sábado, 19 de outubro de 2013

"Mês de Novembro: Tempo de PENSAR sobre os ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS de nossas Vidas!"

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Entramos no último mês do Calendário Litúrgico e, dessa forma, a Igreja nos convida a refletir sobre os últimos acontecimentos de nossa existência, a saber: morte, juízo, céu, inferno!   Nesse mês de novembro, popularmente conhecido como "Mês das Almas" a Palavra de Deus vai nos conduzindo, passo a passo para o final de nossas vidas.   Diante disso, nos perguntamos: Como estamos vivendo?   Lutamos para fazer acontecer em nós a Vontade de Deus ou vivemos do jeito que dá, fazendo o que nos "dá na telha"?

Assim, iniciamos com a Solenidade de Todos os Santos (as), celebrada oficialmente no dia 01/11 mas, no Brasil, quando o dia 01 não coincide com Domingo, a Igreja transfere para o Domingo seguinte (no caso desse ano, será no dia 03/11) e, nessa Celebração refletimos sobre o nosso destino final: a Igreja Triunfante, a Igreja Celeste que lá se reúne após vencer as tribulações e lavar e alvejar as suas vestes no Sangue do Cordeiro;  após, logo no dia 02/11 celebramos o Dia dos Finados e reforçamos a ideia que já estamos refletindo há algumas semanas (desde a XXV mais precisamente) sobre a transitoriedade dessa Vida nesse Mundo, colocando a realidade da morte como uma possibilidade de fazer escolhas que nos conduzam aos Céus, junto com os Santos e Santas de Deus; após esses dois momentos importantes, retornamos às Semanas Comuns com o XXXII e XXXIII Domingos e a Palavra continua nos fazendo refletir sobre o fim de nossa existência nesse mundo; por último, celebramos a Festa de Jesus Cristo, Rei do Universo fonte e cume de toda a nossa Caminhada de Fé.   Encerramos os Domingos do Ano Litúrgico refletindo sobre o Reinado de Cristo e aprendendo Dele como fazer para estabelecer, já aqui, o Seu Reino que também é nosso!

Queremos nesse mês buscar compreender o verdadeiro sentido da vida e, dessa forma vivê-la de modo a cumprir a nossa Missão e sermos capazes de nos reunirmos, todos, um dia, na Casa do Pai que, como nos diz o Evangelho possui muitas moradas e, esperamos em Deus, uma delas deverá ser a nossa!

Que Deus nos ajude!   Assim seja!

Boas Celebrações para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

P.S.: Nesse Mês de Novembro celebraremos os 41 Anos de Fundação da nossa Paróquia Santa Cruz, os meus 43 Anos de Vida e 17 Anos de Vida Presbiteral.
Para tanto, queremos convidar a todos (as) para esse Grande Momento de Vida de nossa Comunidade Paroquial!
Venham rezar conosco nesses dias!

21/11 - 19:30h - I Dia do Tríduo
22/11 - 19:30h - II Dia do Tríduo e Aniversários do Pe. Ezaques
23/11 - 19:00h - III Dia do Tríduo
24/11 - 19:00h - SANTA MISSA FESTIVA PELOS 41 ANOS DE NOSSA FUNDAÇÃO!


"XXX Domingo do Tempo Comum: DEUS ESCUTA A ORAÇÃO DO HUMILDE e o torna JUSTO!" - 27 de Outubro de 2013

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade à nossa reflexão sobre a Palavra de Deus nessa reta final do Ano Litúrgico, percebemos o complemento que os textos litúrgicos desse XXX Domingo do Tempo Comum oferece aos textos do Domingo Passado: a Oração!   Na semana passada, os textos nos levaram a refletir sobre a necessidade de orar sempre, constantemente e sem desanimar pois a perseverança faz a oração atingir o Coração de Deus e, dessa forma, ela não fica sem resposta e, a vitória acontece.   Foi assim com Moisés e o Povo na travessia do Deserto na Batalha contra os Amalecitas e com a Viúva do Evangelho que insiste com o juiz iníquo para fazer-lhe JUSTIÇA!   Porém, no Evangelho de Domingo Passado, o Senhor Jesus concluía com uma questão muito séria: Será que o Deus encontrará a Fé sobre a terra quando resolver nos fazer Justiça?   Será que a nossa PERSEVERANÇA nos levará a ESPERAR AS "DEMORAS DE DEUS"?

Hoje, continuamos com esse tema sobre a Oração mas, mudando um pouco o foco, os textos litúrgicos nos apresentam quem agrada ao Senhor com sua Oração?   Que atitude deve ter aquele (a) que se aproxima de Deus por meio da Oração?

Assim, na Primeira Leitura (Eclo 35, 15b-17.20-22a)  nos apresenta o autor sagrado afirmando que o Deus não faz discriminação de pessoas e não é PARCIAL EM DETRIMENTO DO POBRE MAS ESCUTA SIM AS SÚPLICAS DOS OPRIMIDOS!   Aqui, já começamos a compreender que há, da parte de Deus, uma predileção pelos pequenos, pelos pobres, pelos simples, pelos oprimidos pois, jamais DESPREZA A SÚPLICA DO ÓRFÃO E DA VIÚVA QUANDO DESABAFAM AS SUAS MÁGOAS.   Lembramos que ÓRFÃOS E VIÚVAS são categorias, classes de pessoas que não tinham voz nem vez na sociedade, não possuía defensores de seus direitos e, portanto, só TINHAM DEUS COMO SOLUÇÃO!   Esses quando oram, tocam o Coração de Deus que não os deixa esperando para sempre mas, ao contrário, atende o seu CLAMOR (Grito de Dor que nasce de dentro da vida sofrida so pobre).   

É preciso aprender que Deus espera de nós tal atitude de pobre que espera somente N'Ele.   Dessa forma, nossas orações e súplicas serão atendidas pois aprece do HUMILDE atravessa as nuvens e chega até Deus e, enquanto não chegar não desanimará (tema do Domingo passado = PERSEVERANÇA).

Essa Primeira Leitura nos prepara para compreensão do Evangelho (Lc 18, 9-14) que nos apresenta, mais uma vez, Jesus contando uma parábola.    Dessa vez, a história foi para quem confiava em sua própria Justiça, desprezando os outros.   A parábola nos apresenta, como na Leitura anterior, a atitude que Deus espera ver naquele (a) que D'Ele se aproxima pela via da Oração.   Vejamos:

A parábola nos apresenta dois homens que sobem ao Templo para orar: um Fariseu e um Cobrador de Impostos.   Aqui, já percebemos que são dois homens completamente diferentes no modo de viver e, automaticamente, estabelecerão com Deus dois tipos de relação distintas entre si: A POSTURA DIANTE DE DEUS e as PALAVRAS UTILIZADAS NA ORAÇÃO revelam a distinção entre eles!

O fariseu fica de pé e sua oração é de agradecimento a Deus (até aqui, parece que TUDO ESTÁ BEM!).   Problemas surgem quando o fariseu nomeia os motivos da sua ação de graças: não sou como os outros homens (ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos); jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de toda a minha renda!   Em outras palavras, diz o Fariseu: "Eu sou o MÁXIMO!!!"

Por outro lado, o Cobrador de Impostos, apresenta outra postura e outra fala em sua oração: fica à distância sem se atrever a levantar os olhos para o céu; batendo no peito diz: "MEU DEUS TEM PIEDADE DE MIM QUE SOU PECADOR!   Em outras palavras: "NÃO SOU NADA MAS ESPERO DO SENHOR A MISERICÓRDIA PELAS MINHAS FALHAS!"

CONCLUINDO: O Cobrador de Impostos VOLTA PARA CASA JUSTIFICADO, o Fariseu, não!   Pois: quem se eleva é humilhado e quem se humilha é elevado!

Por fim, o Apóstolo Paulo (2 Tm 4, 6-8.16-18) nos apresenta o seu testamento que está cheio de orientações para nós: ele combateu o bom combate, completou a carreira e guardou a fé e sua vida está prestes do fim.    A certeza de ter feito o que o Senhor queria lhe oferece a garantia de estar para receber das suas mãos (de Deus) a Coroa da Justiça, da Vitória que é para ele e para todos que aguardam com AMOR a SUA MANIFESTAÇÃO GLORIOSA.   O Senhor sempre esteve em sua companhia mesmo quando todos o abandonaram.

Que Deus nos ajude, nesse XXX Domingo a viver a nossa vida de acordo com a sua vontade e que reconhecendo a nossa condição de pecadores, limitados, saibamos ESPERAR DELE A NOSSA SALVAÇÃO!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

"XXIX Domingo do Tempo Comum: A ORAÇÃO é o CAMINHO SEGURO da VITÓRIA EM DEUS!" - 20 de Outubro de 2013

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria celebramos o XXIX Domingo do Tempo Comum e, dentro da perspectiva do Mês Missionário e na reta final do Ano Litúrgico, vamos compreendendo a Palavra de Deus como capaz de nos orientar na Missão para chegarmos, um dia, na presença do Senhor da Vida sem nada a temer.

Hoje, a Palavra nos apresenta a Oração como caminho seguro para Vencer em Deus pois nos faz entrar na dinâmica divina e compreendermos o que Ele espera de nós.   A Oração deve ser, de acordo com a Palavra de Deus da Liturgia de hoje PERSEVERANTE para alcançar o que pretende.

Assim, a Primeira Leitura (Êx 17, 8-13) nos apresenta uma luta entre o Povo de Deus e os Amalecitas na travessia pelo Deserto.   De fato, os Amalecitas eram o que de pior havia no Deserto pois acostumados à guerra e à hostilidade que o Deserto apresenta.   O Povo de Deus é, ainda, um "bando de escravos" fugido da escravidão egípcia.   Diante dessa realidade poderíamos afirmar que a luta será inglória pois tem tudo para ser vencida pelos inimigos.   Tudo isso seria verdade caso não houvesse um DEUS que está do lado do Povo e ouve, atentamente o seu CLAMOR, a sua ORAÇÃO.   

É nessa CONFIANÇA que Moisés resolve fazer o enfrentamento dizendo a Josué: Escolhe alguns homens e vai combater contra os amalecitas.   Para o combate, Moisés afirma que se COLOCARIA DE PÉ NO ALTO DA COLINA COM A VARA DE DEUS NA MÃO.   E assim se fez!

Aqui, um dado importante nos é apresentado pela leitura: enquanto Moisés permanece com as mãos estendidas, vence Josué e, na medida em que as mãos esmorecem e caem, vence Amalec.   Nesse momento, Aarão e Ur que subiram com Moisés ao topo da colina percebem tal fato e, colocando Moisés sentado sobre uma pedra SUSTENTAM AS SUAS MÃOS ATÉ O CAIR DA TARDE.   Essa atitude conduz o Povo à VITÓRIA.

Dessa forma, compreendemos que manter-se firme e não desanimar, ter irmãos e irmãs que nos sustentem quando a situação ficar complicada demais para cada um (a) de nós sozinhos são pontos importantes para não fracassar no cumprimento da nossa Missão.   A perseverança, muitas vezes, é conquistada em Comunidade.

Nesse sentido, a Primeira Leitura nos prepara para compreendermos o Evangelho (Lc 18, 1-8).   O texto nos apresenta a história de uma viúva que, dia após dia, pede justiça a um juiz iníquo que faz questão de se colocar como alguém que não tem ninguém a quem temer: nem homem, nem Deus!   Apesar disso, a viúva é insistente, não desiste e sua insistência faz o juiz repensar a sua postura: Eu não temo a Deus, nem respeito homem algum!   Mas esta viúva já me está aborrecendo.   Vou fazer-lhe JUSTIÇA para que ela não venha a agredir-me!"   Aqui, o Senhor Jesus nos chama atenção pedindo para observarmos o que disse o juiz iníquo.   O juiz é capaz de fazer justiça pela insistência da viúva.   Por fim, questiona: E Deus, não fará JUSTIÇA aos seus escolhidos que CALMA DIA E NOITE por Ele?   Será que vai fazê-los ESPERAR?   Eu vos digo que Deus lhes fará JUSTIÇA BEM DEPRESSA!   Porém, uma questão encerra o Evangelho de hoje que nos alerta a todos: Mas o Filho do Homem, quando vier, SERÁ QUE AINDA VAI ENCONTRAR FÉ SOBRE A TERRA?????   Essa é uma questão que cada um (a) de nós deverá responder a partir da vida que estamos vivendo!

Por fim, a Segunda Leitura (2 Tm 3, 14-4, 2) nos apresenta o Apóstolo Paulo pedindo ao seu discípulo Timóteo para se manter firme em tudo aquilo que ele aprendeu desde sua casa; permanecer firme nos ensinamentos do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo pois eles nos comunicam a Sabedoria de Deus pois é inspirada por Ele e serve para nos corrigir e nos indicar o caminho seguro a seguir.

Que Deus nos ajude a perseverar em nossa Vida de Oração e que tal perseverança nos faça compreender mais e melhor o que Ele deseja para cada um (a) de nós!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares



quinta-feira, 17 de outubro de 2013

"XXVIII Domingo do Tempo Comum: A Gratidão como SINAL da FÉ AUTÊNTICA!" - 13 de Outubro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Vivemos, com a Igreja no mundo, o XXVIII Domingo do Tempo Comum e continuamos na busca por compreender o que Deus quer de nós para podermos cumprir a Sua Santa Vontade e podermos, no final de nossas vidas nos apresentarmos à Sua Presença sem nenhum temor do que poderá nos acontecer.

Dando continuidade à reflexão iniciada na Semana Passada, hoje, damos mais um passo rumo à compreensão do que seja a Fé a partir do que Ele nos levar a realizar concretamente.   Na semana passada, a Palavra nos ensinou que a Fé nos capacita para esperar o TEMPO DE DEUS e nos faz compreender que TUDO QUE SOMOS E TEMOS É OBRA E GRAÇA DE DELE E, PORTANTO, FAZER O QUE ELE NOS MANDA FAZER NÃO É MAIS QUE A NOSSA OBRIGAÇÃO E, NO FIM, AINDA TEMOS QUE DIZER: "SOMOS SERVOS INÚTEIS!"

Hoje, a Palavra nos apresentará Deus realizando milagres, única e exclusivamente, para nos provar o Seu Amor Infinito e Incondicional e, após experimentar tamanho Amor, o Ser Humano é despertado em sua Fé e, como SINAL da mesma, se torna GRATO a esse Deus que faz não porque o mereçamos mas porque Ele nos AMA!

A Primeira Leitura (2 Rs 5, 14-17) nos apresenta a história de Naamã, um general do Exército Sírio que é acometido pela mal da lepra e após ter recorrido àqueles que poderiam curá-lo em sua terra (pagã), se viu sem saída.   Por acaso, há em sua casa uma escrava hebréia que fala que em sua terra há um "Homem de Deus" que poderia curá-lo da lepra.   Dessa forma, Naamã parte cheio de confiança (não em Deus, diga-se de passagem mas em tudo que seu poder e riqueza poderiam comprar).   Chegando ao local onde estava Eliseu, o Homem de Deus, este manda Naamã descer e banhar-se sete vezes nas águas do Jordão.   Isso é uma afronta para aquele homem tão acostumado a ser bem recebido e a ter tudo que o dinheiro, o poder, o prestígio poderiam comprar.   Deseja ir embora mas é advertido por um de seus servos para cumprir o que Eliseu falara pois, afinal de contas, já tinham viajada tanto e não tinham nada a perder.   Naamã aceita a proposta e, qual não é a sua surpresa, ao perceber que estava limpo da lepra.   Volta ao encontro de Eliseu e deseja que "pagar" sem compreender que o que recebera é GRAÇA e esta não se paga.   Por fim, pede para carregar a terra que dois jumentos pudessem transportar pois daquele dia em diante só adoraria ao Deus Único e Verdadeiro que vive e reina em Israel.

Que bela História... O Senhor realiza o milagre a por conta disso suscita, no coração do pagão Naamã a Fé e, esta o leva a render graças ao Senhor que tudo faz, para quem quer que seja, porque AMA os seres humanos indiscriminadamente, sem distingui-los uns dos outros.

Essa leitura nos prepara para acolher o Evangelho (Lc 17, 11-19) que nos apresenta o Encontro do Senhor com os dez leprosos que vivem à beira do caminho.   Interessante percebermos que a tragédia reúne pessoas que antes viveram em pé de guerra (judeus e samaritanos).   Vivem à margem pois a lepra era vista como um SINAL DA MALDIÇÃO DE DEUS.   Quebrando as normas impostas, o grupo de leprosos grita por socorro: Jesus, Mestre, tem Compaixão de nós!   E o Senhor os manda apresenta-se aos sacerdotes que eram os únicos capazes de dar "alta" ao ex-leproso.   No caminho, descobrem que estão limpos e, um deles volta glorificando a Deus em alta voz!   Esse era SAMARITANO (considerado pagão como Naamã, o sírio).   Jesus se admira por ter sido um grupo de dez curado e somente um ter voltado agradecendo e completa: Levanta-te e vai, a tua FÉ te SALVOU!   Os outros nove foram curados da lepra mas, somente aquele que demonstrou a Fé pela Ação de Graças que fez, foi SALVO!

A Segunda Leitura (2Tim 2, 8-13) nos apresenta o Apóstolo Paulo afirmando que nós poderemos sofrer, ser aprisionados mas a Palavra de Deus não se deixa aprisionar nunca.   Precisamos ser capazes de sofrer por amor a Deus pois, afinal de contas, muito mais já fez Ele por nós sem nosso merecimento.   Sejamos GRATOS!

Que Deus nos conceda a GRAÇA de sermos constantemente GRATOS por TUDO QUE, em SEU INFINITO AMOR, ELE FEZ E CONTINUA FAZENDO POR CADA UM (A) DE NÓS!    Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

"Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida: Fazei TUDO o que ELE vos disser!" - 12 de Outubro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos, hoje, a Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira Principal do Brasil e a Palavra de Deus que nos é proposta tem muito a nos ensinar.

Iniciando a nossa reflexão, gostaria de chamar a atenção para o fato de que todo o culto que prestamos aos Santos e Santas e à Virgem Maria devem ser compreendidos na sua estreita relação com o Mistério Pascal. Não somos uma Igreja Mariana mas Cristológica e isso deve ficar muito claro para todos (as) nós.   Então, por que celebrar Nossa Senhora?   Acredito que a Celebração de hoje nos ajudará a compreender o papel dessa Mulher na História da nossa Salvação.   Vejamos:

A Primeira Leitura (Est 5, 1b-2; 7, 2b-3) nos apresenta a Rainha Ester se arriscando para pedir pelo Povo Judeu (o seu povo) que estava prestes a ser exterminado.   Diante da dor, do sofrimento e da iminente morte que se aproximava, a Rainha Ester se põe diante do Rei Assuero para interceder em favor do seu Povo que sofria.   Diante da pergunta do Rei, responde: "Se ganhei as tuas boas graças, ó rei, e se for do teu agrado, concede-me a vida - eis o meu pedido! - e a vida do meu povo - eis o meu desejo!"   Veríamos, se a leitura continuasse, que o rei atende o pedido da Rainha Ester e aquele que buscava o extermínio do povo judeu acaba sendo morto na forca que havia preparado para a matança dos judeus.

Dessa forma, a leitura de Ester nos prepara para compreendermos o papel de Maria no Evangelho de hoje e na Vida da Igreja pois a Mãe de Jesus está da linha das grandes mulheres que marcaram a História da Salvação com a sua confiança, a sua Fé e, sobretudo a capacidade de se compadecer da dor e do sofrimento alheios e, dessa forma, exercem a função de Intercessoras.

No Evangelho de hoje (Jo 2, 1-11) estamos numa Festa de Casamento em Caná da Galiléia e a Mãe de Jesus, o próprio Jesus e seus discípulos estão presentes.   Há um imprevisto: o vinho está acabando!   Ora, a flata de vinho em festas naquela época seria uma grande vergonha para os promotores da festa e, Maria está tenta e percebe o constrangimento que os noivos estão prestes a viver e não hesita em apresentar ao Filho Jesus a situação: Eles não têm mais VINHO!   Mesmo sabendo que não havia chegado a sua hora, por ser um pedido da Mãe, o Filho atende e Maria sabe disso a ponto de não se deixar abater pela resposta - aparentemente brusca de Jesus: "Façam TUDO O QUE ELE VOS DISSER!" diz Maria aos serventes!

Quando cumprem as ordens do Senhor Jesus, eis que o Milagre acontece: não é Maria quem faz o milagre mas não há como negar a sua imprescindível participação: ela percebe o problema, apresenta a questão ao Filho e pede que os serventes façam o que lhes fosse pedido, sem exitar, acreditando que o Filho faria a intervenção, o milagre!   E, assim foi feito!   Da água que encheu as talhas surge o o melhor Vinho que deixa confuso o mestre-sala que não sabia de onde tinha vindo tal vinho!

Maria é essa Mulher, essa Mãe amorosa que passeando pela nossas vidas percebe os maus momentos e pedindo ao Filho nos concede o milagre da Festa não se acabar.   Ela é nossa Intercessora e acreditamos, piamente, que recorrer a Ela em nossas aflições é sempre um caminho seguro pois Ela é a Mulher do Apocalipse da Segunda Leitura (Ap 12, 1.5.13a.15-16a) que tem sempre a proteção divina em seu favor, não permitindo que o mal (serpente que vomita) vença a batalha da vida!

Peçamos a Deus, por intercessão de Nossa Senhora da Conceição Aparecida por nosso Brasil e pela Igreja que recorrendo à Proteção dessa Mãe espera ver a Festa da Vida sendo celebrada para além das dificuldades!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

"XXVII Domingo do Tempo Comum: Consequências Práticas da Fé!" - 06 de Outubro de 2013

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Caminhando rumo ao final do Ano Litúrgico, continuamos a nossa reflexão sobre o modo como cada um (a) de nós está conduzindo a própria vida: de acordo com a Vontade de Deus ou, ao contrário, de acordo com a nossa própria vontade!

Depois de termos, nos dois últimos Domingos (XXV  e  XXVI) refletido sobre a nossa relação com os bens e riquezas que vamos acumulando ao longo da vida e das nossas relações interpessoais, a partir de hoje, vamos refletir, um pouco sobre a Fé: o que será, de fato, a Fé?   Será que o que temos em nós e identificamos como sendo fé, é Fé Verdadeira, Autêntica, Genuína?   Não seria o que temos apenas uma "espécie" de sentimentalismo barato que não é capaz de promover em nossa vida nenhuma ação concreta que a comprove?   Por fim:  o que a Fé Verdadeira nos leva a fazer?   Essas e outras perguntas terão respostas na Palavra de Deus desse e do próximo Domingo.   Vejamos:

Na Primeira Leitura (Hab 1, 2-3; 2, 2-4) nos apresenta o Profeta Habacuc um tanto quanto "impaciente" com a falta de ação de Deus diante de tantas calamidades que assolam a vida da Comunidade às vésperas do Exílio na Babilônia.   Há por parte do Profeta em questão uma "demora" divina que parece não enxergar a gravidade da situação: até quando clamarei sem me atenderes? Até quando devo gritar a ti: "Violência!", sem me socorreres?   Por que me fazes ver iniquidades, quando tu mesmo vês a maldade?   Tudo que não presta se põe à frente do Profeta: Destruições e prepotência estão à minha frente; reina a discussão, surge a discórdia.

Muitas vezes, assim como o Profeta Habacuc somos cada um (a) de nós: diante de um mundo que não é exatamente do jeito que gostaríamos que fosse, nos desesperamos e questionamos a presença e ação divinas.   Cremos, e com bastante "força" quando tudo está do jeitinho que gostaríamos, sem tirar nem pôr!   Porém, nos esquecemos que "crer" nestas circunstâncias não é CRER DE FATO!

Diante das lamentações do Profeta, Javé responde:  escreve esta visão, estende seus dizeres sobre tábuas, para que possa ser lida com facilidade.   O que deverá ser escrito?   O Senhor responde: Há um prazo definido que tende para um desfecho e não falhará; por isso, se demorar, ESPERA, pois ela virá com certeza e não tardará.   O incorreto morrerá e o JUSTO VIVERÁ POR SUA FÉ!

Que belas palavras do Senhor!   O homem e a mulher de Fé são capazes de enxergar além da realidade de morte, dor, sofrimento, morte percebendo que a vitória virá.   Porém, é importante frisar que na Fé, esse homem e essa mulher compreendem que as coisas ocorrem no TEMPO de Deus e não deles.   É preciso saber ESPERAR sem desanimar pois no fim o JUSTO viverá por sua Fé!

Essa Leitura nos prepara para compreender o Evangelho de hoje (Lc 17, 5-10) que nos mostra os discípulos pedindo ao Senhor, exatamente, para aumentar a Fé deles.   O Senhor, por sua vez, responde que a Fé possibilita a realização de grandes obras, de obras impossíveis: dirás a amoreira para se arrancar daqui e plantar-se no mar e ela iria!   Por último, o Senhor conta uma parábola para nos fazer compreender que, como já foi falado nos domingos anteriores tudo que somos e temos de BOM é obra e graça de Deus e, portanto, fazer o que Ele nos pede não é nenhum favor e não nos oferece méritos pois FAZEMOS O QUE DEVEMOS FAZER E NÃO PASSAMOS DE SERVOS INÚTEIS!   A Fé nos possibilita tal reconhecimento e nos impulsiona a fazer aquilo e somente aquilo que o Senhor espera de nós e nos manda fazer!

Por fim, na Segunda Leitura (2 Tm 1, 6-8. 13-14) nos apresenta o Apóstolo Paulo nos exortando a reavivar a chama do Dom de Deus que recebemos pela imposição das mãos.   É possível fazer TUDO o que o Senhor pede de nós pois Ele nos deu um Espírito Fortaleza, Amor e Sobriedade e esse Espírito do Senhor nos conduzirá ao pleno cumprimento da Vontade de Deus!

Que Deus nos conceda a graça de crescermos na Fé não obstante o mal que nos cerca!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

terça-feira, 15 de outubro de 2013

"Outubro: Mês Missionário!"

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Iniciamos com a Igreja no Mundo mais um Mês Missionário e, dessa forma, somos convidados (as) a meditar a Palavra de Deus tendo como pano de fundo a verdade de que o nosso Senhor nos convoca a colaborar com Ele na construção de um Mundo Novo, isto é, a construir já aqui o Seu Reino que também é nosso.

Até bem pouco tempo atrás, quando se falava em Missão no seio da Igreja sempre vinha à tona a imagem de homens e mulheres que, dotados de dons extraordinários eram capazes de abandonar TUDO E TODOS e, se dirigindo a terras distante, pregar o Evangelho.   Daí, Missionário (a) eram, na maioria das vezes, padres, religiosos e religiosas que em nome da Igreja iam até os recantos do mundo para anunciarem a Salvação oferecida ao mundo por meio da morte do Senhor Jesus na Cruz.   Assim sendo, a maior parte das pessoas (maioria absoluta) que compunha as nossa Comunidade não se sentia impulsionada ao trabalho missionário.

Hoje, a Igreja vem redescobrindo o aspecto missionário como algo que faz parte do seu DNA e não é possível ser Cristão (ã) sem viver tal aspecto em plenitude.   Hoje, vamos pouco a pouco entendendo que a Missão não é prerrogativa de alguns homens e mulheres mas de toda a Igreja e, portanto, é preciso compreender que em qualquer espaço que estivermos, viver a Missão é possível, urgente e necessário.   É preciso pensar como Santa Teresinha do Menino Jesus: "Hei de florir onde Deus me plantar!"

A nossa Paróquia Santa Cruz está vivendo a partir desse semestre (iniciamos na primeira semana de Agosto - Mês Vocacional) esse Espírito Missionário: criamos 09 Comunidade Missionárias que se reunindo a cada semana na casa de uma família vai levando a Boa Nova da Salvação a todos (as) os (as) nossos (as)  paroquianos (as).   Essas Comunidades vão sendo SINAIS de DEUS nos locais onde estão inseridas e promovendo um frescor na Evangelização em nosso meio.   Aos poucos, todos vamos descobrindo que viver a Missão é possível em todo e qualquer lugar, basta que nos abramos à graça e deixemos Deus agir em nós e por meio de nós no mundo que vivemos.

Queremos viver esse Mês Missionário como um grande dom para reavivarmos em nós a chama do Amor de Deus e, nesse reavivamento, que sejamos capazes de ir a todos que estão ao nosso redor, levando-os a redescobrir a importância de cada um (a) para nosso Senhor!

Peçamos ao Senhor que nos ajude a descobrir o que podemos fazer por aqueles (as) que estão ao nosso redor e que esperam de nós uma palavra, um gesto, uma ação que os leve para junto do Senhor!  Assim seja!

Bom Mês Missionário para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares


"XXVI Domingo do Tempo Comum: Usar os Bens desse Mundo para DIMINUIR AS DISTÂNCIAS QUE NOS SEPARAM UNS DOS OUTROS!" - 29 de Setembro de 2013

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade à nossa reflexão iniciada no Domingo Anterior (XXV), hoje, a Palavra especifica que atitudes deveríamos ter para com aqueles que necessitam e foram colocados por Deus em nosso caminho: utilizar o nosso dinheiro, os nossos bens para diminuir as distâncias que nos separam, fazendo, como nos falou o Senhor na semana passada, AMIGOS!

Assim, a Primeira Leitura (Am 6, 1a.4-7) nos apresenta o Profeta Amós, falando em nome de Javé um tremendo "AI DE VÓS!" e, imediatamente, nos perguntamos: "Vós quem?"   "De quem o Profeta está falando?"   Seguindo a leitura, descobrimos: Vós que viveis despreocupados em Sião e se sentem seguros nas alturas da Samaria; Vós que dormis em camas de marfim e ficais recostados em almofadas; Vós que comeis cordeiros do rebanho e novilhos do gado; Vós que cantais ao som das harpas ou como Davi dedilham instrumentos musicais; Vós que bebeis vinhos em taças e se perfumam com os mais finos unguentos mas NÃO SE PREOCUPAM COM A RUÍNA DE JOSÉ!

Essa fala do Profeta é um alerta e uma acusação: não se pode, com o risco de estar desagradando ao Senhor, estarmos bem quando muitos ao nosso redor não estão!   Ou aprendemos a partilhar o que somos e temos, reconhecendo que TUDO é Obra e Graça de Deus ou, não haverá jeito para nós pois, como termina a leitura de hoje: Iremos, agora para o desterro, na primeira fila e o bando dos gozadores será desfeito!

Ora, essa leitura de Amós nos prepara para compreendermos melhor a parábola do Evangelho de hoje (Lc 16, 19-31): Lázaro e o Rico!   A parábola, como a da Semana Passada, nos oferece alguns pontos para reflexão.   Vejamos:

a) Jesus conta a parábola para os Fariseus (homens que se gabavam por cumprir a Lei de forma rígida, rigorosa) mas, parece não compreender a Verdadeira Vontade do Senhor;

b) A parábola expõe a realidade de duas pessoas distintas: Lázaro e o Rico!   É interessante que na parábola é o pobre que tem NOME e o rico não.    Há uma discrepância entre a vida de um e de outro: enquanto o rico esbanja, o pobre não tem o que comer e, ainda por cima, os cães lambem suas feridas.   Enquanto estão aqui nesse mundo, o rico não percebe a presença do pobre que vive à sua porta e não se preocupa em diminuir a distância que os separa, usando bem os bens que possui.   Na verdade, o rico aprofunda o abismo que os separa quando deveria aterrá-lo;

c) O Bando dos Gozadores chega ao fim: a morte põe um fim a essa situação estapafúrdia.   Lázaro morre e é levado pelos anjos para junto de Pai Abraão e o rico morre, é enterrado e na região dos mortos se levanta e enxerga Lázaro ao lado de Pai Abraão.   Interessante perceber que nos tormentos o rico conseguiu perceber a existência, a presença de Lázaro que, durante toda a vida, fez questão de não perceber.   A situação se inverte...

d) O Rico que ser ajudado: pede a Lázaro que molhe o dedo para refrescar-lhe a língua pois sofre muito nos tormentos.   Infelizmente, não há como pois o abismo aprofundado durante a vida se eterniza após a morte.   Como não foi capaz de diminuir a distância entre ele e Lázaro durante a vida, depois dessa vida não há como fazê-lo;

e) Mandar avisos para os irmãos que ficaram por aqui: não será possível pois na vida há a Lei e os Profetas e são esses que, quando seguidos à risca, nos possibilitará chegar onde Lázaro se encontra.   É preciso ESCUTAR O QUE DIZEM A LEI E OS PROFETAS e, esse dizem que é preciso se preocupar com a ruína de José e não se contentar com a vida boa somente para si.   É preciso perceber o OUTRO que sofre ao nosso lado e fazer a nossa parte para diminuir-lhe o sofrimento.

Por fim, a Segunda Leitura (I Tm 6, 11-16) nos apresenta o Apóstolo alertando para fugirmos das coisas perversas, procurarmos a justiça, a piedade, a fé, o amor, a firmeza, a mansidão.   É preciso combater o combate da fé para se conquistar a Vida Eterna.

Que Deus nos conceda a graça de podermos viver a nossa vida, utilizando tudo que somos e temos para diminuir as distâncias que nos separam uns dos outros, criando pontes que nos aproximem!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

"XXV Domingo do Tempo Comum: A Verdadeira Relação com os Bens deste Mundo!" - 22 de Setembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos, hoje, com a Igreja no Mundo o XXV Domingo do Tempo Comum e, a partir de agora, entramos na reta final do Ano Litúrgico e, providencialmente, a Liturgia nos oferece a oportunidade de começarmos uma reflexão sobre o modo como estamos conduzindo a nossa própria vida.   O ano que chega ao fim nos coloca cara a cara com a realidade do fim de nossas vidas e, para nós que cremos, é importante que comecemos a nos questionar sobre o modo como estamos vivendo esse precioso DOM que o Senhor nos está concedendo.   Daqui há pouco não estaremos mais aqui e ao voltarmos para junto do nosso Pai do Céu, Ele nos interrogará sobre a maneira como cada um de nós conduziu a sua própria vida: se vivemos de acordo com a Vontade do Senhor ou, ao contrário, levamos a nossa vida de acordo com nossos impulsos, instintos, vontades ... fazendo o que nos dava na telha?

Nesse Domingo, a Palavra nos coloca diante de uma questão fundamental: Como estamos usando os bens que ao longo da vida o Senhor nos concede amealhar, acumular, ganhar?   Temos consciência de que TUDO é OBRA e GRAÇA de DEUS e portanto deveríamos utilizá-los na perspectiva da Sua Santa Vontade ou, contrariamente, pensamos que TUDO QUE TEMOS E SOMOS é OBRA DO NOSSO ESFORÇO PURO E SIMPLES e, diante disso, podemos fazer com eles o que nos der "na telha"?   O que espera Deus que nós façamos com os bens que Ele nos concedeu?

Assim, a Primeira Leitura (Am 8, 4-7) nos apresenta o Profeta Amós fazendo uma reflexão sobre o comportamento da Comunidade que pensava estar agradando ao Senhor Javé simplesmente por estar "cumprindo alguns preceitos da Lei".   A Comunidade guardava o Sábado, a Lua Nova se reunindo no Templo para "celebrar" o Senhor.   Porém, ao mesmo tempo em que cumpria tais preceitos da Lei (letra pela letra simplesmente), a cabeça e o coração maquinavam: "Quando passará a Lua Nova e o Sábado para se vender BEM A MERCADORIA, dar SAÍDA AO REFUGO DO TRIGO, para DIMINUIR MEDIDAS, AUMENTAR PESOS e ADULTERAR BALANÇAS, DOMINAR OS POBRES COM DINHEIRO e os HUMILDES  COM UM PAR DE SANDÁLIAS?
Diante disso, o Profeta anuncia: Por causa da soberba de Jacó: "Nunca mais esquecerei o que eles fizeram!"

Essa leitura nos coloca diante de uma realidade que temos que levar em consideração: o Senhor está atento e busca a coerência entre o Culto Celebrado e a Vida Vivida e, quando um não se liga ao outro, ou melhor, quando o a Vida não vem marcada pelos Valores que celebramos, esta Vida não agrada e, muito menos, o Culto!

Não é possível afirmar a crença num Deus que se põe do lado dos pobres e quer elevá-los, que levanta o indigente da poeira e retira o pobrezinho do lixo para fazê-lo assentar-se com os nobres do seu povo (Sl 112) e na vida cotidiana fazer exatamente o contrário.   Isso é incoerente e sinal de ausência de fé!

Dessa forma vamos caminhando para o Evangelho (Lc 16, 1-13) que nos oferece as possibilidades de compreender o que o Senhor espera de nós nessa vida no tocante à nossa relação com os bens.   A parábola do "Administrador Infiel" nos possibilita compreender o desejo de Deus.   Alguns pontos nos chamam a atenção no texto evangélico de hoje.   Vejamos:

a) A nossa relação com os bens que temos deve ser na perspectiva do Administrador e, como afirma São Paulo (ICor 4) o que se espera do administrador é que seja FIEL.   O problema surge quando, perdendo de vista essa realidade, nos comportamos como donos e passamos a fazer o que queremos com os bens que não são nossos;

b) Mais cedo ou mais tarde, a má administração vem à tona e a retirada do que nos foi confiado é inevitável: é preciso prestar contas ao verdadeiro dono;

c) O que fazer diante da realidade de perda da administração?  Cavar? Não se tem forças!   Mendigar?   É vergonhoso demais!

d) A Grande Saída: é preciso modificar o modelo utilizado até o momento na administração: no lugar de extorquir daqueles que não têm, amortecer a dívida para FAZER AMIGOS!   Aqui, o CENTRO DO EVANGELHO DE HOJE!

e) Quem deve 100 medidas de óleo passa a dever 50 e quem deve 100 medidas de trigo passa para 80.   Que alegria deve ter sido gerada na vida desses devedores... afinal de contas foram diminuídos 50 e 20%, dependendo do produto!   O Administrador criou uma estratégia para não ser deixado na "rua da amargura" quando o Senhor lhe retirasse a Administração!   É uma saída de MESTRE!

f) O Senhor elogia a atitude do Administrador e recomenda: Usai o dinheiro INJUSTO PARA FAZER AMIGOS POIS QUANDO O DINHEIRO ACABAR SERÃO ELES QUE NOS RECEBERÃO NAS MORADAS ETERNAS!   Aqui, encontramos o que o Senhor deseja que façamos com os bens desse mundo: FAZER AMIGOS!

Por fim, Jesus elenca uma série de sentenças que nos chamam a atenção: Fiel nas pequenas coisas, fiel nas grandes; injusto nas pequenas, injusto nas grandes; infidelidade no uso do dinheiro injusto, ninguém nos confiará o Verdadeiro Bem; infidelidade na administração daquilo que NÃO é nosso, não haverá quem nos ofereça o que é, de fato, nosso.   Não se pode servir a dois senhores: ou Deus, ou o Dinheiro!   A opção é nossa com as suas devidas consequências!

Na Segunda Leitura (I Tm 2, 1-8) vemos o Apóstolo recomendando a prática de orações por todos, sobretudo os que exercem alguma função de dirigência e que tem subordinados sob seus cuidados para que faça o que o Senhor deseja.   A oração deve ser produto de mãos santas, sem iras e discussões pois, como temos na primeira leitura, a incoerência impede a chegada da mesma até Deus!   Pense nisso!!!

Que Deus nos ajude a viver a nossa Vida realizando a Sua Vontade apesar das dificuldades!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

"XXIV Domingo do Tempo Comum: Deus Perdoa porque Ama e o Ser Humano que se sente Perdoado modifica a sua História de Vida!" - 15 de Setembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Seguimos pelos Caminhos da Liturgia buscando na Palavra de Deus de cada Domingo compreendê-Lo melhor para restaurarmos em nós a Sua Imagem e Semelhança.

Nesse XXIV Domingo a Palavra que nos é proposta nos coloca em contato com uma característica divina que nós gostamos muito quando essa característica é utilizada em nosso favor ou em favor daqueles (as) que nos são caros mas, em contrapartida, nos deixa extremamente aborrecidos, irritados, escandalizados, entre outros quando percebemos que, pelo fato de ser uma característica divina ela não muda pois Deus é Imutável e continua o mesmo Ontem, Hoje e Sempre e, mais ainda, é o mesmo PARA TODOS (AS) entendendo esse TODOS (AS) como sendo TODOS (AS) mesmo (sem exclusão de ninguém).   Estamos falando da capacidade de PERDOAR que existe em Deus e que é Infinita como Infinito é o Seu Amor por nós (vide comentário da Festa da Exaltação da Santa Cruz de ontem).

Assim, na Primeira Leitura (Êx 32, 7-11.13-14) temos um episódio marcante da Travessia do Deserto: Moisés subira à montanha para receber do Senhor as Tábuas da Lei e como demorasse muito para voltar, o povo impaciente resolveu construir um Bezerro de Ouro para adorar como se deus fosse!

A construção do Bezerro de Metal Fundido é extremamente grave pois demonstra que o Povo deseja e reconhece os "deuses" egípcios (opressores) como verdadeiros e Javé fica como sendo o falso, o mentiroso: há uma troca de valores ao trocar Javé pela imagem de Metal fundido.   Javé percebe a dureza do coração e da cabeça do povo e propõe a Moisés o extermínio de todos eles mas, para compensar a perda, faria sair dele (Moisés) um novo povo que Lhe seria fiel.   Nesse momento, a Leitura nos apresenta o líder tomando, mais uma vez, as dores do povo e intercedendo em favor dele.   Moisés sabe que não poderá oferecer como garantia a fidelidade do povo pois este é, por sua vez, inclinado ao mal, ao pecado, à transgressão.   Diante disso, Moisés apela para a própria Palavra de Deus que não muda nunca: Lembra-te de teus servos Abraão, Issac e Jacó a quem prometestes descendência numerosa...   Não pela povo mas por ser Deus imutável e Sua Palavra irrevogável, Deus desiste do mal que ameaçara fazer contra o povo.

Ora, essa Primeira Leitura nos prepara para a Mensagem Escandalosa do Evangelho de hoje (Lc 15, 1-32). Estamos no Coração do Evangelho de Lucas com as Parábolas da Misericórdia: Ovelha, Dracma e Filho Perdidos!    Deus, por sua vez, é igual e age como o Pastor, a Mulher e o Pai!   Vejamos:

Num primeiro momento é importante frisar que as parábolas desse capítulo não são contadas para os pecadores mas, ao contrário são contadas para aqueles que se pretendendo melhores, acusa Jesus de ficar muito bem ao lado dos publicanos e pecadores públicos.   As parábolas são contadas para os Fariseus e os Mestres da Lei!   É para esses que se sentem melhores que os demais que o Senhor conta tais histórias para revelar quem, de fato, é Deus a partir das ações de Deus para como os pecadores.

A ovelha perdida que provoca alegria quando é encontrada pelo dono e o leva a reunir os amigos e fazer festa bem como a alegria da mulher que encontra a moeda perdida e reúne as amigas e faz festa, revelam a alegria do Pai do Céu quando um pecador é encontrado e levado de volta para sua Casa.   Assim como o Pastor e a Mulher, o Pai do Céu não mede esforços, se desvela fazendo tudo que é possível para resgatar o que fora perdido.   Como viver em nossas Comunidades essa característica do Pai do Céu é difícil, complicada...

A última parábola nos deixa mais escandalizados ainda: um Pai tem dois filhos ou, melhor dizendo, duas maneiras distintas dos filhos de comportarem.   Por um momento, o mais novo começa a achar a Casa do Pai um "saco" e deseja viver longe pensando que seria o melhor para ele.   Interessante que o filho mais moço que sair de casa mas não tem nada de seu para levar e quer que o Pai reparta a herança se esquecendo que herança é algo que se apossa quando o verdadeiro dono (no caso, o pai) já não está mais aqui.   Porém, o Pai que Ama, respeita a decisão do filho e faz como o mesmo havia pedido.   Alegre, o filho parte para longe e distante esbanja os bens numa vida desenfreada.

Como diz o ditado: "Desgraça pouca é atraso de vida!" terminando o dinheiro da herança ainda sobreveio uma seca na região e o filho começou a passar fome.   Teve que trabalhar mas não tinha trabalho.   Por fim, conseguiu um trabalho degradante: cuidar de porcos (animal impuro para os judeus)!   A parábola afirma que o menino desejava matar a fome com a comida dos porcos mas, nem isso, lhe davam.    Em outras palavras: o filho se tornou pior que os porcos!   É aqui que uma "pseudo mudança", "pseudo conversão" surge:  quantos empregados na Casa de meu Pai têm pão com fartura e eu aqui morrendo de fome... Vou me levantar e voltar para meu Pai... Vou dizer-lhe: Pai, pequei contra o céu e contra Ti! Já não mereço ser chamado seu filho mas trata-me como um dos teus empregados!    Que maravilha!   Poderíamos pensar!   O filho se arrependeu!   Será conversão ou dor no estômago de fome?   Mas, seja lá o que tenha levado o filho de volta, pouco importa pois para o Pai importante será recuperá-lo são e salvo e é isso que a parábola quer demonstrar: mais que o pecado do filho e o seu possível arrependimento ou não, a parábola está preocupada em nos fazer entender o AMOR MISERICORDIOSO DO PAI!

O filho volta e quando ainda está longe é avistado pelo Pai que correndo ao seu encontro nem lhe deixa falar tudo que havia ensaiado dizer.   O filho não tem aparência de filho: está esfarrapado, descalço, sem anel e o Pai resolve a situação: traga uma túnica e vista o meu filho, ponha o anel no dedo e sandálias nos pés, mate um novilho gordo e faça-se uma festa pois o filho estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi encontrado!  E começaram a FESTA!

Problema:  havia um outro filho (o mais velho = fariseu, mestre da lei) que voltava do campo e ao ouvir barulho de festa intrigou-se e perguntou a um empregado o que estava acontecendo: É teu irmão que voltou e teu Pai está dando uma FESTA por tê-lo recuperado são e salvo!   Esse, por sua vez não quis entrar e indignou-se com a atitude do Pai.   O Pai era injusto pois para ele que nunca havia se afastado, nunca foi dado um cabrito para festejar com os amigos mas, o outro filho que esbanjara os bens com as "prostitutas", ao retornar estava sendo recebido com festa! 

Isso é demais!   Isso é uma afronta!   Festa deve ser feita para quem "merece"!   Mas, quem merece?   

O Pai tenta convencer o irmão mais velho da necessidade da festa mas, o Evangelho, de propósito, não afirma se o mesmo entrou ou permaneceu fora.   Isso é para cada um de nós pensar: eu entraria ou não?   Aceitaria a atitude do Pai ou a criticaria?    Como eu fico nessa história?

Por fim, a Segunda Leitura (I Tm 1, 12-17) vemos o Apóstolo Paulo narrando como o Senhor foi misericordioso para com ele ao designá-lo para o Serviço do Evangelho: blasfemador, perseguidor, alguém que insultava.   A sua vida é a confirmação de que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores e, dentre esses, ele (Paulo) ocupa o primeiro lugar!

Queiramos ou não, Deus é o que é!   Aceitá-Lo fará bem pra nós e renegá-Lo produzirá em nós a amargura e a tristeza de uma vida vivida longe D'Ele!    Que o Espírito Santo nos ensine e nos conduza pelos caminhos que nos levarão à Salvação!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

"Festa da Exaltação da Santa Cruz: Na Cruz do Senhor, a Revelação do Supremo Amor de Deus por nós!" - 14 de Setembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos hoje, com toda a Igreja, a Festa da Exaltação da Santa Cruz que, em nossa Comunidade Paroquial tem um sentido especial pois a mesma é a nossa Padroeira Principal.

Eu sempre falo que a escolha de um Padroeiro, de uma Padroeira não é algo que ocorre por acaso na vida de uma Comunidade de Fé.   Na verdade, quando a Comunidade faz tal escolha ela está querendo dizer que deseja se tornar uma Comunidade de Santos e Santas seguindo pelos caminhos que aquele irmão, aquela irmã seguiram.   Daí, conhecer o mais profundamente o que levou a Igreja a decretar a santidade do escolhido, da escolhida será fundamental.   No nosso caso, em especial, nós não temos uma pessoa mas um objeto que se tornou santo por conta Daquele que nele morreu: A Cruz se torna Santa por conta de ter sido utilizada para matar o Senhor da Vida e, tal situação nos revelou o extremo Amor do Pai por nós!   Diante disso, não podemos ficar indiferentes e a Palavra de Deus proposta para essa Liturgia nos chama a atenção.   Vejamos:

Na Primeira Leitura (Nm 21, 4b-9) temos um episódio que marcou a travessia do Deserto rumo à Terra Prometida: a impaciência e as reclamações do povo contra Deus e Moisés!   É interessante como o Povo do Primeiro Testamento é muito parecido conosco hoje em dia: nós, também, quando não aguentamos mais o peso das dificuldades da vida (escravidão egípcia) recorremos a Deus e clamamos para que nos ajude, nos socorra mas, ao mesmo tempo, não sabemos aceitar os caminhos escolhidos por Ele (Deus) para realizar o socorro que pedimos e, nos impacientamos e murmuramos contra Ele.  No deserto falta pão, falta água e o maná já está enjoando!

Serpentes abrasadoras se colocam contra o povo que ao ser mordido por elas, morrem e, ao perceberem que estão morrendo, clamam por ajuda a Moisés que, por sua vez, pede ao Senhor em favor do povo.   Ao pedido de Moisés, o Senhor responde: Faze uma serpente de bronze e coloca-a como SINAL numa haste; aquele que for mordido e olhar para ela viverá.     E, assim foi feito e o que era mordido, olhava a serpente e ficava curado!   Que bela história e que lições poderemos retirar daqui:   não era a serpente que curava mas a o que a serpente de bronze recordava, isto é, olhando para a serpente o povo se lembrava de Deus que os havia tirado da escravidão do Egito e, o desejo de fidelidade a Ele voltava.   Deus curava e assim demonstrava o Seu Amor para com eles.

Essa leitura é usada por Jesus no Evangelho da Santa Missa de hoje para demonstra o infinito Amor por todos nós: Deus amou tanto o mundo, que deu o Seu Filho Unigênito, para que não morra todo o que N'Ele crer, mas tenha a Vida Eterna! ... Deus não enviou o Seu Filho ao Mundo para condená-lo mas para que o mundo seja salvo por Ele! (Jo 3, 13-17)

Celebrar a Festa da Exaltação da Santa Cruz nos coloca em contato com essa Verdade: Deus nos amou a ponto de morrer na Cruz para nos salvar!   Uma Comunidade que tem a Santa Cruz como Patrona Principal não pode ser incoerente com tal mensagem mas, ao contrário, ela deverá ser a primeira a se esforçar para que, em seu meio, esse Amor Infinito e Misericordioso do Pai revelado na Cruz, se concretize plenamente em nosso meio. 

As lições da Cruz devem estar constantemente presentes em nossas ações e, nesse sentido, a Segunda Leitura (Fl 2, 6-11) nos orienta: Jesus Cristo é o nosso modelo maior e apesar de existir em condição divina desde sempre, não se apegou a isso mas se REBAIXOU e ASSUMIU, por AMOR a nossa condição humana e foi OBEDIENTE até a MORTE E MORTE DE CRUZ!   Por isso o Pai o exaltou e lhe deu o nome mais excelso e mais sublime, que está acima de todo nome para que ao NOME DE JESUS TODO JOELHO SE DOBRE NO CÉU, NA TERRA E ABAIXO DA TERRA e TODA LÍNGUA PROCLAME PARA GLÓRIA DE DEUS PAI QUE JESUS É O SENHOR!

Que Deus nos conceda a graça de vivermos em nosso cotidiano as lições da Cruz do Senhor!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

"XXIII Domingo do Tempo Comum: A Opção por Deus e Seu Projeto exige Radicalidade!" - 08 de Setembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade à nossa Caminhada de Fé, celebramos o XXIII Domingo do Tempo Comum e, buscamos na Palavra de Deus as pistas, as luzes, as orientações para nos tornarmos santos e perfeitos como nosso Pai do Céu é Santo e Perfeito.

Assim, mergulhando nos textos da Palavra que nos é oferecido nesse Domingo descobriremos que a opção por Deus e Seu Projeto exige RADICALIDADE pois será preciso compreender que o SENHOR DEVERÁ OCUPAR O PRIMEIRO LUGAR EM NOSSA EXISTÊNCIA!   Isso não é tarefa fácil pois temos muitas dificuldades para entender e, automaticamente, para aceitar.

Por isso, na Primeira Leitura (Sb 9, 13-18) encontramos o autor sagrado nos colocando a dificuldade que temos, como seres humanos, para mergulhar nos desígnios do Senhor e compreendê-los de fato.   Numa Sociedade do I Séc. a.C. mergulhada nas "seduções" do Império Grego que dominava, a Comunidade Judaica é tentada a ser o "próprio Deus", definindo seus próprios caminhos.   Por isso, o autor começa a leitura de hoje perguntando: Qual é o homem que pode conhecer os desígnios de Deus? Ou quem pode imaginar o desígnio do Senhor?   O autor conclui que os pensamentos humanos são tímidos e as reflexões humanas incertas pois temos um corpo pesado, marcado pelo pecado que nos impede de compreender a vontade do Senhor.   Na verdade, o autor da Sabedoria nos faz compreender que na vida, nós compreendemos por baixo, os assuntos que são próprios do nosso cotidiano, que faz parte da nossa vivência nesse mundo.   Daí, como poderíamos compreender o que há no Céu, o que há em Deus?  

Por fim, a leitura nos revela que há um caminho, há uma possibilidade para se compreender os pensamentos e desígnios do Altíssimo: abrir-se a Ele para receber D'Ele a Sabedoria que Lhe é própria, para receber o Seu Santo Espírito que nos revela a Sua Santa Vontade e nos faz compreendê-la plenamente.   É assim que os homens conseguem fazer o que agrada ao Senhor e promovem a retidão de seus caminhos nesse mundo.

Ora, a Primeira Leitura nos prepara para a compreensão das exigências que o Senhor nos faz no Evangelho de hoje (Lc 14, 25-33) pois é um trecho - para dizer o mínimo - de extrema complexidade para nós humanos.   

Em primeiro lugar, me chama a atenção mais uma vez, o "desconforto" que o Senhor parece ter diante das multidões que se formam ao seu redor.   Parece que Jesus "percebe" que a formação das multidões se dá por um equívoco com relação à sua mensagem, as pessoas não compreendem o verdadeiro alcance e estão ali por conta de outros fatores que não o essencial.   Por isso, vira e mexe, o Senhor promove discursos mais intensos, mais fortes, mais exigentes como é o caso, me parece, de hoje.

Seguir o Senhor é um convite feito a todos, de todo e qualquer tempo mas, segui-Lo exige algumas tomadas de posições radicais que, infelizmente, nem sempre, queremos para nós.   Talvez, melhor seria se pudéssemos segui-Lo sem ter que deixar nada que gostamos, amamos para trás.   Não é esse o caso pois o Senhor exige o Primeiro Lugar, o Lugar Central em nossa vida não aceitando que nada nem ninguém ocupe tal posição: pai, mãe, mulher, filhos, irmãos, irmãs e, até a própria vida devem ser postos em segundo plano ou, mais radicalmente ainda, devem ser desconsiderados frente a Vontade do Senhor para nós!   Eis aqui uma tarefa bastante difícil de cumprir pois temos dificuldade para compreendê-la.   Isso é CRUZ  que deve ser assumida a cada dia para sermos fieis ao Senhor.

Portanto, é preciso ser prudente e pensar no que se quer para não nos tornarmos motivo de chacotas, de gozação dos que nos cercam.   É preciso saber se temos condições para viver do jeito que o Senhor quer para não cairmos na armadilha de começarmos um projeto que não teremos condições de levá-lo adiante.   É preciso ser como o construtor da torre que senta e calcula os gastos para ver se tem o suficiente para concluir o projeto ou o rei que possuindo somente dez mil homens calcula se poderá vencer o adversário que vem de encontro a ele com vinte mil.   Se não puderem, tanto o construtor como o rei, desistem da empreitada para não serem surpreendidos com a derrota iminente.

Ser Cristão não é e nunca foi tarefa fácil mas, em contrapartida, é sempre possível pois o Senhor nos garante o auxílio de que necessitamos.   O Seu Espírito de Sabedoria está em nós e basta darmos ouvidos ao que Ele diz para conseguirmos colocar em prática o que o Senhor nos pede por mais que nos pareça complicado e impossível.   São Paulo escrevendo a Filêmon na Segunda Leitura (Fm 1, 9b-10.12-17) nos revela isso: o seu pedido de perdão para o seu filho gestado na prisão é um exemplo do impossível que acontece quando nos abrimos à Vontade do Senhor e aos desígnios de Seu Espírito!

Que Deus nos ajude nessa Celebração a compreender a Sua Vontade a respeito de cada um (a) de nós e, nos comunicando o Seu Espírito de Sabedoria saibamos seguir pelos caminhos que nos são propostos por Ele.   Assim seja!!!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares