segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

"IV Domingo do Tempo Comum: A Vocação Profética que Incomoda!" - 29 de Janeiro de 2012

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade às nossas reflexões deste início do Tempo Comum, buscamos na Palavra a nós anunciada a força de vivermos a nossa vida como Dom de Deus e, automaticamente, buscando descobrir o "porquê" e o "para quê" Ele nos chama.   Esses Domingos iniciais do Tempo Comum nos lançam essas questões: "Quem nos chama?"   "Como discernir tal Chamado?"   "Quais as condições para a Escuta deste Chamado?"   "Qual o papel dos Mediadores?"   "Para quê somos Chamados?"   São Domingos, essencialmente, VOCACIONAIS!

Hoje, a Palavra que nos é preparada pela Igreja nos coloca frente a uma situação um tanto quanto incômoda.   Somos convidados a refletir sobre a nossa VOCAÇÃO PROFÉTICA.   Deus, que é Todo-Poderoso, quer contar conosco para transofrmar o mundo no qual vivemos em Seu Reino (Domingo passado, Jesus afirmava que o "Tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo".)   Mas, como construir tal Reino de Deus?   O que devemos fazer?   Como devemos agir?   Penso que estas são questões que a Palavra deste Domingo querem tratar conosco.  Vejamos:

A Primeira Leitura (Dt 18, 15-20) nos fala que "Javé-Deus" suscitaria, depois de Moisés, um "Profeta" igual a ele (Moisés).   Já no início da leitura em questão, percebemos quem é o Profeta: "é alguém que vive as mesmas condições da Vida do Povo pois é retirado do seu meio".   Às vezes, somos tentados a pensar que tal personagem - o Profeta - é alguém que está fora e vem para o nosso meio.   Isso não é verdade pois os mesmos (Profetas) são suscitados do meio do Povo.   Penso que isso se deve ao fato de saber que "nenguém melhor para entender os dissabores pelos quais passa a "Comunidade" do que alguém que está lá em seu meio.   Este Profeta, suscitado, por Deus será o "Porta-Voz" Dele (Deus) para o Povo e, por isso, o Povo deverá escutá-lo (afinal de contas, foi o próprio povo que, amendrontado diante do "Sinai", havia pedido um "mediador").   Percebemos que tal figura profética deverá estar atenta "à Voz de Deus" pois a sua Missão será, em primeiríssimo lugar, anunciar aos seus irmãos a "Palavra que ouviu da Boca do Deus", sem Dela retirar ou acrescentar o que quer que seja (o que seria um terrível pecado, a ponto de produzir a morte deste falso profeta).   O Profeta que Deus suscitar e, obediente ao Senhor, pronunciar tão somente a Sua Palavra, deverá ser ouvido e obedecido pelos seus irmãos de Comunidade.   Porém, uma advertência: o Profeta que, abusando de sua condição, falar e ensinar o que Deus não falou ou falar em nome de outros deuses, deverá ser morto.

Que bonito percebermos o Amor e a Dedicação de Javé para com o Seu Povo.   Para manter a sua ligação com a Comunidade, suscita Profetas e Profetisas que, em Seu Nome, anunciam a Sua Palavra aos seus irmãos.   Esta personagem não é alguém estranho a nós mas, saindo do nosso meio, nos conhece profundamente e, sabe quais são as nossas deficiências, as nossas necessidades.   Todos (as), pelo Batismo, são Chamados a Ser Profetas e, portanto, Convocados por Deus para ser Seus "Porta-Vozes" para o mundo de hoje.   A nossa palavra e as nossas atitudes devem corresponder à Sua Santa Vontade de modo a revelarmos para todos (as) a quem pertencemos.

Nesta Primeira Leitura, percebemos que Moisés faz um anúncio de "um Profeta" que viria depois dele e seria a grande mediação entre Deus e o Povo.   Nós vemos esta profecia mosaica realizada em Jesus.   No Evangelho de hoje (Mc 1, 21-28), continuando o texto da semana passada, vemos Jesus iniciando a manifestação do Reino de Deus, o Pai.   Alguns pontos chamam a nossa atenção: "Jesus fala na Sinagoga de forma diferente dos rabinos de seu tempo pois o Seu Ensinamento POSSUI AUTORIDADE!"   Esta forma de "Falar com Autoridade" suscitava "ADMIRAÇÃO" nos presentes.   Daí, nos perguntamos: "O que significa tal Autoridade na fala de Jesus?   O que tal fala trazia de "NOVO"?   E, imediatamente, perceberemos que esta Autoridade decorre de Jesus não ser um mero repetidor de mensagens já envelhicidas e carcomidas pelo tempo.   A sua Autoridade deriva do fato que aa pessoas percebem NELE a coerência entre "AQUILO QUE ANUNCIA E AQUILO QUE FAZ!"   Ele não era como os "Mestres da Lei" que decoravam, repetiam a Lei mas não a vivia de fato.   Num segundo momento, chama a atenção o fato seguinte: "na Sinagoga, aonde se Pregava a Palavra de Deus, havia uma pessoa "possuída" por um "espírito mau" e, apesar de estar na Sinagoga, tal espírito NUNCA se sentiu perturbado, amendrontado e, meio que pacificamente, permanecia ali: não perturbava e não era perturbado.   Por que?   Penso que tal situação ocorria pelo simples fato, ligando com a Primeira Leitura de hoje, de que ali naquela Sinagoga a Palavra não era anunciada do "Jeito de Deus" mas modelada aos interesses dos pregadores e, também, dos ouvintes.   Ao perceber a chegada do "Mais Forte", "Daquele que Fala com Autoridade" se sente ameaçado e, grita primeiro: "Que queres de nós, Jesus Nazareno?"   "Vieste para nos destruir?"   "Eu sei quem Tu és: tu és o Santo de Deus!"   Quanta informação neste trecho do Evangelho!   O Diabo ataca primeiro por saber que Aquele que chega é MAIOR; o diabo conhece Jesus e, por isso se amedronta.   Diferentemente dos outros rabinos e mestres da lei, Jesus ORDENA: "Cala-te e sai dele!"   Jesus não permite que adversários anunciem o Seu Nome pois seria uma incoerência.   Tal fato, chamou a atenção dos presentes que começam a compreender que "Naquele Homem, em Jesus, o Poder Divino se manifestava pois "Ele mandava nos espíritos maus e estes obedeciam".   Aqui, a fama de Jesus começa a ser moldada em toda região.

Ser seguidor deste Deus que em Jesus se revela como "Aquele que tem Autoridade" é portar a mesma autoridade para fazer, por todos que sencontram oprimidosm, o mesmo.   Não basta falar de Deus é importante que sejamos do "Jeito Dele".   Ser do Seu Jeito implicará numa luta constante contra todas as forças que impedem o Seu Reino de acontecer entre nós.

Pensemos nisso e Boa Celebração para TODOS (AS)!

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