segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

"IV Domingo do Tempo Comum: A Vocação Profética que Incomoda!" - 29 de Janeiro de 2012

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade às nossas reflexões deste início do Tempo Comum, buscamos na Palavra a nós anunciada a força de vivermos a nossa vida como Dom de Deus e, automaticamente, buscando descobrir o "porquê" e o "para quê" Ele nos chama.   Esses Domingos iniciais do Tempo Comum nos lançam essas questões: "Quem nos chama?"   "Como discernir tal Chamado?"   "Quais as condições para a Escuta deste Chamado?"   "Qual o papel dos Mediadores?"   "Para quê somos Chamados?"   São Domingos, essencialmente, VOCACIONAIS!

Hoje, a Palavra que nos é preparada pela Igreja nos coloca frente a uma situação um tanto quanto incômoda.   Somos convidados a refletir sobre a nossa VOCAÇÃO PROFÉTICA.   Deus, que é Todo-Poderoso, quer contar conosco para transofrmar o mundo no qual vivemos em Seu Reino (Domingo passado, Jesus afirmava que o "Tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo".)   Mas, como construir tal Reino de Deus?   O que devemos fazer?   Como devemos agir?   Penso que estas são questões que a Palavra deste Domingo querem tratar conosco.  Vejamos:

A Primeira Leitura (Dt 18, 15-20) nos fala que "Javé-Deus" suscitaria, depois de Moisés, um "Profeta" igual a ele (Moisés).   Já no início da leitura em questão, percebemos quem é o Profeta: "é alguém que vive as mesmas condições da Vida do Povo pois é retirado do seu meio".   Às vezes, somos tentados a pensar que tal personagem - o Profeta - é alguém que está fora e vem para o nosso meio.   Isso não é verdade pois os mesmos (Profetas) são suscitados do meio do Povo.   Penso que isso se deve ao fato de saber que "nenguém melhor para entender os dissabores pelos quais passa a "Comunidade" do que alguém que está lá em seu meio.   Este Profeta, suscitado, por Deus será o "Porta-Voz" Dele (Deus) para o Povo e, por isso, o Povo deverá escutá-lo (afinal de contas, foi o próprio povo que, amendrontado diante do "Sinai", havia pedido um "mediador").   Percebemos que tal figura profética deverá estar atenta "à Voz de Deus" pois a sua Missão será, em primeiríssimo lugar, anunciar aos seus irmãos a "Palavra que ouviu da Boca do Deus", sem Dela retirar ou acrescentar o que quer que seja (o que seria um terrível pecado, a ponto de produzir a morte deste falso profeta).   O Profeta que Deus suscitar e, obediente ao Senhor, pronunciar tão somente a Sua Palavra, deverá ser ouvido e obedecido pelos seus irmãos de Comunidade.   Porém, uma advertência: o Profeta que, abusando de sua condição, falar e ensinar o que Deus não falou ou falar em nome de outros deuses, deverá ser morto.

Que bonito percebermos o Amor e a Dedicação de Javé para com o Seu Povo.   Para manter a sua ligação com a Comunidade, suscita Profetas e Profetisas que, em Seu Nome, anunciam a Sua Palavra aos seus irmãos.   Esta personagem não é alguém estranho a nós mas, saindo do nosso meio, nos conhece profundamente e, sabe quais são as nossas deficiências, as nossas necessidades.   Todos (as), pelo Batismo, são Chamados a Ser Profetas e, portanto, Convocados por Deus para ser Seus "Porta-Vozes" para o mundo de hoje.   A nossa palavra e as nossas atitudes devem corresponder à Sua Santa Vontade de modo a revelarmos para todos (as) a quem pertencemos.

Nesta Primeira Leitura, percebemos que Moisés faz um anúncio de "um Profeta" que viria depois dele e seria a grande mediação entre Deus e o Povo.   Nós vemos esta profecia mosaica realizada em Jesus.   No Evangelho de hoje (Mc 1, 21-28), continuando o texto da semana passada, vemos Jesus iniciando a manifestação do Reino de Deus, o Pai.   Alguns pontos chamam a nossa atenção: "Jesus fala na Sinagoga de forma diferente dos rabinos de seu tempo pois o Seu Ensinamento POSSUI AUTORIDADE!"   Esta forma de "Falar com Autoridade" suscitava "ADMIRAÇÃO" nos presentes.   Daí, nos perguntamos: "O que significa tal Autoridade na fala de Jesus?   O que tal fala trazia de "NOVO"?   E, imediatamente, perceberemos que esta Autoridade decorre de Jesus não ser um mero repetidor de mensagens já envelhicidas e carcomidas pelo tempo.   A sua Autoridade deriva do fato que aa pessoas percebem NELE a coerência entre "AQUILO QUE ANUNCIA E AQUILO QUE FAZ!"   Ele não era como os "Mestres da Lei" que decoravam, repetiam a Lei mas não a vivia de fato.   Num segundo momento, chama a atenção o fato seguinte: "na Sinagoga, aonde se Pregava a Palavra de Deus, havia uma pessoa "possuída" por um "espírito mau" e, apesar de estar na Sinagoga, tal espírito NUNCA se sentiu perturbado, amendrontado e, meio que pacificamente, permanecia ali: não perturbava e não era perturbado.   Por que?   Penso que tal situação ocorria pelo simples fato, ligando com a Primeira Leitura de hoje, de que ali naquela Sinagoga a Palavra não era anunciada do "Jeito de Deus" mas modelada aos interesses dos pregadores e, também, dos ouvintes.   Ao perceber a chegada do "Mais Forte", "Daquele que Fala com Autoridade" se sente ameaçado e, grita primeiro: "Que queres de nós, Jesus Nazareno?"   "Vieste para nos destruir?"   "Eu sei quem Tu és: tu és o Santo de Deus!"   Quanta informação neste trecho do Evangelho!   O Diabo ataca primeiro por saber que Aquele que chega é MAIOR; o diabo conhece Jesus e, por isso se amedronta.   Diferentemente dos outros rabinos e mestres da lei, Jesus ORDENA: "Cala-te e sai dele!"   Jesus não permite que adversários anunciem o Seu Nome pois seria uma incoerência.   Tal fato, chamou a atenção dos presentes que começam a compreender que "Naquele Homem, em Jesus, o Poder Divino se manifestava pois "Ele mandava nos espíritos maus e estes obedeciam".   Aqui, a fama de Jesus começa a ser moldada em toda região.

Ser seguidor deste Deus que em Jesus se revela como "Aquele que tem Autoridade" é portar a mesma autoridade para fazer, por todos que sencontram oprimidosm, o mesmo.   Não basta falar de Deus é importante que sejamos do "Jeito Dele".   Ser do Seu Jeito implicará numa luta constante contra todas as forças que impedem o Seu Reino de acontecer entre nós.

Pensemos nisso e Boa Celebração para TODOS (AS)!

sábado, 21 de janeiro de 2012

"Momentos Difíceis são um Ponto entre Momentos de Felicidade!"

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Gostaria de conversar com vocês sobre o possível "sentido" que pode ter um momento complicado, difícil, doído, de cruz, de morte em nossa Caminhada de Fé.   Como tais momentos parecem, quando caem sobre nós, não ter fim.   Por vezes, somos tentados a achar que os mesmos nunca cederão o lugar para os momentos alegres, de satisfação, de prazer mesmo.

Penso que isso ocorre por conta da nossa incapacidade, nestes momentos, de pensar e enxergar o "CAMINHO" em sua totalidade.   Somos seres "parciais" demais para compreendermos, sobretudo nestes momentos difíceis, a AMPLITUDE DO MESMO.   Nos fechamos naquele "ponto" em que nos encontramos e, a contemplação do TODO fica obscurecida, impossibilitada de ocorrer.   Por isso, nos desesperamos (perdemos a esperança) e, sem esperança o mundo perde, por completo, o seu sentido.   O que fazer quando não há perspectiva para uma vida além da dor, do sofrimento, da cruz, da morte?   Para quem se fecha e se perde nestes momentos, a VIDA perde o SEU REAL SENTIDO!   Que vantagens haveria em prosseguir numa vida que só apresenta problemas e, por vezes, insolúveis?   Como e aonde encontrar forças para suportar o "PESO" de tanto sofrimento?   Como CONVIVER com a dor sem se deixar dominar, por completo, por ela uma vez que, para aqule que a está experimentando, ela (dor) é o que se tem de mais concreto e verdadeiro?   Como enxergar "VIDA" e, esta "PLENA" em momentos que lhe são opostos, contrários?   São tantas as questões que parece, de fato, não haver saída.

Aqui, acredito ser importante uma retomada, um reencontro com a Palavra de Deus.   Uma EXPERIÊNCIA VERDADEIRA com ELE é a solução.   Tê-Lo diante dos olhos, nestes momentos de dor e solidão, de escuridão e morte, de desesperança, de desespero será fundamental.   A percepção de Sua Presença nos dará condições de compreender que tal momento difícil é somente um momento.   Que o mesmo se encontra no "MEIO" de dois outros momentos que são de felicidade (o que ficou para trás e, o que virá à nossa frente!).   Assim, saberemos aproveitar melhor tais momentos e retirar deles o "MELHOR" que possam nos oferecer.   Importante é não ficar prostrado, não se deixar paralisar e abater pois só não rompe o "vale escuro da dor" aquele que não caminha, que não segue em frente.   Às vezes pode parecer que o "túneo escuro" é longo demais e não haverá força e tempo suficientes para rompê-lo.   Porém, é preciso entender que permanecer "parado" é dar como certo a impossilidade de enxergar a luz que brilha em seu final e, assim sendo, encontrar a saída.   Só não VENCE quem NÃO LUTA!   O Milagre, tão desejado e almejado se dá no ENCONTRO entre DUAS VONTADES E DUAS AÇÕES: a NOSSA e a de DEUS!  

Não podemos ficar prostrados na espera de que "ALGO BOM" aconteça como se tais momentos bons ocorresem como um "passe de mágica" em nossas vidas.   Levantar-se da prostração, seguir adiante na certeza de que, mais cedo ou mais tarde, o NOVO despontará como a "Manhã" que traz os primeiros raios de sol para iluminar o NOVO DIA, viver a dor mas não se deixar abater pela mesma, entre outros, são passos importantes que podemos e devemos dar em direção Àquele que nos espera para nos oferecer o que, de fato, precisamos.   A TRISTEZA não pode impedir a VIDA de seguir o seu curso natural rumo à FELICIDADE!

Portanto, se você está ou conhece alguém que vive uma situação de desesperança e desânimo em sua vida não receies de falar sobre o que leu aqui e, fazendo a experiência da dor como algo que passa, levantemos a cabeça e sigamos adiante pois, maior que a TRISTEZA é a CERTEZA de que só VENCE AQUELE que não se DEIXAR ABATER!

Fé em Deus e Siga em frente!

"III Domingo do Tempo Comum: A Urgência do Seguimento a Jesus e a Brevidade do Tempo!" - 22 de Janeiro de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando sequência às Celebrações do Tempo Comum (III Domingo) somos convidados (as) a persistir na nossa reflexão à respeito da Vocação.   Como dissemos no domingo passado, estes primeiros domingos deste Tempo Comum são dedicados a esta questão fundamental em nossas vidas: a questão vocacional.   Durante a vivência deste Tempo somos convidados ao seguimento de Jesus do período que vai desde o Seu Batismo (Festa, aliás, que funciona como a Celebração do I Domingo Comum) até a Sua Paixão; em outras palavras, o Tempo Comum nos leva a acompanhar o Senhor Jesus em Sua Vida Pública.   Por que isso?   Penso que por conta deste Tempo ser aquele que nos convida "à santidade de vida porpe o nosso Pai do Céu é Santo!"    Mas, como podemos ser do "jeito do nosso Pai do Céu" senão O conhecemos direito?   E, a resposta a tal questão está no "SEGIMENTO A JESUS" pois Este Jesus é o responsável por nos revelar "quem, de fato, é o Pai".   Para nós cristãos, o conhecimento da Vontade do Pai está diretamente ligado ao conhecimento que temos do Filho Jesus.   Escutá-Lo, olhá-Lo, observá-Lo, entender as Suas escolhas, as Suas opções, perceber com quem gosta de estar, a quem repreende e por que o faz ... tudo isso, nos proporcionará um melhor conhecimento sobre quem é o nosso Deus.

Hoje, celebrando o III Domingo Comum, a Palavra quer continuar a Sua Missão de reveladora do Pai e de Sua Santa Vontade para cada um (a) de nós.   Continuamos a nossa reflexão (iniciada no Domingo passado) sobre o "CHAMADO", isto é, sobre a "VOCAÇÃO".    Nosso Deus, em Sua Infinita Misericórdia, podendo fazer todo o trabalho de transformação do mundo SOZINHO, não quer que seja assim e, por isso, Ele é um Deus que "CHAMA", que "CONVIDA", que "CONVOCA" os Seus para colaborarem nesta árdua porém gratificante empreitada, a saber: TRANSFORMAR O MUNDO NO SEU REINO!    Ouvir o CHAMADO e responder, positivamente, ao mesmo será fundamental para nossa e, consequentemente, para a SALVAÇÃO DE TODOS (AS) QUE NOS CERCAM.

Penso que, se no Domingo Passado, o foco estava nas "CONDIÇÕES" para se escutar o chamado, neste Domingo (HOJE), avançamos um pouco e, o foco está no "PARA QUÊ" somos chamados.   Vejamos:

Na Primeira Leitura (Jn 3, 1-5.10) começamos a nossa reflexão e, para entendermos melhor o significado do texto e a força do mesmo, precisaremos voltar no tempo.   Tal texto é produto de uma época situada, por volta do V Séc. a.C. (mais ou menos 450 / 400 a.C.).   Estamos vivendo neste período uma fase exacerbada de "fechamento", de um "nacionalismo" exagerado que levava o Povo de Deus a pensar que os "de fora", isto é, os "estrangeiros" não podiam ser admitidos como pessoas destinadas a Salvação.   Deus volta a ser concebido como uma espécie de "PROPRIEDADE PRIVADA" e, portanto, "destinado" a fazer o bem, somente e tão somente, para os "de dentro".   É neste contexto de "exclusivismo religioso" que alguém sensível à Verdade Divina, escreve o livreto de Jonas que, é uma belíssima história que reflete tal situação vivida pelo povo mas, que NÃO AGRADA A DEUS pois Este não "É DE NINGUÉM E, AO MESMO TEMPO, É DE TODOS (AS)".   Servir a Deus, neste contexto, implica na "ACEITAÇÃO" do "ESTRANGEIRO" = aquilo que nos parece estranho porque sempre esteve longe de nós.   Servir a Deus implica na compreensão de que "AQUELE QUE NÃO CAMINHA CONOSCO, POR QUALQUER MOTIVO QUE SEJA, NÃO PODE SER EXCLUÍDO MAS, AO CONTRÁRIO, DEVE SER ATRAÍDO, INCLUÍDO" e, isso, a partir de nosso trabalho de "ANÚNCIO" da Boa Nova de Deus, de Seu AMOR POR TODOS (AS).   Quando se ouve e se vive aquilo que se ouviu da parte de Deus, quando cumprimos a "MISSÃO", assumindo a nossa "VOCAÇÃO" veremos que a Graça de Deus tem poder de transformar os corações mais endurecidos.   Mesmo contra a vontade, Jonas se põe a caminho da "grande cidade de Nìnive = cidade odiada pelos judeus por ter sido uma das cidades que, no passado, os explorou.   O desejo de Jonas (símbolo de todo o povo judaico = fechado nele mesmo) é que Nínive fosse destruída, por completo, juntamente com todo o povo que lá morava.   No fundo, o livro deixa transparecer que Jonas sabe quem é Deus (Misericordioso e Compassivo) e, por isso, não desejava cumprir tal missão de anunciar o "AMOR DE DEUS PARA OS NINIVITAS".    Sabia que o anúncio desta Boa Nova geraria uma "CONVERSÃO" e, assim sendo, Deus deixaria a "VINGANÇA" para lá.   Mesmo contra a vontade, Jonas vai e, ocorre o que ele temia: logo no primeiro dia de ANÚNCIO da PALAVRA, TODOS se converteram e, Deus revelou o que de fato é: DEUS DE TODOS!  

Percebemos nesta Leitura que o importante não é ficar alimentando em nós sentimentos de exclusão, de superioridade para com aqueles que não são como nós.   Importante é compreender que este Deus que nos CHAMA quer ser revelado como "Aquele que AMA a TODOS" e, portanto, a TODOS quer SALVAR.   É preciso compreender que, se alguém, ainda não está "servindo" a Ele é porque, ainda, não lhe foi anunciada a Sua Boa Nova.   É preciso compreender - e com a máxima URGÊNCIA - que para nós, os CRENTES, não há "inimigos a serem vencidos e exterminados mas IRMÃOS que necessitam ser SALVOS!   Toda e qualquer VOCAÇÃO tem for finalidade primeira e última tal AÇÃO!

No Evangelho ( Mc 1, 14-20) temos as primeiras palavras de Jesus e, por serem as primeiras, nelas estão contidas o "SEU PROGRAMA DE VIDA" para este evangelista: "O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo.   Convertei-vos e crede no Evangelho!"   Durante muitos anos (séculos), o povo esperava a chegada do Reino de Deus como uma espécie de "restauração da monarquia davídica" que há muito, desaparecera.   Ao falar desta forma, Jesus está afirmando que o "Tempo de Espera" acabou.   Ele (Jesus) é a realização da Promessa e, portanto, "CONVERTER-SE" a Ele é o único caminho possível a partir de então; "CRER" Nele e na Sua Palavra se faz urgente e necessário.

Para esta missão de estabecer na terra o Reino de Deus, Jesus quer contar com TODOS.   Por isso, caminha e chama aqueles que vai encontrando.   Ao contrário dos mestres de sua época que ficavam à espera dos discípulos, Jesus vai ao encontro e chama quem quer para o que quiser.   Chama e continua a caminhar: quem escuta, O segue IMEDIATAMENTE, pois não há TEMPO para perder.   O CHAMADO se dá no momento em que os quatro (André e Simão, Tiago e João) estão trabalhando, estão em suas tarefas normais, cotidianas revelando que não, necessariamente, tal CHAMADO é algo que ocorre em momentos extraordinários de nossa experiência de fé.   Daí, a necessidade de "ESTARMOS ATENTOS" para não corrermos o risco de sermos CHAMADOS mas não escutarmos.   Ouvir o CHAMADO e SEGUIR são passos que se sucedem imediatamente: não há tempo para pensar!   A tarefa de construção do Reino é URGENTE!

Fazer esta wexperiência com o Deus que CHAMA nos faz compreender o "REAL VALOR DE CADA COISA NESTE MUNDO": TUDO, AQUI, É RELATIVO pois TUDO PASSA!   É isto que a Segunda Leitura (I Cor 7, 29-31) nos revela: Devemos viver aqui como se aqui não vivêssemos pois "a figura deste mundo passa" e, caso depositemos todas as nossas "fichas" e as nossas "esperanças" aqui, quando isso daqui passar (e vai passar, mais cedo ou mais tarde) nós, também, passaremos!

Viver este III Domingo Comum deve nos proporcionar a compreensão de que o "TEMPO" que temos neste mundo está passando, está abreviado, já se completou!   Portanto, não há mais TEMPO para se perder!   Escutar Deus que nos chama e, CUMPRIR o que Ele nos diz, se faz URGENTE.   Assim sendo, não percamos mais TEMPO para colocar em prática aquilo que ELE (DEUS) espera de cada um (a) de nós!   Assim seja!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

"Segundo Domingo do Tempo Comum: Deus que CHAMA, espera uma RESPOSTA!" - 15 de Janeiro de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos, hoje, com a Igreja no Mundo, o Segundo Domingo do Tempo Comum  e, iniciando tal período, somos convidados a refletir sobre o "início" de nossa experiência com Deus, isto é, sobre o "CHAMADO" que o Senhor nos faz a "SEGUÍ-LO".   Podemos falar que estes primeiros domingos do Tempo Comum são, dentro do Calendário Litúrgico, os Domingos Vocacionais por excelência (apesar de vivermos, no Brasil, o Mês de Agosto como Mês Vocacional).   Neste Segundo Domingo do Tempo Comum somos convidados a experimentar Deus como Aquele que CHAMA e, ao chamar, o faz, sempre, para UMA MISSÃO ESPECÍFICA!

Assim, temos a Primeira Leitura (I Sm 3, 3b-10.19) que nos apresenta "AVocação = Chamdo de Samuel!"   Alguns pontos, me parecem importantes, neste texto.   Vejamos:   apesar de estar no Templo (havia sido entregue pela própria mãe Ana que percebeu a sua concepção como "Dom de Deus"), Samuel "ainda não conhecia o Senhor!"   Que interessante este dado pois nos revela que, nem sempre o "estar no Templo" é condição para o real conhecimento do Senhor e, consequentemente, de Sua Vontade a nosso respeito.   Num primeiro momento ocorre uma "confusão" que leva Samuel para aquilo que era o mais "fácil" e "simples": ouve Alguém Chamar e, entende que deveria ser o Sacerdote Eli pois eram os únicos presentes naquele espaço (o que parece uma ironia pois, o Templo, sempre foi concebido como sendo "CASA DE DEUS").   Tal situação se repetiu "TRÊS" vezes durante a noite e, em todas elas, Samuel oferece a Eli a sua resposta.   Importante perceber que a Leitura reforça a ideia  de que a "incompreensão" de Samuel vinha do fato de "Não conhecer a Palavra do Senhor pois Esta não se lhe tinha manifestado".   Aqui, percebemos como o desconhecimento da Palavra de Deus é, de fato, o "DESCONHECIMENTO DO PRÓPRIO DEUS"!   E, aqui, uma pergunta: "Como podemos CONHECER a PALAVRA de modo a oferecer ao Senhor uma RESPOSTA que LHE seja agradável?"  Percebemos, neste ponto, a importância de homens e mulheres que, tendo feito a Experiência com o Sagrado, com o próprio Deus auxiliem aqueles (as) que, ainda, não o fezeram.    Tal fato, a Leitura revela quando o Sacerdote Eli, entendendo o que estava ocorrendo, ENSINA Samuel a responder, caso escute, novamente, a VOZ lhe CHAMAR.   Deverá responder: "Senhor, fala, que teu servo escuta!"   Que beleza quando, auxiliados, conseguimos oferecer tal resposta ao Senhor que CHAMA.   Este é um momento ÚNICO em nossas vidas e, a partir dele, começamos a nos transformar em "Novos Homens e Novas Mulheres" pela Graça que passa a operar em nós e, por meio de nós, no mundo que nos cerca.   Isso ocorreu com Samuel e, se estivermos atentos, perceberemos o mesmo em nossos dias conosco mesmos e com os nossos irmãos e irmãs.

Tal ideia da Primeira Leitura vem apresentada pelo Evangelho de hoje (Jo 1, 35-42): João, o batista não hesita em, diante do Senhor que passa, apresentá-Lo como "o Cordeiro de Deus" aos seus, até então, discípulos!   Neste momento, percebemos como João, o batista possui uma real compreensão do seu papel dentro deste "Projeto Divino": conduzir as pessoas até Aquele que é o Verdadeiro, o Maior, o próprio Deus.   A partir deste momento João se afasta e, o que interessante será a "EXPERIÊNCIA" que os seus ex-discípulos farão com o Senhro Jesus.   Buscam, procuram e, acabam encontrando o Senhor.   São convidados a "vir e ver!", em outras palavras, é preciso "FAZER A EXPERIÊNCIA" e, a mesma é pessoal e intransferível e, portanto, CADA UM (A) DEVE FAZER A SUA!   No máximo, os que já fizeram podem e devem auxiliar os que não a fizeram mas, NINGUÉM PODE EXPERIMENTAR DEUS PELO OUTRO.   Da Experiência que fazem nasce a MISSÃO como condição comprobatória da mesma: André, um dos dois que estiveram com o Senhor "naquele dia" sai e vai buscar o seu irmão Simão.   É sempre assim que acontece: "QUEM EXPERIMENTA PERCEBE A ENORME NECESSIDADE QUE SE IMPÕE DE CONDUZIR OUTROS (AS) PARA QUE FAÇAM A MESMA COISA!"

Na Segunda Leitura (I Cor 6, 13c-15a.17-20) vemos o Apóstolo Paulo insistindo na responsabilidade que aqueles (as) que fazem tal Experiência, citada acima, possuem: "Nos tornamos membros do Mesmo Corpo de Cristo" e, portanto "não podemos, mais, fazer o que queremos pois as nossas ações (boas ou más) repercutirão em TODO O CORPO.   Assim, entendemos que o CHAMADO, apesar de ser particular terá, sempre, um OBJETIVO COLETIVO pois nos conduzirá para uma RESPONSABILIDADE COM OS OUTROS (AS).

Que a vivência deste Tempo Comum que iniciamos na Vida da Igreja nos incentive à compreensão da vontade de Deus em  nossas vidas.    Assim seja!

"Vivendo a Espiritualidade do Tempo Comum na Liturgia da Igreja"

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Depois das alegrias e vibrações mais intensas do Ciclo Natalino voltamos, no Calendário Litúrgico, à Vida Comum.   Após a Festa do Batismo do Senhor (celebrada, neste ano, na última segunda-feira p.p. - 09/01/12) iniciamos, novamente, o Tempo Comum em nossa Liturgia.

Às vezes, somos tentados a imaginar este Tempo Litúrgico como sendo um Tempo "Menor", no sentido de "sem grande importãncia", "comum" mesmo no sentido que tal palavra possui em nosso cotidiano.   Para nós, o "comum" é algo que não requer, de fato, grandes esforços, dedicação mais intensa, maior elaboração.   Pensemos, por exemplo, numa visita que chega em nossa casa: quando é a primeira vez (algo "fora do comum"), nos empenhamos, preparamos TUDO com muito carinho e cuidado, a comida é bem preparada, a mesa é posta com o rigor das regras da etiqueta e, assim por diante.   Mas, imaginemos que tal visita acabe por ficar com uma amizade grandiosa conosco e, em pouco tempo, comece a frequentar com maior assiduidade a nossa residência.  Aqui, tal visita ganha o status de "comum" e, em determinado momento, ela chega em nossa casa de surpresa, numa segunda-feira, sem avisar e, na hora do almoço.   Como ficou "comum" não damos importância e, a comida que "sobrou" do domingo, nós servimos, de qualquer jeito, a própria visita se serve, sem grandes "complicações".   Não é assim mesmo?   Penso que sim!

Porém, na Liturgia da Igreja é um erro transpor esta concepção que temos daquilo que é "comum" para o Tempo que ora começamos a viver.    Para a Liturgia, o Tempo Comum não possui tal sentido; ele não é um Tempo "Menor", "sem importância" na sua relação com os chamados "Tempos Fortes" e, portanto, não pode ser vivenciado de "qualquer forma ou jeito", sem que reflitamos e elaboremos as nossas Celebrações com grande afinco e cuidado.

Penso que, de forma rápida, o Tempo Comum que iniciamos não pode ser compreendido como um Tempo "sem importância", sobretudo por dois motivos.   Vejamos:

Em primeiro lugar pelo tempo (cronológico mesmo) que a Liturgia dedica ao Tempo Comum: são 33 ou 34 semanas das 52 que o ano possui, divididos em dois momentos no Calendário, a saber: algumas semanas entre o Ciclo do Natal e o Ciclo da Páscoa (início da Quaresma) e, o grosso deste Tempo após a a Páscoa e, que segue até o final do mês de novembro.   Acredito que a Igreja não seria tão "inocente", dedicando um tempo tão grande para um Tempo que não paresentasse uma importância ímpar em seu Calendário (só para termos uma ideia, depois do Tempo Comum, o maior Tempo Litúrgico é o da Páscoa que possui 07 Semanas).   Diante disso, nos perguntamos: "Qual é a importância deste Tempo Comum?"   Tal resposta nos apresenta o segundo lugar que explica a sua importância:   Durante o Tempo Comum, a Comunidade é convidada ao seguimento à pessoa de Jesus, naquele período de Sua Vida que costumamos chamar de "Vida Pública" e, neste período, o Senhor com Sua Palavra e Suas Ações nos oferece as condições para compreendermos "Quem é o Pai" e, assim sendo, nos oferece as possibilidades para sermos "aquilo que o Pai quer que sejamos"!    Acompanhar o Senhor em Sua "Vida Pública" vai nos auxiliando na compreensão do real sentido da "Santidade" e, compreendemos que a mesma (Santidade) não é algo impossível para mim e para os meus pois "SER SANTO (A), nada mais é do que a ADEQUAÇÃO DA NOSSA VIDA À VONTADE DE DEUS!"    Em nosso cotidiano, no "TEMPO COMUM" de nossas vidas, o Senhor nos convida à uma "Vida Santa".    Não importa o que somos ou fazemos, importa, sim, que sejamos capazes de fazer da nossa existência um "SINAL" de Deus.  

Assim, poderíamos afirmar que o Tempo Comum é "BÁSICO" para nossa vivência de Fé.   Chegaria, mesmo, a afirmar que a ausência ou incompreensão do sentido deste Tempo Litúrgico que ora começamos nso impossibilita de compreender e, consequentemente, de viver os chamados "Tempos Fortes", a saber: Advento, Natal, Quaresma e Páscoa!

Portanto, queridos irmãos e irmãs, não economizemos esforços para vivermos o verdadeiro sentido deste Tempo Comum e, oxalá Deus, cheguemos ao final deste ano com uma visão, uma compreensão mais apurada à respeito do nosso Deus e de Sua Vontade a nosso respeito!

Boas Celebrações para TODOS (AS)!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

"Festa do Batismo de Jesus: Na Missão do Filho, a Manifestação do Pai!" - Domingo que ocorre entre os dias 09 e 13 de Janeiro (09/01/12)

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria nos reunimos para celebrar a Eucaristia marcando a Festa do Batismo de Jesus e, neste ano, de modo muito particular, por conta das Solenidades do Natal e de Santa Maria, Mãe de Deus terem caído no Domingo, tal Festa ocorre na Segunda-Feira após a Epifania (como ocorreu com a Festa da Sagrada Família, celebrada na sexta-feira, dia 30/12/11).   Por falta de Domingos durante o ano para todas as Solenidades e Festas, estas foram transferidas para dias de semana (sexta-feira e segunda-feira, respectivamente).    Mas, isso pouco importa pois, o importante é celebrar estes dias como se Domingos fossem.

O Batismo do Senhor é uma Festa que serve como uma espécie de "entrocamento" dentro do Calendário Litúrgico pois, ao mesmo tempo em que ela encerra o Ciclo Natalino, também, reinicia o Tempo Comum.   No próximo domingo celebraremos o II Domingo do Tempo Comum pois, como podemos perceber, o I Domingo deste Tempo coincide, todos os anos, com tal Festa ora celebrada.

Penso que tal Festa, colocada no Calendário Litúrgico neste momento, não é algo por acaso - aliás, na Igreja, como já refletimos outras vezes, NADA É POR ACASO pois tal palavra (ACASO), simplesmente, NÃO EXISTE.   Daí, me pergunto: "Por que tal Festa neste momento?" ou: "O que a mesma quer nos ensinar de importante para nossa VIVÊNCIA de FÉ?" ou, ainda: "Por que refletir, como Festa, o Batismo do Senhor?"   E, aí, na minha reflexão, acredito que, num primeiro momento, encerrar o ciclo natalino com a Festa do Batismo quer reforçar em nós a ideia da prática católica de Batizar as crianças "tão logo nasçam" (não podemos esquecer que o nosso Batismo tem uma raiz judaica na Circunsisão (que ocorria 08 dias após o nascimento dos meninos); outro ponto importante, penso, ser o fato desta mesma Festa do Batismo do Senhor nos colocar, novamente, na Vivência do Tempo Comum e, tal Tempo, como já refletido por nós em outros momentos, pretende conduzir a Comunidade de Fé ao Seguimento de Jesus, aprendendo Dele como ser, como se comportar, o que fazer no nosso cotidiano, na nossa vida comum, de modo a sermos "Santos e Santas como o nosso Pai do Céu é Santo!"   A nossa busca pela Vida de Santidade é algo que tem início no Batismo quando somos incorporados à Família dos Filhos e Filhas de Deus.   Mas, o que significa "VIVER COMO FILHOS E FILHAS DE DEUS"?   Esta é a PERGUNTA que a Liturgia de hoje pretende responder para nós.   Vejamos:

Na Primeira Leitura (Is 42, 1-4.6-7) temos um texto que se refere ao "Servo de Javé" ou, ainda, ao "Servo Sofredor".   Após o Exílio na Babilônia, o povo começa a perceber que os "caminhos de Javé não são os nossos caminhos".   Começa a surgir no meio da Comunidade a esperança em uma Salvação, não nos moldes humanos e, assim sendo, o autor sagrado, descreve esta personagem misteriosa que os biblistas, até os dias de hoje, não conseguem identificá-lo, com certeza: pode ser uma pessoa em particular, como pode ser o Povo, em sua coletividade.   Porém, esta identificação não é de extrema importânica pois, importa enetender o sentido que tal Servo possui no conjunto da História da Salvação e, o que Ele tem a nos falar. 

Assim, a primeira coisa que chama a atenção é o fato desta personagem ser chamada de "SERVO".   Quanto sentido possui, para nós, tal termo!   Servo é aquele que não possui VOZ nem VEZ; que sabe reconhecer que, acima dele, existe o "SENHOR", "AQUELE QUE MANDA" e, por conseguinte, compreende que a sua existência está, estreitamente vinculada à sua relação com tal SENHOR.   SERVO não faz o que quer mas, sim, o que lhe ordenam que faça.   Quando age desta forma, ele (o SERVO) se torna a "ALEGRIA DO SEU SENHOR".   Do Senhor, o Servo recebe a força e as condições necessárias para levar a bom termo a "VONTADE DO SENHOR!"   O SERVO entende que os instrumentos, as estratégias que deve utilizar não podem ser as mesmas que o mundo está acostumado e, portanto, não vence pelo "GRITO", pelo "LEVANTAR A VOZ".   Sua missão não é destruir aquilo que ainda insiste em se manter, de alguma forma, vivo mas, ao contrário, ele tenta "SALVAR": "não quebra a cana rachada, nem apaga o pavio que ainda fumega"!   Isso, o SERVO faz porque entende que para o SENHOR cada CANA, cada PAVIO tem um valor único e, assim sendo, a perda de um que seja, é uma PERDA TOTAL.   O Servo é o promotor da JUSTIÇA entre as Nações e Luz que ilumina todos que desejam trilhar este caminho.

Ora, tal texto do Profeta Isaías é extremamente importante para a compreensão do Papel dos Batizados no mundo:   Nós somos os SERVOS DE JAVÉ, agindo no meio do mundo de modo a estabelecer a Sua Vontade; nossas ações devem servir para restaurar, gerar vida, promover a Justiça, sobretudo aonde tudo isso está sendo negado ou, pior, sequer existem.   Somos parte de uma Religião - como já falei outras vezes - eminentemente PRÁTCA.   Não adianta saber mas, ao mesmo tempo, NÃO AGIR!    O papael do Servo de Javé deveria ser assumido por todos (as) que nos sentimos impulsionados, pelo Espírito Santo, ao cumprimento da Vontade de Deus.

No Evangelho de hoje (Mc 1, 7-11) começaremos a entender que, em Jesus (sobretudo, após o Seu Batismo), aquilo que fora anunciado pelo Profeta Isaías na Primeira Leitura, terá o seu início.   Jesus, após ser batizado é reconhecido pelo Pai como o "FILHO MUITO AMADO" e, neste Filho, em Sua Ação Libertadora que promoverá a Vida, a Justiça, o "Pai encontrará o Seu Bem-Querer!"   Este acontecimento da Vida de Jesus dividirá a Sua Vida pois, a aprtir daqui, Ele dará início à Sua Vida Pública, manifestando com Sua Palavra e Suas Ações, a Verdadeira Vontade do Pai.

Ora, ser Batizado para nós hoje em dia, deve trazer à tona esta reflexão pois, naquele dia (do nosso Batismo) o "Pai nos adotou como Seus Filhos e Filhas" e, também, gostaria de ver em cada um (a) a Sua Felicidade se concretizando pela nossa Palavra e pelas nossas Ações (promotoras da Vida e da Justiça).

Na Primeira Leitura (At 10, 34-38) temos um texto fundamental para a vida dos Batizados pois nos revela uma das principais características deste Deus que, pelo Batismo, nos adota como seus Filhos e Filhas: "Ele não faz ACEPÇÃO DE PESSOAS mas, ao contrário, aceita quem o TEME E PRATICA A JUSTIÇA!"   Daí, se somos, de fato, Filhos e Filhas deveríamos trazer em nós tais características de modo que TODOS pudessem perceber a QUEM PERTENCEMOS!

Este é o nosso grande desafio!   É difícil mas, vale à pena!   Conseguiremos cumprí-lo se, de fato, nos colocarmos nas mãos de Deus como "SERVOS NAS MÃOS DO SEU SENHOR!"

Que Deus nos ajude nesta missão!   Assim seja!   

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

"Epifania do Senhor: Jesus se revela como Cristo para TODOS OS POVOS!" - Domingo entre 2 e 8 de Janeiro (08 de Janeiro de 2012)

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Vivendo as alegrias do Tempo do Natal celebramos, neste domingo, a Solenidade da Epifania do Senhor e, como já sabemos, a Solenidade é um momento para uma reflexão de grande importância para a vida da Igreja e, me arriscaria a dizer que, sem a compreensão exata da mensagem da mesma, correríamos um sério risco de não compreendermos o real sentido do ser cristão.   Daí, é importante atentar para estes momentos, em que o Calendário Litúrgico nos coloca frente a tais momentos solenes.

Assim, nos perguntamos: "Por que a Epifania é uma Solenidade?" ou: "Qual a importância da sua mensagem para os cristãos católicos no mundo?" ou, ainda: "O que necessitamos compreender com tal Solenidade?"   Vejamos:

Penso ser importante compreender a Solenidade da Epifania como sendo a outra face da mesma moeda que começamos a celebrar por ocasião do Natal.   Assim, Natal e Epifania tratam do mesmo "Mistério da Encarnação"´só que em direções distintas mas complementares entre si.   Explico:  No Natal, começamos a entender que, como nos falou o Prólogo de São João (Jo 1) "na plenitude dos tempos a Palavra se encarnou e habitou entre nós!"  Nesta primeira fase do Natal percebemos que este Jesus (Palavra que se encarnou) começa a ser percebido como sendo o "Salvador", o "Cristo Senhor" pelos seus "compatriotas" - no caso, os Pastores - pois, o Anjo anuncia aos mesmos o "nascimento de um Salavador que é o Cristo Senhor!" (Noite de Natal)   No entanto, Jesus não é, somente o "Cristo Senhor", o "Salvador" para os seus mas, como anunciado pelos Profetas, "Ele o será para o mundo, para todos os povos".   Então, para complementar a mensagem natalina, temos a Solenidade de hoje, isto é, a Epifania pois, aqui, Jesus atrai para si os povos do mundo inteiro - representados nos "Magos do Oriente" - que, acorrendo ao "rei que acabara de nascer, trazendo as riquezas do além-mar, cumprem as profecias.   Assim, percebemos que o nascimento de Jesus dá início a uma nova forma de pensar o "Ser de Deus" como um "Ser" para TODOS, sem exclusão de qualquer tipo.   Deus, em Jesus, quer salvar a TODOS e, quem estiver aberto para tal compreensão, poderá embarcar nesta "aventura do Cristianismo".

Daí, a Palavra de Deus desta Solenidade vem nos ajudar nesta compreensão que, se a princípio, parece fácil, na prática, não o é e, tendo em vista que o Cristianismo é uma Religião, eminentemente, prática deverá ser a mesma o objeto de nossa atenção.

Na Primeira Leitura (Is 60, 1-6) vemos, o profeta apresentando para a Comunidade que acabara de voltar do Exílio na Babilônia e não percebia mudanças significativas em sua estrutura de vida, um convite: "Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém!"   Mas, por que faz tal convite?   Qual o motivo para estas ações que simbolizam alegria, num momento sem grandes perspectivas?   O que estará para acontecer?    E, o profeta dá o motivo: "Porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor!"   Quando tudo parecia sem saída, sem sentido, envolto em trevas ... há uma solução: "A glória de Javé surge, trazendo a Vida!"   Jerusalém que havia passado um longo período nas trevas por conta de seus pecados e, de Jovem-Noiva de Javé havia se transformado numa espécie de "senhora, idosa, abandonada pelo marido e sem filhos, encurvada à beira do caminho" é convidada a perceber a "Vida" que volta por obra e graça de Deus que a visita novamente.   Os primeiros raios de luz, de esperança despontam pondo fim ao longo período de trevas que a envolvia (vide o comentário da Primeira Leitura da Noite de Natal do profeta Isaías).   Esta Luz que inunda Jerusalém, a faz enxergar toda a trasformação vitoriosa que o Senhor Javé está para realizar por ela: "todos estão vindo a Ti: os filhos e filhas retornam carregados ao colo e trazendo as riquezas do além-mar".   Tudo isso provoca uma explosão de ALEGRIA: "ao vê-los ficarás RADIANTE!"   Todos virão "proclamando a GLÓRIA do SENHOR!"  

Que beleza de Leitura!   Ela nos revela que apesar dos pesares, das situações complicadas com as quais nos envolvemos a cada dia por conta de nossos pecados e maldades, Deus terá, sempre, a ÚLTIMA PALAVRA e, esta será, sempre, uma PALAVRA DE ÂNIMO, de CORAGEM pois vem com o SEU PODER capaz de transformar as nossas mazelas em VIDA PLENA.   TODOS que escutam e acreditam nesta PALAVRA hão de ver a "Glória do Senhor".

Ora, tal profecia anunciada por ocasião do final do Exílio na Babilônia não foi logo realizada plenamente pois, a mesma começa a se realizar com o Advento da "Palavra que se encarna e nasce entre nós!"   O nascimento de Jesus é o começo da realização desta profecia e, tal fato, atrai a tenção dos mais atentos, a saber: Pastores (Noite de Natal) e Magos (Epifania).   Jesus é a Epifania (Manifestação) do Pai e de Sua Vontade.   Quem está atento aos acontecimentos, percebe algo NOVO no ar e, se deixando levar pela novidade encontram-Na em forma de "criança deitada na Manjedoura".   É isto que nos fala o Evangelho da Solenidade de hoje (Mt 2, 1-12).   O relato evangélico de hoje está repleto de sentidos ocultos e, para compreendê-lo será necessário revelá-los.   Não podemos pensar que os fatos se deram como estão descritos pois estamos diante de um texto teológico e, o sentido está para além do que está dito.

Existia uma ideia, corrente entre os povos antigos que, quando alguém importante nascia, uma "ESTRELA NOVA" aparecia no céu.   Aqui, a importância da "Estrela-Guia" que conduz os Magos até o local aonde estava o "Menino-Deus" ou, ainda, o "Rei dos Judeus que acaba de nascer".   Vemos, a seguir que as opiniões e, consequentemente, as atitudes frente ao mesmo fato são díspares, contrárias, opostas: de um lado, os Magos que desejam "ADORAR" e, por outro, Herodes que, se sentindo ameaçado, quer "ELEIMINAR".   Atitudes contrárias produzidas por percepções contrárias à respeito de quem era Aquele que acabara de nascer.  E nós, qual a nossa postura?   Um ponto curioso para nossa reflexão está no fato do "desaparecimento" da Estrela no período em que os Magos estavam no Palácio de Herodes e, o seu reaparecimento, meio que de súbito, tão logo estes saem do Palácio (curioso, não???).   Os Magos, seguindo a Estrela, encontram o "Menino-Deus" e, prostrados, O adoram e Lhe oferecem os seus presentes: Ouro (reconehcimento da Realeza), Incenso (reconhecimento da Divindade) e, Mirra (reconhecimento da Humanidade e de sua Morte cruel) = riquezas do além-mar (se lembram da Primenra Leitura de hoje?).    Assim, percebemos em Jesus, o Menino Pobre de Belém, o começo do cumprimento da Profecia de Isaías de hoje.   Jesus, com sua chegada, transforma Jerusalém pois, uma "Luz começa a brilhar" e, ao clarão desta "Luz" TODOS OS POVOS CONSEGUEM REENCONTRAR O CAMINHO PARA A SALVAÇÃO (magos, do Oriente).

Por fim, a Segunda Leitura (Ef 3, 2-3a.5-6) nos apresenta o Apóstolo Paulo falando do "Mistério" que estava escondido aos "homens das gerações passadas mas, revelado agora, pelo Espírito, aos Apóstolos e Profetas: os pagãos, em Jesus, são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa, por meio do Evangelho!"   Que coisa extraordinária: em Jesus, Deus que se fez homem, as barreiras que separavam os homens uns dos outros foram quebradas; Jesus, com sua chegada, não admite mais que "aqueles que foram criados na UNIDADE, vivam separados.  Em outras palavras: a fé em Jesus, como sendo o Cristo de Deus, Aquele que veio SALVAR não admite separação entre as pessoas pois, Nele, TODOS SOMOS IGUAIS.  

Ser cristão e viver, intensamente, a Verdade revelada neste TEmpo de Natal implica numa mudança radical de comportamento (se lembram do início de nossa conversa).   Quem diz acreditar que, em Jesus, Deus visitou o seu povo mas continua alimentando disputas, rivalidades, exclusões, separações entre as pessoas não entendeu a verdadeira mensagem deste Tempo.

Que Deus, revelado em Jesus-Menino, nos ajude a viver plenamente a mensagem da Solenidade de hoje.   Assim seja!