Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!
Com a graça de Deus chegamos à Celebração do Último Domingo do Ano Litúrgico de 2014 com a Celebração de Cristo Rei. Essa é uma Celebração que nos indica o modo que o Senhor tem de reinar sobre os Seus para que possamos saber, também, qual deverá ser o nosso comportamento de Cristãos e Cristãs. Quando não compreendemos o tipo de Rei que o Senhor é, não saberemos construir o Seu Reino e, correremos um sério risco de trabalharmos em vão nessa Obra de Salvação.
Quando falamos em Rei nos vem logo à mente os modelos que a História da Humanidade nos apresenta: aquele que comanda e manda o seu reino; que possui súditos; que se assenta em trono; rico; poderoso; aclamado e reverenciado por todos; que não serve mas é, ao contrário, servido ... Poderíamos, aqui, formar uma imensa lista do que nos diz a História sobre o ser e o comportamento dos reis mas, acredito que esses dados já sejam suficientes para iniciarmos o nosso confronto com o estilo do Senhor de Reinar a partir da reflexão da Palavra de Deus proposta nesta Liturgia. Vejamos:
Na Primeira Leitura (Ez 34, 11-12.15-17) vivemos o período do Exílio na Babilônia e o profeta faz um análise das causas do mesmo Exílio: O que levou o Povo para tal situação? De quem é a culpa? O que aconteceu ou deixou de acontecer para que tal catástrofe se abatesse sobre a Comunidade dos Filhos de Israel? Dessa forma, o profeta vai percebendo e fazendo perceber que o grande problema ou grande causa daquela fatídica situação foi o abandono, sobretudo por parte dos chefes do povo (pastores) dos caminhos propostos por Deus! Esses chefes, escolhidos e ungidos por Deus, para representá-Lo e conduzir do o Seu Povo de acordo com a Sua Vontade, se perverteram e passaram a usar do poder que lhes fora concedido por Deus em benefício próprio. Dessa forma, no lugar de servirem ao Povo passaram a se servir do Povo; no lugar de gerar a vida para todos, passaram a gerar a vida para eles mesmos e os seus; no lugar de cuidar do povo - sobretudo os mais carentes - exigiam que os mesmos cuidassem deles ... em outras palavras: Mudaram os parâmetros que norteavam a vida oferecida por Deus!
Nesse sentido, a exploração e a destruição da vida passaram a ser o foco: não cuidaram do rebanho mas se aproveitaram dele, exploraram TUDO que o rebanho tinha de bom e, no fim, abandonou o rebanho à sua própria sorte (usaram a lã, comeram a carne, usaram a gordura, beberam o leite ...) e quando ficaram fracas e sem condições de oferecer mais nada, as ovelhas foram dispersadas pelos montes e vales para morrerem longe e não pedirem ajuda.
Deus, porém, é o Dono do Rebanho e o Seu Pastor Verdadeiro. Por isso não irá deixar as ovelhas ao léu: Eu mesmo vou procurar minhas ovelhas e tomar conta delas ... vou resgatá-las de todos os lugares em que foram dispersadas num dia de nuvens e escuridão! Que belas e consoladoras palavras do profeta que fala em nome de Deus!!! O Senhor irá buscar e cuidar das ovelhas do Seu Redil: procurar a ovelha perdida, reconduzir a extraviada, enfaixar a de perna quebrada, fortalecer a doente e vigiar a ovelha gorda e forte! Nenhuma ficará sem os cuidados do Pastor Verdadeiro!
Por fim, o Verdadeiro Pastor diz que fará justiça entre uma ovelha e outra, entre carneiros e bodes!
Como podemos perceber, nessa Primeira Leitura já encontramos os contraste entre o jeito de reinar dos reis da terra e o Novo Jeito trazido à tona pelo Senhor: o mundo explora e o Senhor Cuida!
Assim, essa leitura nos prepara para compreensão da força que o texto evangélico de hoje tem (Mt 25, 31-46) pois se utilizando das mesmas imagens, São Mateus nos apresenta o critério fundamental para provarmos a nossa adesão a esse Rei Jesus e podermos construir o Seu Reino que, como afirmamos em cada Celebração, também é nosso!
Estamos diante da Terceira Parábola desse capítulo 25 de Mateus (a primeira foi a das Virgens = Finados; a segunda, vimos na semana passada = dos Talentos). Aqui, o Senhor nos apresenta o que é importante fazer para ser Salvo no final de nossa peregrinação nesse mundo e, o critério é muito simples: CUIDAR DA OVELHA NECESSITADA DE NÓS COMO SE ESTIVÉSSEMOS CUIDANDO DO PRÓPRIO SENHOR: tive fome, sede, frio, estava doente, preso e sem teto e você cuidou de MIM! Essas são ações muito simples e todos podemos fazer mas, apesar disso, as negligenciamos e perdemos a oportunidade de viver a nossa vida de acordo com a Vontade do Rei Jesus! De acordo com esse Evangelho, a Salvação ou Perdição dependerá do que tivermos feito ou não a um dos irmãos mais pequeninos do Senhor por Amor a Ele! Lembre-se: Para nós Cristãos, o Amor a Deus sobre todas as coisas passa, necessariamente, pelo Amor ao Próximo como a nós mesmos!
Oremos:
Deus eterno e todo-poderoso, que dispusestes restaurar todas as coisas no vosso amado Filho, Rei do Universo, fazei que todas as criaturas, libertas da escravidão e servindo à vossa majestade, Vos glorifiquem eternamente! Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo! Amém!
Boa celebração para todos (as)!
Pe. Ezaques Tavares
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