Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!
Celebramos, hoje, com a Igreja no Mundo o XXV Domingo do Tempo Comum e, a partir de agora, entramos na reta final do Ano Litúrgico e, providencialmente, a Liturgia nos oferece a oportunidade de começarmos uma reflexão sobre o modo como estamos conduzindo a nossa própria vida. O ano que chega ao fim nos coloca cara a cara com a realidade do fim de nossas vidas e, para nós que cremos, é importante que comecemos a nos questionar sobre o modo como estamos vivendo esse precioso DOM que o Senhor nos está concedendo. Daqui há pouco não estaremos mais aqui e ao voltarmos para junto do nosso Pai do Céu, Ele nos interrogará sobre a maneira como cada um de nós conduziu a sua própria vida: se vivemos de acordo com a Vontade do Senhor ou, ao contrário, levamos a nossa vida de acordo com nossos impulsos, instintos, vontades ... fazendo o que nos dava na telha?
Nesse Domingo, a Palavra nos coloca diante de uma questão fundamental: Como estamos usando os bens que ao longo da vida o Senhor nos concede amealhar, acumular, ganhar? Temos consciência de que TUDO é OBRA e GRAÇA de DEUS e portanto deveríamos utilizá-los na perspectiva da Sua Santa Vontade ou, contrariamente, pensamos que TUDO QUE TEMOS E SOMOS é OBRA DO NOSSO ESFORÇO PURO E SIMPLES e, diante disso, podemos fazer com eles o que nos der "na telha"? O que espera Deus que nós façamos com os bens que Ele nos concedeu?
Assim, a Primeira Leitura (Am 8, 4-7) nos apresenta o Profeta Amós fazendo uma reflexão sobre o comportamento da Comunidade que pensava estar agradando ao Senhor Javé simplesmente por estar "cumprindo alguns preceitos da Lei". A Comunidade guardava o Sábado, a Lua Nova se reunindo no Templo para "celebrar" o Senhor. Porém, ao mesmo tempo em que cumpria tais preceitos da Lei (letra pela letra simplesmente), a cabeça e o coração maquinavam: "Quando passará a Lua Nova e o Sábado para se vender BEM A MERCADORIA, dar SAÍDA AO REFUGO DO TRIGO, para DIMINUIR MEDIDAS, AUMENTAR PESOS e ADULTERAR BALANÇAS, DOMINAR OS POBRES COM DINHEIRO e os HUMILDES COM UM PAR DE SANDÁLIAS?
Diante disso, o Profeta anuncia: Por causa da soberba de Jacó: "Nunca mais esquecerei o que eles fizeram!"
Essa leitura nos coloca diante de uma realidade que temos que levar em consideração: o Senhor está atento e busca a coerência entre o Culto Celebrado e a Vida Vivida e, quando um não se liga ao outro, ou melhor, quando o a Vida não vem marcada pelos Valores que celebramos, esta Vida não agrada e, muito menos, o Culto!
Não é possível afirmar a crença num Deus que se põe do lado dos pobres e quer elevá-los, que levanta o indigente da poeira e retira o pobrezinho do lixo para fazê-lo assentar-se com os nobres do seu povo (Sl 112) e na vida cotidiana fazer exatamente o contrário. Isso é incoerente e sinal de ausência de fé!
Dessa forma vamos caminhando para o Evangelho (Lc 16, 1-13) que nos oferece as possibilidades de compreender o que o Senhor espera de nós nessa vida no tocante à nossa relação com os bens. A parábola do "Administrador Infiel" nos possibilita compreender o desejo de Deus. Alguns pontos nos chamam a atenção no texto evangélico de hoje. Vejamos:
a) A nossa relação com os bens que temos deve ser na perspectiva do Administrador e, como afirma São Paulo (ICor 4) o que se espera do administrador é que seja FIEL. O problema surge quando, perdendo de vista essa realidade, nos comportamos como donos e passamos a fazer o que queremos com os bens que não são nossos;
b) Mais cedo ou mais tarde, a má administração vem à tona e a retirada do que nos foi confiado é inevitável: é preciso prestar contas ao verdadeiro dono;
c) O que fazer diante da realidade de perda da administração? Cavar? Não se tem forças! Mendigar? É vergonhoso demais!
d) A Grande Saída: é preciso modificar o modelo utilizado até o momento na administração: no lugar de extorquir daqueles que não têm, amortecer a dívida para FAZER AMIGOS! Aqui, o CENTRO DO EVANGELHO DE HOJE!
e) Quem deve 100 medidas de óleo passa a dever 50 e quem deve 100 medidas de trigo passa para 80. Que alegria deve ter sido gerada na vida desses devedores... afinal de contas foram diminuídos 50 e 20%, dependendo do produto! O Administrador criou uma estratégia para não ser deixado na "rua da amargura" quando o Senhor lhe retirasse a Administração! É uma saída de MESTRE!
f) O Senhor elogia a atitude do Administrador e recomenda: Usai o dinheiro INJUSTO PARA FAZER AMIGOS POIS QUANDO O DINHEIRO ACABAR SERÃO ELES QUE NOS RECEBERÃO NAS MORADAS ETERNAS! Aqui, encontramos o que o Senhor deseja que façamos com os bens desse mundo: FAZER AMIGOS!
Por fim, Jesus elenca uma série de sentenças que nos chamam a atenção: Fiel nas pequenas coisas, fiel nas grandes; injusto nas pequenas, injusto nas grandes; infidelidade no uso do dinheiro injusto, ninguém nos confiará o Verdadeiro Bem; infidelidade na administração daquilo que NÃO é nosso, não haverá quem nos ofereça o que é, de fato, nosso. Não se pode servir a dois senhores: ou Deus, ou o Dinheiro! A opção é nossa com as suas devidas consequências!
Na Segunda Leitura (I Tm 2, 1-8) vemos o Apóstolo recomendando a prática de orações por todos, sobretudo os que exercem alguma função de dirigência e que tem subordinados sob seus cuidados para que faça o que o Senhor deseja. A oração deve ser produto de mãos santas, sem iras e discussões pois, como temos na primeira leitura, a incoerência impede a chegada da mesma até Deus! Pense nisso!!!
Que Deus nos ajude a viver a nossa Vida realizando a Sua Vontade apesar das dificuldades! Assim seja!
Boa Celebração para todos (as)!
Pe. Ezaques Tavares
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