quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

"IV Domingo do Advento: A Encarnação de Jesus é a realização das Promessas Messiânicas!" - 18 de Dezembro de 2011

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Entramos, neste domingo, na última etapa deste tempo do advento e, por conta disso, a Palavra nos possibilita fazer uma reflexão sobre a realização das Promessas feitas aos antepassados: "depois de Davi, Deus suscitará um descendente seu que inaugurará um Reino que não terá fim!"

Assim, na Primeira Leitura (II Sm 7, 1-5.8b-12.14a.16) temos o relato de um dos episódios do final da vida do Rei Davi.  Este, depois de haver conquistado quase tudo que poderia, já no final da vida, parece ter um "surto" de boa vontade, de bondade, de reconhecimento de tudo que o Senhor Deus lhe concedera.   Num gesto de "gratidão", deseja construir uma "casa = templo" para o Senhor (simbolizado na Arca da Aliança) que se encontrava, até aquele momento, debaixo de uma "TENDA" (diga-se, de passagem, que a Tenda era o símbolo da Vida no Deserto = época em que Deus se mostrou favorável ao povo e o acompanhava aonde quer que o povo fosse = Deus se "identificava" com o seu povo).   Construir uma casa para o Senhor, neste sentido, significaria estabecer uma maneira de "aprisionar" Deus, de modo a exercer sobre Ele um determinado poder.   

Parece que, num primeiro momento, o Profeta Natã não percebeu tal situação e, permite que o Rei Davi faça "tudo o que estivesse mandando o seu coração".   Porém, Deus que percebe profundamente as reais intenções dos seres humanos, naquela mesma noite, adverte: "Não será Davi quem me construirá uma casa mas, ao contrário, serei Eu que, quando Davi estiver repousando com seus pais = morto, construirei uma CASA para ele!"   Este descendente de Davi terá o Senhor como seu verdadeiro Pai e, por conta disso, o reinado Dele não terá fim!

Depois de Davi, a história revela que vários séculos se passaram mas, em 587 a.C., Judá é devastada pela Babilônia e, a dinastia davídica conhece o seu trágico fim.   Neste momento, inicia-se uma reflexão à respeito da profecia da Primeira Leitura de hoje: "quem será o descendente de Davi já que a sua Dinastia chegara ao fim?"   É aqui que uma nova reflexão surge e, a ideia de um Messias que viria para salvar o povo começa a se esboçar.   O texto é lido numa perspectiva nova.

Ora, muitos séculos se passaram e, na medida que o tempo passava mas ia crescendo esta nova percepção da Promessa feita a Davi e, no Evangelho de hoje (Lc 1, 26-38) a Comunidade Cristã encontra a realização da mesma.

Estamos diante de um texto teológico e não de uma fato jornalístico e, assim sendo, é preciso captar a intenção do autor ao escrever tal episódio da Anunciação do Anjo à Maria.   Vários pontos nos chamam a atenção e, gostaria de comentar alguns deles, objetivando a compreensão da ação divina e, na medida desta compreensão buscarmos, nesta reta final do advento, formas de comportamento que facilitem a nossa preparação para o Natal que se aproxima.   Vejamos:

Num primeiro momento, penso ser interessante perceber as escolhas de Deus:  com tantas mulheres, de tantos lugares importantes, Ele escolhe uma "VIRGEM" da cidadezinha de "NAZARÉ".   Para a época, estes dois dados são extremamente relevantes para a compreensão da máxima de que "há entre Deus e o Mundo uma oposição em todos os sentidos!"   Ser Virgem, naquela época, longe de ser uma virtude, era uma desgraça plena e total pois, a mesma era desprezada por não ter conseguido "atrair sobre si o olhar de um homem" e, sendo de Nazaré, piorou pois esta era uma região desprezada porque habitada por pobres, incultos, praticamente uma terra de "semi-pagãos", não cumpridores da Lei de Deus.   Natanael afirma que de "Nazaré não podia sair nada de bom!"    Pois é para lá que volta o olhar amoroso de Deus e, é de lá a escolhida para levar a bom termo a Promessa Messiânica da Primeira Leitura de hoje.   É neste povoado que se encontra Maria (a Amada de Deus) e, para esta Virgem que é feito o anúncio do cumprimento da promessa.

Num segundo momento, penso ser importante refletir sobre a pronta resposta da Virgem à vontade de Deus: sem hesitações, rompendo toda e qualquer vontade própria, ela oferece o seu "SIM" generoso.   A sua pobreza lhe deu condições de aceitar a vontade do Pai e, assim, oferecer ao mundo a Salvação.   Como cantamos no louvor pós-comunhão: "alguns segundos, ela pensou e a futuro deste mundo transformou!"  

Num terceiro momento, é importante perceber nas palavras do Anjo o "CUMPRIMENTO DA PROMESSA DA PRIMEIRA LEITURA DE HOJE!"   O Filho de Maria é o descedente de Davi que inaugurará um Reino que não terá fim.

Por fim, na Segunda Leitura (Rm 16, 25-27) temos o Apóstolo Paulo afirmando que o "mistério que estava escondido durante séculos, agora foi revelado!"   Jesus é o Cristo, a revelação do Mistério do Pai, o cumprimento pleno das promessas feitas aos antepassados.

Celebrar o Natal do Senhor é celebrar esta verdade; celebrar o Natal do Senhor é agradecer ao Pai a sua plena manifestação em Jesus, o Cristo; celebrar o Natal do Senhor é renovar a vida de modo que a mesma seja, cada vez mais, uma manifestação desta fé que professamos: "DEUS SE FEZ HOMEM POR AMOR DO HOMEM!

Que esta última semana do advento nos leve a meditar  este infinito Amor do Pai por nós, revelado no cumprimento da Sua Promessa!   Amém!



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