terça-feira, 15 de outubro de 2013

"XXV Domingo do Tempo Comum: A Verdadeira Relação com os Bens deste Mundo!" - 22 de Setembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos, hoje, com a Igreja no Mundo o XXV Domingo do Tempo Comum e, a partir de agora, entramos na reta final do Ano Litúrgico e, providencialmente, a Liturgia nos oferece a oportunidade de começarmos uma reflexão sobre o modo como estamos conduzindo a nossa própria vida.   O ano que chega ao fim nos coloca cara a cara com a realidade do fim de nossas vidas e, para nós que cremos, é importante que comecemos a nos questionar sobre o modo como estamos vivendo esse precioso DOM que o Senhor nos está concedendo.   Daqui há pouco não estaremos mais aqui e ao voltarmos para junto do nosso Pai do Céu, Ele nos interrogará sobre a maneira como cada um de nós conduziu a sua própria vida: se vivemos de acordo com a Vontade do Senhor ou, ao contrário, levamos a nossa vida de acordo com nossos impulsos, instintos, vontades ... fazendo o que nos dava na telha?

Nesse Domingo, a Palavra nos coloca diante de uma questão fundamental: Como estamos usando os bens que ao longo da vida o Senhor nos concede amealhar, acumular, ganhar?   Temos consciência de que TUDO é OBRA e GRAÇA de DEUS e portanto deveríamos utilizá-los na perspectiva da Sua Santa Vontade ou, contrariamente, pensamos que TUDO QUE TEMOS E SOMOS é OBRA DO NOSSO ESFORÇO PURO E SIMPLES e, diante disso, podemos fazer com eles o que nos der "na telha"?   O que espera Deus que nós façamos com os bens que Ele nos concedeu?

Assim, a Primeira Leitura (Am 8, 4-7) nos apresenta o Profeta Amós fazendo uma reflexão sobre o comportamento da Comunidade que pensava estar agradando ao Senhor Javé simplesmente por estar "cumprindo alguns preceitos da Lei".   A Comunidade guardava o Sábado, a Lua Nova se reunindo no Templo para "celebrar" o Senhor.   Porém, ao mesmo tempo em que cumpria tais preceitos da Lei (letra pela letra simplesmente), a cabeça e o coração maquinavam: "Quando passará a Lua Nova e o Sábado para se vender BEM A MERCADORIA, dar SAÍDA AO REFUGO DO TRIGO, para DIMINUIR MEDIDAS, AUMENTAR PESOS e ADULTERAR BALANÇAS, DOMINAR OS POBRES COM DINHEIRO e os HUMILDES  COM UM PAR DE SANDÁLIAS?
Diante disso, o Profeta anuncia: Por causa da soberba de Jacó: "Nunca mais esquecerei o que eles fizeram!"

Essa leitura nos coloca diante de uma realidade que temos que levar em consideração: o Senhor está atento e busca a coerência entre o Culto Celebrado e a Vida Vivida e, quando um não se liga ao outro, ou melhor, quando o a Vida não vem marcada pelos Valores que celebramos, esta Vida não agrada e, muito menos, o Culto!

Não é possível afirmar a crença num Deus que se põe do lado dos pobres e quer elevá-los, que levanta o indigente da poeira e retira o pobrezinho do lixo para fazê-lo assentar-se com os nobres do seu povo (Sl 112) e na vida cotidiana fazer exatamente o contrário.   Isso é incoerente e sinal de ausência de fé!

Dessa forma vamos caminhando para o Evangelho (Lc 16, 1-13) que nos oferece as possibilidades de compreender o que o Senhor espera de nós nessa vida no tocante à nossa relação com os bens.   A parábola do "Administrador Infiel" nos possibilita compreender o desejo de Deus.   Alguns pontos nos chamam a atenção no texto evangélico de hoje.   Vejamos:

a) A nossa relação com os bens que temos deve ser na perspectiva do Administrador e, como afirma São Paulo (ICor 4) o que se espera do administrador é que seja FIEL.   O problema surge quando, perdendo de vista essa realidade, nos comportamos como donos e passamos a fazer o que queremos com os bens que não são nossos;

b) Mais cedo ou mais tarde, a má administração vem à tona e a retirada do que nos foi confiado é inevitável: é preciso prestar contas ao verdadeiro dono;

c) O que fazer diante da realidade de perda da administração?  Cavar? Não se tem forças!   Mendigar?   É vergonhoso demais!

d) A Grande Saída: é preciso modificar o modelo utilizado até o momento na administração: no lugar de extorquir daqueles que não têm, amortecer a dívida para FAZER AMIGOS!   Aqui, o CENTRO DO EVANGELHO DE HOJE!

e) Quem deve 100 medidas de óleo passa a dever 50 e quem deve 100 medidas de trigo passa para 80.   Que alegria deve ter sido gerada na vida desses devedores... afinal de contas foram diminuídos 50 e 20%, dependendo do produto!   O Administrador criou uma estratégia para não ser deixado na "rua da amargura" quando o Senhor lhe retirasse a Administração!   É uma saída de MESTRE!

f) O Senhor elogia a atitude do Administrador e recomenda: Usai o dinheiro INJUSTO PARA FAZER AMIGOS POIS QUANDO O DINHEIRO ACABAR SERÃO ELES QUE NOS RECEBERÃO NAS MORADAS ETERNAS!   Aqui, encontramos o que o Senhor deseja que façamos com os bens desse mundo: FAZER AMIGOS!

Por fim, Jesus elenca uma série de sentenças que nos chamam a atenção: Fiel nas pequenas coisas, fiel nas grandes; injusto nas pequenas, injusto nas grandes; infidelidade no uso do dinheiro injusto, ninguém nos confiará o Verdadeiro Bem; infidelidade na administração daquilo que NÃO é nosso, não haverá quem nos ofereça o que é, de fato, nosso.   Não se pode servir a dois senhores: ou Deus, ou o Dinheiro!   A opção é nossa com as suas devidas consequências!

Na Segunda Leitura (I Tm 2, 1-8) vemos o Apóstolo recomendando a prática de orações por todos, sobretudo os que exercem alguma função de dirigência e que tem subordinados sob seus cuidados para que faça o que o Senhor deseja.   A oração deve ser produto de mãos santas, sem iras e discussões pois, como temos na primeira leitura, a incoerência impede a chegada da mesma até Deus!   Pense nisso!!!

Que Deus nos ajude a viver a nossa Vida realizando a Sua Vontade apesar das dificuldades!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

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