sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

"Festa do Batismo de Jesus: Na Missão do Filho, a Manifestação do Pai!" - Domingo que ocorre entre os dias 09 e 13 de Janeiro (09/01/12)

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria nos reunimos para celebrar a Eucaristia marcando a Festa do Batismo de Jesus e, neste ano, de modo muito particular, por conta das Solenidades do Natal e de Santa Maria, Mãe de Deus terem caído no Domingo, tal Festa ocorre na Segunda-Feira após a Epifania (como ocorreu com a Festa da Sagrada Família, celebrada na sexta-feira, dia 30/12/11).   Por falta de Domingos durante o ano para todas as Solenidades e Festas, estas foram transferidas para dias de semana (sexta-feira e segunda-feira, respectivamente).    Mas, isso pouco importa pois, o importante é celebrar estes dias como se Domingos fossem.

O Batismo do Senhor é uma Festa que serve como uma espécie de "entrocamento" dentro do Calendário Litúrgico pois, ao mesmo tempo em que ela encerra o Ciclo Natalino, também, reinicia o Tempo Comum.   No próximo domingo celebraremos o II Domingo do Tempo Comum pois, como podemos perceber, o I Domingo deste Tempo coincide, todos os anos, com tal Festa ora celebrada.

Penso que tal Festa, colocada no Calendário Litúrgico neste momento, não é algo por acaso - aliás, na Igreja, como já refletimos outras vezes, NADA É POR ACASO pois tal palavra (ACASO), simplesmente, NÃO EXISTE.   Daí, me pergunto: "Por que tal Festa neste momento?" ou: "O que a mesma quer nos ensinar de importante para nossa VIVÊNCIA de FÉ?" ou, ainda: "Por que refletir, como Festa, o Batismo do Senhor?"   E, aí, na minha reflexão, acredito que, num primeiro momento, encerrar o ciclo natalino com a Festa do Batismo quer reforçar em nós a ideia da prática católica de Batizar as crianças "tão logo nasçam" (não podemos esquecer que o nosso Batismo tem uma raiz judaica na Circunsisão (que ocorria 08 dias após o nascimento dos meninos); outro ponto importante, penso, ser o fato desta mesma Festa do Batismo do Senhor nos colocar, novamente, na Vivência do Tempo Comum e, tal Tempo, como já refletido por nós em outros momentos, pretende conduzir a Comunidade de Fé ao Seguimento de Jesus, aprendendo Dele como ser, como se comportar, o que fazer no nosso cotidiano, na nossa vida comum, de modo a sermos "Santos e Santas como o nosso Pai do Céu é Santo!"   A nossa busca pela Vida de Santidade é algo que tem início no Batismo quando somos incorporados à Família dos Filhos e Filhas de Deus.   Mas, o que significa "VIVER COMO FILHOS E FILHAS DE DEUS"?   Esta é a PERGUNTA que a Liturgia de hoje pretende responder para nós.   Vejamos:

Na Primeira Leitura (Is 42, 1-4.6-7) temos um texto que se refere ao "Servo de Javé" ou, ainda, ao "Servo Sofredor".   Após o Exílio na Babilônia, o povo começa a perceber que os "caminhos de Javé não são os nossos caminhos".   Começa a surgir no meio da Comunidade a esperança em uma Salvação, não nos moldes humanos e, assim sendo, o autor sagrado, descreve esta personagem misteriosa que os biblistas, até os dias de hoje, não conseguem identificá-lo, com certeza: pode ser uma pessoa em particular, como pode ser o Povo, em sua coletividade.   Porém, esta identificação não é de extrema importânica pois, importa enetender o sentido que tal Servo possui no conjunto da História da Salvação e, o que Ele tem a nos falar. 

Assim, a primeira coisa que chama a atenção é o fato desta personagem ser chamada de "SERVO".   Quanto sentido possui, para nós, tal termo!   Servo é aquele que não possui VOZ nem VEZ; que sabe reconhecer que, acima dele, existe o "SENHOR", "AQUELE QUE MANDA" e, por conseguinte, compreende que a sua existência está, estreitamente vinculada à sua relação com tal SENHOR.   SERVO não faz o que quer mas, sim, o que lhe ordenam que faça.   Quando age desta forma, ele (o SERVO) se torna a "ALEGRIA DO SEU SENHOR".   Do Senhor, o Servo recebe a força e as condições necessárias para levar a bom termo a "VONTADE DO SENHOR!"   O SERVO entende que os instrumentos, as estratégias que deve utilizar não podem ser as mesmas que o mundo está acostumado e, portanto, não vence pelo "GRITO", pelo "LEVANTAR A VOZ".   Sua missão não é destruir aquilo que ainda insiste em se manter, de alguma forma, vivo mas, ao contrário, ele tenta "SALVAR": "não quebra a cana rachada, nem apaga o pavio que ainda fumega"!   Isso, o SERVO faz porque entende que para o SENHOR cada CANA, cada PAVIO tem um valor único e, assim sendo, a perda de um que seja, é uma PERDA TOTAL.   O Servo é o promotor da JUSTIÇA entre as Nações e Luz que ilumina todos que desejam trilhar este caminho.

Ora, tal texto do Profeta Isaías é extremamente importante para a compreensão do Papel dos Batizados no mundo:   Nós somos os SERVOS DE JAVÉ, agindo no meio do mundo de modo a estabelecer a Sua Vontade; nossas ações devem servir para restaurar, gerar vida, promover a Justiça, sobretudo aonde tudo isso está sendo negado ou, pior, sequer existem.   Somos parte de uma Religião - como já falei outras vezes - eminentemente PRÁTCA.   Não adianta saber mas, ao mesmo tempo, NÃO AGIR!    O papael do Servo de Javé deveria ser assumido por todos (as) que nos sentimos impulsionados, pelo Espírito Santo, ao cumprimento da Vontade de Deus.

No Evangelho de hoje (Mc 1, 7-11) começaremos a entender que, em Jesus (sobretudo, após o Seu Batismo), aquilo que fora anunciado pelo Profeta Isaías na Primeira Leitura, terá o seu início.   Jesus, após ser batizado é reconhecido pelo Pai como o "FILHO MUITO AMADO" e, neste Filho, em Sua Ação Libertadora que promoverá a Vida, a Justiça, o "Pai encontrará o Seu Bem-Querer!"   Este acontecimento da Vida de Jesus dividirá a Sua Vida pois, a aprtir daqui, Ele dará início à Sua Vida Pública, manifestando com Sua Palavra e Suas Ações, a Verdadeira Vontade do Pai.

Ora, ser Batizado para nós hoje em dia, deve trazer à tona esta reflexão pois, naquele dia (do nosso Batismo) o "Pai nos adotou como Seus Filhos e Filhas" e, também, gostaria de ver em cada um (a) a Sua Felicidade se concretizando pela nossa Palavra e pelas nossas Ações (promotoras da Vida e da Justiça).

Na Primeira Leitura (At 10, 34-38) temos um texto fundamental para a vida dos Batizados pois nos revela uma das principais características deste Deus que, pelo Batismo, nos adota como seus Filhos e Filhas: "Ele não faz ACEPÇÃO DE PESSOAS mas, ao contrário, aceita quem o TEME E PRATICA A JUSTIÇA!"   Daí, se somos, de fato, Filhos e Filhas deveríamos trazer em nós tais características de modo que TODOS pudessem perceber a QUEM PERTENCEMOS!

Este é o nosso grande desafio!   É difícil mas, vale à pena!   Conseguiremos cumprí-lo se, de fato, nos colocarmos nas mãos de Deus como "SERVOS NAS MÃOS DO SEU SENHOR!"

Que Deus nos ajude nesta missão!   Assim seja!   

Um comentário:

  1. Nossa que LINDA reflexão, padre!
    Preciso colocar no dia a dia da minha vida.
    Que Ele nos ajude sempre.
    =)

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