Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Ressuscitado!
Com alegria, chegamos ao IV Domingo do Tempo da Páscoa e, todos os anos, a Liturgia nos apresenta a Jesus como o Bom Pastor do Rebanho e, por conta disso, esse domingo é conhecido como o Domingo do Bom Pastor e Dia Mundial de Orações pelas Vocações.
Vivendo a Espiritualidade Pascal, buscamos a Vida Nova que a Ressurreição do Senhor nos oferece e, para tanto, é importante recordarmos que, vencer o mal e matar em cada um (a) de nós a vida velha, são tarefas urgentes.
Nesse sentido, a Palavra de Deus se torna uma forte aliada pois será Ela (Palavra) a responsável por nos iluminar, nos levando a enxergar aonde estão os sinais de morte, de pecado em nossas vidas. A Palavra de Deus é a Luz que nos ilumina nessa Caminhada de Fé.
Daí, o Evangelho de hoje (Jo 10, 27-30) é a última etapa desse capítulo que trouxe à tona o discurso de Jesus, aonde Ele se declara o Bom Pastor do Rebanho. Esse capítulo 10 é uma espécie de resposta ao acontecimento que marcou o capítulo 9 e, portanto para compreendermos a sua força será importante retomar o episódio que dominou todo o capítulo anterior, a saber, o capítulo 9.
Nesse capítulo 9, temos a narrativa de um milagre que Jesus operou em favor de um cego de nascença. Tudo começa quando o Senhor e os discípulos se deparam com tal cego e, uma pergunta sobre quem havia pecado para a pessoa nascesse cega, é feita e, o Senhor responde que não havia pecado algum mas, a situação seria para a manifestação da glória de Deus. Jesus fará um pequeno discurso sobre a necessidade de se trabalhar na obra do Pai enquanto é dia e, em seguida faz uma lama com saliva e terra e, passando nos olhos do cego o envia para lavar-se na piscina de Siloé = Enviado.
A cura do cego provoca um rebuliço e, as pessoas se interrogam sobre como tal fato tinha ocorrido. Os fariseus interrogam o cego e descobrem que fora obra de Jesus e, se enfurecem pois, além do mais, a cura tinha sido realizada em dia de sábado. Interrogam o ex-cego, seus familiares e, por fim, acabam por expulsá-lo do Templo pois afirmava que Jesus era um Profeta pois, ninguém que fosse pecador teria condições de fazer um cego voltar a enxergar.
À expulsão do Templo, segue-se o Novo Encontro do ex-cego com Jesus e, interrogado se acreditava no Filho do Homem, e tendo dito o Senhor que era Ele mesmo, o curado se declara crente em Sua pessoa.
Por fim, Jesus anuncia que veio como luz ao mundo e promover uma crise: quem enxerga fique cego e os cegos enxerguem. Tal fala de Jesus produz raiva em alguns fariseus presente que perguntam se eles eram cegos, ao que o Senhor responde: "Se fosseis cegos, não seríeis pecadores mas, como dizeis: "Enxergamos", vosso pecado permanece!"
Ora, o capítulo 10 de João é consequência desse capítulo 9 e, resposta ao mesmo. Jesus, vendo o que acontecia no Templo com as pessoas - sobretudo pobres e doentes -, se declara o Bom Pastor do Rebanho em oposição àqueles que, por ocuparem os cargos religiosos, se colocavam com pastores mas, na verdade não o eram pois só queriam explorar, enganar, matar. O Bom Pastor cuida e dá a vida pelo rebanho, ao contrário dos mercenários que só visam os próprios interesses. Jesus, o Bom Pastor, chama as suas ovelhas pelo nome; as ovelhas que são suas ouvem a sua voz e passam pela Porta que é Ele também.
Escutar a voz do Pastor, conhecê-Lo e ser conhecido por Ele é fundamental para não se deixar enganar, enredar e dominar pelos falsos pastores = mercenários. Jesus, Bom Pastor, é o único capaz de oferecer a Vida Eterna às suas ovelhas e de encaminhá-las por caminho seguro, aonde não se perderão. As ovelhas que experimentam o amor e bondade do Bom Pastor nunca mais deixarão de ser Dele, nunca mais sairão de suas mãos pois foi o próprio Pai quem lhes deu tais ovelhas e, por fim, o Pai e Ele (Jesus, Bom Pastor) são um só.
Fazer a Experiência com Jesus, o Bom Pastor de nossas vidas, muda as nossas vidas e, automaticamente, surge em nossos corações o desejo de levar outros (as) à mesma experiência, a deixarem a vida de enganação e mentiras promovida pelos falsos pastores, pelos mercenários. É por isso que na Primeira Leitura (At 13, 14.43-52) vemos Paulo e Barnabé promovendo tal experiência a partir do testemunho que davam. Ora, o testemunho gera opções: contra e à favor!
Mais uma vez, assim como no Evangelho, os judeus ficam contra e, os pagãos, à favor (no Evangelho, as autoridades religiosas se puseram ao Senhor e, o cego, por sua vez, à favor!) O anúncio é feito, em primeiro lugar para "os de dentro = judeus" mas, como estes continuam obstinados em sua cegueira, os Apóstolos se dirigem "aos de fora = pagãos" que, acabam aceitando, como o cego do capítulo 9 de João, a proposta que lhes fazem.
Por fim, a Segunda Leitura (Ap 7,9.14b-17) nos apresenta a visão que João teve do céu e, lá estão todos (as) aqueles (as) que se mantiveram fieis ao Senhor, aqui, nesse mundo. É importante compreender que a proteção do bom Pastor não anula as vicissitudes da vida de fé mas, ao contrário, a adesão ao Senhor promoverá as mesmas situações que Ele mesmo experimentou durante a sua existência. É preciso manter-se firme e não sucumbir diante das investidas do mundo; é preciso vencer as tribulações, lavando e alvejando, a cada dia, as vestes no Sangue do Cordeiro que, por sua vez, verte do ser lado aberto no ALTO DA CRUZ! São esses e essas que estão no Céu: são provenientes de todos os cantos da terra, raças, povos e línguas. Seja quem for e venha de onde vier, se for capaz de cumprir a vontade do Pai, até o fim, será salvo.
Peçamos a Deus, o Pai do nosso Bom Pastor Jesus, o Cristo que nos ajude a viver a nossa vida de acordo com a sua vontade e descubramos que somente n'Ele a nossa vida tem sentido e futuro. Assim seja!
Boa Celebração para todos (as)!
Pe. Ezaques Tavares
Nenhum comentário:
Postar um comentário