Dando continuidade às nossas reflexões deste início do Tempo Comum, buscamos na Palavra a nós anunciada a força de vivermos a nossa vida como Dom de Deus e, automaticamente, buscando descobrir o "porquê" e o "para quê" Ele nos chama. Esses Domingos iniciais do Tempo Comum nos lançam essas questões: "Quem nos chama?" "Como discernir tal Chamado?" "Quais as condições para a Escuta deste Chamado?" "Qual o papel dos Mediadores?" "Para quê somos Chamados?" São Domingos, essencialmente, VOCACIONAIS!
Hoje, a Palavra que nos é preparada pela Igreja nos coloca frente a uma situação um tanto quanto incômoda. Somos convidados a refletir sobre a nossa VOCAÇÃO PROFÉTICA. Deus, que é Todo-Poderoso, quer contar conosco para transofrmar o mundo no qual vivemos em Seu Reino (Domingo passado, Jesus afirmava que o "Tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo".) Mas, como construir tal Reino de Deus? O que devemos fazer? Como devemos agir? Penso que estas são questões que a Palavra deste Domingo querem tratar conosco. Vejamos:
A Primeira Leitura (Dt 18, 15-20) nos fala que "Javé-Deus" suscitaria, depois de Moisés, um "Profeta" igual a ele (Moisés). Já no início da leitura em questão, percebemos quem é o Profeta: "é alguém que vive as mesmas condições da Vida do Povo pois é retirado do seu meio". Às vezes, somos tentados a pensar que tal personagem - o Profeta - é alguém que está fora e vem para o nosso meio. Isso não é verdade pois os mesmos (Profetas) são suscitados do meio do Povo. Penso que isso se deve ao fato de saber que "nenguém melhor para entender os dissabores pelos quais passa a "Comunidade" do que alguém que está lá em seu meio. Este Profeta, suscitado, por Deus será o "Porta-Voz" Dele (Deus) para o Povo e, por isso, o Povo deverá escutá-lo (afinal de contas, foi o próprio povo que, amendrontado diante do "Sinai", havia pedido um "mediador"). Percebemos que tal figura profética deverá estar atenta "à Voz de Deus" pois a sua Missão será, em primeiríssimo lugar, anunciar aos seus irmãos a "Palavra que ouviu da Boca do Deus", sem Dela retirar ou acrescentar o que quer que seja (o que seria um terrível pecado, a ponto de produzir a morte deste falso profeta). O Profeta que Deus suscitar e, obediente ao Senhor, pronunciar tão somente a Sua Palavra, deverá ser ouvido e obedecido pelos seus irmãos de Comunidade. Porém, uma advertência: o Profeta que, abusando de sua condição, falar e ensinar o que Deus não falou ou falar em nome de outros deuses, deverá ser morto.
Que bonito percebermos o Amor e a Dedicação de Javé para com o Seu Povo. Para manter a sua ligação com a Comunidade, suscita Profetas e Profetisas que, em Seu Nome, anunciam a Sua Palavra aos seus irmãos. Esta personagem não é alguém estranho a nós mas, saindo do nosso meio, nos conhece profundamente e, sabe quais são as nossas deficiências, as nossas necessidades. Todos (as), pelo Batismo, são Chamados a Ser Profetas e, portanto, Convocados por Deus para ser Seus "Porta-Vozes" para o mundo de hoje. A nossa palavra e as nossas atitudes devem corresponder à Sua Santa Vontade de modo a revelarmos para todos (as) a quem pertencemos.
Nesta Primeira Leitura, percebemos que Moisés faz um anúncio de "um Profeta" que viria depois dele e seria a grande mediação entre Deus e o Povo. Nós vemos esta profecia mosaica realizada em Jesus. No Evangelho de hoje (Mc 1, 21-28), continuando o texto da semana passada, vemos Jesus iniciando a manifestação do Reino de Deus, o Pai. Alguns pontos chamam a nossa atenção: "Jesus fala na Sinagoga de forma diferente dos rabinos de seu tempo pois o Seu Ensinamento POSSUI AUTORIDADE!" Esta forma de "Falar com Autoridade" suscitava "ADMIRAÇÃO" nos presentes. Daí, nos perguntamos: "O que significa tal Autoridade na fala de Jesus? O que tal fala trazia de "NOVO"? E, imediatamente, perceberemos que esta Autoridade decorre de Jesus não ser um mero repetidor de mensagens já envelhicidas e carcomidas pelo tempo. A sua Autoridade deriva do fato que aa pessoas percebem NELE a coerência entre "AQUILO QUE ANUNCIA E AQUILO QUE FAZ!" Ele não era como os "Mestres da Lei" que decoravam, repetiam a Lei mas não a vivia de fato. Num segundo momento, chama a atenção o fato seguinte: "na Sinagoga, aonde se Pregava a Palavra de Deus, havia uma pessoa "possuída" por um "espírito mau" e, apesar de estar na Sinagoga, tal espírito NUNCA se sentiu perturbado, amendrontado e, meio que pacificamente, permanecia ali: não perturbava e não era perturbado. Por que? Penso que tal situação ocorria pelo simples fato, ligando com a Primeira Leitura de hoje, de que ali naquela Sinagoga a Palavra não era anunciada do "Jeito de Deus" mas modelada aos interesses dos pregadores e, também, dos ouvintes. Ao perceber a chegada do "Mais Forte", "Daquele que Fala com Autoridade" se sente ameaçado e, grita primeiro: "Que queres de nós, Jesus Nazareno?" "Vieste para nos destruir?" "Eu sei quem Tu és: tu és o Santo de Deus!" Quanta informação neste trecho do Evangelho! O Diabo ataca primeiro por saber que Aquele que chega é MAIOR; o diabo conhece Jesus e, por isso se amedronta. Diferentemente dos outros rabinos e mestres da lei, Jesus ORDENA: "Cala-te e sai dele!" Jesus não permite que adversários anunciem o Seu Nome pois seria uma incoerência. Tal fato, chamou a atenção dos presentes que começam a compreender que "Naquele Homem, em Jesus, o Poder Divino se manifestava pois "Ele mandava nos espíritos maus e estes obedeciam". Aqui, a fama de Jesus começa a ser moldada em toda região.
Ser seguidor deste Deus que em Jesus se revela como "Aquele que tem Autoridade" é portar a mesma autoridade para fazer, por todos que sencontram oprimidosm, o mesmo. Não basta falar de Deus é importante que sejamos do "Jeito Dele". Ser do Seu Jeito implicará numa luta constante contra todas as forças que impedem o Seu Reino de acontecer entre nós.
Pensemos nisso e Boa Celebração para TODOS (AS)!
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