sábado, 27 de abril de 2013

"V Domingo da Páscoa: A Vivência do Mandamento do Amor e a Construção da Jerusalém Celeste!" - 28 de Abril de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos, hoje, com a Igreja no mundo, o V Domingo da Páscoa e, entramos na reta final desse Tempo Litúrgico tão importante para a nossa Caminhada de Fé: a Ressurreição de Jesus é o fundamento da nossa Fé pois se Ele não houvesse ressuscitado nós seríamos as mais tolas das criaturas, afirma o Apóstolo Paulo.

A Palavra de Deus de hoje nos apresenta o Mandamento Novo do Amor como condição para se construir, já aqui, a Jerusalém do Céu.   As novas relações que se pautam por tal sentimento serão capazes de estabelece entre nós a Cidade de Deus.

Assim, no Evangelho (Jo 13, 31-33a.34-35) temos o início do Discurso de Despedida de Jesus.   Durante a Última Ceia, logo após a saída de Judas Iscariotes, Jesus dá início àquele que é conhecido como sendo o Último Discurso para os seus: o discurso de Despedida.   O texto está dividido em dois momentos que se sucedem: a) glorificação do Filho do Homem e do Pai; b) O Mandamento Novo.   

O Primeiro Momento nos mostra Jesus falando que a traição de Judas que estava para acontecer seria o momento da Glorificação do Filho do Homem.   Aqui, nos perguntamos: "Como a traição e tudo que a ela sucedeu pode ser um momento de Glória?"  E, respondemos que, verdadeiramente, os caminhos e desígnios do Pai são totalmente opostos aos nossos.   Assim como no Prólogo (Jo 1, 1-18) temos a primeira indicação de Glória desse Evangelho e, a mesma se revela como sendo o ato da Encarnação do Verbo (rebaixamento do Filho à nossa condição humana), nesse momento da Última Ceia, também, a glorificação tem um caráter de entrega e rebaixamento.   O ponto alto da glorificação será a Cruz quando o Filho entregar a vida para nos salvar, demonstrando o seu Infinito Amor por cada um (a) de nós.

O Segundo Momento, nos apresenta Jesus deixando muito claro como Ele gostaria de ser perpetuado entre os seus.   A sua saída do nosso meio não deverá significar o fim da sua presença entre nós.   O Testamento Final de Jesus nos apresenta aquilo que Ele gostaria de deixar como lição fundamental para os seus: o Amor Perfeito e Incondicional com que Ele nos amou deverá ser a marca de todos aqueles (as) que quiserem ser a Ele fiéis.   Não haverá outra forma de se mostrar fiel a não ser pelo Amor como Ele nos amou.

Fazer a Experiência com esse Amor Incondicional e Infinito do Pai revelado a nós por meio do Filho Jesus, transforma a nossa vida e, passamos a fazer com que tudo e todos sejam tocados por tal Amor.   É isso que Paulo e Barnabé, na Primeira Leitura (At 14, 21b-27) fazem: encorajam as Comunidades, exortado-as  a permanecerem firmes na fé, vencendo os sofrimentos que a Caminhada oferecer e designando presbíteros para cuidarem e conduzirem os trabalhos deixados pelo Senhor Jesus.   O Retorno da Primeira Viagem Missionário de Paulo é marcada pela confirmação da Fé e pelo desejo de que os membros das Comunidades sejam fortalecidos para tudo que possa vir.

Vencer as dificuldades e manter-se firme na Fé, sem sucumbir e sem desistir do Caminho proposto faz com que a Jerusalém do Alto desça de junto de Deus, no Céu, para a terra.   Isso vemos na Segunda Leitura (Ap 21, 1-5a).   A Cidade de Deus é um Dom do Pai para os seus e vem de junto Dele: nela não há mais dor, sofrimento, lágrima e, o mar, não existe mais pois tudo que era velho passou e Deus fez novas todas as coisas.   É essa Cidade que somos chamados (as) a construir com a nossa fidelidade ao Mandamento Novo do Amor que o Senhor nos deixou como Seu Testamento!

Que Deus nos ajude a viver a nossa vida de tal modo que possamos colaborar na construção dessa Jerusalém do Alto!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares


sábado, 20 de abril de 2013

"IV Domingo da Páscoa: Jesus Ressuscitado é o Bom Pastor de nossas Vidas!"

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Ressuscitado!

Com alegria, chegamos ao IV  Domingo do Tempo da Páscoa e, todos os anos, a Liturgia nos apresenta a Jesus como o Bom Pastor do Rebanho e, por conta disso, esse domingo é conhecido como o Domingo do Bom Pastor e Dia Mundial de Orações pelas Vocações.

Vivendo a Espiritualidade Pascal, buscamos a Vida Nova que a Ressurreição do Senhor nos oferece e, para tanto, é importante recordarmos que, vencer o mal e matar em cada um (a) de nós a vida velha, são tarefas urgentes.

Nesse sentido, a Palavra de Deus se torna uma forte aliada pois será Ela (Palavra) a responsável por nos iluminar, nos levando a enxergar aonde estão os sinais de morte, de pecado em nossas vidas.   A Palavra de Deus é a Luz que nos ilumina nessa Caminhada de Fé.

Daí, o Evangelho de hoje (Jo 10, 27-30) é a última etapa desse capítulo que trouxe à tona o discurso de Jesus, aonde Ele se declara o Bom Pastor do Rebanho.   Esse capítulo 10 é uma espécie de resposta ao acontecimento que marcou o capítulo 9 e, portanto para compreendermos a sua força será importante retomar o episódio que dominou todo o capítulo anterior, a saber, o capítulo 9.

Nesse capítulo 9, temos a narrativa de um milagre que Jesus operou em favor de um cego de nascença.  Tudo começa quando o Senhor e os discípulos se deparam com tal cego e, uma pergunta sobre quem havia pecado para a pessoa nascesse cega, é feita e, o Senhor responde que não havia pecado algum mas, a situação seria para a manifestação da glória de Deus.   Jesus fará um pequeno discurso sobre a necessidade de se trabalhar na obra do Pai enquanto é dia e, em seguida faz uma lama com saliva e terra e, passando nos olhos do cego o envia para lavar-se na piscina de Siloé = Enviado.

A cura do cego provoca um rebuliço e, as pessoas se interrogam sobre como tal fato tinha ocorrido.   Os fariseus interrogam o cego e descobrem que fora obra de Jesus e, se enfurecem pois, além do mais, a cura tinha sido realizada em dia de sábado.   Interrogam o ex-cego, seus familiares e, por fim, acabam por expulsá-lo do Templo pois afirmava que Jesus era um Profeta pois, ninguém que fosse pecador teria condições de fazer um cego voltar a enxergar.

À expulsão do Templo, segue-se o Novo Encontro do ex-cego com  Jesus e, interrogado se acreditava no Filho do Homem, e tendo dito o Senhor que era Ele mesmo, o curado se declara crente em Sua pessoa.

Por fim, Jesus anuncia que veio como luz ao mundo e promover uma crise: quem enxerga fique cego e os cegos enxerguem.   Tal fala de Jesus produz raiva em alguns fariseus presente que perguntam se eles eram cegos, ao que o Senhor responde: "Se fosseis cegos, não seríeis pecadores mas, como dizeis: "Enxergamos", vosso pecado permanece!"

Ora, o capítulo 10 de João é consequência desse capítulo 9 e, resposta ao mesmo.   Jesus, vendo o que acontecia no Templo com as pessoas - sobretudo pobres e doentes -, se declara o Bom Pastor do Rebanho em oposição àqueles que, por ocuparem os cargos religiosos, se colocavam com pastores mas, na verdade não o eram pois só queriam explorar, enganar, matar.   O Bom Pastor cuida e dá a vida pelo rebanho, ao contrário dos mercenários que só visam os próprios interesses.   Jesus, o Bom Pastor, chama as suas ovelhas pelo nome; as ovelhas que são suas ouvem a sua voz e passam pela Porta que é Ele também.

Escutar a voz do Pastor, conhecê-Lo e ser conhecido por Ele é fundamental para não se deixar enganar, enredar e dominar pelos falsos pastores = mercenários.   Jesus, Bom Pastor, é o único capaz de oferecer a Vida Eterna às suas ovelhas e de encaminhá-las por caminho seguro, aonde não se perderão.   As ovelhas que experimentam o amor e bondade do Bom Pastor nunca mais deixarão de ser Dele, nunca mais sairão de suas mãos pois foi o próprio Pai quem lhes deu tais ovelhas e, por fim, o Pai e Ele (Jesus, Bom Pastor) são um só.

Fazer a Experiência com Jesus, o Bom Pastor de nossas vidas, muda as nossas vidas e, automaticamente, surge em nossos corações o desejo de levar outros (as) à mesma experiência, a deixarem a vida de enganação e mentiras promovida pelos falsos pastores, pelos mercenários.   É por isso que na Primeira Leitura (At 13, 14.43-52) vemos Paulo e Barnabé promovendo tal experiência a partir do testemunho que davam.   Ora, o testemunho gera opções: contra e à favor!   

Mais uma vez, assim como no Evangelho, os judeus ficam contra e, os pagãos, à favor (no Evangelho, as autoridades religiosas se puseram ao Senhor e, o cego, por sua vez, à favor!)   O anúncio é feito, em primeiro lugar para "os de dentro = judeus" mas, como estes continuam obstinados em sua cegueira, os Apóstolos se dirigem "aos de fora = pagãos" que, acabam aceitando, como o cego do capítulo 9 de João, a proposta que lhes fazem.

Por fim, a Segunda Leitura (Ap 7,9.14b-17) nos apresenta a visão que João teve do céu e, lá estão todos (as) aqueles (as) que se mantiveram fieis ao Senhor, aqui, nesse mundo.  É importante compreender que a proteção do bom Pastor não anula as vicissitudes da vida de fé mas, ao contrário, a adesão ao Senhor promoverá as mesmas situações que Ele mesmo experimentou durante a sua existência.   É preciso manter-se firme e não sucumbir diante das investidas do mundo; é preciso vencer as tribulações, lavando e alvejando, a cada dia, as vestes no Sangue do Cordeiro que, por sua vez, verte do ser lado aberto no ALTO DA CRUZ!   São esses e essas que estão no Céu: são provenientes de todos os cantos da terra, raças, povos e línguas.   Seja quem for e venha de onde vier, se for capaz de cumprir a vontade do Pai, até o fim, será salvo.

Peçamos a Deus, o Pai do nosso Bom Pastor Jesus, o Cristo que nos ajude a viver a nossa vida de acordo com a sua vontade e descubramos que somente n'Ele a nossa vida tem sentido e futuro.   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

sábado, 13 de abril de 2013

"III Domingo da Páscoa: A Experiência com o Ressuscitado que nos conduz à Fidelidade à Missão!" - 14 de Abril de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Ressuscitado!

Com alegria caminhamos com a Igreja nesse Tempo da Páscoa e, na medida em que avançamos em nossa Caminhada de Fé, vamos fazendo a Experiência com o Ressuscitado e fortalecendo a nossa Fidelidade na Missão.

Nesses primeiros domingos pascais, estamos acompanhando as aparições do Ressuscitado e, nos perguntamos sobre os motivos que levaram os Evangelistas a narrarem para as suas Comunidades e para nós tais aparições.   E, acredito piamente, que o principal motivo foi o fato de ser a Ressurreição uma Realidade que escapa à nossa compreensão meramente humana.   A Ressurreição não é algo que se compreenda, única e exclusivamente, pela mente humana mas, para que a mente humana possa compreender e aceitar "tal absurdo de nossa Fé" será preciso fazer a EXPERIÊNCIA COM O RESSUSCITADO pois, caso não se faça tal EXPERIÊNCIA, viver a Missão que dela decorre, será impossível.

Assim, mais uma vez, a Liturgia da Igreja, nesse Terceiro Domingo da Páscoa nos apresenta um trecho evangélico (Jo 21, 1-19) que, assim como outros que tratam das aparições do Ressuscitado, nos revela alguns pontos essenciais para nossa Caminhada de Fé.   Vejamos:

a) O desejo de voltar às práticas (vida) do passado: os discípulos estão reunidos e, sem a presença do Mestre - que havia sido crucificado, morto e sepultado - desejam voltar para a vida que levavam antes de serem chamado pelo Senhor: "Vou pescar!"  Diz Pedro.   E, os outros respondem: "Também vamos contigo!"   A Experiência da Morte é algo tão terrível e assustador, tão doído e desesperador que diante dela é como se a vida não tivesse jeito, não tivesse sentido.   A única saída é voltar e dar seguimento à vida nos estilo que se vivia antes.   Jesus havia alimentado, é certo, uma fé e esperança novas de que tudo seria diferente mas, apesar dos seus discursos e milagre, Ele estava morto pois a última experiência que Dele fizeram foi a da Cruz;

b) O trabalho sem Deus é inútil e esforço improdutivo: os discípulos lutam uma noite toda mas, ao contrário do que esperavam, nada pescam.   Não deixemos para trás a informação de que eram exímios pescadores, eram profissionais e, deviam saber, muito bem, o que estavam fazendo.   Porém, o fato é que nada pescaram naquela noite;

c) O Encontro com o Senhor na praia e o Milagre da Pesca: voltando para casa desanimados - pois, nada pescaram -, chegando na praia se deparam com alguém desconhecido aparentemente que pede algo do trabalho de uma noite inteira porém, não há nada para oferecer.   Nesse momento, o ilustre desconhecido ordena que lancem a rede à direita da barca e encontrariam os peixes que ao longo de uma noite inteira não conseguiram.   Seguindo a ordem dada, a surpresa: uma grande quantidade de peixes que quase não conseguiam puxar a rede para dentro da barca;

d) O Reconhecimento do Senhor Ressuscitado: ao milagre da pesca, segue-se o reconhecimento de que  Aquele que fora crucificado está vivo e presente no meio deles.   Segue-se o encontro com o Senhor que, assumindo a liderança - já tem tudo preparado na margem da praia - oferece o pão e o peixe para comerem.   Nesse momento não há mais o que temer pois a Experiência que fazem com o Ressuscitado lhes oferece a Certeza que precisam para o desempenho da Missão que lhes será dada;

e) A missão: cuidar, apascentar o Rebanho do Ressuscitado e, para tanto é preciso AMOR:  à aparição, segue-se o diálogo de Jesus Ressuscitado com Pedro.   Esse Diálogo é extremamente importante para todo aquele que deseja cumprir a Vontade de Deus em sua vida.   Questionado sobre o Amor que nutria para com o Mestre, recebe do mesmo a Missão de apascentar, de cuidar do seu rebanho, de suas ovelhas, de seus cordeiros.   O povo que é de Deus será cuidado por aqueles e aquelas que fizerem uma Experiência de Vida Nova que a Páscoa proporciona.

É esta Experiência que modifica a Vida dos Discípulos e, de homens medrosos passam a  ter coragem de enfrentar, até a estrutura que levou Jesus à morte: o Sinédrio.   Na Primeira Leitura (At 5, 27b-32. 40b-41) temos o relato do enfrentamento que os Apóstolos fazem com o Sinédrio, com o Sumo Sacerdote e, ao serem interrogados sobre os motivos que os levaram a continuar falando em nome do Crucificado, respondem: É preciso obedecer a Deus, antes que aos homens!"   Que coragem a desses homens simples, pobres, incultos!   Enfrentar autoridades constituídas com tanto vigor só tendo feito uma Experiência que lhes desse tal respaldo!

Por fim, o texto do Apocalipse proclamado na Segunda Leitura (Ap 5, 11-14) nos revela a glorificação Daquele que fora condenado à morte e morte de Cruz: está sentado no trono e servido por milhares e milhões que O proclamam digno de receber a honra, a glória, o poder e o louvor!   Ele é o Cordeiro Imolado por nós e, para Ele toda glória e louvor para sempre!

Peçamos a Deus, nesse Terceiro Domingo da Páscoa que nos ajude a fazer a Experiência com o Ressuscitado e, dessa forma, termos a nossa Missão de apascentar o Rebanho - que é Dele - com o Amor que Dele recebemos!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

quarta-feira, 3 de abril de 2013

"Segundo Domingo da Páscoa: A Experiência com o Senhor Ressuscitado forma a Nova Comunidade!" - 07 de Abril de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos, hoje, com toda a Igreja, o Segundo Domingo da Páscoa e, somos convidados a fazer a experiência com Jesus Ressuscitado para podermos fazer parte da Nova Comunidade que deverá prolongar no mundo os ensinamentos e as ações do próprio Jesus.

A Palavra de Deus que nos é proposta nesse Domingo quer nos revelar que a Comunidade passa a ser, por excelência, após a morte, ressurreição e ascensão do Senhor, o espaço privilegiado de experiência e manifestação do próprio Senhor: é nela (Comunidade) que o Ressuscitado se mostra presente e, é dela (Comunidade) que os que fazem tal experiência saem para prolongá-Lo no mundo.

Assim sendo, o Evangelho da Celebração de hoje (Jo 20, 19-31) já nos apresenta tal verdade.   São João nos fala que naquele primeiro dia da semana, - logo após a primeira sexta-feira santa aonde os discípulos experimentaram a dor e o sofrimento de verem a sua fé e a sua esperança sendo, literalmente, estraçalhadas pela contemplação da dor, do sofrimento e da morte de Cruz do Senhor - , os discípulos estão num local com as portas fechadas pois sentiam MEDO do que os judeus poderiam fazer, também, com eles.   Aqui, as portas fechadas são um sinal negativo pois nos revela o MEDO que é expressão da FALTA DE FÉ mas também, são um sinal positivo pois pela entrada do Senhor Ressuscitado o texto nos faz pensar que para Ele não há mais barreiras que não possam ser transpostas pois o mesmo entra, de qualquer forma, mesmo com as portas fechadas.   

Ao entrar, o Senhor deseja a paz aos seus pois, foi exatamente a ausência da mesma (paz) que O levou para o suplício da Cruz.   É importante que os discípulos recebam a paz do Ressuscitado pois, de agora em diante, eles se tornarão promotores da mesma.   Após o anúncio da paz, o Senhor mostra aos seus as mãos e o lado, sinais claros de que, de fato, era Ele e não um fantasma, uma miragem, uma alucinação.   Ora, tal visão e certeza da ressurreição, provocam nos discípulos um sentimento oposto ao que, até então, dominava aquela Comunidade: a tristeza da morte dá lugar à alegria da ressurreição!

Nesse momento, ocorre uma espécie de passagem de bastão, passagem de bola pois Jesus Ressuscitado diz que como o Pai O havia enviado, agora era Ele (Ressuscitado) quem os enviava para dar continuidade ao trabalho de construção do Reino do Pai que Ele (Jesus) havia, apenas, começado.   Serão os discípulos que, após a Ressurreição do Senhor e sua Volta à Casa do Pai quem deverão levar à bom termo a Missão que o Senhor havia dado início.   Ora, tal missão não é tarefa fácil e, por isso, o Ressuscitado soprará sobre os presentes e dará o Espírito Santo que, durante a sua vida pública O havia assistido em todos os momentos.   O Senhor sabe que os homens e mulheres não conseguiriam levar adiante uma missão divina se não estivessem imbuídos da Força do Alto.

Tudo isso ocorre num ambiente comunitário, celebrativo e, nos faz entender que a Comunidade, após o a Ressurreição do Senhor é o espaço privilegiado de manifestação do mesmo e, faltar à reunião comunitário é o mesmo que não fazer a experiência da Páscoa e, no fim, acabará atrapalhando a missão.

É para demonstrar tal verdade que o Evangelho de hoje é complementado pela história da ausência de Tomé que, apesar de ser um dos doze que conviveram com o Senhor, naquele primeiro dia da semana, não se encontrava reunido com os demais e, por conta disso, não fez a experiência da Ressurreição e, acabou se tornando um empecilho para o desenvolvimento pleno da Missão que o Senhor confiara à Comunidade.

Os que experimentaram o Ressuscitado, contam a alegria que estão vivendo mas, Tomé não acredita e diz: se eu não vir as marcas dos pregos e não puser a minha mão em seu lado, não acreditarei.

Oito dias após, o Senhor volta e, agora Tomé está presente e, é para ele que o Senhor se dirige de modo especial, pedindo que faça aquilo que desejava para acreditar.  Depois disso Tomé acredita mas, o Senhor não deixa de lado tal exigência e lhe repreende a falta de fé pois sem a mesma não se pode cumprir a missão.   É preciso crescer na Fé, amadurecê-la cada dia pois as exigências que o mundo nos impõe são, demasiadamente, grandes.   Uma Fé Madura não está em busca de sinais visíveis mas, ao contrário, capacita o ser humano para tornar visível a Fé que possui com obras que lhe sejam condizentes.

Por fim, o texto evangélico nos revela a belíssima profissão de fé que Tomé faz (aliás, a única do Evangelho de São João): Meu Senhor e meu Deus!   Tomé se dá conta de que estava diante do único Senhor e Deus de sua vida e, será essa experiência o motor do seu trabalho apostólico dali para frente.   

Uma Fé Madura, produto da experiência com o Ressuscitado é capaz de transformar a Comunidade e torná-la capacitada para prolongar, com sua vida, a Vida do Senhor Jesus.   É isso que vemos no texto da Primeira Leitura (At 2, 42-47) nos descrevendo uma imagem, um retrato da vida das primeiras comunidades e como o novo estilo de vida acabava atraindo muitos para o seu meio: eram perseverantes em ouvir os ensinamentos dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações (esses são os quatro pilares sobre os quais toda e qualquer comunidade deve se sustentar se desejar ser no mundo SINAL DO RESSUSCITADO!).

A Vida Comunitária exige desprendimento de tudo para que todos possam ter o suficiente e, é isso que as primeiras igrejas fazia: viviam todos unidos e colocavam tudo em comum; vendiam suas propriedades e seus bens e repartiam o dinheiro entre todos, conforme a necessidade de cada um...   Era esse estilo de vida que fazia com as comunidades fossem respeitadas e honradas por todos e, por conta dessa vida, muitos abraçavam a Fé em Jesus Ressuscitado.   

Por fim, a Segunda Leitura (I Pd 1, 3-9)  nos apresenta São Pedro louvando e agradecendo a Deus Pai porque por Jesus nos fez renascer para uma Vida Nova que será plenificada no céu mas, que deve ser começada já aqui e agora.   Em Jesus Ressuscitado nós fomos guardados para a Salvação Final e, isso deverá nos causar ALEGRIA e nos impulsionar para frente apesar das aflições que a Vida de Fé nos apresenta enquanto estivermos neste mundo.   Essas, diz o Apóstolo, são provações que experimentam a nossa Fé como o fogo experimenta o metal precioso.   É essa Fé Pura que nos conduzirá à Salvação!

Que Deus nos ajude a fazer nessa Páscoa a Experiência com o Ressuscitado de modo que a mesma nos possibilite o testemunho de uma Vida Nova, Sinal da nossa Salvação!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Ezaques Tavares