quinta-feira, 27 de março de 2014

"III Domingo da Quaresma: Experimentar a Água Viva é TRANSFORMAR-SE numa FONTE DE ÁGUA QUE JORRA PARA A VIDA ETERNA NO MEIO DO MUNDO!" - 23 de Março de 2014

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Continuando a nossa Caminhada Quaresmal celebramos, hoje, o III Domingo e, nesse dia somos interpelados pela Palavra a seguir os passos da Samaritana no Poço de Jacó para descobrirmos Naquele que nos pede "de beber" o Messias, o Cristo Esperado.   Esse é um caminho difícil pois, nem sempre, a Verdade é algo que nos salta os olhos tão rapidamente.   A conversa de Jesus com a Samaritana nos apresenta o percurso, feito de altos e baixos mas, se perseveramos até o fim chegaremos à mesma conclusão daquela Mulher: Jesus é o Filho de Deus Esperado que veio para nos indicar o Caminho da Salvação!

Dessa forma, a Primeira Leitura (Ex 17, 3-7) já nos serve de pano de fundo para a compreensão do Texto Evangélico de hoje.  Em Êxodo temos a apresentação da dificuldade que a Fé tem para resistir às dificuldades que o Caminho oferece.   Crer quando TUDO está em conformidade com o pensamos ser o melhor, é fácil.   Problemático é continuar crendo quando a Vida tem que atravessar o DESERTO e, automaticamente, ter que enfrentar as intempéries apresentadas pelo mesmo: sede, fome, frio, calor ...   

No texto em questão, o Povo de Deus que acabara de sair da Terra da Escravidão e contemplou TUDO que Javé foi capaz de realizar com Seu Braço Forte; Povo que, cheio de "Fé" manifestou a sua adesão ao Projeto que lhes foi apresentado pelo Senhor, diante da Sede (dificuldade própria do Deserto) reclama, lamenta, murmura, blasfema e sente saudades da Terra que os oprimira por cerca de 430 anos: "Lá, no Egito, éramos escravos mas, em contrapartida, havia o rio Nilo e podíamos beber água à saciedade.   Já, aqui, nesse Deserto ... morreremos todos de Sede!"   Pensam e falam contra Deus e o Seu escolhido Moisés.

A sorte do Povo e nossa é que Deus não é um Deus Vingativo mas, ao contrário, é Amor e Compaixão e, à reclamação e murmuração do Povo, Ele responde oferecendo a satisfação daquela necessidade pois como vimos na Primeira Leitura do I Domingo: Deus só tem o MELHOR para os Seus!   Chamando Moisés e os Anciãos do Povo ordena que passem à frente e, num Rochedo existente aos pés da Montanha de Deus (Horeb) sairia água para o Povo beber e todos os seus parentes e animais.   Assim foi feito e a Palavra se realizou mais uma vez aos olhos dos murmuradores e aquele local ficou conhecido com os nomes de Massa e Meriba por conta das dúvidas levantadas pelo Povo se Deus estaria ou não do lado deles.

Como nós, ainda hoje, somos do mesmo jeito: basta que uma situação não apareça do jeito que a idealizamos para que nossa Fé fraqueje e a discussão surja sobre a presença ou não de Deus em nossa vida.   É por isso que o Caminho de Fé é árduo e comporta situações em que a mesma (Fé) é posta em cheque a cada instante.   Esse Caminho é longo e será preciso que ao longo do mesmo nos deixemos interpelar pelo Senhor que cruza por ele (Caminho) para nos conduzir às Fontes de Água Viva!   É isso que o Evangelho de hoje (Jo 4, 5-42) quer refletir conosco: a Conversa com o Senhor vai promovendo naquela Mulher Samaritana, Imagem da Igreja, o surgimento e o fortalecimento da Fé e, depois de perceber Jesus como o Messias, o Cristo Esperado, Ela (Mulher = Igreja) sai correndo para levar esse Anúncio a todos os moradores da sua cidade.   Para que isso pudesse acontecer, Jesus teve que superar alguns obstáculos.   Vejamos:

Estando a caminho, Jesus e os discípulos passam por uma região, dentro do Território da Samaria.   Em Sicar, cidade da Samaria, eles param junto ao Poço de Jacó e, após a saída dos discípulos de cena (foram à cidade para comprar algo para comerem) Jesus vê aproximar-me uma Mulher e não hesita em pedir-lhe um pouco de água para beber pois, afinal de contas, já era por volta do meio dia e o Deserto é quente.   Aqui, temos a quebra de, pelo menos, dois preconceitos estabelecidos à época: um homem não podia ou não devia se dirigir a uma Mulher que estivesse sozinha pois era um desrespeito e, para complicar, esse homem é judeu e a mulher é samaritana e, portanto, são membros de povos que não se dão.   Aqui, percebemos, logo de cara, que para fazer chegar aos corações a Mensagem de Fé, o primeiro passo a ser dado é com relação à quebra das ideias pré concebidas.   Puxando um papo, a partir de uma necessidade (a sede), Jesus vai se dando a conhecer: de pedinte, passa a ser o ofertante de algo muito maior e melhor: pede a água do poço e oferece uma Água Viva que mata a Sede Eterna.   Mas, a Mulher ainda não compreende o significado da conversa.

Aqui, Jesus muda o tom para que a Mulher pudesse percebê-lo de outra forma: Vá chamar o seu marido, diz!   Eu não tenho marido, responde!   E, dessa forma Ele se revela um pouco mais: Nisso disseste bem pois já tiveste cinco maridos e o que tens agora não é seu!    Diz a Mulher: Senhor, vejo que és um profeta!   E um Diálogo, em outro nível se estabelece: a Mulher fala da expectativas samaritanas e judaicas e Jesus desfaz tais "verdades" afirmando que os adoradores que o Pai procura são os que sabem adorá-Lo em Espírito e em Verdade!   Até que Jesus se declara como sendo Ele o Messias, o Cristo Esperado!

Feita a Experiência com o Senhor, a Mulher sai para Anunciar tal Experiências para os seus e, a cidade se converte pelo Testemunho da Mulher e, por fim, tendo o Senhor permanecido com eles por dois dias - pois foi, exatamente para isso, que Ele veio: para fazer a Vontade do Pai que o Enviou - Esse é o Seu Alimento - a cidade dirá que acredita em Jesus não mais pelo Testemunho da Mulher mas pela Experiência que cada um (a) foi capaz de fazer pessoalmente com a permanência junto ao Senhor.

Nós, que somos a Igreja de Deus, temos essa Missão também: experimentando Deus presente em nosso meio, possibilitar que os outros (as) também consigam fazê-la!

É isso que o Apóstolo Paulo, na Segunda Leitura de hoje (Rm 5, 1-2.5-8) nos apresenta: somos justificados pela Fé e não pelas obras (lembrem-se de Abrão do Domingo passado, nosso Pai na Fé). É essa Fé que nos enche de Esperança e essa, por sua vez, não nos decepciona pois nos afirma que o Amor de Deus  foi derramado em nossos corações pela Ação do Espírito Santo.   Caminhar nessa certeza que a Fé nos dá nos faz  vencer toda e qualquer dificuldade que o Caminho com o Senhor nos apresentar.

Que Deus nos ajude nessa nossa Caminhada de Fé e que a Experiência com a Pessoa de Jesus nos torne Fontes de Água Viva a jorrar para Eternidade no meio desse Mundo corrompido pelo pecado.   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares


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