domingo, 7 de dezembro de 2014

"Solenidade da Imaculada Conceição de Maria: Em Maria encontramos o MODELO de PREPARAÇÃO para o NATAL!" - 08 de Dezembro de 2014

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dentro do Tempo do Advento, a Liturgia da Igreja nos oferece a oportunidade de refletir sobre a vida daquela que mais soube viver a Vontade do Pai, a ponto de ser escolhida para gerar o Salvador do Mundo que nós, ansiosamente, aguardamos.  Em Maria, a Igreja nos oferece um MODELO seguro de VIRTUDE que pode, se assim o desejarmos, nos auxiliar em nossa preparação para o Natal que se aproxima.   A Imaculada Conceição de Maria foi proclamado Dogma em 1854 pelo então Papa Pio IX.  No entanto, é preciso entender que toda e qualquer exaltação da Virgem Maria em nossa Caminhada de Fé deve ser compreendida a partir da estreita relação que a mesma teve e tem com a Trindade Santa.   Maria não é o que é para nós Católicos por ela mesma mas, toda a nossa Devoção, o nosso Carinho Filial, o nosso Culto Especial se devem aos méritos de Jesus, o Cristo.   Não fosse Ele, toda a nossa estreita relação com a Virgem Maria não teria sentido.   A Palavra de Deus dessa Solenidade nos ajudará nessa compreensão.

Na Primeira Leitura (Gn 3, 9-15.20) nos apresenta o episódio ocorrido logo após a desobediência de nossos primeiros pais (Adão e Eva).   Deus que organizara o caos que era o mundo e que acabara de criar o homem e a mulher à Sua Imagem e Semelhança havia entregado aos mesmos toda a obra de Suas Mãos.   Esse homem e essa mulher viviam felizes no Paraíso (Jardim do Édem) pois eram agraciados com tudo que necessitavam para tanto.   Enquanto escutavam a Voz de Deus e seguiam, única e exclusivamente essa Voz, tudo estava bem mas, a partir do capítulo terceiro - de onde sai a nossa Leitura - temos a entrada de uma nova voz, a voz do adversário de Deus que, buscando chamar a atenção para si, lança uma pergunta: é verdade que Deus fez esse Paraíso, os colocou aqui e os proibiu de usar toda essa beleza?   Ao dar atenção àquela voz - diferente da Voz de Deus que os criara - nossos pais caem na armadilha e movidos pelo desejo pecaminoso colocado em seus corações (o desejo de serem iguais a Deus), desobedecem e, comendo o fruto da árvore que estava no centro do jardim percebem seus olhos abertos para enxergarem o que de fato eram: NADA!   Buscam se esconder mas Deus quer vê-los e os chama pelo nome e, aqui começa nossa leitura.   A Voz de Deus causa vergonha pois nossos pais reconhecem o erro cometido ao darem ouvidos ao adversário do Senhor.  A nudez do ser humano o envergonha diante de seu Criador mas será preciso assumir as consequências do erro, não adiantando tentar jogar nas costas dos outros o que, somente a nossa liberdade mal usada, pode explicar e justificar.   Por fim, Javé dá a sentença: inimizade entre a mulher e a cobra; entre a descendência de uma e da outra; enquanto a cobra buscará morder a calcanhar da mulher, esta lhe ferirá a cabeça com um seu descendente.   Aqui (Gn 3,15) temos a primeira grande profecia feita pela boca do próprio Deus e que se realizará em Maria que, com seu Sim, dará à Luz o descendente prometido que ferirá a cabeça da serpente com Sua Morte e Ressurreição, libertando toda a Humanidade das garras do adversário de Deus.

Assim, essa Primeira Leitura se realiza plenamente no texto Evangélico de hoje (Lc 1, 26-38) com o envio do Anjo Gabriel para fazer o anúncio de que Maria tinha sido escolhida para gerar tal descendente.   Toda obra  - assim como no passado - é Divina e, de Maria só é aguardado o SIM que mudará, para sempre, a História da Humanidade.   Aqui, Maria se torna o nosso modelo de Caminhada de Fé: sem compreender como as coisas se dariam, Ela diz SIM à Vontade do Pai, gerando dessa forma, o Salvador do Mundo.

O Advento é o Tempo Litúrgico em que a Igreja que somos todos (as) e cada um (a) de nós é convidada a dar o seu SIM como Maria e, a partir daí, abrir mão de tudo que impeça a chegada de Deus em nossas vidas e, por nosso intermédio, na vida do mundo em que estamos inseridos.   Essa relação estreita de Maria com a Trindade nos faz olhar para ela e enxergá-la de forma diferente, como Modelo de Virtude que poderá nos auxiliar - se assim o desejarmos - nessa luta que travamos dia a dia para viver a Vontade de Deus em nós.

Pelo Sim de Maria, Deus Pai une novamente a terra ao céu, por meio de Seu Filho Unigênito Jesus, o Cristo que necessitou desse Sim para se encarnar em nossa História e nos ensinar o caminho de acesso ao céu que o pecado das origens de nossos primeiros pais, nos havia fechado.   Somos escolhidos por Deus e devemos viver como escolhidos.   Maria, com o título de Imaculada Conceição, nos obtenha a graça de vivermos a nossa fidelidade até o fim.   Assim seja!

Oremos:
Ó Deus, que preparastes uma digna habitação para o vosso Filho, pela Imaculada Conceição da  Virgem Maria, preservando-a de todo o pecado em previsão dos méritos de Cristo, concedei-nos chegar até Vós purificados também de toda culpa por sua materna intercessão.   Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.   Amém!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares


"II Domingo do Advento: É preciso PREPARAR O CAMINHO PARA O SENHOR!" - 07 de Dezembro de 2014

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria, damos continuidade à nossa Caminhada de Fé nos preparando pela nossas Celebrações para o Natal do Senhor que se aproxima.   Buscamos na meditação, partilha, compreensão da Palavra que nos é proposta a cada dia, a cada Domingo, as luzes e pistas para vivermos tal preparação do jeito que Deus e a Igreja esperam.   Dessa forma, poderíamos dizer que o Centro da Palavra de Deus de hoje está na ideia de se preparar um Caminho que facilite a Sua chegada até nós e, a partir de nós, até o mundo que vivemos.

A Primeira Leitura (Is 40, 1-5.9-11) nos apresenta o Profeta, em pleno Exílio na Babilônia, tentando Consolar o Povo por ordem de Javé.   O Exílio foi algo tão terrível que o próprio Deus fala que o povo já pagou duas vezes mais pelos pecados cometidos.   Dessa forma, é preciso que se prepare um caminho no Deserto para que Deus possa se encontrar com o Seu povo: aplainar, nivelar, rebaixar, endireitar, alisar  são os verbos utilizados pelo Profeta para demonstrar o tipo de caminho que o Senhor deseja.  As montanhas devem ser abaixada, os vales aterrados, o caminho torto deve ser consertado e a aspereza deve ser alisada.   Quanta coisa será preciso fazer para que o Senhor chegue até nós...   Tudo isso é produzido pelo nosso pecado que impede a chegada de Deus em nossas vidas.   É preciso que vozes se elevem chamando a atenção de todos para essas tarefas que devem se realizadas o mais rápido possível pois, enquanto TUDO não estiver preparado, o Senhor não virá para carregar os cordeirinhos ao colo e tanger as ovelhas-mães.

Aqui, temos uma preparação para o texto do Evangelho de hoje (Mc 1, 1-8) que nos apresenta o início do Evangelho de Jesus Cristo com a pregação do Batista: Ele é a voz que grita no Deserto pedindo que se prepare o Caminho para a chegada Daquele que é mais forte que ele pois batizará com Espírito Santo enquanto ele batiza com água.   A água serve para lavar a casca, a aparência mas o Espírito lava, limpa queima por dentro, destruindo, de fato, TUDO que impede a chegada de Deus em nós e no mundo.   É Ele (Espírito Santo) que possibilita a destruição das montanhas, o aterro dos vales, o acerto do que está torto e o alisamento do que está áspero em nossas vidas.   Para tanto, é importante que nós queiramos, que nós deixemos o mesmo Espírito Santo agir plena e livremente em nossas vidas.

Assim, perceberemos que a Segunda Leitura de hoje (II Pd 3, 8-14) nos apresenta uma mensagem extremamente importante: Deus é paciente conosco e, enquanto não estivermos, de fato, preparados, Ele não virá.   Devemos aproveitar a paciência que o Senhor vem tendo conosco e mudarmos a nossa vida, nos convertermos deixando de praticar o mal e aderindo ao bem com verdade para nós.   É preciso compreender que o tempo de Deus é diferente do nosso pois um dia é como mil anos e mil anos como um dia!   Nos apressemos em viver o que a Palavra pede de nós hoje e sempre e nos preparemos pois o Senhor está chegando e, como um ladrão poderá chegar a qualquer momento!

Oremos:

Ó Deus todo-poderoso e cheio de misericórdia, nós Vos pedimos que nenhuma atividade terrena nos impeça de correr ao encontro do Vosso Filho, mas instruídos pela Vossa Sabedoria, participemos da plenitude de sua vida.   Por nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo.   Amém!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

"I Domingo do Tempo do Advento: A Vigilância Ativa do Cristão apressa a Vinda do Senhor!" - 30 de Novembro de 2014

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Estamos iniciando um Novo Ano em nossa Igreja e, vivendo a alegre esperança do Tempo do Advento nos preparamos para as Celebrações do Tempo do Natal.   Durante 04 Semanas seremos conduzidos pela escuta, meditação, partilha e compreensão da Palavra ao Encontro do nosso Deus que se fez homem para nos salvar.   Encontrar-se com Deus não poder ser um mero produto do acaso e, por isso, exige de cada um (a) de nós uma preparação: o rompimento com TUDO que nos impede de encontrar o Senhor que vem ao nosso encontro será fundamental!

Tanto nessa primeira semana quanto na segunda, a Liturgia da Igreja nos colocará em contato com a Segunda Vinda de Jesus, no final dos tempos e, na terceira e quarta semanas a Liturgia nos fará meditar sobre a Primeira Vinda de Jesus, nascido da Virgem Maria.

Assim, os textos da Palavra de Deus desse I Domingo (Ano B - Marcos) quer nos levar à compreensão da necessidade de estarmos atentos, vigilantes, apostos para que a chegada de Deus em nossas vidas não nos pegue despreparados (as).   Mas, o que significa "estar preparados?"  "estar vigilante?"

A Primeira Leitura (Is 63, 16b-17.19b; 64, 2b-7) nos apresenta uma Oração muito bonita que o Povo faz, após o retorno do Exílio na Babilônia, reconhecendo o Senhor como Pai e Redentor e os seus próprios pecados.   O povo andou longe dos caminhos do Senhor por conta de seu coração endurecido pelo pecado.   Dessa forma, o povo teve que experimentar a dureza de vida que se encontra longe de Deus (Exílio).   Em contrapartida, reconhecer a vida difícil como consequência das más escolhas feitas (longe de Deus) é um passo importante para a própria recuperação e, é isso que o Povo pede: Ah! se rompesses os céus e descesses!   As montanhas se desmanchariam diante de ti..."   O povo reconhece que Deus (Javé) é o único que caminha junto do Povo lhe proporcionando o melhor!   No entanto, ter Deus perto de si requer alguns cuidados: praticar a justiça com alegria, lembrar-se Dele pelos caminhos, evitar o pecado, retornar aos caminhos de outrora - é assim que seremos SALVOS!   O pecado destrói, nos suja, nos murcha e as maldades nos levam para longe de Deus como um vento impetuoso.   Apesar disso tudo, reconhece o Povo: Tu és o nosso Pai, nós somos barro; Tu nosso oleiro, e nós todos, obra de tuas mãos!

É esse reconhecimento da vida que levamos que nos poderá aproximar de Deus que vem ao nosso encontro nesse Tempo Litúrgico.   É dessa forma que estaremos preparados para nos aproximar Dele sem receios, sem medo.   É disso que nos fala o Evangelho de hoje (Mc 13, 33-37) quando nos aponta o Senhor pedindo dos seus seguidores "Cuidado e Atenção".   O Encontro com o Senhor é algo certo mas, como vínhamos refletindo nos últimos domingos, não sabemos dia e hora!   O Senhor se afastou mas nos deixou com uma grande responsabilidade: cuidar da Sua Casa e, para tanto, deu responsabilidades para cada um (a) de nós!   Cumprir com a nossa responsabilidade no cuidado da Casa do Senhor é o caminho seguro para não sermos apanhados de surpresa e ficarmos decepcionados no final.   O dia e a hora não são do nosso conhecimento e, por conta disso: "CUIDADO E ATENÇÃO!"

Não há desculpas para não estarmos preparados pois, de acordo com o Apóstolo Paulo, na Segunda Leitura de hoje (I Cor 1, 3-9) fomos enriquecidos em tudo, em toda palavra e em todo conhecimento, à medida que o testemunho sobre Cristo se confirmou em nós!  Dessa forma, não temos falta de nenhum Dom...   Tudo que precisamos para cumprirmos a Vontade do Senhor ao nosso respeito, Ele já nos ofereceu!   

Pensemos nisso e vivamos esse Novo Tempo Litúrgico na Graça de Deus!

Oremos:
Ó Deus todo-poderoso, concedei a vossos fieis o ardente desejo de possuir o reino celeste, para que, acorrendo com as nossas boas obras ao encontro do Cristo que vem, sejamos reunidos á sua direita na comunidade dos justos.   Por nosso Senhor jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo.   Amém!

Boa celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

"Festa de Jesus Cristo, Rei do Universo: O Amor e o Cuidado para com os Necessitados deve ser a Marca de Todo (a) Aquele (a) que PROFESSA A FÉ EM JESUS CRISTO!" - 23 de Novembro de 2014

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com a graça de Deus chegamos à Celebração do Último Domingo do Ano Litúrgico de 2014 com a Celebração de Cristo Rei.   Essa é uma Celebração que nos indica o modo que o Senhor tem de reinar sobre os Seus para que possamos saber, também, qual deverá ser o nosso comportamento de Cristãos e Cristãs.   Quando não compreendemos o tipo de Rei que o Senhor é, não saberemos construir o Seu Reino e, correremos um sério risco de trabalharmos em vão nessa Obra de Salvação.

Quando falamos em Rei nos vem logo à mente os modelos que a História da Humanidade nos apresenta: aquele que comanda e manda o seu reino; que possui súditos; que se assenta em trono; rico; poderoso; aclamado e reverenciado por todos; que não serve mas é, ao contrário, servido ...   Poderíamos, aqui, formar uma imensa lista do que nos diz a História sobre o ser e o comportamento dos reis mas, acredito que esses dados já sejam suficientes para iniciarmos o nosso confronto com o estilo do Senhor de Reinar a partir da reflexão da Palavra de Deus proposta nesta Liturgia.   Vejamos:

Na Primeira Leitura (Ez 34, 11-12.15-17) vivemos o período do Exílio na Babilônia e o profeta faz um análise das causas do mesmo Exílio: O que levou o Povo para tal situação?   De quem é a culpa?   O que aconteceu ou deixou de acontecer para que tal catástrofe se abatesse sobre a Comunidade dos Filhos de Israel?   Dessa forma, o profeta vai percebendo e fazendo perceber que o grande problema ou grande causa daquela fatídica situação foi o abandono, sobretudo por parte dos chefes do povo (pastores) dos caminhos propostos por Deus!   Esses chefes, escolhidos e ungidos por Deus, para representá-Lo e conduzir do o Seu Povo de acordo com a Sua Vontade, se perverteram e passaram a usar do poder que lhes fora concedido por Deus em benefício próprio.   Dessa forma, no lugar de servirem ao Povo passaram a se servir do Povo; no lugar de gerar a vida para todos, passaram a gerar a vida para eles mesmos e os seus; no lugar de cuidar do povo - sobretudo os mais carentes - exigiam que os mesmos cuidassem deles ... em outras palavras: Mudaram os parâmetros que norteavam a vida oferecida por Deus!

Nesse sentido, a exploração e a destruição da vida passaram a ser o foco: não cuidaram do rebanho mas se aproveitaram dele, exploraram TUDO que o rebanho tinha de bom e, no fim, abandonou o rebanho à sua própria sorte (usaram a lã, comeram a carne, usaram a gordura, beberam o leite ...) e quando ficaram fracas e sem condições de oferecer mais nada, as ovelhas foram dispersadas pelos montes e vales para morrerem longe e não pedirem ajuda.

Deus, porém, é o Dono do Rebanho e o Seu Pastor Verdadeiro.   Por isso não irá deixar as ovelhas ao léu: Eu mesmo vou procurar minhas ovelhas e tomar conta delas ... vou resgatá-las de todos os lugares em que foram dispersadas num dia de nuvens e escuridão!  Que belas e consoladoras palavras do profeta que fala em nome de Deus!!!   O Senhor irá buscar e cuidar das ovelhas do Seu Redil: procurar a ovelha perdida, reconduzir a extraviada, enfaixar a de perna quebrada, fortalecer a doente e vigiar a ovelha gorda e forte!   Nenhuma ficará sem os cuidados do Pastor Verdadeiro!   

Por fim, o Verdadeiro Pastor diz que fará justiça entre uma ovelha e outra, entre carneiros e bodes!

Como podemos perceber, nessa Primeira Leitura já encontramos os contraste entre o jeito de reinar dos reis da terra e o Novo Jeito trazido à tona pelo Senhor: o mundo explora e o Senhor Cuida!

Assim, essa leitura nos prepara para compreensão da força que o texto evangélico de hoje tem (Mt 25, 31-46) pois se utilizando das mesmas imagens, São Mateus nos apresenta o critério fundamental para provarmos a nossa adesão a esse Rei Jesus e podermos construir o Seu Reino que, como afirmamos em cada Celebração, também é nosso!

Estamos diante da Terceira Parábola desse capítulo 25 de Mateus (a primeira foi a das Virgens = Finados; a segunda, vimos na semana passada = dos Talentos).   Aqui, o Senhor nos apresenta o que é importante fazer para ser Salvo no final de nossa peregrinação nesse mundo e, o critério é muito simples: CUIDAR DA OVELHA NECESSITADA DE NÓS COMO SE ESTIVÉSSEMOS CUIDANDO DO PRÓPRIO SENHOR: tive fome, sede, frio, estava doente, preso e sem teto e você cuidou de MIM!   Essas são ações muito simples e todos podemos fazer mas, apesar disso, as negligenciamos e perdemos a oportunidade de viver a nossa vida de acordo com a Vontade do Rei Jesus!   De acordo com esse Evangelho, a Salvação ou Perdição dependerá do que tivermos feito ou não a um dos irmãos mais pequeninos do Senhor por Amor a Ele!   Lembre-se: Para nós Cristãos, o Amor a Deus sobre todas as coisas passa, necessariamente, pelo Amor ao Próximo como a nós mesmos!

Oremos:

Deus eterno e todo-poderoso, que dispusestes restaurar todas as coisas no vosso amado Filho, Rei do Universo, fazei que todas as criaturas, libertas da escravidão e servindo à vossa majestade, Vos glorifiquem eternamente!   Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo!   Amém!

Boa celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares


terça-feira, 18 de novembro de 2014

"XXXIII Domingo do Tempo Comum: É preciso multiplicar os TALENTOS que o Senhor nos dá!" - 16 de Novembro de 2014

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria chegamos ao penúltimo domingo do Ano Litúrgico e, dando continuidade à nossa reflexão desse último mês queremos obter da Palavra de Deus as condições para nossa avaliação da Caminhada de Fé realizada até aqui.

Iniciamos este mês de Novembro com a Celebração Solene de Todos os Santos (01/11) e refletimos sobre o nosso fim último: a Santidade!   Percebemos que ser Santo (a) é uma moeda com dois lados: de um compreendemos que a Santidade é possível e, até certo ponto "fácil" pois trazemos em nós mesmos o germe da mesma: "Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus. E nós o somos!"  nos afirmou São João em sua Primeira Cara (segunda leitura daquele dia) mas, por outro lado é complicado e até muito difícil viver tal Santidade pois somos convidados a vivê-la nesse Mundo que se opõe a Deus, Autor e Origem da Santidade e, por conta disso, somos "perseguidos, enfrentamos tribulações e devemos vencê-la para estarmos no Céu com a grande multidão vestida de branco e com palmas nas mãos" de que nos falou o Apocalipse de São João (primeira leitura daquele dia).   Por fim, o Evangelho de São Mateus, ao nos apresentar as Bem-Aventuranças nos colocou em contato com realidades que não gostaríamos de experimentar em nossas vidas: pobre em espírito, mansos, puros de coração, misericordiosos, promotores da paz, que tem sede e fome de justiça, caluniados, perseguidos, injuriados por Amor a Deus ... nos  fizeram refletir sobre o caminho que trilhamos até aqui: de fidelidade ou não à Vontade Soberana de Deus sobre nós???

Logo no dia seguinte (02/11), ao celebrarmos a memória dos Fieis Falecidos, fizemos uma reflexão sobre a dura realidade da morte que nos atingirá a todos (as) e da qual não poderemos fugir.   Diante disso, nos perguntamos sobre como estamos nos comportando para que a mesma não nos encontre desprevenidos ou, como nos falou o Evangelho de São Mateus, sem óleo de reserva para a hora que o Noivo chegar.   O óleo que utilizado para fazer a lâmpada resplandecer não se pega emprestado e nem se adquire na última hora (não se compra) mas é conquistado a cada dia com as nossas ações de fidelidade ao Projeto de Deus em nossas vidas.

Depois, com a Celebração da Festa da Dedicação da Basílica de São João do Latrão (09/11) fizemos uma reflexão sobre o sentido da "Dedicação de um Templo = Pedra ao Senhor": tal Dedicação só terá sentido se os frequentadores desse espaço físico = Templo de Pedra for, de fato, um Templo Vivo do Espírito de Deus.   A beleza do Templo feito de Pedras é contemplado pelo mundo na beleza de vida dos seus fieis que ao beberem da Água Viva que brota do Altar seguem pelo mundo promovendo a Vida em toda a sua plenitude por onde que que passam (Ezequiel, primeira leitura).  Quando não há coerência de vida dos fieis, ocorre a profanação do Templo e o Senhor não deixa barato tal profanação (Evangelho de João, expulsão dos vendilhões do Templo).

Hoje, dando sequência a essa reflexão a Palavra de Deus nos convida a meditar sobre a nossa responsabilidade nesse mundo, nesse tempo.  Como crentes somos convidados a trabalhar com aquilo que o Senhor nos oferece, multiplicando as suas riquezas.

Assim, o Evangelho (Mt 25, 14-30) está na sequência do escolhido para o Dia dos Finados (Parábolas da Virgens) e, portanto segue a mesma linha de reflexão.   A Parábola de hoje nos coloca diante da responsabilidade que temos ao recebermos do Senhor parte de sua riqueza: 5, 2 ou 1 talento que seja.   A quantidade não importa pois o Senhor distribui  de acordo com as capacidades de cada um (a).   Ele não exige dos seus o que os seus não podem lhe oferecer.   Importante é que, tão logo cada um (a) receba a sua parte, saia para buscar multiplicar pois o Senhor voltará e quererá receber o que é Seu, no mínimo com Juros (o que recebeu 1 talento).   Para o Senhor, a recompensa por ter feito o que Ele esperava é a mesma para todos: Venha participar da minha Alegria!   Mas, por outro lado, o que Ele não tolerará será a preguiça disfarçada num medo que não se justifica!   Quando não se faz a parte que nos cabe, acabamos por ficar sem nada pois até o que achamos que temos nos será tirado e entregue àquele que tem mais!

A volta do Senhor é inevitável mas, como nos afirma o Apóstolo Paulo na Segunda Leitura (I Ts 5, 1-6) não sabemos o dia nem a hora pois será como um ladrão à noite ou como as dores da mulher em trabalho de parto: aparecem quando menos se espera!  Daí a importância de uma vigilância ativa, sem acomodação, sem preguiça (Evangelho) pois não somos das trevas mas da Luz!

Ora, dessa forma, compreendemos a força da Primeira Leitura (Pr 31, 10-13.19-20.30-31) ao decantar as qualidades de uma "Mulher Ideal", "Alegria do Seu Marido e de toda a sua família.   Na verdade, essa "Mulher" simboliza todo o Povo de Deus, Mulher e Esposa do Senhor: quando Ela faz o que se espera dela, ela vale mais que as jóias; seu marido confiará nela e não terá falta de recursos; é causa de alegria e não de desgosto (recompensa dos trabalhadores do Evangelho); é laboriosa, provendo o sustento dos seus e dos necessitados!   Essa é postura que o Senhor espera do Seu Povo, da Sua Esposa, da Igreja.  É dessa forma que a beleza real permanece pois a do mundo é passageira e fugaz.  O Temor do Senhor promoverá o sucesso de suas atividades!

Oremos:
Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em Vos servir de todo coração, pois só teremos felicidade completa, servindo a Vós, o Criador de todas as coisas.  Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo!   Amém!

Boa celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

sábado, 8 de novembro de 2014

"Festa da Consagração da Basílica de São João do Latrão: A Igreja de Pedra deve REFLETIR A BELEZA DO SANTUÁRIO DE DEUS QUE SOMOS CADA UM (A) DE NÓS!" - 09 de Novembro de 2014

Queridos irmão e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos, hoje, com a Igreja no mundo a Festa da Dedicação da Basílica de São João do Latrão e, dentro do contexto de Final de Ano Litúrgico, somos convidados a refletir sobre a imagem e semelhança de Deus que estão em nós que nos faz Templos Vivos de Deus, Santuários Divinos para o mundo que nos cerca!   Isso não é pouca coisa e nos deve levar a pensar se estamos ou não preservando essa Santidade presente em cada um (a) de nós e, mais ainda, se estamos levando para todos (as) que cruzam o nosso caminho tal Santidade.

      "O Palácio do Latrão, propriedade da Família Imperial, tornou-se no séc. IV, habitação particular do Papa. A Basílica adjacente, dedicada ao Divino Salvador, foi a primeira Catedral do Mundo: aí se celebravam especialmente os Batismos na Noite de Páscoa.   Mais tarde, dedicada também aos dois Santos João, o Batista e o Evangelista, foi por muito tempo considerada a Igreja-Mãe de Roma, e nela se realizaram as sessões de cinco grandes Concílios Ecumênicos.
          Unindo-se, hoje, à Igreja de Roma, as Igrejas de todo o mundo lhe reconhecem a "Presidência na Caridade", de que já falava Santo Inácio de Antioquia.   Analogamente sucede na Festa da Consagração da Igreja Catedral de cada Diocese, à qual estão "ligadas" todas as Paróquias e Comunidades que dela dependem.   Todo edifício-igreja é consagrado  a Deus, e pretende exaltá-lo por um "mistério de salvação" ou pelas maravilhas operadas nos anjos, em Maria ou nos santos.   A sigla O.D.M. (Deo Optimo Maximo = A Deus Boníssimo e Excelso) domina o frontão dos edifícios sagrados.
          Esta é uma Festa do "Senhor".   O Verbo fazendo-se carne, armou a sua tenda entre nós (cf. Jo 1,14).   Cristo Ressuscitado está presente em sua Igreja: é dela Cabeça.   As Igrejas de pedra ou tijolos são um sinal dessa presença de Cristo: é Ele que aí fala, dá-se em alimento, preside a Comunidade reunida em oração, "permanece" conosco para sempre (SC 7).
          O Cenáculo, a Igreja Doméstica, as Basílicas Paleocristãs, as Catedrais Medievais, os Edifícios Sacros da Renascença ou do Barroco, as Arquiteturas Religiosas Modernas são sempre "qualificadas segundo a dimensão do homem": em todos os tempos a comunidade projetou na estrutura de seus edifícios a imagem que tem de si mesma.   Às vezes a imagem de igreja resulta bastante velada.   Contudo, JAMAIS FALTARAM AS PEDRAS VIVAS PARA A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO ESPIRITUAL DO QUAL O RESSUSCITADO É A PEDRA ANGULAR!  (cf. I Pd 2, 49)
(texto retirado do Missal Dominical, p. 1409)

É nesse contexto que meditamos os textos sagrados propostos para essa Festa.   A Primeira Leitura (Ez 47, 1-2.8-9.12) nos apresenta uma das visões que o Profeta tem sobre o Templo:  uma água que sai do lado direito do Templo, a sul do altar.    Essa água vai avançando em direção do mar (morada do mal) e vai ficando cada vez mais caudalosa: tornozelos, joelhos, cintura até formar um rio que só podia ser atravessado à nado.   A água vai promovendo a Vida por onde passa: animais, árvores frutíferas e que promovem a saúde dos seus usuários o ano todo.   

Essa visão do Profeta nos faz pensar sobre a nossa Missão no mundo: participar da Comunidade, experimentar Deus em nossas Celebrações deveriam nos transformar em homens e mulheres capacitados para levar a "água" que recebemos de graça para todos com os quais nos encontrarmos; é nossa missão de crentes "transformar o mundo caótico, sem vida ... em um mundo Sinal da Presença e Força de Deus".

A Segunda Leitura (I Cor 3, 9c-11.16-17) nos mostra o Apóstolo Paulo falando sobre o que somos: lavoura e construção de Deus!   Fomos construídos sobre um único e verdadeiro alicerce, isto é, Jesus Cristo!   Não se pode colocar ou construir sobre outro que não seja Ele.   Somos Santuários de Deus e não podemos destruí-Lo em nós mas, ao contrário, devemos cuidar de Sua Presença em nós para que todos O sintam em nossa vida!

Por fim, temos o Evangelho (Jo 2, 13-22) que nos apresenta a famosa expulsão dos vendilhões do Templo.   Aqui, pensando no que nos disse o Apóstolo na Segunda Leitura, poderíamos nos perguntar: não estamos profanando o verdadeiro Templo de Deus que somos cada um (a) de nós com nossa vida dedicada ao pecado?   Estaria o Senhor satisfeito com o que estamos fazendo de nossas vidas?

Que a Celebração da Festa da Dedicação da Basílica do Latrão nos leve a pensar na dedicação que devemos fazer, a cada dia, do Santuário que somos, Templos Vivos do Senhor Àquele que nos santifica e consagra!   Assim seja!

Oremos:
Ó Deus que edificais o vosso Templo com Pedras Vivas e Escolhidas, difundi na vossa Igreja o Espírito que Lhe destes, para que o vosso Povo cresça sempre mais, construindo a Jerusalém Celeste!   Por nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo!  Amém!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

sábado, 1 de novembro de 2014

"Finados: Comemoração de TODOS OS FIÉIS FALECIDOS!" - 02 de Novembro de 2014

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos, hoje, com toda a Igreja a memória de todos aqueles e aquelas que partiram desse mundo rumo à Casa do Pai.   Trazemos em nossa memória tantos irmãos, amigos, parentes, conhecidos que nos ensinaram a ser o que somos e, no dia de hoje, esperam nossas orações para que cheguem à contemplação de Deus tal qual Ele é.   Ainda ontem (01/11) celebrávamos Todos os Santos e, ali, naquela Solenidade nos uníamos à Igreja Triunfante; hoje, nos unimos à Igreja Padecente e pedimos ao Pai por cada um desses irmãos que aguardam, ansiosos para compor aquela multidão de veste branca e palma na mão que está no Céu, diante do Cordeiro!

Para a Liturgia de hoje, a Igreja nos oferece a possibilidade de 03 Celebrações com textos distintos porém com o mesmo objetivo: refletir sobre a realidade da morte não como fim último mas como transformação dessa vida que vivemos aqui, limitada e cheia de pecado, na Vida que Deus pensou para cada um de nós, seus filhos e filhas!   Além dos textos das 03 Celebrações ainda temos a possibilidade de escolher outras leituras propostas no Lecionário para esse dia.

Aqui, em nossa Paróquia Santa Cruz - Jardim Umarizal - São Paulo, SP escolhemos os textos propostos da Terceira Celebração com o Evangelho de Mateus 25, 1-13 (a história das 10 jovens com suas lâmpadas) que é o texto evangélico do XXXII Domingo do Tempo Comum e que celebraríamos no próximo domingo (09/11/14) mas que será substituído pela Festa da Consagração da Basílica do Latrão!   Dessa forma, aproveitaremos a oportunidade para refletir sobre esse texto evangélico tão rico e significativo para essa etapa final do Ano Litúrgico.   Os outros textos são: Primeira Leitura (Sb 3, 1-9); Sl 41; Segunda Leitura (Ap 21, 1-5a.6b-7).   Buscaremos meditar tais textos objetivando compreender, aos olhos da fé, o que significa, de fato, a morte para nós cristãos.   Vejamos:

Se há uma experiência que mexe com as nossas estruturas humanas, essa experiência é a Morte.   Ela põe em xeque uma série de questões, opiniões que temos; nos faz repensar valores e o modo como estamos conduzindo a nossa própria vida.   Em muitos momentos nos vemos apegados a tantas coisas, brigando por situações que, diante da Morte, perdem totalmente o sentido; passamos tanto tempo de nossas vidas buscando conquistar mundos e fundos e, diante da Morte, percebemos que perdemos tempo correndo atrás do nada, de ilusão pois ela (morte) chega sorrateiramente, sem pedir licença e nos arrasta consigo e todas as nossas lutas e conquistas ficam pra traz e de tudo que fizemos muito pouco levamos e, portanto, muito pouco contou.    Assim, nos perguntamos: O que, de fato, conta?   O que, de fato, é importante?   Como oferecer à Vida um sentido diante da certeza de que, mais cedo ou mais tarde, sairemos daqui sem levar ABSOLUTAMENTE NADA do que conquistamos?    Essas e tantas outras questões poderão ser clareadas com a nossa Celebração de hoje.

Começamos a nossa reflexão com o texto evangélico escolhido por nós (Mt 25,1-13).   Aqui, Jesus nos conta uma parábola (das 10 jovens ou virgens) para nos revelar o que é o Reino do Céu e como poderemos conquistá-Lo.   A história, muito conhecida de todos nós, no fala de um Grupo de Jovens ou Virgens que pegam suas lâmpadas e vão ao Encontro do Noivo.    Porém, o grupo apresenta uma divisão e, tal divisão revela os dois tipos de comportamentos que podemos ter enquanto estamos nesse mundo, aguardando a chegada do Noivo: há um grupo (05) prudente que não sabendo a que horas o Noivo chega, se previne e leva óleo de reserva e, outro grupo (05) imprudente que se ocupa somente o óleo que está dentro da lâmpada pois imaginam que será suficiente.   O problema é que o Noivo não chega na hora que se imagina mas na hora que Ele quer.   A noite chega e avança e as jovens acabam dormindo e, quando menos esperavam ouviu-se uma voz: O Noivo está chegando!   Saiam ao seu Encontro!   Imaginem a algazarra ... estamos no meio da noite ... as virgens cochilaram ... necessitam se aprontar rapidamente pois o Noivo não espera...   um tempo já se passou e consumiu o óleo das lâmpadas ... é preciso preencher o vazio das mesmas ...  Aqui, haverá a revelação de quem é quem: as prudentes, que levaram óleo a mais, repõem o mesmo nas suas lâmpadas e, imediatamente ficam preparadas mas, ao contrário, as imprudentes percebem o fogo se extinguindo e não possuem óleo para reposição.   Essas últimas entram em pânico e buscam, no último momento, fazer algo que deveriam ter feito ao longo da vida e não fizeram: pedem um pouco de óleo às prudentes mas, estas por sua vez dizem que não pois poderiam ficar sem óleo para elas mesmas; há outra possibilidade: COMPRAR NO MERCADO!   Partem para o Mercado mas o tempo chega ao fim pois o Noivo chega e quem está com a lâmpada acesa entra com Ele para a Festa e a Porta se fecha!   Chegam, por fim, as que foram comprar de última hora e encontram a Porta Fechada e batendo pedem para abrir.   O Noivo, porém, responde: Em verdade eu vos digo: Não vos conheço!   Daí, a conclusão: Ficai VIGIANDO POIS NÃO SABEIS O DIA NEM A HORA!

Esse óleo que enche a lâmpada é conquistado quando vivemos a nossa vida de acordo com a Vontade do Pai do Céu; cada gesto, palavra, pensamento feitos em nome desse Pai, nos dá a possibilidade de adquirir um pouco mais de óleo além de tudo que deixamos de fazer por sabermos não está em consonância com Sua Vontade.   A vida nos foi dada por Ele para vivermos como Ele quer mas, em muitos momentos, nos esquecemos disso e vivemos como achamos e queremos.   No último momento poderemos não ter mais tempo para fazermos aquilo que ao longo de toda a vida deveríamos ter feito e não fizemos.   A Comemoração dos Fiéis Falecidos nos deve alertar para isso: estamos enchendo a nossa lâmpada com o óleo conquistado pela fidelidade ao Projeto de Deus ou, ao contrário, a nossa lâmpada ainda está vazia ou com nível de óleo muito baixo?   Se ouvíssemos a voz dizendo: O Noivo chegou!  Saiam ao seu Encontro!   O que faríamos?

Às vezes nos parece que viver a Vontade de Deus nos coloca em maus lençóis e somos tentados a pensar que não vale à pena.   A Primeira Leitura (Sb 3, 1-9) nos ajuda a refletir sobre tal situação.   Nos revela que quando vivemos a Justiça, a nossa vida se encontra nas mãos de Deus e, mesmo que morramos e muitos pensem que a nossa morte tenha sido um fracasso (pois não aproveitamos, como pensam os insensatos, a vida), estaremos em Paz, vivendo junto de Deus, perseverando na vivência do amor, ficaremos junto Dele pois a graça e a misericórdia são para os eleitos.

Por fim, a Segunda Leitura (Ap 21, 1-5a.6b-7) nos aponta para um Novo Céu e uma Nova Terra e a Jerusalém do Alto descendo para junto dos homens.   Os fiéis serão o Povo de Deus e Deus será o Deus deles!

Que a Celebração dos Finados nos leve a compreender o verdadeiro sentido da vida que levamos aqui!   Assim seja!

Oremos:
Ó Deus, fizestes o vosso Filho único vencer a morte e subir ao céu.   Concedei aos vossos filhos e filhas superar a mortalidade desta vida e contemplar eternamente a Vós, Criador e Redentor de todos.   Por nosso senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo!   Amém!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

"Solenidade de Todos os Santos: Ser Santo (a) é a nossa Missão!" - 01 de Novembro de 2014

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com muita alegria entramos no último mês do Ano Litúrgico e somos convidados a intensificar a nossa reflexão sobre o modo como cada um  (a) de nós vem conduzindo a própria vida, na certeza de que o crente deve ser, de fato, alguém diferente do mundo por acreditar firmemente na Vida Eterna, na Vida junto de Deus que nos criou e nos colocou nesse tempo para colaborarmos com Ele na construção do Seu Reino que também é nosso.   Durante o mês de novembro somos convidados a refletir sobre as últimas realidades que nos aguardam: Morte, Julgamento, Céu ou Inferno!

Nada melhor para inciar tal reflexão do que entrarmos neste mês com a Solenidade de Todos os Santos pois todas as vezes que nos reunimos para celebrar uma Solenidade isto significa que a Igreja tem para nós uma mensagem que é, em sua essência Solene, isto é, tal mensagem é de extrema importância para nossa Caminhada de Fé, para nossa Vida em Cristo e, caso não a compreendamos, correremos um sério risco de sermos aquele tipo de Cristão "pela metade", cristão que "não faz a diferença que deve fazer", que "não cumpre, de fato, a sua missão nesse mundo".

Daí, nos perguntamos: Mas, que mensagem é esta?   O que há de tão extraordinário na Celebração de hoje (01/11/14)?   E, a resposta é muito simples porém profunda: a Solenidade de Todos os Santos nos revela o nosso DESTINO FINAL, isto é, a SANTIDADE QUE NOS POSSIBILITA ENTRAR NO CÉU!   O crente deve ser aquele que vive nesse mundo mas com os olhos e coração voltados para o Céu, seu Destino Último pois será isso que fará toda a diferença em seu modo de ser aqui e agora.

Mas, o que é ser santo (a)?   Como vive o santo (a)?   Ele é diferente?   Se sim, por quê?   Estas e tantas outras questões, a Palavra da Liturgia de hoje poderá nos auxiliar a respondê-las!   Vejamos:

Em primeiro lugar é bom lembrar que a Celebração de hoje não substitui a Celebração de amanhã (dos Fieis Falecidos - Finados).   Portanto, deveremos participar da Celebração de hoje e, também, da Celebração de amanhã e, em segundo lugar, na Celebração de hoje não recordamos os Santos e Santas que ao longo do ano já são celebrados pela Igreja no mundo todo ou em alguns lugares especificamente, tais como: São Judas Tadeu e São Simão, Santa Teresinha do Menino Jesus, Santa Rita de Cássia, São Francisco de Assis entre outros.   Não!    Esses já foram declarados pela Igreja Santos e já foram colocados para nossa Veneração em algum momento do Ano Litúrgico.   Mas, nos perguntamos: Será que no Céu só estão esses irmãos e irmãs que a Igreja julgou santos (as)?   Não haveria a possibilidade de estarem outros que se quer passou pelo crivo da Igreja e de seu reconhecimento?   Parece que sim e, para não errar, a Igreja sabiamente, destinou uma Solenidade no Calendário Litúrgico em que todos esses irmãos e irmãs pudessem ser celebrados em conjunto e, portanto, na Solenidade de hoje lembramos todos os homens e mulheres de boa vontade que, de uma forma ou de outra, viveram a sua vida de ACORDO COM A VONTADE DE DEUS E, POR ISSO, SÃO SANTOS E SANTAS mesmo que não tenham chegado às honras dos altares.    Hoje, celebramos tantos irmãos e irmãs de comunidade que passaram pela terra fazendo única e exclusivamente o BEM e vivendo única e exclusivamente o AMOR e, vencendo todas as tribulações estão no Céu e, diante de Deus, pedem por nós!

Que Solenidade maravilhosa esta!

Hoje, começaremos a nossa reflexão pela Segunda Leitura (I Jo 3, 1-5) em que o Apóstolo nos fala sobre o grande presente de Amor que o Pai nos deu: de sermos chamados filhos (as) de Deus!   E confirma isso, dizendo: E nós o somos!   Como é importante termos consciência dessa Verdade sobre nós ....   como a compreensão dessa Verdade transforma e liberta a nossa vida...   como tal Verdade é a base de nossa Caminhada de Fé que nos conduzirá, mais cedo ou mais tarde, para a Casa do nosso Verdadeiro Pai...   Tal Verdade traz consequências práticas para nossa vida pois não é possível que os filhos não sejam parecidos com seus pais; os filhos são geneticamente, semelhantes aos pais e, mesmo os de criação ou adoção, de vez em quando, pela convivência com os pais, acabam por assumir determinadas características  comportamentais que os conduzem a tal semelhança.   E com Deus?   Como nos parecemos com Ele?   E a resposta é simples: quando em nossas ações, pensamentos, palavras e até naquilo que deixamos de fazer (omissão) revelamos o Seu Ser; quando o mundo olha para nós e percebe algo diferenciado dele mesmo (mundo) e, como o mundo não conhece Deus também não nos reconhecerá!

Essa nossa diferença de ser em relação ao mundo produzirá em nossa vida uma série de transtornos, dificuldades, problemas, obstáculos em nosso caminho pois o mesmo não deixa barato a vida de quem se opõe a ele.   Daí, a Primeira Leitura (Ap 7, 2-4.9-14) já nos alerta!

Estamos na seção dos "sete selos" que são abertos pelo Cordeiro de Deus e, na medida de suas aberturas, coisas vão se sucedendo na terra e no Céu.   Nesse caso da leitura de hoje, há o pedido para não começar a fazer mal à terra e ao mar até que todos que pertencem a Deus sejam marcados na fronte e recebam a força para suportar, sem sucumbir, a todo mal que virá!   Os eleitos (marcados) somam 144.000 de todas as Tribos dos Filhos de Israel.   Porém, logo após tal número há uma menção a uma grande multidão que ninguém podia contar proveniente de todos os cantos do mundo: nações, tribos, povos e línguas que estavam de Pé diante do Cordeiro com vestes brancas e palmas na mão!    Essa multidão nos interessa muito pois revela que no Céu estão todos os irmãos e irmãs que venceram no Cordeiro e por causa do Cordeiro a Batalha contra o Mal nesse mundo: vieram da GRANDE TRIBULAÇÃO.   Lavaram e alvejaram suas vestes no SANGUE DO CORDEIRO!   Isto quer dizer que os componentes dessa Multidão foram capazes de caminhar em direção à Cruz de Jesus, o Cordeiro de Deus, de onde escorre o Sangue que lava e alveja as vestes e lhes dá a vitória sobre o mundo!   Não há outro local que possamos lavar as nossas vestes que não seja a Cruz de Jesus!   Aqui, compreendemos a força do texto evangélico de hoje (Mt 5, 1-12a) em que Jesus declara felizes uma série de categorias de pessoas que, aos olhos do mundo, não tem nada para se considerar feliz!

Na verdade, os pobres em espírito são os felizes de fato e, as demais bem-aventuranças funcionam como consequência dessa primeira pois os pobres em espírito são aqueles que conseguem colocar a sua esperança e a sua confiança única e exclusivamente em Deus e, portanto, são capazes de viver de acordo com a Sua Vontade mesmo que para isso percam a vida nesse mundo!    Ser aflito, manso, ter fome e sede de justiça, misericordioso, puro de coração, promover a paz, perseguido por causa da justiça, ser injuriado, perseguido, ser objeto de mentira, de todo tipo de mal por causa de Jesus tudo isso é consequência do ter colocado a confiança e esperança no Senhor, isto é, ter sido pobre em espírito!

Os santos (as) têm tal consciência e lutam por viver as suas vidas (dom de Deus) dentro daquilo que é Sua Vontade mesmo tendo que passar por todas as tribulações e dificuldades provenientes de tal decisão!   

 Muitos homens e mulheres na História da Igreja viveram assim e, nesse dia queremos homenageá-los com essa Celebração Solene!   Que a vida deles nos incentive a viver a nossa de acordo com a Vontade do nosso Pai do Céu!   Assim seja!

Oremos:
Deus eterno e todo-poderoso, que nos dais celebrar numa só festa os méritos de Todos os Santos, concedei-nos por intercessores tão numerosos a plenitude da vossa misericórdia.   Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo!   Amém!


Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

"XXX Domingo do Tempo Comum: Amar ao Próximo é a garantia de que se AMA A DEUS!" - 26 de Outubro de 2014

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos, hoje, com a Igreja no Mundo o XXX Domingo do Tempo Comum e o encerramento dos finais de semana desse mês de Outubro dedicado às Missões.   Dessa forma, entramos na reta final do Ano Litúrgico e, a escuta, meditação, partilha e compreensão da Palavra de Deus devem nos orientar no sentido de podermos realizar uma avaliação mais séria de toda a nossa Caminhada de Fé realizada até aqui.   A Palavra deve ter chegado aos nossos ouvidos, caído em nossos corações e produzido, pela compreensão da Mesma em nossas mente, grandes transformações; Ela (Palavra) deve ter nos auxiliado a descobrir Deus da forma que, de fato, Ele é para podermos restaurar a Sua Imagem e Semelhança em nossas vidas; a Palavra deve ter produzido em cada um (a) de nós a certeza de que o nosso Deus conta conosco para fazer acontecer nesse mundo em que vivemos o Seu Projeto de Salvação para TODOS!

Nesse sentido, continuamos a reflexão iniciada no Domingo passado quando o Senhor Jesus começou a ser confrontado pelos seus adversários que buscam apanhá-Lo em alguma situação suspeita para poder ter argumentos para prendê-Lo e, quem sabe, condená-Lo à morte.   Na semana passada tivemos o episódio dos impostos pagos a César: é lícito ou não pagá-los? E Jesus, que enxerga além das aparências, respondeu: dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus!   Se na moeda que servia para pagamento dos impostos estavam a inscrição e a imagem de César, esta só poderia ser dele mas, há algo mais importante que a moeda que traz a inscrição e a imagem de Deus e este lhe pertence: o ser humano!   Daí, concluímos: a moeda é de César mas César é de Deus e, portanto, TUDO É DE DEUS e deve ser usado de acordo com a sua vontade que é o SERVIÇO AOS IRMÃOS E IRMÃS QUE NECESSITAM DE NÓS!

Na Palavra de Deus de hoje, damos continuidade a esta reflexão e nos questionamos se o verdadeiro amor a Deus nos deve afastar ou aproximar das pessoas que nos cercam?  Há alguma contradição entre amar a Deus e ao Próximo?  Seria possível um amor a Deus que não se manifestasse num Amor ao Próximo?   Deus e o Ser Humano são caminhos opostos de modo que para seguir por um, necessariamente, eu terei que abandonar o outro?   Essas e tantas outras questões nos são apresentadas e respondidas pela Liturgia de hoje.   Vejamos:

A Primeira Leitura (Ex 22, 20-26) nos apresenta o que diz o Senhor sobre a nossa relação com o Outro, o Próximo (sobretudo, o Próximo que tem necessidade de nossa ajuda), a saber: estrangeiro, viúva, órfão e pobre!   Essas são categorias de pessoas que, num primeiro momento, não eram contempladas pela amor e dedicação de ninguém pois ninguém se sentia impulsionado a auxiliá-los em suas necessidades pois não eram próximos (não eram parentes, não tinham o sangue ou qualquer outro critério que se utiliza para descobrir quem é Próximo ou não!).   Mas, em oposição ao modo de pensar da Comunidade, Deus ordena que se cuide desses irmãos pois Ele (Deus) está sempre do lado de que cada um dos seus filhos sofredores e, quando estes Clamam, Ele (Deus) os escutam pois é Misericordioso!   É preciso relembra a História para saber que ser estrangeiro não é fácil; quem não ter quem defenda seus direitos (viúva e órfão) é outro transtorno; não ter o suficiente para viver e ter que recorrer a empréstimos é coisa terrível.   Não se pode usar a dificuldade do outro para se dar bem (emprestar dinheiro com usura).   A Comunidade precisa aprender a enxergar em cada uma dessas categorias de pessoas, o próprio Deus que se revela e pede socorro pois Deus está em cada um deles (lembre-se da inscrição e imagem de Deus que está em TODO SER HUMANO e que mais cedo ou mais tarde será devolvido para o Seu Verdadeiro Dono: DEUS!).   Não dá para afirmar que se acredita no Deus que a Palavra nos revela e, ao mesmo tempo, não fazer o que Ele pede de cada um de nós!  Isso é incoerente!  Isso é Pecado que poderá nos condenar!

Toda essa Leitura do Êxodo nos prepara para a controvérsia do Evangelho de hoje (Mt 22, 34-40).   Aqui, Jesus é posto, mais uma vez, em xeque pelos seus interlocutores.   Na semana passada foram os fariseus que enviaram os discípulos junto com os partidários de Herodes e hoje são somente eles (fariseus) que tendo tomado ciência que Jesus fizera calar os saduceus, o interroga: "Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?"   Essa pergunta é muito interessante pois, à época de Jesus, o Decálogo dado por Javé havia sido ampliado de tal forma, que era quase impossível cumprir fielmente TODOS os preceitos da Lei.   Para cada Mandamento do Decálogo foram acrescidos uma série de tantos outros: explicações humanas sobre o que queria dizer cada um deles e tradição do antigos que assumiam o lugar do que, de fato, era importante.   Assim, saber qual o Maior era um caminho para se livrar de tantos pormenores legais que atormentavam a todos.   Existe algum Mandamento que se cumprido nos garante o cumprimento de todos os demais?   Essa é a questão que de fato conta!   E Jesus, não tem dúvida... tomando a Palavra afirma: Sim!  Há um Mandamento que se vivido verdadeiramente englobará todos os demais: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento!  ESSE É O MAIOR E O PRIMEIRO MANDAMENTO!   Mas, o que eles não esperavam (como na semana passada) é que Jesus tem sempre algo a mais para dizer: O SEGUNDO É SEMELHANTE A ESSE: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo!   TODA A LEI E OS PROFETAS DEPENDEM DESSES DOIS MANDAMENTOS!   

Aqui, os ouvintes de Jesus devem ter ficado assustados pois compreendem, de uma vez por todas, que não há a menor possibilidade de Servir, Amar a Deus sem passar pelo Serviço e pelo Amor ao Próximo pois Deus se revela no Próximo e ter que deixar Um para estar com o Outro seria uma incoerência, um Pecado!   Como nos diz São João, em sua Primeira Carta: Quem diz amar a Deus a quem não vê mas não ama o Próximo a quem vê É MENTIROSO!   O nosso Amor a Deus passa, necessariamente pelo nosso Amor ao Próximo!   Não há outro caminho que nos leva a Deus que não seja o Próximo!

É assim que a Comunidade vai se tornando um Sinal de Deus: quando ela se ocupa do serviço ao Próximo!  É isso que a Segunda Leitura nos apresenta (I Ts 1, 5c-10): o Apóstolo Paulo elogia o acolhimento da Palavra que Comunidade fez e, por conta disso, se tornou um Sinal de Deus para os seus e para quem estava longe também!   E, as pessoas comentam a Fé Viva, manifestada nas obras, que a Comunidade possui!

Peçamos a Deus que nos ajude a crescer nesse Amor a Ele e, como consequência, que o nosso Amor pelos nossos irmãos e irmãs cresça sem cessar!

Oremos:
Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a Fé, a Esperança e a Caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis!   Por nosso senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo!   Amém!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

XXIX Domingo do Tempo Comum: Devolvendo a Deus o que, por DIREITO, LHE PERTENCE!"

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria, damos continuidade à nossa Caminhada de Fé nesse Tempo Comum e, queremos com toda Igreja, na medida em que meditamos a Palavra de Deus, buscar uma melhor compreensão de quem Ele seja para podermos restaurar em nós a Sua Imagem e Semelhança, nos tornando santos e perfeitos como Ele é Santo e Perfeito.   Também, por outro lado, celebramos HOJE o DIA MUNDIAL DAS MISSÕES e queremos entender a Palavra como orientação de Deus para o cumprimento de Sua Vontade a nosso respeito: nós não somos produto do acaso mas da Providência Divina que nos criou e nos sustenta até esse momento.   Dessa forma, é preciso se perguntar sobre os motivos que tal Providência tem para nos manter vivos até esse dia e o que Ela espera de nós!

Nesse XXIX Domingo do Tempo Comum, a Palavra nos coloca diante de uma reflexão sobre o que deveremos devolver a Deus por ser, de fato, uma propriedade Dele.   Por outro lado, somos convidados a entender que o Senhor, para realizar os seus desígnios de salvação escolhe quem Lhe aprouver desde que esteja disposto a colocar em prática a Sua Santa Vontade.

Dessa forma, a Primeira Leitura (Is 45, 1.4-6) nos coloca diante da possibilidade da restauração de Jerusalém e do regresso do Povo de Deus para sua Pátria depois de passar mais de 50 anos no Exílio na Babilônia.   Como sempre acontece na História da Humanidade, reinos e impérios se sucedem uns aos outros e, assim sendo, depois de um longo período de domínio da Babilônia, esse império chega ao fim e, vai despontando um outro: o Persa!   Ciro é uma liderança temida por todos e por tudo e, de acordo com a história, não enfrenta resistência quando toma a Babilônia.   O jeito de governar de Ciro era diferente do jeito de Nabuconossor (Babilônia): era mais cordato com os povos dominados, permitia que vivessem do seu jeito (cultura, religião, língua ...).   É esse Ciro (rei pagão) que o Profeta Isaías descreve como sendo o eleito de Deus para realizar a promessa do retorno do Seu Povo para Jerusalém; ele (Ciro) é o UNGIDO (Cristo = grego; Masiah, Messias = Hebraico).   Javé o toma pela mão para fazer valer a Sua Santa Vontade sobre o Seu Povo demonstrando com isso que para Ele (Javé) não há fronteiras para suas escolhas mas, ao contrário, Ele escolhe quem quer, de onde quiser e a hora que achar conveniente.   Ninguém está isento de Sua escolha.   É Javé quem está pro trás de todo sucesso de Ciro: Tomeio-o pela mão para submeter os povos ao seu domínio (inclusive a Babilônia = opressora do Povo), dobrar o orgulho dos reis, abrir todas as portas à sua marcha e para não deixar trancar os portões.   Todas essas ações Javé as realiza por conta de Seu Povo Israel / Jacó e para que todos reconheçam o Seu Poder e saibam que não outro Deus além Dele.   Tudo é Dele e será utilizado de acordo com Sua Santa Vontade, mais cedo ou mais tarde.

Essa Leitura nos prepara, de certa forma, para compreendermos mais e melhor a perícope evangélica de hoje (Mt 22, 15-21) que nos mostra as artimanhas dos adversários de Jesus para apanhá-Lo em alguma palavra ou ação que não correspondesse à Vontade de Deus Pai. de Javé.   Os fariseus, homens apegados ao cumprimento minucioso da Letra da Lei e não do Espírito da Mesma, buscam pegar Jesus desprevinido. Organizam um grupo de discípulos juntamente com outros do Partido de Herodes e vão ter com Jesus para fazer-Lhe uma pergunta (no fundo capiciosa, maliciosa).   

Como todos que querem destruir o outro, iniciam a fala com muitos elogios à postura de Jesus: Mestre, sabemos que és verdadeiro e que, de fato, ensinas o caminho de Deus. Não te deixas influenciar pela opinião dos outros, pois não julgas um homem pela aparência.   Tudo que foi dito é mais pura verdade mas, no fundo, parece uma espécie de deboche pois aqueles que falam (discípulos dos fariseus e partidários de Herodes) não acreditam em nada do que dizem.   Tanto é verdade que, após os "elogios" lançam a questão, previamente preparada pois desejavam apanhar Jesus numa palavra que O deixasse mal independentemente da resposta oferecida.   Perguntam: É lícito ou não pagar o imposto a César?   Eis aqui uma questão embaraçosa pois, se Jesus dissesse "SIM, É LÍCITO!" todo o Povo se revoltaria contra Ele pois o mesmo (Povo) via nos impostos pagos uma exploração do governo Central e a causa de sua miséria mas, se dissesse "NÃO, É ILÍCITO!" ficaria mal com o governo que o mandaria prender e, quem sabe, matar!   Aqui, estamos naquela espécie de beco sem saída: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come!

Imediatamente, Jesus percebe a maldade no coração daqueles que há pouco O elogiaram: Hipócritas!  Por que me preparais uma armadilha? Diz o Senhor!   E, com uma saída de mestre (que, de fato, Ele é!) pede: Mostrai-me a moeda do imposto!   De acordo com a religião da época, defendida pelos fariseus e tantos outros grupos, a moeda não podia ser, sequer, utilizada no Templo pois trazia a inscrição e a figura de César (Imperador que se fazia passar por uma divindade).   Mas, apesar dessa ordem, eles, imediatamente, apresentam uma moeda que, talvez, estivessem em seus bolsos.   E Jesus continua: De quem são a inscrição e a figura desta moeda? Respondem: De César!   E, Jesus em Sua Sabedoria afirma: Dai, pois a César o que é dele!   Se a moeda tem a sua marca só pode ser dele, então devolva para ele.   Mas, conclui: Não esqueça de devolver para Deus o que, de fato, Lhe pertence!   E, aqui, nos perguntamos: Mas o que pertence a Deus que precisa ser a Ele devolvido?   Ora, partindo da ideia anterior que nos afirmou que a moeda é de César porque tem a sua imagem e sua inscrição, percebemos que algo que possui a inscrição e imagem de Deus, é propriedade Dele e a Ele deve ser devolvido e, voltando ao Gênesis, primeiro livro da Bíblia, percebemos que o possui a imagem e a inscrição de Deus é o Ser Humano e este deve ser devolvido a Deus que é Seu Criador e Senhor.   

No fundo, se as coisas desse mundo foram entregues aos homens e esses, por sua vez, pertencem a Deus, podemos concluir que TUDO É DE DEUS!

Por fim, a Segunda Leitura (I Ts 1, 1-5b) nos mostra o Apóstolo Paulo feliz por ter recebido notícia sobre a Comunidade que Ele fundara: é atuante na Fé, que desemboca numa Caridade movimenta pela Esperança em Deus!   Tudo isso é obra do Espírito de Deus que age onde quer, como quer e em quem achar conveniente!

Peçamos a Deus que nos ajude a devolver para Ele o que de fato Lhe pertence que é a nossa própria Vida com tudo que ela é e possui!   Assim seja!

Oremos: 
Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor, e vos servir de todo o coração.  Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo!   Amém!

Boa Celebração para todos (as)!
Pe. Ezaques Tavares

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

"SOLENIDADE DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA: Fazei tudo o que Ele vos disser!" - 12 de Outubro de 2014

Caros irmãos e irmãs, paz  e bem em Cristo Jesus!

Com alegria celebramos a Solenidade de nossa Padroeira Maior: Nossa Senhora da Conceição Aparecida e esta é uma oportunidade para fazermos uma reflexão sobre o papel de Maria em nossa caminhada de fé. Como católicos devemos ter uma devoção sadia para com Nossa Senhora tendo clareza de que tal devoção nos levará plenamente ao nosso Senhor Jesus.   Toda devoção mariana que não nos leva para Deus possui algum erro que necessita ser acertado.   Refletindo a Palavra de Deus teremos condições de compreender mais e melhor o papel de Maria na História da Salvação e, dessa forma, poderemos nutrir a nossa devoção mais verdadeiramente.

A Primeira Leitura (Est 5, 1b-2; 7, 2b-3) é um trecho curto que nos apresenta a figura de Ester como aquela  que intercede pelo seu povo que está em perigo de extermínio pleno e total.   A ganância e o desejo de poder do Primeiro Ministro do Palácio (Amã), que desejava ser honrado e adorado como "deus" terá no povo judeu uma espécie de "calcanhar de aquiles" pois o mesmo (povo judeu) não aceita prestar tal honra a um homem como qualquer outro: "adorarás somente ao Senhor Deus e somente a Ele prestarás culto!"   Ester que ocupa o posto de rainha do rei Assuero sente o peso da responsabilidade e compreende que foi o próprio Deus quem a conduziu até ali para ser a intercessora em favor do Seu Povo.   Podendo pedir tudo que quisesse por conta de sua beleza não hesita em pedir a vida para si mesma e a salvação do seu povo!  E, será exatamente isso que ocorrerá!

A história de Ester nos revela como que ao longo da História da Salvação Deus foi se servindo de mulheres fortes para dar continuidade à Sua Obra.   Mulheres fortes que assumiram o comando e, pondo toda a confiança no Senhor Deus foram capazes de colaborar para que Sua Vontade se estabelecesse no mundo.   Assim, Maria se coloca nessa História que já vinha antes dela (Ester) e se prolonga depois dela.   

No Evangelho (Jo 2, 1-11) com o relato das Bodas de Caná temos a figura da Mulher que sentindo a dificuldade do momento (não há mais vinho) se coloca como intercessora junto Daquele que podia, de fato, fazer algo para impedir que o mal tomasse conta.   Essa Mulher é Maria, a Mãe de Jesus que nos indica, como fez com os serventes, a fidelidade à Palavra do Mestre para que em nossa vidas nunca falte o Vinho Bom, o Melhor que alegrará, de verdade, cada um (a) de nós!   A sensibilidade, o olhar aguçado, saber a quem recorrer na hora exata fazem de Maria figura indispensável.   Ela não faz mas sabe quem pode e irá fazer algo para o mal não domine.

Assim como nas Bodas de Caná nós cremos que Maria continua caminhando na festa de nossas vidas e é capaz de perceber quando o vinho está chegando ao fim e intercede, como Ester, para que o Senhor solucione o problema.   A solução, porém, não dispensa a nossa participação: encher as talhas de água é o nosso papel e o resto o Senhor fará.   Lembre-se: o MILAGRE se dá no encontro do nosso esforço com a Graça de Deus!   Sem esforço de nossa parte não haverá MILAGRE!

Por fim, a Segunda Leitura (Ap 12, 1.5.13a.15-16a) vemos a luta da Mulher (símbolo da Igreja, símbolo de Maria) na sua luta diária contra o Dragão (opositor de Deus).  A Força da Mulher vem de Deus; vencer o Dragão é Obra de Deus e salvaguardar o Filho que nasce da Mulher também o é.   No fundo, no fundo é Deus quem realiza, com perfeição, a Sua Obra.   Nós podemos e devemos colaborar com Ele.

Que Deus nos ajude, pela Intercessão Materna de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, a vivermos a nossa Vocação de filhos e filhas no Filho Jesus!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

sábado, 4 de outubro de 2014

"XXVII Domingo do Tempo Comum: A Bondade de Deus e a Ingratidão do Seu Povo!" - 05 de Outubro de 2014

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade à nossa Caminhada de Fé dentro do Tempo Comum chegamos, hoje, ao XXVII Domingo e, procuraremos, na meditação da Palavra de Deus, as pistas para nos tornarmos santos e perfeitos como nosso Pai do Céu é Santo e Perfeito.   Por outro lado, vivemos com a Igreja no mundo, o Mês Missionário e, portanto, a escuta da Palavra deve se dá tendo como pano de fundo que o nosso Deus nos convida, por meio da Mesma, a colaborar com Ele na construção de um Mundo Novo no qual resplandeça o Seu Reino de Paz, Justiça e Amor.

Nesse Domingo, a Palavra de Deus vem nos revelar os inúmeros benefícios que o Senhor, ao longo da História da Salvação foi capaz de fazer para o Seu Povo mas, em contrapartida, o Seu Povo retribuiu com ingratidão, realizando o que não era do Seu agrado e, tendo que arcar com as consequências terríveis de uma vida afastada do Seu Criador.

Assim, a Primeira Leitura (Is 5, 1-7) nos apresenta o profeta, falando em nome de Deus e alertando o Povo para os desvios com relação à Sua Santa Vontade.   Estamos no período anterior ao Exílio e, portanto, temos a tentativa profética de demonstrar o amor, o carinho, a dedicação, o empenho com que sempre Deus tratou o Seu Povo.  A primeira parte da Leitura nos apresenta o cântico de amor do Amado para Sua Vinha e, aqui, já podemos compreender que tal Vinha é o Povo e o Amado é o Senhor.   Para plantar Sua Vinha, o Amado fez tudo certo e perfeito: fértil encosta, faz cerca, limpa, escolhe videiras boas, faz torre de vigia e lagar para pisar as uvas e produzir BOM VINHO.   TUDO QUE PODIA TER FEITO, FEZ!   Todas as condições para a produção de uvas boas que pudessem oferecer o melhor vinho foi feito mas, ao contrário, o que a Vinha do Amado produziu foram uvas selvagens.

Diante do acontecido, o Amado decide destruir tudo que havia feito pela Vinha para que ela seja devastada e, todo mal tomará conta de seu território, sequer as nuvens derramarão suas águas sobre ela.   Por fim, o Senhor convida ao julgamento: o que fazer com uma Vinha que tanto recebeu de seu Senhor e, no lugar de frutos de justiça, colheu injustiça; de frutos de bondade, colheu iniquidade?

Acredito que essa Leitura nos leve à uma reflexão sobre nós mesmos e a nossa relação com o Senhor de nossas vidas: estamos nós produzindo os frutos que o Senhor deseja ou, ao contrário, a nossa vida está revelando a maldade que ainda habita em nós? Como estamos correspondendo a tanto amor, carinho, cuidado que o Senhor tem para conosco?

Essa Primeira Leitura nos prepara para entrarmos no texto do Evangelho de hoje (Mt 21, 33-43) que nos apresenta Jesus, ainda, em conversa com os anciãos do povo e sumos sacerdotes, o mesmo grupo que estava com Jesus na semana passada.   O contexto é o mesmo e Jesus quer levar os seus interlocutores à reflexão sobre seu modo de se relacionar com Deus.  Na verdade, Jesus está forçando uma situação para que os seus ouvintes (sumos sacerdotes e anciãos do povo) percebam como eles vivem uma vida contrária àquilo que Deus espera deles.   No Domingo passado os fez perceber como diante de Deus falam uma coisa e, em sua ausência agem contrariamente ao que fora dito (o filho que disse que iria trabalhar na vinha mas, logo depois, não foi!)

Usando a Imagem da Vinha (Primeira Leitura), Jesus conta outra parábola: com todos os cuidados descritos na Profecia de Isaías, uma Vinha é construída e arrendada para que os frutos possam ser devolvidos a seu tempo e em bom estado.   Depois de tudo pronto o Dono arrrenda a Sua Vinha e viaja para o estrangeiro.   No tempo da colheita o Dono envia empregados para receber o que lhe pertence mas, os arrendatários não o fazem: espancam, matam e apedrejam os empregados e fazem o mesmo com o segundo grupo. Por fim, o Dono envia o próprio Filho pensando que obedeceriam mas, a crueldade é maior: O levam para fora da Vinha, da Cidade e O matam  pois, sem herdeiro poderiam tomar posse do que não lhes pertencia, isto é, a Vinha!

Toda essa história, revela o que os ouvintes de Jesus iriam fazer com Ele mesmo.  Sem saber que se tratava deles mesmos, à pergunta de Jesus - o que fará o Dono da Vinha com esses arrrendatários? - dão a sua própria sentença: mandará matar de forma violenta tais homens e entregará a Vinha a outros que lhe darão os frutos no tempo certo!  É isso que acontecerá e continua acontecendo!   Quando não somos capazes de produzir os frutos que o Senhor espera de cada um de nós, a tarefa nos é tirada e entregue para outros que possam fazê-la; quando rejeitamos o DOM que nos é ofertado, este vai para outros que sabem lhe dar valor pois o rejeitado se torna Pedra Angular de toda construção!  Por isso, conclui Jesus: o Reino (Vinha) nos será tirado e entregue a outro povo que produzirá frutos!   Pensemos nisso!

Por fim, a Segunda Leitura (Fl 4, 6-9) nos apresenta o Apóstolo Paulo recomendando aos Filipenses e a nós um caminho seguro para não nos perdermos no caminho que nos é proposto e conseguirmos chegar ao fim com os frutos que o Dono da Vinha espera de nós: colocar TUDO nas mãos de Deus!   As orações, súplica, ações de graças nos unem a Deus que nos mantem no caminho.   Façamos a nossa parte e Deus continuará fazendo a Dele em nosso favor: ocupemos a nossa vida com tudo que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, honroso, TUDO QUE É VIRTUDE OU DE QUALQUER MODO MEREÇA LOUVOR!    Dessa forma seremos agradáveis a Deus e aos irmãos!

Oremos:
Ó Deus eterno e todo-poderoso, que nos concedeis no vosso imenso amor de Pai mais do que merecemos e pedimos, derramai sobre nós a vossa misericórdia, perdoando o que nos pesa na consciência e dando-nos mais do que ousamos pedir. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo!  Amém!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

"Ide pelo mundo e a TODOS PREGAI O EVANGELHO!" - Outubro de 2014

Caros irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Depois de um tempo sem escrever, volto no início desse Mês de Outubro - Mês Missionário, acreditando que os nossos textos são, de certa forma, também um trabalho de missão.   Não que o mundo virtual substitua o contato real, corpo a corpo, mas,  de certa forma, a utilização da tecnologia pode auxiliar na divulgação do Evangelho e do Reino de Deus.

Vivemos, em toda a Igreja, esse mês dedicado às Missões e, dessa forma, somos convidados a compreender que Deus, mesmo sendo Todo Poderoso, quer contar com cada um de nós para fazer acontecer nesse mundo o Seu Reino.   Cada um, independente do que seja ou faça, a partir do momento que faz a sua experiência de fé com Deus, se sente movimentado a colocar à serviço dos irmãos tudo aquilo que é e possui pois a missão não é um mero detalhe em nossa caminhada de fé mas ela faz parte do nosso DNA de Cristão.   A Igreja nasce da Missão e para a Missão.

Há um ano e meio (mais ou menos - abril de 2013) a Igreja no Brasil nos lançou um desafio por meio do Documento 104 da CNBB nos propondo uma remodelação da estrutura paroquial de modo que a mesmo deixasse a sua centralização e fosse ao encontro de TODOS.   "Comunidade de Comunidades: Uma Nova Paróquia (Documento de Estudo - Verde - 104) nos ofereceu a possibilidade de compreender a Missão como parte essencial e integrante da Vida Paroquial.   Em nossa Paróquia Santa Cruz, logo de cara (Junho/2013) nos reunimos e propomos e a criação dessas Comunidades Missionárias, Intinerantes que pudessem corresponder aos apelos dos nossos Bispos.   Em Agosto/2013, no Primeiro Domingo do Mês Vocacional fizemos o envio das 09 Comunidades que viveriam sob o lema: "Conviver para Conhecer; Conhecer para formar Comunidade!"   Cercamos o nosso território paroquial com essas Comunidades Missionárias que celebram a a Fé uma vez por semana, de casa em casa, formando verdadeira famílias missionárias e, a Paróquia como um todo, um ano após tal envio, pode perceber os frutos: aumento da qualidade e quantidade de fieis. maior harmonia entre os membros, empenho, dedicação, alegria de se encontrar, maior conhecimento das dores e alegrias, angústias e esperanças dos irmãos, um serviço melhor prestado que vai ao encontro das reais necessidades do nosso povo, entre outros.

Queremos pedir ao Pai que nos ajude em nosso trabalho missionário e que crescendo no conhecimento e compreensão de Sua Palavra nos tornemos em nosso mundo Sinais cada vez mais vivos de Sua Presença!   Que a intercessão de São Francisco Xavier e Santa Teresinha do Menino Jesus, Patronos da Missão na Igreja, nos alcance a graça da fidelidade à Vontade de Deus até o fim!   Assim seja!

P.S.: As nossa Comunidade Missionárias se encontram às quintas e sextas, às 20:00h, em alguma casa que pertence ao território das mesmas.  Hoje temos as Comunidades São Francisco de Assis (região do entorno da Matriz Santa Cruz), Sagrado Coração de Jesus (região da Rua Juacema), Nossa Senhora da Conceição Aparecida e São Bento (são duas Comunidades que estão juntas nesse semestre - região do Bananeiro até Andréa de Firenze e Hugo Lacorte), São Miguel Arcanjo (região próxima da Comunidade Santa Rita de Cássia), Nossa Senhora das Graças (Jd. Rebouças), Santo Antônio de Pádua (Olaria), São José, Esposo de Maria (Jd. Maria Duarte e Prédios da Jaracatiá) e Jesus Misericordioso (Condomínios na Estrada do Campo Limpo - Vilage do Morumbi e Novo Pirajussara).

Fica o convite para TODOS conhecerem e participarem da Vida de nossas Comunidades Missionárias.   Há uma perto de você!

Fiquem em paz e até a próxima!

Pe. Ezaques Tavares

sábado, 31 de maio de 2014

"V Domingo da Páscoa: A Fé em Deus revelado no Cristo Ressuscitado lança fora todo e qualquer temor!" - 18 de Maio de 2014

Amados irmãos e irmãs, paz e bem no Cristo Ressuscitado!

Celebramos, com a Igreja no Mundo, o V Domingo do Tempo da Páscoa e, entrando na reta final do mesmo, somos convidados a reforçar a nossa Experiência com o Senhor Jesus para não temermos a Missão que nos está reservada após a sua volta para o Pai.

A Palavra de Deus hoje, partindo do Evangelho (Jo 14, 1-12) para que possamos ter uma compreensão melhor, nos conduzirá ao texto de Jo 13 pois foi o ocorrido lá que gerou o que ouvimos hoje.   Voltando no texto evangélico, vemos que em Jo 13 ocorre o que escutamos na Noite da Quinta-feira Santa: Jesus está reunido com os seus discípulos para a Última Ceia e, de repente, tem uma atitude, no mínimo estranha: Ele, que é o Mestre e Senhor do Grupo, se levanta, retira o manto (sinal de sua superioridade), amarra uma toalha na cintura idealizando um avental (sinal de serviço) e começa a lavar os pés dos presentes.   Isso gera um enorme desconforto pois, afinal de contas, os presentes estavam acostumados com o modo de pensar e agir do mundo e, nesse caso, não é possível que quem é Maior lave os pés de quem é menor.   Pedro resiste por algum momento mas o Senhor diz que se não lavasse os seus pés, ele (Pedro) não teria parte com Ele (Jesus).   Aqui, parece que Jesus queira dizer que se Pedro não aceitasse tal gesto, com certeza, teria dificuldade de dar continuidade ao mesmo em seus irmãos e, nesse caso, poria todo o Projeto do Senhor a perder.   Pedro aceita e o fato continua.   Por fim, Jesus terminando de lavar os pés de TODOS coloca novamente o manto mas sem tirar o avental pois o espírito de serviço permanece com Ele e pergunta se TODOS entenderam o que Ele acabara de fazer e explica: Eu Sou Mestre e Senhor e assim vocês me chamam e Eu O Sou de fato.   Se Eu, vosso Mestre e Senhor vos lavei os pés é para que vocês aprendam essa lição: no Mundo vocês só serão RECONHECIDOS COMO MEUS DISCÍPULOS se repetirem o que Eu acabei de fazer entre vocês!   Essas palavras de Jesus devem ter caído como uma "bomba" no coração dos presentes pois, afinal de contas, muitos esperavam que Jesus fosse inaugurar um Reino Terreno e daria a cada um deles poder à moda do mundo para manda e desmandar ou, melhor dizendo, para exigir que os menores lhes lavasses os pés e nunca o contrário.   Isso PERTURBOU O CORAÇÃO DE TODOS!

Sentindo que o impacto do Seu gesto foi enorme, Jesus pronuncia o que escutamos no Evangelho de hoje conhecido como "Discurso de Despedida de Jesus".   Ele chama a atenção dos discípulos e diz que eles não precisariam ficar perturbados mas, ao contrário, deveriam acalmar os corações pois Ele tinha uma solução para o problema.   Lavar os pés dos irmãos menores que nós é, de fato, muito difícil e, eu diria que é impossível humanamente falando.   Mas, o Senhor que deu o exemplo e pede para os Seus fazerem o mesmo que Ele fez, tem a receita: TER FÉ EM DEUS E TER FÉ NELE TAMBÉM!   A Fé é um DOM que Deus nos dá.   Ninguém nasce ou pode por si mesmo produzir Fé em sua Vida.   Ela é um DOM, um PRESENTE e, como tal vem de fora de nós para dentro de nós.   Quem oferece tal DOM é o próprio Deus e, Ele faz isso porque sabe que, por nós mesmos, fazemos, diga-se de passagem, mal e porcamente, o que é desse mundo.   Ora, se o homem e a mulher fazer "mal e porcamente" o que é próprio deles, como conseguirão fazer o que é próprio de Deus?   Só há um jeito: É preciso ter FÉ!   A Fé é esse Dom, é a FORÇA DE DEUS que nos é oferecida pelo próprio Deus para que possamos realizar as obras que são próprias Dele!   Sem esse Dom agindo em nós, nada feito!

O Senhor Jesus prepara para nós um lugar para que possamos desenvolver os Dons que nos é oferecido pois na "CASA DE SEU PAI HÁ MUITAS MORADAS" , isto é, na Sua Igreja, na Sua Comunidade há moradas que são próprias para cada um de nós, feitas sob medida para cada um (a) pois se assim não fosse, Ele nos teria dito.   Seguir para essa Comunidade é fácil pois o Caminho já nos foi apresentado: É Ele mesmo o Caminho, seguido na Verdade que nos conduzirá à Vida!

Estar com Jesus e seguir pelo Caminho que é Ele mesmo é o mesmo que estar com o Pai e seguir pelo Caminho que o Pai propõe e espera que trilhemos pois que o vê, vê o Pai uma vez que Ele e o Pai são um só!   Quem acredita Nele e em Sua Palavra faz as obras que Ele fez (o lava-pés, por exemplo, que perturbou os corações dos presentes na Última Ceia) e fará ainda MAIORES QUE ESTA!

Ora, quando experimentamos a força da Fé que a Ressurreição nos dá, somos capazes, de fato, de realizar as obras que nos são apresentadas, resolvendo todo e qualquer problema que a "Casa do Pai", isto é, a Comunidade possa apresentar.   Isso vemos realizado na Primeira Leitura de hoje (At 6, 1-7) quando a Comunidade primitiva que crescia a olhos vistos tem um grande problema: ela se divide!   Ocorre uma precedência das viúvas de origem judaica em detrimento das viúvas de origem grega numa Comunidade que diz acreditar num Deus que não faz acepção de pessoas!   Isso é um escândalo!   Como na "Casa do Pai" há muitas moradas e todos podem lá se achegar, não é possível que pessoas fiquem sem solução para os seus problemas.   Daí, movidos pela Fé, os Apóstolos tomam uma decisão: há um problema e o mesmo precisa ser solucionado!   Somos poucos e não está certo deixar o que é próprio nosso para servir as mesas!   A Comunidade precisa se organizar para dar conta das suas necessidades pois quando a Comunidade cresce, crescem os trabalhos que necessitarão ser realizados para o atendimento de todos e todos deverão ajudar mais.   Surge, aqui, um Novo Ministério na Comunidade: a Diaconia = Servidores da Mesa!   Assim, todas as viúvas poderão ser bem atendidas!

É assim que a Igreja vai se construindo e se consolidando no mundo como um SINAL de CRISTO, Pedra Viva sobre a qual nos colocamos para formar o Edifício Espiritual.   É isso que São Pedro, na Segunda Leitura (I Pd 2, 4-9) nos fala.   Jesus, Caminho, Verdade e Vida é a Pedra rejeitada: nela os fieis se constroem como Edifício Espiritual e, Nela tropeçam os que não têm Fé em Seu Nome!

Que Deus nos ajude a viver a Sua Vontade a nosso respeito e nos aumente a Fé para que possamos realizar as obras concernentes à essa Fé!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!
Pe. Ezaques Tavares

domingo, 25 de maio de 2014

"IV Domingo da Páscoa: Ouvir e Reconhecer a Voz do Bom Pastor exige Intimidade!" - 11 de Maio de 2014

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Ressuscitado, o Bom Pastor de nossas vidas!

Dando continuidade à nossa Caminhada Pascal, celebramos, hoje, o IV Domingo e, somos convidados pela Igreja a reconhecer o Cristo Ressuscitado como o Bom Pastor de nossas Vidas.   Todos os anos, esse Domingo é conhecido como o "Domingo do Bom Pastor" pois a Palavra nos oferece, a cada ano, um trecho do capítulo 10 do Evangelho de São João, capítulo esse que nos apresenta Jesus se autodeclarando o Bom Pastor das Ovelhas.

Para entendermos a força de Jo 10 será preciso retornar ao capítulo 9 pois a origem da discussão se encontra ali.   Nesse ano, de modo especial, tivemos a oportunidade de refletir o acontecimento de Jo 09 no IV Domingo da Quaresma: O Domingo do Cego de Nascença!   Só retomando alguns pontos importantes, temos: Jesus está passando com os seus discípulos próximo ao Templo, em dia de sábado e, à porta do Templo está um Cego de Nascença pedindo esmolas.  Nisso, os discípulos perguntam ao Senhor sobre a CAUSA DA CEGUEIRA: "Foi ele ou alguém ligado a ele que pecou para que nascesse assim?   Essa era a concepção pregada pelos Religiosos baseados na Teologia da Retribuição: Cada um recebe o que fez por merecer: castigo para os maus e pecadores e bênção para os bons e santos!  Jesus responde que ninguém pecou mas que a cegueira é inerente a tais fatos de pecado mas, naquele caso em específico, a cegueira serviria para a maior glória de Deus e, se aproximando do cego, fez lama com a saliva, colocou nos olhos do cego e pediu que fosse se banhar na Piscina de Siloé, que significa Enviado.   O cego fez o que o Senhor o havia mandado e voltou enxergando.   Aqui começa a confusão pois os amigos não o reconhecem, as autoridades religiosas não aceitam a cura por ter sido feita em dia de sábado e falam que Jesus não procedia de Deus, seus familiares, amedrontados com as autoridades religiosas não ajudam e, por fim, o ex-cego é expulso do Templo e acaba por se encontrar com Jesus que o pergunta se ele acreditava no Filho do Homem.   "Quem é Senhor para eu crer Nele?"   Pergunta o ex-cego!   "É este que está falando contigo e você O está vendo!"   Diz Jesus!   E o ex-cego afirma: "Eu creio Senhor!"    Tudo isso é base da discussão do Evangelho de hoje pois Jesus quer demonstrar que as autoridades religiosas do Seu tempo não estão fazendo o que deveriam fazer: Cuidar do Rebanho mas, ao contrário, se aproveitavam dele!

Daí, começamos a reflexão de hoje, pelo Texto Evangélico (Jo 10, 1-10) que é uma espécie de resposta que o Senhor Jesus dá ao acontecido no capítulo anterior: a cura e a expulsão daquele homem cego do Templo!   Há um confronto entre a postura do Bom Pastor, que entra pela Porta do Redil, e os demais que sobem para o Redil por outro lugar, aqui chamados de Ladrões e Assaltantes.   É óbvio que a não entrada, em qualquer espaço, pela PORTA só é feito por pessoas que não têm boa intenção.   Entrar pela PORTA é para aquele que é conhecido e, por isso, o PORTEIRO abre a PORTA para Ele entrar.   No meio do Redil, o Bom Pastor CHAMA CADA UMA DE SUAS OVELHAS PELO NOME pois para Ele o Rebanho não é uma massa sem forma ou rosto mas cada Ovelha é importante em seu modo de ser e agir.   Aquelas que são Suas OUVEM A SUA VOZ E O SEGUEM MAS NÃO SEGUEM A VOZ DOS ESTRANHOS POIS NÃO RECONHECEM A VOZ DOS ESTRANHOS.   Aqui, a importância de se criar com o Bom Pastor INTIMIDADE pois reconhecer alguém pela VOZ só será possível com um grau de INTIMIDADE MAIOR.   Seguir o Bom Pastor só será possível se a Ovelha souber discernir de onde sai a Sua Voz e não confundi-la com outras vozes, às vezes, macias, falando o que agrada aos ouvidos mas, no final só fazem o mal, destruindo, matando, roubando o que se tem de melhor.   É preciso entrar pela PORTA que é Ele, o Bom Pastor pois todos que vieram antes Dele são ladrões e assaltantes.   Entrar por Ele é garantia de Salvação pois se entra e sai e encontra pastagens pois Ele veio para dar Vida e essa em Abundância!

Quando a Ovelha faz essa Experiência com o Bom Pastor a sua Vida se transforma qualitativamente: sem deixar de ser Ovelha, essa, também, se transforma em outro Bom Pastor no Único Bom Pastor que é Cristo Ressuscitado.   Isso vemos acontecer com a Comunidade dos Discípulos e como esses são transformados em Pastores.   Na Primeira Leitura (At 2, 14a. 36-41) vemos Pedro, em nome da Comunidade Apostólica, tomando a Palavra, no Dia de Pentecostes e falando a todo o povo que estava em Jerusalém e que, antes, eles tinham medo de enfrentar.   Pedro fala da maldade que levou Jesus à morte mas, afirma que Deus constituiu Senhor e Cristo Aquele Jesus que fora crucificado.   Essa Palavra cai no coração dos ouvintes que perguntam o que poderiam fazer para mudar tal situação e, Pedro declara a necessidade de Conversão e do Batismo como Sinais Concretos para fazer parte desse Redil do Bom Pastor e, dessa forma, mais ou menos 3.000 pessoas aderiram.

Ser Ovelha desse Redil do Bom Pastor e segui-Lo de fato, não é fácil pois a Vida vivida por Ele deverá ser a Vida vivida pela Rebanho e, a Vida do Bom Pastor nesse mudo não foi nada fácil e, é por isso que a Segunda Leitura (I Pd 2, 20b-25) nos apresenta a exortação do Apóstolo para que saibamos sofrer com PACIÊNCIA as consequências por termos FEITO O BEM pois o nosso Modelo, o nosso BOM PASTOR também fez o mesmo e, no caso Dele, de modo especial, o SOFRIMENTO FOI MAIS CRUEL POIS SOFREU SEM MERECER MAS SOMENTE POR AMOR A NÓS!

Peçamos a Deus, nesse Domingo que nos ajude a criar essa INTIMIDADE com o BOM PASTOR e, dessa forma, não nos percamos no seguimento de outras vozes que só desejam nos roubar, nos matar e nos destruir!  Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!
Pe. Ezaques Tavares