quarta-feira, 3 de abril de 2013

"Segundo Domingo da Páscoa: A Experiência com o Senhor Ressuscitado forma a Nova Comunidade!" - 07 de Abril de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos, hoje, com toda a Igreja, o Segundo Domingo da Páscoa e, somos convidados a fazer a experiência com Jesus Ressuscitado para podermos fazer parte da Nova Comunidade que deverá prolongar no mundo os ensinamentos e as ações do próprio Jesus.

A Palavra de Deus que nos é proposta nesse Domingo quer nos revelar que a Comunidade passa a ser, por excelência, após a morte, ressurreição e ascensão do Senhor, o espaço privilegiado de experiência e manifestação do próprio Senhor: é nela (Comunidade) que o Ressuscitado se mostra presente e, é dela (Comunidade) que os que fazem tal experiência saem para prolongá-Lo no mundo.

Assim sendo, o Evangelho da Celebração de hoje (Jo 20, 19-31) já nos apresenta tal verdade.   São João nos fala que naquele primeiro dia da semana, - logo após a primeira sexta-feira santa aonde os discípulos experimentaram a dor e o sofrimento de verem a sua fé e a sua esperança sendo, literalmente, estraçalhadas pela contemplação da dor, do sofrimento e da morte de Cruz do Senhor - , os discípulos estão num local com as portas fechadas pois sentiam MEDO do que os judeus poderiam fazer, também, com eles.   Aqui, as portas fechadas são um sinal negativo pois nos revela o MEDO que é expressão da FALTA DE FÉ mas também, são um sinal positivo pois pela entrada do Senhor Ressuscitado o texto nos faz pensar que para Ele não há mais barreiras que não possam ser transpostas pois o mesmo entra, de qualquer forma, mesmo com as portas fechadas.   

Ao entrar, o Senhor deseja a paz aos seus pois, foi exatamente a ausência da mesma (paz) que O levou para o suplício da Cruz.   É importante que os discípulos recebam a paz do Ressuscitado pois, de agora em diante, eles se tornarão promotores da mesma.   Após o anúncio da paz, o Senhor mostra aos seus as mãos e o lado, sinais claros de que, de fato, era Ele e não um fantasma, uma miragem, uma alucinação.   Ora, tal visão e certeza da ressurreição, provocam nos discípulos um sentimento oposto ao que, até então, dominava aquela Comunidade: a tristeza da morte dá lugar à alegria da ressurreição!

Nesse momento, ocorre uma espécie de passagem de bastão, passagem de bola pois Jesus Ressuscitado diz que como o Pai O havia enviado, agora era Ele (Ressuscitado) quem os enviava para dar continuidade ao trabalho de construção do Reino do Pai que Ele (Jesus) havia, apenas, começado.   Serão os discípulos que, após a Ressurreição do Senhor e sua Volta à Casa do Pai quem deverão levar à bom termo a Missão que o Senhor havia dado início.   Ora, tal missão não é tarefa fácil e, por isso, o Ressuscitado soprará sobre os presentes e dará o Espírito Santo que, durante a sua vida pública O havia assistido em todos os momentos.   O Senhor sabe que os homens e mulheres não conseguiriam levar adiante uma missão divina se não estivessem imbuídos da Força do Alto.

Tudo isso ocorre num ambiente comunitário, celebrativo e, nos faz entender que a Comunidade, após o a Ressurreição do Senhor é o espaço privilegiado de manifestação do mesmo e, faltar à reunião comunitário é o mesmo que não fazer a experiência da Páscoa e, no fim, acabará atrapalhando a missão.

É para demonstrar tal verdade que o Evangelho de hoje é complementado pela história da ausência de Tomé que, apesar de ser um dos doze que conviveram com o Senhor, naquele primeiro dia da semana, não se encontrava reunido com os demais e, por conta disso, não fez a experiência da Ressurreição e, acabou se tornando um empecilho para o desenvolvimento pleno da Missão que o Senhor confiara à Comunidade.

Os que experimentaram o Ressuscitado, contam a alegria que estão vivendo mas, Tomé não acredita e diz: se eu não vir as marcas dos pregos e não puser a minha mão em seu lado, não acreditarei.

Oito dias após, o Senhor volta e, agora Tomé está presente e, é para ele que o Senhor se dirige de modo especial, pedindo que faça aquilo que desejava para acreditar.  Depois disso Tomé acredita mas, o Senhor não deixa de lado tal exigência e lhe repreende a falta de fé pois sem a mesma não se pode cumprir a missão.   É preciso crescer na Fé, amadurecê-la cada dia pois as exigências que o mundo nos impõe são, demasiadamente, grandes.   Uma Fé Madura não está em busca de sinais visíveis mas, ao contrário, capacita o ser humano para tornar visível a Fé que possui com obras que lhe sejam condizentes.

Por fim, o texto evangélico nos revela a belíssima profissão de fé que Tomé faz (aliás, a única do Evangelho de São João): Meu Senhor e meu Deus!   Tomé se dá conta de que estava diante do único Senhor e Deus de sua vida e, será essa experiência o motor do seu trabalho apostólico dali para frente.   

Uma Fé Madura, produto da experiência com o Ressuscitado é capaz de transformar a Comunidade e torná-la capacitada para prolongar, com sua vida, a Vida do Senhor Jesus.   É isso que vemos no texto da Primeira Leitura (At 2, 42-47) nos descrevendo uma imagem, um retrato da vida das primeiras comunidades e como o novo estilo de vida acabava atraindo muitos para o seu meio: eram perseverantes em ouvir os ensinamentos dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações (esses são os quatro pilares sobre os quais toda e qualquer comunidade deve se sustentar se desejar ser no mundo SINAL DO RESSUSCITADO!).

A Vida Comunitária exige desprendimento de tudo para que todos possam ter o suficiente e, é isso que as primeiras igrejas fazia: viviam todos unidos e colocavam tudo em comum; vendiam suas propriedades e seus bens e repartiam o dinheiro entre todos, conforme a necessidade de cada um...   Era esse estilo de vida que fazia com as comunidades fossem respeitadas e honradas por todos e, por conta dessa vida, muitos abraçavam a Fé em Jesus Ressuscitado.   

Por fim, a Segunda Leitura (I Pd 1, 3-9)  nos apresenta São Pedro louvando e agradecendo a Deus Pai porque por Jesus nos fez renascer para uma Vida Nova que será plenificada no céu mas, que deve ser começada já aqui e agora.   Em Jesus Ressuscitado nós fomos guardados para a Salvação Final e, isso deverá nos causar ALEGRIA e nos impulsionar para frente apesar das aflições que a Vida de Fé nos apresenta enquanto estivermos neste mundo.   Essas, diz o Apóstolo, são provações que experimentam a nossa Fé como o fogo experimenta o metal precioso.   É essa Fé Pura que nos conduzirá à Salvação!

Que Deus nos ajude a fazer nessa Páscoa a Experiência com o Ressuscitado de modo que a mesma nos possibilite o testemunho de uma Vida Nova, Sinal da nossa Salvação!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Ezaques Tavares

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