Celebramos, hoje, com a Igreja no Mundo, o Segundo Domingo do Tempo Comum e, iniciando tal período, somos convidados a refletir sobre o "início" de nossa experiência com Deus, isto é, sobre o "CHAMADO" que o Senhor nos faz a "SEGUÍ-LO". Podemos falar que estes primeiros domingos do Tempo Comum são, dentro do Calendário Litúrgico, os Domingos Vocacionais por excelência (apesar de vivermos, no Brasil, o Mês de Agosto como Mês Vocacional). Neste Segundo Domingo do Tempo Comum somos convidados a experimentar Deus como Aquele que CHAMA e, ao chamar, o faz, sempre, para UMA MISSÃO ESPECÍFICA!
Assim, temos a Primeira Leitura (I Sm 3, 3b-10.19) que nos apresenta "AVocação = Chamdo de Samuel!" Alguns pontos, me parecem importantes, neste texto. Vejamos: apesar de estar no Templo (havia sido entregue pela própria mãe Ana que percebeu a sua concepção como "Dom de Deus"), Samuel "ainda não conhecia o Senhor!" Que interessante este dado pois nos revela que, nem sempre o "estar no Templo" é condição para o real conhecimento do Senhor e, consequentemente, de Sua Vontade a nosso respeito. Num primeiro momento ocorre uma "confusão" que leva Samuel para aquilo que era o mais "fácil" e "simples": ouve Alguém Chamar e, entende que deveria ser o Sacerdote Eli pois eram os únicos presentes naquele espaço (o que parece uma ironia pois, o Templo, sempre foi concebido como sendo "CASA DE DEUS"). Tal situação se repetiu "TRÊS" vezes durante a noite e, em todas elas, Samuel oferece a Eli a sua resposta. Importante perceber que a Leitura reforça a ideia de que a "incompreensão" de Samuel vinha do fato de "Não conhecer a Palavra do Senhor pois Esta não se lhe tinha manifestado". Aqui, percebemos como o desconhecimento da Palavra de Deus é, de fato, o "DESCONHECIMENTO DO PRÓPRIO DEUS"! E, aqui, uma pergunta: "Como podemos CONHECER a PALAVRA de modo a oferecer ao Senhor uma RESPOSTA que LHE seja agradável?" Percebemos, neste ponto, a importância de homens e mulheres que, tendo feito a Experiência com o Sagrado, com o próprio Deus auxiliem aqueles (as) que, ainda, não o fezeram. Tal fato, a Leitura revela quando o Sacerdote Eli, entendendo o que estava ocorrendo, ENSINA Samuel a responder, caso escute, novamente, a VOZ lhe CHAMAR. Deverá responder: "Senhor, fala, que teu servo escuta!" Que beleza quando, auxiliados, conseguimos oferecer tal resposta ao Senhor que CHAMA. Este é um momento ÚNICO em nossas vidas e, a partir dele, começamos a nos transformar em "Novos Homens e Novas Mulheres" pela Graça que passa a operar em nós e, por meio de nós, no mundo que nos cerca. Isso ocorreu com Samuel e, se estivermos atentos, perceberemos o mesmo em nossos dias conosco mesmos e com os nossos irmãos e irmãs.
Tal ideia da Primeira Leitura vem apresentada pelo Evangelho de hoje (Jo 1, 35-42): João, o batista não hesita em, diante do Senhor que passa, apresentá-Lo como "o Cordeiro de Deus" aos seus, até então, discípulos! Neste momento, percebemos como João, o batista possui uma real compreensão do seu papel dentro deste "Projeto Divino": conduzir as pessoas até Aquele que é o Verdadeiro, o Maior, o próprio Deus. A partir deste momento João se afasta e, o que interessante será a "EXPERIÊNCIA" que os seus ex-discípulos farão com o Senhro Jesus. Buscam, procuram e, acabam encontrando o Senhor. São convidados a "vir e ver!", em outras palavras, é preciso "FAZER A EXPERIÊNCIA" e, a mesma é pessoal e intransferível e, portanto, CADA UM (A) DEVE FAZER A SUA! No máximo, os que já fizeram podem e devem auxiliar os que não a fizeram mas, NINGUÉM PODE EXPERIMENTAR DEUS PELO OUTRO. Da Experiência que fazem nasce a MISSÃO como condição comprobatória da mesma: André, um dos dois que estiveram com o Senhor "naquele dia" sai e vai buscar o seu irmão Simão. É sempre assim que acontece: "QUEM EXPERIMENTA PERCEBE A ENORME NECESSIDADE QUE SE IMPÕE DE CONDUZIR OUTROS (AS) PARA QUE FAÇAM A MESMA COISA!"
Na Segunda Leitura (I Cor 6, 13c-15a.17-20) vemos o Apóstolo Paulo insistindo na responsabilidade que aqueles (as) que fazem tal Experiência, citada acima, possuem: "Nos tornamos membros do Mesmo Corpo de Cristo" e, portanto "não podemos, mais, fazer o que queremos pois as nossas ações (boas ou más) repercutirão em TODO O CORPO. Assim, entendemos que o CHAMADO, apesar de ser particular terá, sempre, um OBJETIVO COLETIVO pois nos conduzirá para uma RESPONSABILIDADE COM OS OUTROS (AS).
Que a vivência deste Tempo Comum que iniciamos na Vida da Igreja nos incentive à compreensão da vontade de Deus em nossas vidas. Assim seja!
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