ou, simplesmente: "O que significa tal Solenidade?"

Bom, já falamos várias vezes que, na hierarquia de Celebrações da Igreja, a Solenidade ocupa o topo e, tal classificação das Celebrações (Memórias Facultativas, Memórias Obrigatórias, Festas e Solenidades) não é uma ação inconsequente da Igreja mas, deriva da importância dada pela mesma à Celebração em questão e, da mensagem que teremos com tal Celebração.   Assim, na medida em que cresce a importância da mensagem, cresce a Celebração nesta "hierarquia".   Daí, quando celebramos uma Solenidade, só isto, já deverá nos deixar em alerta pois, neste dia, a Igreja quer nos apresentar uma mensagem EXTREMAMENTE IMPORTANTE PARA NOSSA VIVÊNCIA DE FÉ!   Eu chegaria mesmo a dizer que a não compreensão desta mensagem nos tornaria uma "espécie" de cristão (ã) meio manco, meia boca ou, qualquer coisa deste nível.

Assim, penso que é preciso começar tal reflexão, oferecendo aos leitores uma explicação racional, lógica para a Solenidade de hoje.   Por que Imaculada Conceição de Maria?   O que isso significa concretamente?   É importante, num primeiro momento, entender que todas as "exaltações" que fazemos da figura de Maria na Igreja não se deve, pura e simplesmente, à Pessoa Própria de Maria e a seus próprios méritos.   Tudo que festejamos em Maria deve ser compreendido por conta de sua estreita relação com o Mistério de nossa Salvação, isto é, com a Pessoa de Jesus.   Não fosse Jesus, não haveria o menor sentido o nosso culto mariano.   Deste modo, a história dos Dogmas Marianos só pode ser compreendida por meio da compreensão dos merecimentos de Jesus.   Tudo, em nossa vida de Fé, está intimamente relacionado com o Senhor Jesus.   Vejamos:

No Livro do Gênesis, de onde retiramos a Primeira Leitura da Celebração de hoje (Gn 3, 9-15-20) temos o início da cadeia lógica para a compreensão desta Solenidade.   Analisando o texto um pouco antes (Gn 1-2), percebemos que nos relatos da Criação há uma demonstração clara de que TUDO que fora criado por Deus é BOM.   O "caos" se organiza com a intervenção divina que, depois de ter organizado o caos, criou o ser humano (homem e mulher) à sua imagem e semelhança.   Tendo colocado este ser humano no "Paraíso", o autor sagrado nos revela que Deus desejou o "melhor" para o mesmo.   Tudo estava ao alcance do ser humano e, de tudo ele podia desfrutar porém, não deveria "tocar no fruto da árvore do conhecimento, da ciência do bem e do mal, da vida pois, caso isso ocorresse, morerria!"   Num primeiro momento, percebemos que o ser humano se sente bem e, sequer apresenta curiosidade com relação ao que lhe fora proibido pois, até então, só tinha "ouvidos" para o Senhor Deus.   Mas, a partir do capítulo 3 (de onde sai o texto de nossa Celebração), há um "elemento estranho" que entra no Paraíso e, perverte a ordem que existia até então.   Com sua capacidade de "sedução", conduz o ser humano à curiosidade e, a partir desta, para a desobediência da ordem recebida.   Aguçando os sentidos, conduz o ser humano ao pecado e, tal pecado trará consequências, aonde a maior delas será a "PERDA DO PARAÍSO"!   

O texto da Primeira Leitura se insere neste contexto da "queda" ou do "pecado das origens".   O ser humano é chamado por Deus a se apresentar em sua presença mas, o pecado o impede e, quando se apresenta acaba se entregando por aquilo que fala: "tive receio por estar nú e me escondi!"   Aqui, começa o o "jogo de empurra", revelando que o pecado parece não ter dono, nem princípio pois um joga para o outro a responsabilidade sobre o mesmo.   Este pecado das origens acabou marcando todas as gerações que vieram depois e, aqui uma pergunta crucial: "Estará o ser humano fadado à desgraça eterna a partir de então?"   A leitura afirma que não, pois no versículo 15 Deus nos apresenta a saída: "haverá uma DESCENDÊNCIA DA MULHER QUE PORÁ FIM À AÇÂO DA SERPENTE!"   Assim com Adão e Eva, com a desobediência, conduziram a vida humana ao fracasso, "UMA NOVA MULHER e UM NOVO HOMEM, pela OBEDIÊNCIA", farão o caminho de volta ao Paraíso.   

A Igreja lê esta profecia do Gn realizada na Pessoa de Maria que com o seu SIM gera Jesus que, "obediente até a morte e morte de cruz", reconduz o pecador ao Paraíso.   Maria é a escolhida pelo Pai para fazer parte da História da Salvação e, para que pudesse gerar e dar à luz ao próprio Deus, não poderia ter recebido a "pecha", a "marca" do pecado das origens.   Para dar à luz Deus (que não tem pecado), Deus preservou Maria da mancha do Pecado das Origens (daí, o dogma da Imaculada Conceição de Maria = concebida sem pecado original).   Tal verdade nos é apresentada, hoje, no Evangelho (Lc 1, 26-38) com a "Anunciação do Anjo à Maria"!   Deus que tudo pode (nada Lhe é impossível) faz a "Virgem" conceber Aquele que esmagará a cabeça da Serpente (profecia da Primeira Leitura de hoje).

Encerrando a nossa reflexão, gostaria de fazer uma ligação com a Solenidade da Imaculada Conceição e o Tempo do Advento que estamos vivendo.   Acredito que a figura de Nossa Senhora é paradigmática neste período pois, ela, mais do que outra personagem qualquer da História da Salvação, é modelo de como se faz para que o Senhor habite em nós.   Precisamos compreender que, do mesmo jeito que ela, gerar o Senhor em nós só será possível se formos "IMACULADOS" pois o Senhor não habita o mesmo espaço que o pecado e o seu autor.    Se queremos que o Natal seja, de fato, a Celebração do Nascimento de Deus em nossas vidas, precisamos buscar, com empenho, esta "VIDA SANTA, IMACULADA" que tem em Maria o seu mais auto modelo.

Que Nossa Senhor da Conceição, intercedendo por cada um (a) de nós, nos alcance a Graça da Fidelidade à Vontade do Pai até o fim!   Assim seja! 


quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

"II Domingo do Advento: O Senhor que vem, exige de nós Esforço e Preparação!" - 04 de Dezembro de 2011

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Estamos vivendo a alegre expectativa própria do Tempo do Advento.   Como uma mulher, nos últimos dias do seu período de gestação, estamos nos preparando para receber o "SENHOR QUE VEM!"    É preciso arrumar tudo, sem esquecer um detalhe sequer, pois a qualquer momento, Ele virá.

Neste sentido, a Palavra de Deus ganha uma força enorme neste Tempo de Graça pois, tal Palavra, é a responsável por apontar os caminhos, oferecendo as pistas, as luzes, entre outros para que tal preparação ocorra dentro daquilo que se espera de cada um (a) de nós.

Vivemos, hoje, o II Domingo deste tempo de preparação para as Celebrações do Natal e, ainda temos, como foco da Liturgia, a ideia do nosso encontro final com o Senhor.   Nestas duas primeiras semanas, a Palavra nos oferece a oportunidade de continuar a reflexão do final do Ano Litúrgico, a saber: a qualquer momento, estaremos na presença do Senhor para Lhe apresentar os frutos que conseguimos produzir durante este tempo que Ele, em seu Infinito Amor, nos permitiu viver por aqui.

Assim, na Primeira Leitura (Is 40, 1-5.9-11) temos um texto que retrata o final do período do Exílio na Babilônia e, a este povo cansado, desanimado, o profeta anuncia o final da sua prostração, da sua dor, do seu sofrimento.   O retorno para Jerusalém já é um fato vislumbrado num horizonte próximo da história e, tal fato (retorno dos exilados) é marcado por uma grande alegria que salta no texto, não tanto pelo retorno em si, mas pelo perdão dos pecados que será oferecido.   Diz o profeta: "Falai ao coração de Jerusalém e dizei em alta voz que sua servidão chegou ao fim e a expiação de suas culpas foi cumprida; ela recebeu, das mãos do Senhor, o DOBRO por todos os seus pecados!"

Porém, uma coisa é exigida do próprio povo: É PRECISO PREPARAR UM CAMINHO PARA QUE O SENHOR REALIZE TUDO O QUE ESTÁ FALANDO!   Numa linguagem poética, o profeta fala de "aplainar o caminho", "preparar um caminho no deserto", "nivelar vales", abaixar montes", "endireitar o que está torto" e "alisar o que está áspero".   Os verbos utilizados - abrir, aplainar, nivelar, abaixar, endireitar e alisar - são todos VERBOS DE AÇÃO, que exigem esforço, dedicação.   A glória de Deus se manifestará na medida em que o povo FIZER o que lhe compete fazer.   A salvação não é uma obra concretizada sem a aprticipação de cada um (a) daqueles que a desejam de todo o coração.   Ouvir a Voz que anuncia a chegada de Deus exige compromissos concretos, mudanças de posturas, de sentimentos, entre outros.   O Senhor está chegando e, como Pastor, Ele quer reunir o seu Rebanho mas, em contrapartida, o rebanho necessita fazer a sua parte.   Preparar-se para este encontro com o Senhor é algo que devemos dar atenção a cada instante de nossas vidas.   Poderíamos falar, numa linguagem mais espiritual que, cada um precisa, analisando a própria vida, perceber quais são, de forma prática, as situações que estão impedindo a abertura de um caminho para a passagem do Senhor, quais os vales da sua vida que necessitam ser aterrados, os montes que precisam ser abaixados, o que está torto e necessita ser acertado e, o que está áspero e precisa ser alisado.    Muitos são os pecados que estão impedindo o Senhor de chegar com sua glória em nossas vidas e, no Tempo do Advento, cada um (a) é convidado (a) a refazer a sua história, de modo que a mesma dê espaço para o Senhor chegar.

Aqui, temos uma ligação como Evangelho, que a partir de hoje, nos apresenta a figura do Batista (Mc 1, 1-8).   Citando o Profeta Isaías, o Evangelho nos apresenta João Batista como precurssor do Senhor que vem.   João é a "Voz que grita no Deserto", aonde não existe nada, para os ouvidos que estiverem muito atentos, aquilo que, na Primeira Leitura, Isaías já anunciara: "É preciso PREPARAR OS CAMINHOS DO SENHOR e ENDIREITAR SUA VEREDAS!"   O perdão dos pecados, consequência de uma conversão sincera do coração, é apresentada como condição para tal preparação.   Viver atento para a chegada do Senhor que vem se faz importante pois, afirma João: "Aquele que virá é mais que eu.  Não sou digno de desamarrar as correias de suas sandálias.   Ele irá batizar com o Espírito Santo!"

Por fim, a Segunda Leitura (II Pd 3, 8-14) nos alerta para a "aparente" demora da vinda do Senhor e, nos apresenta um argumento belíssimo para tal demora: "Deus está usando de PACIÊNCIA para conosco pois não deseja que ninguém se perca!"   O Senhor voltará, mais cedo ou mais tarde - "como um ladrão!" - e, importa que estejamos PREPARADOS!   Sua chegada trará consigo "Novos Céus e Nova Terra" aonde o mal não nos poderá atingir jamais.

Que a vivência das Celebrações deste Tempo do Advento produza em nós tal desejo de PREPARAÇÃO de nossas vidas para o ENCONTRO COM O SENHOR QUE VEM!   Assim seja!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

"Primeiro Domingo do Advento: Que o Senhor rompa os Céus e desça!" - 27 de Novembro de 2011

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com grande alegria e expectativa, estamos começando um Novo Ano, com o Tempo do Advento, na  vida da Igreja.   Iniciamos este Novo Ano e Tempo Litúrgico, alimentando em nós a Esperança de que o nosso Deus nos visite e nos torne aptos para o nosso encontro final com Ele.

O Tempo do Advento, nestas duas primeiras semanas, nos proporcionará a oportunidade de refletir sobre o nosso encontro pessoal com o Senhor no final de nossas vidas, no horizonte de nossa história.   A Palavra de Deus, neste período, irá nos auxiliar na compreensão de que a Sua chegada em nós, exigirá uma grande preparação: interna e externa!

Assim, na Primeira Leitura (Is 63, 16b-17.19b; 64, 2b-7), vemos o Profeta Isaías nos apresentando o reconhecimento do Povo, que retornara do Exílio na Babilônia, sobre o seu pecado.   Numa belíssima oração, o Profeta faz reconhecer que Deus é Pai (gerador de vida) e Redentor (aquele que resgata/vinga o parente que foi morto ou escravizado).   Em outras palavras, o Profeta nos apresenta as duas grandes funções de Deus: Gerar Vida e Resgatá-la!   Porém, apesar de ser Deus dessa forma, o povo se mostrou de coração endurecido e não O reconheceu como tal e, diante disso, se encaminhou para longe e, longe de Deus, perdeu a vida (Exílio na Babilônia).    Neste momento, há uma súplica para que o Senhor por Amor ao Servos, volte atrás.   O povo pede para que o Senhor rasgue os céus e desça pois, somente assim, as montanhas (obstáculos) seriam destruídas de vez.   A leitura continua afirmando que não há Deus como Ele, que fez e faz tanto pelos Seus.   Praticar a Justiça com alegria e se lembrar de Deus nos caminhos por onde se vai, atrai o Senhor mas, envedar-se pelo caminho do mal, do pecado, nos afasta de Dele.   Diante disso, é importante que voltemos aos caminhos de outrora, isto é, aos caminhos da fidelidade a Deus.   O pecado nos "SUJA" e nos transforma em trapos imundos e, assim, nos afastamos dos bons caminhos.   A GRANDE ESPERANÇA, porém, está na FIDELIDADE DE DEUS PAI que, como um Bom Oleiro nos fará novamente, reconstruindo as nossas vidas.

Esta leitura nos faz compreender melhor o texto do Evangelho pois, o mesmo (Mc 13, 33-37) nos apresenta o Senhor Jesus ALERTANDO os seus discípulos para que fiquem atentos e, como disse o Profeta Isaías, não nos percamos pelos caminhos do mal e da injustiça.   Durante este tempo de nossas vidas, importante é que saibamos cumprir a nossa missão.   O Senhor que viajou, voltará e, felizes seremos se, ao voltar nos encontrar fazendo o que nos foi apresentado.   Não sabemos o dia e a hora; sabemos, somente, que o dia há de chegar.    Daí, atenção, vigilância ativa, preparação serão posturas fundamentais para todo aquele que deseja ser salvo.

Para cumprirmos a nossa missão neste tempo que vivemos, o Senhor nos cumulou de dons e, nada nos falta para o bom desempenho da mesma, nos afirma o Apóstolo Paulo na Segunda Leitura de hoje (I Cor 1, 3-9).   É Ele que nos dá a Perseverança até o fim para não ocorrer que, pensando que tal dia demora, esmorecemos na nossa luta pela fidelidade, pela santidade.

Que o começo deste Novo Ano e Tempo Litúrgico possa alimentar em cada um de nós o desejo de PERSEVERAR até o fim pois, somente assim, seremos agradáveis a Deus e, por fim, seremos salvos!

Que Deus nos ajude a todos!   Assim seja! 

"Tempo do Advento: Deus, que no Seu Amor, vem nos Visitar!"

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Um novo ano litúrgico se aproxima e, mais uma vez, seremos convidados, pela Liturgia da Igreja, a nos preparar para o Nascimento do Senhor.   Celebrar o Tempo do Advento é importante pois, vivenciando a Espiritualidade própria deste período do ano, criaremos em nós as condições nencessárias para chegada de Deus que, em Jesus, nos visitará.   Diante disso, gostaria de escrever, pontuando algumas situações interessantes para a vivência deste Tempo de Graça em nossas Comunidades.   Vejamos;

Na formação do Ano Litúrgico, o Tempo do Advento que é o primeiro que vivenciamos, foi o último a ser estabelecido, por volata do séc. VI da nossa era Cristã.   Foi criado com vistas ao Tempo do Natal que, por ser ao lado do Tempo da Páscoa, considerado Tempo Forte, se chegou à conclusão de que era importante antecedê-lo por um período (assim como já era costume o Tempo da  Quaresma que prepara a Páscoa) de preparação.    Assim, temos aqui, a primeira característica interessante deste Tempo que iremos vivenciar:  ELE É PREPARATÓRIO!   Portanto, o clima celebrativo deve ser de EXPECTATIVA pois viveremos este Tempo do Advento com vistas ao Tempo "Maior" ou "Mais Importante" que é o Natal.   A Sobriedade em todos os pontos se faz, aqui, extremamente, salutar produzindo nos fieis o verdadeiro espírito que envolve tal Tempo Litúrgico.   Ser comedido, ponderado nos quesitos, por exemplo, de ORNAMENTAÇÃO, MÙSICAS, INSTRUMENTOS, CORES, entre outros, ajudará na vivência correta da Fé neste Tempo em questão.

Poderíamos utilizar a imagem de uma "MULHER GRÁVIDA" para entendermos o que deveremos realizar neste Tempo:  A Alegria pela Gravidez mas, ao mesmo tempo, a Expectativa da ESPERA!   A Comunidade deve se organizar de modo a ir conduzindo os Fieis, passo a passo, semana a semana, para o GRANDE DIA", a saber, o NATAL.

O termo Advento, do latim "ADVENTUS", foi apanhado do mundo civil, pagão e, significava, neste contexto, duas situações específicas: primeiro, ligado à religiosidade pagã, "ADVENTUS" era o tempo da visita da divindade ao seus adoradores.   Imaginava-se que as divindades desciam, vez por outra durante o ano e, neste período ("ADVENTUS"), a comunidade vivia a expectativa da visita, se preparando, retirando do templo a imagem da divindade em questão pois a mesma iria chegar para visitar o povo; em segundo lugar, "ADVENTUS" era um termo utilizado pelo mundo civil e, aqui, significava a visita que uma autoridade (geralmente, o REI) realizava aos seus povoados, e para tanto, exigia-se dos povoados em questão, uma rica preparação pois, afinal de contas, alguém Importante se dignaria visitá-los e, o melhor, tal visita, vinha sempre acompanhada de benesses para o povo.  

Percebendo estas interpretações que o mundo já dava para o termo "ADVENTUS", quis a Igreja utilizá-lo para designar este momento do Ano Litúrgico pois, adaptando para nossa realidade cristã, o sentido é bem aproximado: o Tempo do Advento atualiza, para nós cristãos, o tempo de preparação para a visita da Divindade (não mais a pagã mas, a verdadeira e única Divindade, a saber, Javé que em Jesus se fará Homem) e, também, tal Tempo nos leva a uma preparação porque seremos visitados pelo Rei dos reis, Senhor dos Senhores que vem para nos ofertar a grande benesse, isto é, a nossa Salvação.   Tomar consciência desta Verdade nos leva à vivência adequada deste Tempo que se aproxima.

Este período, composto de quatro domingos (às vezes, três - dependendo do ano), está dividido em dois que se complementam:  os dois primeiros domingos, continuando a reflexão do final do Tempo Comum, nos apontam para o nosso Encontro Final com o Senhor, no Final dos Tempos e, portanto, são domingos totalmente carregados do espírito escatológico, nos colocando cara a cara com o nosso Fim Último e, os dois domingos seguintes, nos preparam para reviver a chegada, o nascimento do Senhor em nossa Carne, em nossa Humanidade.   As figuras de Isaías, de João Batista, de José e de Maria são marcantes neste tempo, nos apresentando um modo coerente de vivenciar tal período.   A intensificação da oração, da vida comunitária, da escuta atenta da Palavra são mecanismos que devemos lançar mão para nos "ENGRAVIDARMOS" do Senhor e, na "NOITE SANTA" O oferecermos pela nossa e pela Salvação dos nossos irmãos e irmãs.

Outra imagem interessante deste tempo é a da "MANJEDOURA".   Hoje em dia, temos uma ideia romântica deste objeto mas, na realidade, o mesmo não é nada romântico, pois se trata do "COCHO" aonde os animais se alimentavam.   Perceber o sentido profundo desta imagem nos fará participar melhor deste Tempo de Advento.   Percebam:   a "MANJEDOURA" ou "COCHO" é o local que José e Maria usaram para depositar o Menino Jesus pois "não havia lugar para eles nas hospedarias da Cidade de Belém.   Quanta simplicidade, quanto desprendimento para um "REI".   Daí, se Ele quis assim, a grande questão que se nos apresenta é: "Como seus seguidores, buscamos a "MANJEDOURA" como local de nossa existência?"   Outro aspecto interessante vem da compreensão de este recipiente serve para dar alimento aos animais.   Aquele que é depositado ali, também, se dará em alimento, será triturado pelos seus para "GERAR A SUA VIDA NAQUELES (AS) QUE O COMEREM".   Isto nos faz entender a nossa real vocação neste mundo:  "SERMOS ALIMENTOS PRA NOSSOS IRMÃOS", de modo que nossas vidas sejam consumidas por aqules (as) que precisarem.

Que beleza existe na vivência adequada do Tempo Advento e, quantas lições poderemos retirar deste perído tão rico em sua espiritualidade.

Peçamos a Deus que, no Seu Infinito Amor, nos conceda todas as graças para podermos extrair deste Tempo de Graça, tudo que nos for útil para a vivência de nossa Fé!   Amém!

Boas e Santas Celebrações para TODOS (AS)!



"22 de Novembro de 2011: Graças, Senhor, pela Vida!

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Ainda sob o impacto da última terça-feira (22/11), quero escrever este texto.   Desejo, aqui, manifestar a minha imensa alegria e gratidão a Deus, aos familiares e amigos que, de alguma forma colaboraram para a realização de um grande momento em minha vida: 41 anos de vida e 15 anos de Consagração ou Ordenação Presbiteral.   A presença de todos e de cada um foi uma forma de perceber que, apesar dos pesares, seguir por este caminho tem valido e, acredito piamente, continuará valendo à pena.

Como falei na Celebração, como é importante saber que a nossa vida, de alguma forma, foi capaz de produizir algum bem a quem quer que seja.    Como me emocionaram os testemunhos de meus amigos e irmãos no sacerdócio e de cada um dos que me cumprimentaram após a Celebração.    De fato, a vida corrida que levamos, nem sempre nos permite ter a exata dimensão, do bem que, em alguns momentos, somos capazes de gerar naqueles que nos cercam.    De fato, a recordação de diversas situações vividas por nós, nos faz entender como Deus vai se servindo da gente para se manifestar, concretamente, no mundo.   De fato, escutar os Padres Edinêz, Hilton, Esmeraldo e Luciano, além da minha irmã Edijara, da Marinalva, Diocleciana e Gene (que testemunharam na Celebração) me fizeram render graças a Deus por TUDO que ELE fez e continua fazendo em minha vida, além, é claro, de perceber que todo esforço, toda luta, todos os acertos e erros até a presente data, valeram, sim, à pena.

Que bom receber a minha família (faltou, apenas o meu cunhado) nestes dias.   Estar com os seus revigora as forças e, apesar da distância, percebemos que estamos sempre juntos e unidos nos diversos momentos da vida (de alegria, mas também, de dor!).    Temos grandes problemas, dificuldades mas, acreditamos que, em Deus, tudo pode ser superado.

Outra alegria foi perceber que os meus Bispos (Dom Emílio e Dom Luiz) estão contentes com o trabalho desempenhado por mim nestes 15 anos de Ministério.   É importante saber que estamos no caminho, mais ou menos, certo e, por conseguinte, estamos correspondendo às expectativas do seus superiores.   Que bom poder perceber o empenho, o esforço de todos para me apresentarem, pelo menos um pouco, o quanto, apesar dos meus problemas e limitações, o trabalho desenvolvido por nós, está dando certo.

Por fim, agradeço a Deus que me acompanhou e acompanha em todos os momentos de minha vida; aos meus familiares que, mesmo não tendo visto com bons olhos a minha decisão, hoje são unânimes na aceitação, no respeito e no carinho para comigo; às comunidades por onde passei e, acabaram me modelando para atender aos seus anseios; aos amigos no Presbitério que me ajudaram a crescer, a resistir diante das dificuldades (que não foram poucas!) para chegar até aqui e, aos amigos e irmãos desta Comunidade Paroquial Atual (Santa Cruz) que fizeram com que eu - repito - percebesse que TUDO VALEU, DE FATO!

À todos (as), o meu eterno MUITO OBRIGADO e que DEUS OS ABENÇOE SEMPRE!   AMÉM!

   


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

"XXXIV Domingo do Tempo Comum: Jesus Cristo, Rei do Universo é Aquele que quer ser Amado e Servido nos Pobres!" -

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com grande alegria chegamos ao último domingo do tempo comum e, por conseguinte, ao último domingo do Ano Litúrgico.   Após uma caminhada de um ano, a Liturgia nos apresenta a Pessoa de Jesus Cristo como Rei do Universo e, a grande questão que se nos apresenta é a seguinte: "Será que, após um ano escutando, meditando e buscando compreender a Sua Palavra, podemos afirmar, de fato, que Ele se tornou o Rei e Senhor de nossas Vidas?"

Durante todo este ano nos acompanhou o Evangelho de São Mateus e, este, por sua vez, quis nos apresentar o Senhor como o Mestre da Justiça e, uma questão nos acompanhou neste tempo: "O que significa JUSTIÇA para Ele?"    Assim, já em Mt 3, vemos Jesus pronunciando as primeiras palavras e, estas, estão ligadas à Justiça pois afirma para João Batista: "É preciso cumprir TODA A JUSTIÇA!"   Em Mt 5, vemos o Senhor, no Sermão da Montanha, declarando que a Justiça dos seus seguidores deve ser maior, deve superar a justiça vigente e patrocinada pelas autoridades (civis e religiosas) de sua época ao afirmar: "Se a vossa justiça não superar a dos fariseus e mestres da lei, vós não entrareis no Reino do Céu!" 

Neste ano, a Palavra foi nos apresentando o conceito de Justiça Divina e, distinguindo a mesma, da justiça humana e, penso que o que deve ter ficado em cada um é o fato de que enquanto "a justiça humana, quando muito boa e coerente, oferece a cada um o que cada um FEZ POR MERECER, a Justiça Divina oferece a cada um o que cada um PRECISA PARA VIVER e, diga-se de passagem, VIVER BEM, VIVER PLENAMENTE!

Hoje, ao encerrarmos o Ano Litúrgico de 2011, a Liturgia da Igreja nos oferece uma oportunidade de refletir, de forma conclusiva, sobre esta ideia desenvolvida durante todo o ano.  

Assim, temos a Primeira Leitura (Ez 34, 11-12.15-17) que nos apresenta Javé como o Pastor do Rebanho.   Estamos numa época de Exílio na Babilônia e, a comunidade se questiona sobre os motivos que a conduziu para aquela situação de dor, sofrimento, escravidão, cruz, morte que todos pensavam já terem sido eliminadas  intervenção de Deus.   Porém, quando tudo parecia bem, eis que sobreveio a desgraça do Exílio e, depois de conquistar TUDO, TUDO perdeu.   Por quê?   É neste momento que o Profeta Ezequiel aparece para falar em nome do Senhor e apresentar os motivos que conduziram o povo para o Exílio mas, em contrapartida, apresentar que nem tudo está perdido pois "a fidelidade e o amor de Deus farão maravailhas como as realizadas no passado".   Javé apresenta as obras que fará para salvaguardar a vida de seu povo e, comparando suas ações às do pastor, afirma: "cuidar, resgatar, apascentar, procurar, reconduzir, enfaixar, fortalecer, vigiar e julgar".   Todas estas ações o Senhor fará em favor do rebanho que foi explorado e dispersado num "dia de nuvens e escuridão" por conta da negligência das autoridades que foram postas à frente do rebanho para cuidar e não cuidaram.

Esta leitura nos faz pensar na forma como cada um de nós vem se comportando neste mundo.   Fomos colocados, de uma forma ou de outra, à frente da vida de muitos irmãos e irmãs para reproduzirmos as ações do Senhor mas, nem sempre conseguimos fazer as ações do jeito que agrade ao mesmo.   Em muitos momentos, acabamos por reproduzir as ações devastadoras das autoridades do período pré-exílico com explorações e dispersões da parte do rebanho que está sob o nosso cuidado.

Aqui, percebemos nitidamente, a relação entre o texto de Ezequiel e o Evangelho de hoje (Mt 25, 31-46), aonde, nos é apresentado o final do discurso escatológico de Jesus, com a última Parábola deste capítulo (teríamos no XXXII - não fosse a Solenidade de Todos os Santos - a primeira parábola, conhecida como a das "Dez Virgens" e no XXXIII, a dos "Talentos").   Hoje, o Senhor arremata todo o discurso do capítulo 25 revelando que o importante é "descobrí-Lo presente, sobretudo, naqueles (as) que mais necessitam".   Poderíamos afirmar que "encher as lâmpadas com óleo" e "multiplicar os talentos" são coisas que fazemos quando nos colocamos "à serviço, à disposição daqueles que necessitam de nós" pois, como afirmamos no início deste texto, "cumprir a Justiça significa oferecer a cada um o que cada um estiver precisando para viver e, viver bem!"   Assim percebemos a coerência textual deste Evangelho que estamos encerrando hoje, neste último domingo pois, do início ao fim, o objetivo maior foi nos conduzir para este desfecho apresentado hoje.   Para este Senhor que nos falou durante todo este ano, importante foi nos levar à conclusão que a nossa vida só tem sentido (dentro da visão Dele) se, totalmente dedicada aos outros.

Assim, utiliza uma imgem do "Juízo Final" como sendo uma espécie de prestação de contas de tudo que fizemos ou deixamos de fazer durante a nossa vida e, tais ações ou ausência delas, referidas ao próximo que precisou de nós.   Fazer ou não uma ação em favor dos pobres e necessitados significa fazer ou não ao próprio Senhor que, neste Evangelho, se identifica com esses irmãos: "Foi a mim que fizeram" ou "foi a mim que não fizeram"!   A condição para participar da Bênção ou Maldição é a capacidade de fazer ou não pelos outros o que os outros estão precisando: "Tive fome, sede, frio, estava preso, doente, sem teto e vocês me socorreram (Bênção) ou não me socorreram (Maldição).

Realizar tais ações em favor dos outros só é possível quando somos movidos pela fé na vida que não se acaba com a morte mas, ao contrário, se prolonga após a mesma.   Esta ideia, São Paulo, na Segunda Leitura de hoje (I Cor 15, 20-26.28), nos apresenta.   Afirmando que Cristo ressuscitou dos mortos, ele modifica a nossa vida uma vez que nos faz entender que tal ressurreição do Senhor é a garantia da nossa pois "Cristo foi primícia" e, nós iremos depois Dele.   A destruição de todas as estruturas de morte e, por fim, da própria morte, será o início do Reino Definitivo de Deus.    Poderíamos dizer, aqui, que esta missão de romper com as estruturas de morte é tarefa de todos nós que, unidos ao Senhor, dedicamos a nossa vida à realização de Sua vontade.

Que a conclusão de mais um ano litúrgico nos encha de gratidão para com Deus que nos permitiu esta graça e, que esta gratidão se transforme em ações concretas em favor de todos aqueles que nos cercam e que estejam precisando de nossa ajuda.    Que Deus nos ajude nesta missão, hoje e sempre, amém!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

"XXXIII Domingo do Tempo Comum: Deus nos concedeu a Vida para ser Multiplicada!" - 13 de Novembro de 2011

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Estamos celebrando o penúltimo domingo do Ano Litúrgico e, a discussão sobre o "verdadeiro sentido da vida" vai se acirrando em nossas Celebrações.   Dentro da dinâmica deste último mês do calendário eclesial, a Palavra de Deus vai auxiliando cada um (a) de nós na reflexão sobre os últimos acontecimentos de nossa existência: Morte, Julgamento, Céu e Inferno.   Assim, neste domingo temos trechos da Palavra que nos auxiliam a avançar neste sentido.

Poderíamos afirmar que, neste domingo em especial, a Palavra de Deus trata da questão da laboriosidade, do trabalho constante, da não perda de tempo para realizar as funções que nos foram propostas pois, o tempo está passando e, mais cedo ou mais tarde, o Senhor da Vida nos "chamará à sua presença para colocarmos diante Dele os frutos de nossa existência".

Na Primeira Leitura (Pr 31, 10-13.19-20.30-31), o autor sagrado nos apresenta uma imagem de mulher, no mínino, "estranha" para a época pois, sabemos que no mundo antigo bíblico a mulher era desconsiderada enquanto um ser "capaz" de tocar a própria vida.   Esta, só possuía alguma "respeitabilidade" se estivesse "escondida" atrás de um homem.   Assim, num primeiro momento, temos a figura paterna; deste, a mulher ía para o marido e, deveria rapidamente, ter "um filho = varão = homem" pois, caso o marido faltasse, o filho assumiria a função de "protetor".   Entendendo tal situação, podemos ficar "meio" espantados com a descrição da figura feminina trazida pelo texto bíblico pois, nele, a figura da mulher é exaltada de modo que todos os demais membros da família buscam possuir, em seu lar, uma figura deste tipo: forte, mais valiosa do que as jóias, trabalhadora, caridosa e, acima de tudo, temente ao Senhor!   Esta mulher é tão importante que, na leitura, o homem é que tem nela o respaldo, o homem é designada "marido de...".    Ora, diante deste quadro podemos falar que o texto, ao tratar da figura da mulher, ao exaltar tal figura num contexto não favorável, pretende, também, falar além do que está falando.    Esta figura feminina, esta mulher é personificação da Sabedoria e, esta, por sua vez, é consequência da fidelidade à vontade de Deus e do cumprimento de sua vontade.    Ora, tal explicação auxilia na compreensão do texto evangélico que nos é proposto pois, na parábola em questão, é esperado que os "empregados" multipliquem os talentos que lhes foram confiados.    Vejamos;

O texto do Evangelho de hoje (Mt 25, 14-30) está dentro do discurso escatológico de Jesus.    Neste capítulo 25 temos três parábolas (das Virgens Prudentes e Imprudentes - que seria proclamada no domingo passado, caso não celebrássemos a Solenidade de Todos os Santos e Santas; dos Talentos - estudada hoje e, a do Julgamento Final - no próximo domingo, Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo).

A parábola de hoje é bastante conhecida por todos nós.   Trata-se da história de um Senhor que, viajando para o estrangeiro, chamou seus empregados e, de acordo com as capacidades de cada um, distribuiu os seus talentos (bens).   Imediatamente, os empregados saíram e começaram a negociar e, dois deles multiplicaram os talentos e, um último, por medo, enterrou o talento recebido e, no final devolveu, tão somente, aquilo que recebera, sem juros nem correção.   O ponto alto é o reencontro do Senhor com os empregados que elogia e "premia" aqueles que trabalharam e multiplicaram os talentos mas, ao último condena e, ainda por cima, retira aquilo que possuía, entregando-o àquele que já tinha muito.

Vários pontos nos chamam a atenção neste texto e, algumas questões devem ser levantadas: Quem é este Senhor? E os empregados? O que são os talentos? O que é o banco de que fala o texto? Qual  é o tempo da multiplicação, do trabalho dos empregados?   Por que o último empregado tinha medo do "Patrão"?

Penso que todos percebem que o Senhor é Deus e, automaticamente, os emepregados, somos todos nós.   Há, porém, uma confusão com relação ao que seja os talentos pois muitos imaginam que estes se referem aos "dons" que Deus nos concede mas, o texto deixa claro que os "talentos foram distribuídos, de acordo, com as CAPACIDADES=DONS de cada um!"   Aqui, o talento não é dom mas o dinheiro, a riqueza do Senhor que deve ser multiplicado de acorodo com a possibilidade de cada um (a).    São os trabalhos que o Senhor nos confia para serem realizados e, assim, conseguirmos multiplicar as "suas posses".   Ninguém pode dizer que não pode fazer pois "aquilo que o Senhor pede está em sintonia com nossas capacidades, isto é, nada mais, nada menos do que aquilo que cada um (a) pode, de fato, realizar".   O trabalho exige "arriscar-se" e quem tem medo do risco, se fecha.   No mundo dos negócios, todos sabemos, ora de ganha e ora se perde porém, isso não é desculpa para não negociar.   O Senhor não tolerará a "preguiça", escondida atrás do "pseudo-medo", acarretado por uma imagem distorcida que o empregado tinha do seu patrão.   Para o último empregado, o Patrão era um homem "INJUSTO" pois "colhia aonde não havia plantado..."   quando o Patrão não é dessa forma.   Aos dois que, sem medo, arriscaram obtiveram sucesso pois confiaram na ordem que receberam e, acabaram sendo "premiados" participando da "ALEGRIA DO SENHOR".   Já o último, que não arriscou por "medo" ou por "preguiça", até o pouco que tinha lhe foi tirado (mesmo porque, o que tinha lhe tinha sido dada pelo Patrão - ele não possuía NADA de seu, a não ser o sua acomodação).

Ligando este texto evangélico com a primeira leitura, percebemos que o importante é estar atento (a) àquilo que é a vontade de Deus à respeito de cada um (a),c olocando em prática tudo que Ele nos oferece.   Não agir de modo a multiplicar os talentos que me foi oferecido, por qualquer motivo, será a causa da nossa "perdição".

Por fim, o Apóstolo Paulo, escrevendo aos Tessalonicenses (I Ts 5, 1-6) nos apresenta a imprevisibilidade do fim: "não sabemos o dia, nem a hora pois será como um ladrão!"    Isto nos coloca em alerta pois, a qualquer momento, o tempo poderá se encerrar e não haverá mais a possibilidade de fazer o que deveria ter sido feito e não o foi.

Chegando ao final do Ano Litúrgico pensemos nisso tudo e, enquanto nos é dado possibilidades, façamos o que devemos fazer!

OREMOS:

Ó Deus de Amor e Bondade, louvado sois por nos oferecer dons, capacidades para multiplicar os talentos em nossas vidas.   Vos pedimos que envieis, sobre todos nós, o Seu Espírito Santo que nos faça perder o medo de arriscar



terça-feira, 1 de novembro de 2011

"Solenidade de Todos os Santos e Santas: O Nosso Destino Final!" - 06 de Novembro de 2011

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com grande alegria celebramos hoje a Solenidade de Todos os Santos e Santas e, mais uma vez, dentro das Celebrações deste último mês do ano da Igreja, somos convidados à reflexão sobre o nosso fim (que no caso em questão, é a Santidade).

Num primeiro momento, a Sagrada Escritura atribui somente a Deus o título de Santo.   Javé é, po rexcelência o Santo, o Transcedente, o Eterno Outro, o Inalcançável e Inatingível.    Porém, por ser Javé o iniciador de uma Relegião de Salvação, a Sua Santidade deveria ser transmitida ao Povo para que este povo pudesse dar testemunho da mesma para os outros povos, para o mundo.   Para tanto, o povo se prendeu, num primeiro momento, aos ritos, aos cultos, ao externo que poderia "garantir" esta santidade divina.   Porém, não tardou para que o povo percebesse a insuficiência destes meios externos e, acabasse entendendo que a purificação do coração, da vida como um todo é que seriam capazes de transformá-lo num "Sinal" da Santidade Sivina para os demais.   Em Jesus, Deus nos oferece os meios para alcançar tal Santidade.    A sua encarnação, morte e ressurreição nos ofereceram a possibilidade de salvação, de santidade.   Ao ser humano, a partir de então, cabe tão somente aceitar este DOM e, viver de tal forma que sua vida corresponda a este mesmo DOM.

Celebrar a Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus é momento de reflexão séria a respeito do modo como cada um (a) de nós está conduzindo a sua própria vida; é momento de refletir se a vida que levamos está em consonância com a Fé que professamos com os lábios; é momento de refletir se a vida que estamos vivendo está correspondendo ao Amor Infinito de Deus que nos ofereceu o  Seu próprio Filho para ser a "CAUSA DE NOSSA SALVAÇÃO!"   Para responder a tais questões e tantas outras, a Palavra de Deus que nos é oferecida nesta Solenidade poderá nos auxiliar.

Assim, gostaria de começar a nossa reflexão sobre a Palavra de hoje pela Segunda Leitura (I Jo 3, 1-3) pois, neste trecho vemos o Autor Sagrado nos afirmando que o "O Pai nos deu um grande presente de Amor: podermos ser chamdos Seus Filhos!"   Ora, se é verdade que somos Filhos de Deus, importante é que vivamos de acordo com a Vontade de nosso Pai; importa termos em nós as características Dele, isto é, Amor, Compaixão, Solidariedade, Perdão, Entrega, Doação ...    Se somos Seus Filhos, importa que todos aqueles (as) que nos cercam O percebam em nós.    Não será possível para o mundo o reconhecimento da Presença Amorosa do Pai a não ser por meio de cada um de nós, Seus Filhos e Filhas.   A nossa vida aqui deve ser uma espécie de "REFLEXO" daquilo que, na Fé, acreditamos que irá ocorrer em cada um (a) de nós.    É preciso viver por aqui mas com a consciência de que o nosso destino final está para além daqui, está no Céu junto de Deus, o nosso Pai.    Todas as nossas ações, tudo que somos e temos, devem estar direcionados para este objetivo maior de nossas vidas de crentes: ESTAR JUNTO DO PAI!

É por isso que, na Primeira Leitura (Ap 7, 2-4.9-14), vemos o mesmo Autor da Primeira Leitura (João) nos revelando que o Céuestá aberto para todos aqueles (as) que viveram aqui na terra a Vontade do Pai, se igualando a Ele por uma vida que lhe foi agradável.    A grande multidão que compõe o Céu e que ninguém pode contar é formada por gente de toda "raça, língua, povo e nação".   Porém, todos (as) têm algo em comum: "Vieram da grande tribulação e, lavaram e alvejaram as suas vestes no Sangue do Cordeiro!"   Vir da grande tribulação significa ter vivido aqui na terra de acordo com a vontade de Deus, ter padecido toda sorte de contrariedades por ter sido fiel, vencido tudo e todos sem desanimar nem desistir.   Lavar e alvejar a veste no Sangue do Cordeiro significa ter vivido sob a Cruz do Senhor, único local de onde escorre o Sangue que lava, que purifica a vida dos crentes, dos santos e santas.    Não fugiram, não renegaram a fé mesmo diante de sores, sofrimentos, perseguições, ultrajes, prisões, morte.    Ficaram firmes e, por isso, venceram.

Para concluir, poderíamos afirmar que estas pessoas que compõem a grande multidão celestial, participaram de algum daqueles grupos que, no Evangelho de hoje (Mt 5, 1-12a), Jesus declarou Bem-Aventurado: pobres em espírito, aflitos, mansos, que tem sede e fome de justiça, misericordiosos, puros de coração, que promovem a paz, que são perseguidos por causa da justiça e que são caluniados, injuriados por conta da fidelidade ao Projeto do Pai.   Podemos perceber neste trecho evangélico que, aos olhos de Deus, felizes são todos aqueles (as) que o Mundo declara como infelizes pois entre Deus e o Mundo há uma verdadeira OPOSIÇÃO de ideias.   Escolher de que lado queremos estar, é nossa tarefa!

Que a intercessão de tão numerosa multidão que compõe o Céu nos alcance a graça da Fidelidade até o fim!   Assim seja!

"Fiandos: Dia de Reflexão sobre o Verdadeiro Sentido da Vida!" - 02 de Novembro de 2011

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos, hoje, com a Igreja no mundo, a Memória dos Fiéis Falecidos e, com isso, queremos apresentar a Deus as nossas sinceras orações pelos nossos entes queridos que, após viverem seu tempo entre nós, nos deixaram e foram ao encontro do Pai.   Porém, como o encontro com o Pai só é possível após a plena purificação dos pecados, acreditamos que as nossas humildes orações poderão auxiliar as almas dos mesmos de modo que, libertas das suas falhas, alcancem o grande desejo: Deus!

Se pegarmos a Palavra de Deus, perceberemos numa reflexão mais apurada que a ideia de "Ressurreição dos Mortos" não é uma Verdade que sempre esteve presente no seio da Comunidade.   Num primeiro momento, percebemos que o pensamento em voga era que a "Morte" destruia, por completo, toda e qualquer esperança e, como diz o salmista "para aqueles que descem à sepultura é terminada a esperança em Seu Amor sempre fiel!"    Com a morte o homem voltaria para o pó de onde saiu e, neste momento, tudos estava terminado e não havia mais o que fazer.

Com o passar dos séculos, a Comunidade foi amadurecendo em suas reflexões, e livros como o de Jó, já esboçavam (após o Exílio da Babilônia) uma certa esperança numa possível "Ressurreição dos Mortos", porém, tudo muito incipiente.

O Primeiro Livro Bíblico que traz, de forma clara e objetiva, a reflexão sobre este tema é o último Livro escrito do Primeiro Testamento, a saber: o Livro da Sabedoria (escrito, somente, 50 anos a.C.).    Após terem passado por muitos sofrimentos e, por conta disso, terem refletido muito sobre tudo que aconteceu à Luz da Fé, a Comunidade chega à conclusão que não seria possível que Deus, que fez tantos prodígios e portentos pelo Seu Povo, tivesse para oferecer somente esta "vidinha medíocre" que vivemos por aqui.    Não é plausível tal verdade.    Não é "Justo" que no fim, todos (as) terminem com a Morte sugando suas vidas para sempre.    É preciso acreditar que "há algo melhor para aqueles que acreditam e vivem no esforço por coincidir a vida com a fé que professam".   Nestas reflexões acaba surgindo a afirmação de uma "vida além da morte", "vida verdadeira", "vida que não tem fim", "vida eterna".    Acreditar nesta verdade faz toda diferença na vida que levamos por aqui pois, o que ocorrerá após aqui é consequência das escolhas e práticas ocorridas aqui.

Assim, celebrando  o Dia dos Finados, mais do que pensar nos que foram (este dia nasceu com este objetivo, de fato), penso que deveríamos aproveitar para uma reflexão sobre nós que ainda estamos por aqui e, neste contexto, nos perguntarmos como estamos conduzindo esta vida, tendo em vista que o tempo está se encerrando para cada um de nós.   É preciso parar e pensar, hoje e sempre, sobre as nossas escolhas, as nossas ações, os nossos pensamentos e omissões.

Acertar os nossos passos se faz necessário pois o tempo que passa não dá oportunidades de erros, de rascunhos feitos para depois concertarmos.    Não nos é dado esta possibilidade.   Pense bem nisso e, enquanto temos tempo, façamos a nossa parte!

Que Deus nos ajude hoje e sempre!   Amém!  

"Novembro: Último Mês do Ano Litúrgico e Tempo de Reflexão sobre os Últimos Acontecimentos!"

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Entramos, a partir de hoje, no último mês do Ano Litúrgico e, por conta disso, este é um mês de reflexões sobre os últimos acontecimentos que envolverão a vida dos crentes, a saber: MORTE, JULGAMENTO, CÉU E INFERNO (os Novíssimos).   Na Tradição Popular, Novembro é conhecido como "Mês das Almas".

Por vir carregado destas reflexões, o último mês do Calendário da Igreja é visto por muitos como carregado de situações que "não agradam".    Apesar de termos a certeza de que iremos morrer um dia - uma vez que ninguém fica para semente - refletir sobre a morte e o que ocorrerá após a mesma não é o tipo de conversa que muitos gostam de travar.    Reclamamos de tudo e de todos que nos cerca mas, a simples possibilidade de ter que deixar este mundo, deixa muitos apreensivos.

Iniciamos o Mês com a Solenidade de Todos os Santos (no Calendário Oficial - 01/11) porém, para a Igreja no Brasil tal Solenidade, quando naõ cai no Domingo, acaba sendo transferida para o domingo mais próximo com o intuito de garantir a maior participação dos fiéis.   Neste dia, a Igreja Militante (que somos todos nós que ainda peregrinamos neste tempo, neste mundo) nos unimos à Igreja Triunfante (que já participa da Glória do Céu e da Visão Beatífica de Deus) numa grande Festa que nos anima a todos pois nos revela qual é o nosso fim, isto é, o Céu!   Neste dia, mais do que lembrar aqueles homens e mulheres que a Igreja já decretou a santidade e colocou como nossos exemplos de Fé, relembramos tantos outros irmãos e irmãs nossos que já partiram deste mundo para junto do Pai e, mesmo sem o reconhecimento oficial da Igreja, são santos e santas.    Neste dia, lembramos os nossos parentes e amigos que, tendo deixado este mundo após viverem na luta pela observância dos preceitos divinos, se encontram no Céu.   Aqui em nossa Comunidade Paroquial podemos recordar (pelo menos nestes cinco anos que estou aqui), irmãos como o Sr. Walter, o Sr. Arlindo, a Dna. Francisca, o Sr. Maurílio, o Sr. Orlando, entre outros e outras, que na Fé acredito estão junto de Deus e rezam pela nossa Igreja que milita neste tempo difícil que vivemos.

Após a Solenidade dos Santos e Santas de Deus, celebramos a memória dos nossos entes queridos (Dia dos Finados) e, aqui, diferentemente da Solenidade anterior, nos unimos, com nossas orações pedindo ao Senhor que acolha no Seu Reino aqueles (as) que já partiram deste mundo mas, por qualquer motivo, ainda não gozam das alegrias celestiais e, pertencem à Igreja Padecente.    Rezamos, neste dia, para que Deus na Sua Infinita Misericórdia, perdoe as falhas cometidas destes irmãos (ãs) e, o quanto antes, os receba em Sua Morada.

As Celebrações Dominicais deste último Mês estão marcadas pela ideia central de realizarmos no aqui e agora de nossas vidas tudo aquilo que o Pai reservou para cada um (a) de nós.   Não temos tempo a perder pois o tempo, implacável como é, só anda para frente não nos dando oportunidade de realizar depois aquilo que teríamos que realizar agora.

Por fim, encerramos o Ano Litúrgico com a Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo e, nesta Celebração, refletimos sobre este Deus que, em Jesus Cristo, se tornou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, Aquele que inicia tudo e para o qual tudo converge.   Assim, pensamos a nossa Vida como um Caminhar para Aquele do qual cada um de nós saiu.   Importa, portanto, que durante este tempo que estamos vivendo, cada um (a) descubra a Vontade deste Deus que no Seu Infinito Amor nos chamaou à Vida mas, a qualquer hora nos chamará de volta  à Sua presença para apresentarmos os frutos de nosso labor.

Que Deus nos conceda a Graça de podermos viver mais uma vez este tempo forte de reflexões e, que cada um (a) possa aproveitar para refazer em si aquilo que, porventura, perceber fora do lugar.

Pense nisso e viva bem este Último Mês do Calendário Litúrgico!   Amém!