quinta-feira, 27 de março de 2014

"III Domingo da Quaresma: Experimentar a Água Viva é TRANSFORMAR-SE numa FONTE DE ÁGUA QUE JORRA PARA A VIDA ETERNA NO MEIO DO MUNDO!" - 23 de Março de 2014

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Continuando a nossa Caminhada Quaresmal celebramos, hoje, o III Domingo e, nesse dia somos interpelados pela Palavra a seguir os passos da Samaritana no Poço de Jacó para descobrirmos Naquele que nos pede "de beber" o Messias, o Cristo Esperado.   Esse é um caminho difícil pois, nem sempre, a Verdade é algo que nos salta os olhos tão rapidamente.   A conversa de Jesus com a Samaritana nos apresenta o percurso, feito de altos e baixos mas, se perseveramos até o fim chegaremos à mesma conclusão daquela Mulher: Jesus é o Filho de Deus Esperado que veio para nos indicar o Caminho da Salvação!

Dessa forma, a Primeira Leitura (Ex 17, 3-7) já nos serve de pano de fundo para a compreensão do Texto Evangélico de hoje.  Em Êxodo temos a apresentação da dificuldade que a Fé tem para resistir às dificuldades que o Caminho oferece.   Crer quando TUDO está em conformidade com o pensamos ser o melhor, é fácil.   Problemático é continuar crendo quando a Vida tem que atravessar o DESERTO e, automaticamente, ter que enfrentar as intempéries apresentadas pelo mesmo: sede, fome, frio, calor ...   

No texto em questão, o Povo de Deus que acabara de sair da Terra da Escravidão e contemplou TUDO que Javé foi capaz de realizar com Seu Braço Forte; Povo que, cheio de "Fé" manifestou a sua adesão ao Projeto que lhes foi apresentado pelo Senhor, diante da Sede (dificuldade própria do Deserto) reclama, lamenta, murmura, blasfema e sente saudades da Terra que os oprimira por cerca de 430 anos: "Lá, no Egito, éramos escravos mas, em contrapartida, havia o rio Nilo e podíamos beber água à saciedade.   Já, aqui, nesse Deserto ... morreremos todos de Sede!"   Pensam e falam contra Deus e o Seu escolhido Moisés.

A sorte do Povo e nossa é que Deus não é um Deus Vingativo mas, ao contrário, é Amor e Compaixão e, à reclamação e murmuração do Povo, Ele responde oferecendo a satisfação daquela necessidade pois como vimos na Primeira Leitura do I Domingo: Deus só tem o MELHOR para os Seus!   Chamando Moisés e os Anciãos do Povo ordena que passem à frente e, num Rochedo existente aos pés da Montanha de Deus (Horeb) sairia água para o Povo beber e todos os seus parentes e animais.   Assim foi feito e a Palavra se realizou mais uma vez aos olhos dos murmuradores e aquele local ficou conhecido com os nomes de Massa e Meriba por conta das dúvidas levantadas pelo Povo se Deus estaria ou não do lado deles.

Como nós, ainda hoje, somos do mesmo jeito: basta que uma situação não apareça do jeito que a idealizamos para que nossa Fé fraqueje e a discussão surja sobre a presença ou não de Deus em nossa vida.   É por isso que o Caminho de Fé é árduo e comporta situações em que a mesma (Fé) é posta em cheque a cada instante.   Esse Caminho é longo e será preciso que ao longo do mesmo nos deixemos interpelar pelo Senhor que cruza por ele (Caminho) para nos conduzir às Fontes de Água Viva!   É isso que o Evangelho de hoje (Jo 4, 5-42) quer refletir conosco: a Conversa com o Senhor vai promovendo naquela Mulher Samaritana, Imagem da Igreja, o surgimento e o fortalecimento da Fé e, depois de perceber Jesus como o Messias, o Cristo Esperado, Ela (Mulher = Igreja) sai correndo para levar esse Anúncio a todos os moradores da sua cidade.   Para que isso pudesse acontecer, Jesus teve que superar alguns obstáculos.   Vejamos:

Estando a caminho, Jesus e os discípulos passam por uma região, dentro do Território da Samaria.   Em Sicar, cidade da Samaria, eles param junto ao Poço de Jacó e, após a saída dos discípulos de cena (foram à cidade para comprar algo para comerem) Jesus vê aproximar-me uma Mulher e não hesita em pedir-lhe um pouco de água para beber pois, afinal de contas, já era por volta do meio dia e o Deserto é quente.   Aqui, temos a quebra de, pelo menos, dois preconceitos estabelecidos à época: um homem não podia ou não devia se dirigir a uma Mulher que estivesse sozinha pois era um desrespeito e, para complicar, esse homem é judeu e a mulher é samaritana e, portanto, são membros de povos que não se dão.   Aqui, percebemos, logo de cara, que para fazer chegar aos corações a Mensagem de Fé, o primeiro passo a ser dado é com relação à quebra das ideias pré concebidas.   Puxando um papo, a partir de uma necessidade (a sede), Jesus vai se dando a conhecer: de pedinte, passa a ser o ofertante de algo muito maior e melhor: pede a água do poço e oferece uma Água Viva que mata a Sede Eterna.   Mas, a Mulher ainda não compreende o significado da conversa.

Aqui, Jesus muda o tom para que a Mulher pudesse percebê-lo de outra forma: Vá chamar o seu marido, diz!   Eu não tenho marido, responde!   E, dessa forma Ele se revela um pouco mais: Nisso disseste bem pois já tiveste cinco maridos e o que tens agora não é seu!    Diz a Mulher: Senhor, vejo que és um profeta!   E um Diálogo, em outro nível se estabelece: a Mulher fala da expectativas samaritanas e judaicas e Jesus desfaz tais "verdades" afirmando que os adoradores que o Pai procura são os que sabem adorá-Lo em Espírito e em Verdade!   Até que Jesus se declara como sendo Ele o Messias, o Cristo Esperado!

Feita a Experiência com o Senhor, a Mulher sai para Anunciar tal Experiências para os seus e, a cidade se converte pelo Testemunho da Mulher e, por fim, tendo o Senhor permanecido com eles por dois dias - pois foi, exatamente para isso, que Ele veio: para fazer a Vontade do Pai que o Enviou - Esse é o Seu Alimento - a cidade dirá que acredita em Jesus não mais pelo Testemunho da Mulher mas pela Experiência que cada um (a) foi capaz de fazer pessoalmente com a permanência junto ao Senhor.

Nós, que somos a Igreja de Deus, temos essa Missão também: experimentando Deus presente em nosso meio, possibilitar que os outros (as) também consigam fazê-la!

É isso que o Apóstolo Paulo, na Segunda Leitura de hoje (Rm 5, 1-2.5-8) nos apresenta: somos justificados pela Fé e não pelas obras (lembrem-se de Abrão do Domingo passado, nosso Pai na Fé). É essa Fé que nos enche de Esperança e essa, por sua vez, não nos decepciona pois nos afirma que o Amor de Deus  foi derramado em nossos corações pela Ação do Espírito Santo.   Caminhar nessa certeza que a Fé nos dá nos faz  vencer toda e qualquer dificuldade que o Caminho com o Senhor nos apresentar.

Que Deus nos ajude nessa nossa Caminhada de Fé e que a Experiência com a Pessoa de Jesus nos torne Fontes de Água Viva a jorrar para Eternidade no meio desse Mundo corrompido pelo pecado.   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares


quarta-feira, 26 de março de 2014

"II Domingo da Quaresma: Enxergar pela Fé o Além para SUPORTAR as ADVERSIDADES do aquém!" - 16 de Março de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade à nossa Caminhada Quaresmal, celebramos, hoje, o II Domingo e, nesse dia somos convidados pela Palavra a renovar a nossa Experiência de Fé nesse Deus que por nos Amar sem condições nos aponta o Caminho que devemos trilhar para alcançarmos a Salvação, não nos deixando sozinhos em nenhum momento sequer mas caminhando conosco.   Renovar a nossa Experiência com Ele é fundamental para não sucumbirmos diante das dificuldades que o Caminho apresentado nos impõe.

Assim, a Primeira Leitura (Gn 12, 1-4) nos apresenta a Fé a partir daquilo que ela (Fé) é capaz de fazer com cada um (a) de nós.   Ter a figura de nosso pai Abrão diante dos olhos, percebendo o que ele foi capaz de fazer em nome da Fé, nos fará compreender se o que chamamos de Fé e que dizemos que temos é, realmente, Fé ou não.   Digo isso porque, em muitos momentos, o que temos não passa de uma espécie de "sentimentalismo barato" que carregamos conosco mas, Fé de fato, ainda não é pois não nos leva a fazer o que o nosso pai Abrão fez.

Diante de um Deus Desconhecido, que o chama e o manda ir para um lugar distante, que ele (Abrão) sequer sabia que existia, firmado apenas e exclusivamente na Palavra que ouve, ele sai e vai.   Dá, como muitos dizem, "um salto no escuro".   Eu prefiro dizer: "Dá um salto na Clareza e na Luz de Deus que o faz enxergar além, muito além, percebendo antes que aconteça, que o que Deus fala se cumpre!"   Deus vai ao encontro de Abrão, como vem ao nosso encontro a cada dia, exigindo o desinstalar-se, o abandono à Sua Santa Vontade, prometendo o que o Ser Humano mais deseja para ser, de fato, Feliz.   No caso de Abrão, promete a Descendência e a Bênção!   Abrão creu e foi ao encontro do lugar que Javé lhe prometeu!   E, nós? Estamos dispostos a fazer, por conta da Fé que temos, TUDO QUE DEUS PEDE DE NÓS?

Sendo a Fé esse Dom que Deus nos dá para enxergarmos além e não nos determos nas dificuldades do aquém e podermos seguir apesar dos problemas, das cruzes, dos sofrimentos, da morte que temos que superar a cada dia, o texto evangélico de hoje (Mt 17, 1-9) nos apresenta o Senhor Jesus fazendo com alguns discípulos uma Experiência capaz de fortalecer-lhe a fé.   Ora, esse texto do capítulo 17 é uma espécie de "injeção de ânimo" que o Senhor oferece após ter indicado as dificuldades que o seguimento comporta na vida dos seguidores.   

Em Mt 16 temos o famoso texto onde o Senhor pergunta: "Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?"  Os discípulos respondem que o Povo pensa que é Jeremias, Elias, João Batista ou algum dos profetas!   Insiste Jesus: "E para vós? Quem Sou Eu?"   Simão toma a palavra e afirmando que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, o Salvador!     Em seguida Jesus o elogia, o chama de Pedro e afirma que a Sua Igreja será construída sobre aquelas sábias palavras inspiradas pelo Pai do Céu e declara Pedro chefe da Igreja.    Tudo ótimo até aqui.   Mas, parece que o Senhor sentiu uma necessidade de explicar que tipo de Messias Ele era pois parece que Pedro falou muito bem de algo que ainda não compreendia tão bem.

Diz Jesus: "Eu Sou o Messias que vai SOFRER, PADECER, SER ENTREGUE NAS MÃOS DOS HOMENS, CARREGAR A CRUZ, SER PENDURADO E MORRER NELA MAS RESSUSCITAR NO TERCEIRO DIA!"   O mesmo Pedro, elogiado momentos antes, diz: "Deus não irá permitir tal coisa!" E, aqui, Jesus o chama de Satanás pois se tornara uma pedra de tropeço em Seu caminho!   E Jesus continua afirmando que todo aquele que quisesse segui-Lo deveria "renunciar-se a si mesmo, tomar a Cruz cada dia e vir após Ele!"

Esse Discurso de Jesus deu uma murchada na fé dos discípulos e, por conta disso, o Senhor os leva para a Experiência do Alto da Montanha, da Transfiguração, tema de hoje.   Tomando consigo Pedro, Tiago e João, Jesus sobe com eles a uma alta montanha e lá é transfigurado diante deles: seu rosto brilha como a luz e suas vestes ficam como o sol.   Ali, os discípulos compreendem que Aquele a quem seguiam não era Somente um homem mas era, também, Deus!    Moisés e Elias aparecem e conversam com Jesus e aquela Experiência foi boa demais: "É bom ficarmos aqui!..."   Porém, será preciso descer da montanha e seguir o caminho que o Senhor propõe pois a Experiência da Montanha se confirmará plenamente no final da Caminhada.

Essa Caminhada de Fé, feita nesse mundo, é complexa mas Deus nos dá segurança.   A Segunda Leitura (2 Tm 1, 8b-10) nos apresenta o Apóstolo Paulo falando com o seu discípulo Timóteo para sofrer com ele pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus pois Deus nos salvou não por nossas obras mas pela Fé que temos Nele!

Que Deus nos ajude em nossa Caminhada de Fé e que diante das dificuldades enxerguemos a Sua Ação em nossas Vidas!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

terça-feira, 25 de março de 2014

"I Domingo da Quaresma: A Palavra de Deus é a Grande Arma para VENCERMOS as Tentações do diabo!" - 09 de Março de 2014

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade à nossa Caminhada Quaresmal, celebramos, hoje, o I Domingo e, nesse Domingo somos convidados a refletir sobre a ação do mal em nossas vidas e, o mais importante, como podemos fazer para vencê-lo em nós e, em consequência, no mundo que nos cerca.   A oposição Adão e Eva de um lado e o Senhor Jesus do outro, nos fornecerão a compreensão de como o mal pode nos dominar e nos afastar da Presença de Deus e, o melhor, como podemos eliminar a sua ação nefasta em nossa vida e, dessa forma, nos voltarmos pra Deus.

A Primeira Leitura (Gn 2, 7-9; 3, 1-7) nos revela a verdade que refletimos na Quarta-feira de Cinzas: viemos do pó e para lá voltaremos!  A criação do Ser Humano a partir do pó da terra nos revela a nossa condição inicial: não somos Nada!   Mas, apesar disso, o Senhor nos fez e nos deu uma Vida, participação da Sua: Ele soprou nas narinas o sopro da vida (nos deu o Seu Espírito, o Seu Hálito para sermos Sua Imagem e Semelhança).   Esse Deus que nos criou do Nada mas nos fez semelhante a Ele, tem sempre o MELHOR para nós: Ele plantou um jardim no Édem e ali colocou o Ser Humano que havia feito.   De Deus, devemos aprender, só vem o que é Bom, o Melhor pois Ele não sabe fazer e oferecer outra coisa que não isso.   

Mas, "como vivemos o mal e sofremos as consequências do mesmo em nosso dia a dia?"   A sequência da Leitura nos revela como isso começou: Estar no Paraíso e ouvir, SOMENTE, a Voz de Deus concede ao Ser Humano todas as condições para que viva plenamente a Vida que o Senhor lhe deu.   Porém, a partir do momento em que, cerrando os ouvidos à Voz de Deus, única capaz de oferecer a Vida Plena, o Ser Humano passa a dar ouvidos a uma outra voz, à voz do adversário de Deus, terá que arcar com as consequências de sua ação, de sua escolha.   Na verdade, há duas vozes que podem guiar a nossa vida e a escolha é pessoal, é de cada um (a) que na liberdade que possui, faz a opção que achar conveniente.   

Disfarçado de Serpente - o mais astuto dos animais que Javé havia criado - o diabo se aproxima do Ser Humano e, com a sua "conversa mole" vai ganhando a atenção dos seus interlocutores.   Aqui, o grande perigo pois não podemos menosprezar o "poder" que o diabo tem para enganar, seduzir e levar a criação divina para longe do Seu Criador.   Na medida em que vai ganhando a atenção dos seus ouvintes, o diabo vai mostrando a que veio: "É verdade que Javé colocou vocês nesse Paraíso mas, ao mesmo tempo, os proibiu de usufruir dos bens que aqui estão?" Pergunta o diabo!   "Não!" Respondem!  "Você está enganado!  Podemos usufruir de tudo menos tocar no fruto da árvore que está no centro do Jardim pois o dia que o fizermos, morreremos!" Concluem!   Aqui, o diabo, dá o golpe final, que entra no coração: "Mentira!" Diz, invertendo os papéis pois o mentiroso é ele! "Javé sabe que no dia em que vocês comerem aquele fruto (da árvore da vida e da ciência do conhecimento do bem e do mal) vocês vão viver sem precisar Dele pois os olhos de vocês se abrirão e vocês se tornarão "IGUAIS" a Ele e não precisarão mais da Sua Ação na vida de vocês!"   Que coisa mais maravilhosa!   É o que desejamos de fato: uma vida sem que ninguém interfira e não tenhamos que dar satisfação de nada para ninguém!   Aqui, Eva olha para o fruto - diga-se de passagem, fruto que ela via todos os dias e nunca lhe havia chamado a atenção - e percebe que é agradável de se ver, é bonito e portanto, deveria ser bom para comer.   Motivada pela "voz do opositor" e se esquecendo da voz de Javé, ela pega e come e oferece ao marido que também pega e come e, de fato os olhos se abriram mas, ao contrário do que lhes prometeu o diabo, não para se perceberem "IGUAIS" a Deus para se descobrirem NADA, NUS, sem eira nem beira.   E tecem roupas com folhas de figueira para se cobrirem.

Ora, essa desobediência custou caro para nossos primeiros pais e para nós até hoje; esse pecado das origens nos marca e nos faz viver a mediocridade e não a plenitude de vida que o Senhor nos oferece.   A consequência de tudo isso foi a perda do Paraíso e a batalha que devemos travar dia a dia para voltarmos para lá um dia.    Deixar de escutar a Voz de Deus para dar ouvidos ao diabo nos faz viver no inferno pois é somente isso que o adversário do Senhor tem para nós.

A nossa sorte é que Deus, apesar do nosso pecado, continua nos amando pois não pode e não consegue deixar de fazê-lo e, na plenitude dos tempos, percebendo que sozinhos não voltaríamos ao Paraíso que se perdera com nosso pecado, enviou-nos o Seu Filho e, ao contrário de Adão, obedecendo à Voz do Pai e se pautando Nela somente, VENCE AS TENTAÇÕES e nos indica o que devemos fazer para voltarmos à amizade com Deus.

O Evangelho (Mt 4, 1-11) nos apresenta o caminho de Jesus como proposta para nós nesse Tempo de Quaresma: só é possível vencer as tentações quando se tem a Palavra de Deus como Verdade em nossas vidas.   Às investidas de Satanás, SOMENTE a Palavra de Deus é capaz de vencer: não só de pão vive o homem mas de toda Palavra que sai da boca de Deus; não tentarás o Senhor, teu Deus e adorarás somente ao Senhor e somente a Ele prestarás culto!   É assim que o diabo foge!   Ao contrário de Adão e Eva que, ouvindo a voz do Diabo se esqueceram da Voz de Deus, Jesus nos oferece o caminho que pode nos conduzir de volta ao Pai.

É esse Jesus que nos leva de volta ao Pai e na Segunda Leitura (Rm 5, 12-19) temos essa afirmação feita pelo Apóstolo Paulo: Por um só homem entrou o pecado no mundo (Adão) e por um só Homem, a Graça voltou a ser possível para nós(Jesus)!

Que nessa Semana o Senhor nos ajude a viver mais e melhor a Palavra em nosso dia a dia!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

"Quarta-Feira de Cinzas: É preciso transformar em Pó TUDO QUE NOS FAZ PENSAR QUE SOMOS MAIS DO QUE SOMOS!" - 05 de Março de 2014

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Iniciamos, hoje, com a Igreja no Mundo um Novo Tempo Litúrgico: a Quaresma.   Nesse Tempo somos convidados a seguir o Senhor Jesus em sua Via Dolorosa nos solidarizando com TODOS que, de uma forma ou de outra, continuam revelando, pela vida que levam, o SOFRIMENTO DO SENHOR.   Abrimos um Tempo de Quarenta Dias que, mais do que o Tempo Cronológico, seria importante percebê-lo como TEMPO TEOLÓGICO, TEMPO DE SALVAÇÃO.   Nesse período somos convidados a matar em nós o homem velho, terreno, adepto do mal e do pecado e deixar nascer o Homem Novo, Celeste, adepto da Graça e Construtor do Céu.   Aproximar-se de Deus, ouvir, meditar, guardar, compreender e viver a Sua Palavra são passos fundamentais que nos auxiliarão nessa empreitada chamada CONVERSÃO.

Na História da Salvação, em vários momentos, podemos perceber a simbologia do número 40 (enquanto contagem de tempo) como sendo o prazo adequado, suficiente para gerar no Povo de Deus a Vida Nova.   Assim, num primeiro momento, o Dilúvio nos vem à mente: em quarenta dias as águas irromperam, levando com elas o mal e deixando sobreviver SOMENTE OS QUE FORAM CONSIDERADOS JUSTOS, isto é, Noé e os seus; a Escravidão Egípcia durou 400 anos e, nesse tempo o Povo se Voltou para Deus e pediu o Seu Socorro, o Seu Auxílio e foi libertado; logo após a Libertação, o Povo andou por 40 anos no DESERTO para alcançar a Terra Prometida; o Profeta Elias, quando fugia das investidas da cruel rainha Jezabel, andou 40 dias pelo DESERTO ATÉ CHEGAR AO MONTE DE DEUS, O HOREB e ter as suas forças renovadas para enfrentar a situação de dor e sofrimento; a população de Nínive teve 40 dias para se converter do mal e ter a sua vida preservada por Deus com o anúncio de Jonas e, por fim, temos o próprio Jesus que, logo após o Batismo é conduzido ao DESERTO pelo Diabo para ser tentado, testado antes de iniciar o seu Ministério Público.   Aqui, percebemos que a ideia do 40 (tempo Teológico) nos faz pensar num tempo capaz de fazer acontecer o Processo de Conversão que, nesse Tempo da Quaresma, toda a Igreja é convidada a viver.

Abrimos esse Tempo Litúrgico com uma Celebração conhecida como Celebração das Cinzas e, tem muita que pensa que nesse dia nós nos dirigimos à uma Igreja para que, recebendo as Cinzas "tudo de mal que tenhamos feito - sobretudo no período do Carnaval - é desfeito e, dessa forma, podemos dar sequência à nossa vida sem maiores transtornos".   Doce ilusão pensar assim!!!!   A Celebração das Cinzas não tem tal objetivo mas, ao abrir o Tempo Litúrgico da Quaresma, tal Celebração é um Grande Convite para entrarmos nesse Caminho de Conversão e, para tanto, ela (Celebração) nos oferece os caminhos, as pistas, as luzes, o método, as estratégias que devemos usar para atingir tão sonhado objetivo: a nossa Conversão!   A Palavra de Deus que abre esse Novo Tempo nos inspira e nos aponta por onde devemos seguir.   Vejamos:

A Primeira Leitura (Jl 2, 12-18) em suas primeiras palavras já nos deixa alertas sobre o que devemos fazer nesse Tempo de Graça: Agora, portanto, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso CORAÇÃO, com Jejuns, Lágrimas e Gemidos; RASGAI O CORAÇÃO E NÃO AS VESTES!  Que maravilhas essas palavras do Profeta para um Povo que não estava vivendo a Vontade Soberana do Senhor em sua vida.   Aqui, logo de cara, percebemos que o Senhor deseja ver em nós atitudes condizentes com uma sinceridade de Coração; percebemos que, diante do Senhor, as caras e bocas de santos e santas não bastam pois é preciso mais e muito mais: a Conversão deve ser um Processo iniciado de DENTRO PARA FORA pois se o que apresentamos fora de nós (externamente) não coincidir com o que se passa no Coração, isto é, não for Verdadeiro, para Deus não faz sentido, não tem valor.  Toda a Assembleia deve ser convocada para esse Tempo de Perdão, demonstrando a dor pelas ofensas feitas ao nosso Senhor.   Se tais atitudes externas forem percebidas por Ele como Verdadeiras, quem sabe se Ele se volta para nós e deixa atrás de cada um (a) uma bênção, oblação, libação pelos nossos pecados cometidos ... pois Ele é Benigno, Compassivo, Paciente e cheio de Misericórdia.   São essas atitudes verdadeiras que nos levará ao Perdão de Deus.

Rasgar o Coração é tarefa, humanamente nesse mundo, impossível de ser praticada pois é o mesmo que permitir que a dor, o sofrimento, a cruz façam parte de nossa Caminhada e, mais ainda, tal atitude implica em querer MORRER e se permitir MORRER!   Daí, ser o Tempo da Quaresma, um Tempo tão difícil e complicado de se viver plenamente e, nos perguntamos: "Como poderemos conseguir tal feito?" A Segunda Leitura (2 Cor 5, 20-6, 2) nos dá a resposta: precisamos acreditar que Aquele que nos pede tal ação é o mesmo que nos fala por meio do Apóstolo Paulo que estará conosco para nos dar sustentação, coragem, força pois, esse é o momento favorável, é agora do Dia da Salvação!   Como Embaixador de Cristo é que nos fala o Apóstolo Paulo e devemos acreditar que é o próprio Cristo quem está falando por ele.

Por fim, no Evangelho que nos é proposto (Mt 6, 1-6. 16-18) temos as orientações que o próprio Jesus nos dá: é preciso ter atenção sobretudo com aquelas práticas que são, de acordo com o senso comum, estritamente religiosas pois elas podem esconder o nosso próprio orgulho, a nossa própria vontade de sermos reconhecidos pelos outros roubando de Deus o que Lhe pertence de direito que é o louvor daqueles e daquelas que enxergam em nossas boas obras a Sua própria Ação.   A nossa Justiça deverá ser superiora à Justiça dos Fariseus e dos Mestres da Lei e para tanto, o tripé que norteia a nossa Caminhada Quaresmal deverá ser praticado como nos fala o Senhor: a Oração, a Esmola e o Jejum são para nos unir mais estreitamente ao Senhor e nos disponibilizar mais para o SERVIÇO AO PRÓXIMO e não serem meios para nos auto-promovermos.   Aqui, o SEGREDO é a alma do "negócio" para que Deus que vê no SEGREDO nos ofereça a RECOMPENSA, isto é, a Salvação!

Viver esse Tempo como nos pede o Senhor e como nos orienta a Igreja não é tarefa fácil mas, ao nos aproximarmos mais de Deus vamos nos dando conta de que é possível pois Ele (Deus) nos sustenta em nosso Caminho!   As Cinzas recebidas no dia hoje deve nos recordar aquilo que somos de fato: somos pó e para lá, para o pó, voltaremos!   Ora, se é fato e verdadeira essa sentença, importante é, nesse Tempo Quaresmal e em toda a nossa vida o seguinte: É preciso se esforçar para reduzir a Pó TUDO que nos faz pensar que somos mais do que Pó!   Façamos isso e veremos que a Quaresma nos transformará num Novo Homem e numa Nova Mulher!

Boa Celebração para todos (as)!
Pe. Ezaques Tavares

segunda-feira, 3 de março de 2014

"VIII Domingo do Tempo Comum: Esperar em Deus como se TUDO DEPENDESSE DELE e fazer a nossa parte como se TUDO DEPENDESSE DE NÓS!" - 02 de Março de 2014

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade à nossa Caminhada de Fé nesse Tempo Comum, chegamos ao VIII Domingo e buscamos na Palavra de Deus que nos é proposta as pistas que nos conduzirão à santidade e perfeição divinas.   Ouvir, meditar, partilhar, compreender e, acima de tudo viver o que a Palavra de Deus nos fala nos fará, verdadeiramente mais semelhantes a Ele.   Os textos bíblicos propostos para nossa reflexão neste Domingo nos farão compreender a Imagem de Deus como um Pai que nos AMA e, por conta disso, CUIDA DE NÓS, nos oferecendo o que cada um (a) necessita para viver a Sua Vontade.

Assim, a Primeira Leitura (Is 49, 14-15) nos mostra o Profeta, falando em nome de Javé, sobre esse AMOR e CUIDADO que Ele tem para com os Seus.   Diante de uma Comunidade que vive as agruras do final do Exílio na Babilônia, que retorna para Jerusalém e se vê diante de uma situação muito complicada de reconstrução da vida em todos os seus aspectos, quase que do zero, com a fé e a esperança abaladas e que se questiona sobre a presença ou não de Javé naquela circunstância, o Profeta diz: Deus NUNCA ABANDONA OS SEUS e mesmo que uma mãe fosse capaz de abandonar o fruto de seu ventre, ELE NÃO SE ESQUECERIA DE SEUS FILHOS (AS)!   Que bela leitura...   Ela nos enche de confiança, renova em nós a esperança, nos reanima e restaura nossas forças para darmos continuidade àquilo que a Vida nos reservar.  

No entanto, fico me perguntando sobre os porquês que nos levam a duvidar da presença e ação de Deus em nossas vidas.   E, diante da reflexão, chego a uma conclusão, entre tantas que possam surgir.

Um grande "problema" que percebo em nós com relação em Deus vem da compreensão que temos sobre a forma de contar o tempo: enquanto para nós há a classificação do tempo em três categorias, isto é, passado, PRESENTE e futuro, em Deus SÓ EXISTE O ETERNO PRESENTE.   A Eternidade só existe no AGORA ETERNO DE DEUS!   Na verdade, também para nós, o que temos de concreto e verdadeiro é o PRESENTE, O EXATO AGORA!   O momento de agora há pouco, quando comecei a escrever esse texto (uns 05 minutos atrás) não existe mais!   No entanto, se formos refletir bem sobre a nossa vida e a vida de tantos que nos cercam, iremos perceber que gastamos grande parte do nosso presente, do tempo que de fato temos, com o passado ou com o o futuro: lamentamos ou temos saudade de um tempo que ficou na lembrança e só existe lá ou vivemos tentando antecipar a vida com as nossas PREOCUPAÇÕES com o futuro!   Daí, como Deus é SOMENTE PRESENTE não conseguimos senti-Lo agindo em nosso favor no AGORA DE NOSSA EXISTÊNCIA: ou porque estamos voltados para o passado ou ligados em algo que não sabemos, de fato, se irá acontecer, isto é, PREOCUPADOS COM O FUTURO.   Aqui, blasfêmias, dúvidas, incertezas ... vão tomando conta de nossa vida com relação à presença e ação divinas em nós e por meio de nós no mundo que nos cerca.

Compreendendo isso, percebemos a força presente nas palavras de Jesus no Evangelho de hoje (Mt 6, 24-34).   Em primeiro lugar o Senhor nos chama a atenção para a necessidade de escolhermos quem será o nosso Senhor e comandará a nossa vida pois não é possível SERVIR A DOIS SENHORES.   Claro que não podemos, apesar de acharmos que isso é possível!   Não dá para servir a dois senhores pelos simples fato de sermos uma única pessoa, somos indivisos, unos e dessa forma tenderemos sempre mais para um em detrimento do outro.

Optar por Deus nem sempre é fácil pois o Mundo possui apelos e nos seduz drasticamente com sua propostas "agradáveis e fáceis".   Só conseguimos fazer uma opção segura por Deus quando descobrimos, por experiência própria - não de ouvir dizer - que Ele é Pai e cuida de nós no presente de nossa existência.   Essa é, sem sombra de dúvidas, uma EXPERIÊNCIA TRANSFORMADORA EM NOSSAS VIDAS!   Ela desencadeia o que chamamos CONVERSÃO!

Aqui, entendemos a sequência do texto evangélico quando o Senhor nos pede para não nos preocuparmos com a vida ou com o corpo com questões do tipo: "O que iremos comer ou beber?" ou: "O que iremos vestir!"  pois a vida vale mais que o alimento e a bebida e o corpo mais que a vestimenta.   Mas, como viver sem tais "preocupações" tão "normais" e corriqueiras em nossos dias?    Jesus dá a receita:   Olhem o mundo ao redor e observem os pássaros do céu e os lírios do campo ...  Os pássaros não plantam, não colhem nem recolhem em armazéns e,no entanto, o vosso Pai os alimenta.   Vós valeis mais que os pássaros do Céu! ... Os lírios do campo não fiam nem tecem e, no entanto, nem Salomão, em todo o seu esplendor, se vestiu como um deles!   Se Deus veste assim a erva do campo que hoje está viva e amanhã é jogada no forno para ser queimada, por que não cuidaria de vocês, gente de POUCA FÉ?

Dessa forma, começamos a compreender que a preocupação exagerada com a vida que levamos é SINAL DE AUSÊNCIA DE FÉ NESSE DEUS PROVIDENTE!   É preciso saber viver o PRESENTE como aquilo que ele é: um presente de Deus para vivermos AGORA a SUA VONTADE e o resto nos será acrescentado!  O problema está em que gastamos a vida toda correndo atrás do resto e, no final, ficamos sem o resto que ocupou toda a nossa existência e, ainda por cima, ficamos sem Deus!   Deixe que o amanhã, quando se tornar PRESENTE trará seus próprios problemas e não tentemos antecipar situações que não nos cabem e não conseguimos!

Com isso, podemos fazer uma ligação com a Segunda Leitura (I Cor 4, 1-5) quando ouvimos o Apóstolo Paulo nos orientando para a necessidade de nos percebermos nesse mundo como administradores dos mistérios de Deus...   Tudo é nosso ... mas somos de Cristo e Cristo é de Deus!   Sejamos fieis a Deus e veremos se Ele não sustenta a Palavra dada em nosso favor?   Faça a experiência!   Só depende de VOCÊ!!!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares