sexta-feira, 22 de junho de 2012

"Amar os Inimigos: Como poderemos chegar nesse patamar?"

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Na última terça-feira (19/06), o Evangelho da Celebração foi Mt 5, 43-48, aonde o Senhor, no clássico Sermão da Montanha, coloca a necessidade de superar o que fora dito aos antigos: ame seus amigos e mantenha o ódio contra os inimigos!   No trecho em questão, o Senhor ordena amar os inimigos e reza pelos que nos maltratam e perseguem pois somente assim poderíamos superar a prática pagã.

Diante dessa Palavra, no momento da homilia, começamos a conversar (os presentes e eu) e, para instigar a discussão fui levantando algumas questões, tais como: Seria possível, ao ser humano AMAR OS INIMIGOS?   Se sim, de que forma?   Haveria uma maneira de atingir esse IDEAL proposto pelo Senhor?   O que significaria AMAR OS INIMIGOS?   E, dessa forma, as ideias foram aparecendo.   De início, as respostas pareciam tender para uma certa impossibilidade, passando por uma vaga possibilidade, chegando ao clássico "Posso até AMAR mas, cada um no seu canto; se precisar de mim, auxilio mas sem muita intimidade!"   Ora, mas será isso que o Senhor tinha em mente quando pediu aos seus discípulos e ao povo que O escutava para superar o que fora dito aos antigos?   Será que o Senhor pediria de nós alguma situação que não pudesse ser vivida em plenitude?   E, assim a discussão foi ganhando corpo e, na medida que intervinha, sentia nos presentes um olhar pensativo, reflexivo, que buscava uma solução, uma saída para minhas questões.   Até, que numa certa altura (já estávamos conversando havia uns 15 minutos), alguém colocou o seguinte pensamento: 

"É possível AMAR OS INIMIGOS DESDE QUE EU CONSIGA ENXERGAR NELE O PRÓPRIO SENHOR!"

Nossa... que sacada incrível!   É isso mesmo, pensei!    Era isso que eu gostaria que alguém pudesse falar!

Na verdade, acredito piamente que amar o inimigo não é possível pois o inimigo é o mesmo que satanás, é o adversário que precisamos vencer a qualquer custo.   Amá-lo, nesse sentido, se torna uma ação hipócrita, falsa, porque impraticável.   Daí, só uma saída: transformar o INIMIGO em AMIGO!   Mas, como poderemos fazer isso?   Somente deixando de enxergar o OUTRO por meio daquilo que ELE faz e O enxergando por aquilo que Ele é, ou seja, Filho de Deus e, portanto, nosso IRMÃO (Ã).   Assim sendo, percebemos que a mudança é algo que deve ocorrer em mim e, não, no outro.   Eu tenho que purificar os meus sentidos para perceber o outro como irmão e não como adversário.   Talvez por isso, o Senhor no início de seu Sermão já chamava a atenção para necessidade de purificarmos o nosso olhar pois somente assim poderíamos contemplá-Lo (Só os Puros de Coração verão a Deus).   Deixar de ver o outro com o olhar físico e enxergá-lo com o olhar divino, do coração.   Passar por tal transformação pessoal é o caminho para se atingir a perfeição da proposta do Senhor no Evangelho da Santa Missa de hoje.   

Talvez seja por conta disso que o Senhor nos ame com amor infinito: Ele nos enxerga como Amigos (não vos chamo servos mas amigos, afirmou!) porque nos enxerga com o olhar do Seu Coração!   Por isso foi às últimas consequências - morreu na CRUZ - para nos Salvar!

Por fim, gostaria de encerrar mais essa reflexão com um pensamento: 

"Para os crentes não há adversários que devam ser eliminados mas IRMÃOS que necessitam ser SALVOS!"

Pense nisso e comece a fazer a sua parte! 

"Solenidade de São Pedro e São Paulo: A Rocha da Revelação de Pedro sobre a qual a Igreja se ergue no Mundo!" - 01 de Julho de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria nos reunimos para celebrar a nossa Fé em Deus que por Amor aos homens se fez homem na pessoa de Jesus.    Ele é o Cristo, o Filho de Deus Vivo que veio ao mundo para nos SALVAR.   Celebramos a nossa Fé relembrando, solenemente, os Apóstolos Pedro e Paulo, considerados pela própria Igreja as COLUNAS sobre as quais Ela mesma, isto é, a Igreja, se ergueu!   Homens de temperamento e posturas bem distintas mas que tiveram em comum o amor e a fidelidade a Deus acima de tudo e de todos e, souberam colocar a Vontade Divina à frente de suas próprias vontades.   Caminhos, vidas e mortes distintas que nos oferecem a oportunidade de refletir sobre a nossa conduta de cristãos católicos no mundo de hoje.   

Celebrar os Apóstolos Pedro e Paulo é também oportunidade para rezarmos pelo nosso Papa Bento XVI que, para nós cristãos católicos, é o sucessor de Pedro no pastoreio da Igreja que nasceu para ser portadora da Verdade pronunciada por Pedro: Tu és o Cristo, o Filho de Deus Vivo!

Mas, o que a Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo tem a nos dizer?  Vejamos:

O Evangelho (Mt 16, 13-19) nos apresenta o Senhor, tendo percorrido, praticamente, a metade do Caminho com os discípulos, fazendo com os mesmo, uma espécie de revisão do que já havia feito.   Para tanto, o Senhor se retira com os seus para a Região de Cesaréia de Filipe que era uma área distante do Centro de Poder, da Capital Jerusalém.  Esta era uma região de pagãos e, longe de tudo e todos faz a pergunta que, a meu ver, é a mesma que cada um (a) de nós deve responder para dar início à nossa missão: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?   Jesus quer saber o que os discípulos ouvem a respeito dele e, as respostas parecem não dar conta de definir o Senhor pois dizem: Alguns dizem que é João Batista; outros que Elias; outros, ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas.   As palavras e as ações de Jesus não conseguiram levar o povo à compreensão de sua real identidade.   Percebemos, aqui, que o fato de Jesus ter nascido pobre, no meio dos pobre, em outras palavras, o mistério de sua Encarnação é um grande obstáculo para a compreensão de quem, de fato, Ele é.   Quando se espera um Messias grandioso, poderoso, glorioso à moda do mundo, não se tem condições de perceber os caminhos usados por Deus para fazer acontecer a Sua vontade.   Jesus não é uma mera continuação do passado ou, pior ainda, o passado que ressurge de uma hora para outra.   

Assim sendo, Jesus continua na outra parte do Evangelho de hoje perguntando a mesma coisa para os seus discípulos: E para vocês, quem sou Eu?   Aqui, a grande novidade que embasa a vida de nossa Igreja: Pedro, tomando a palavra afirma: Tu és o Messias, o Filho do Deus Vivo!   Jesus, empolgado com tal afirmação declara: FELIZ, ÉS TU, SIMÃO, FILHO DE JONAS, PORQUE NÃO FOI UM SER HUMANO QUE TE REVELOU ISSO MAS O MEU PAI QUE ESTÁ NO CÉU.   POR ISSO EU TE DIGO QUE TU ÉS PEDRO E SOBRE ESTA PEDRA CONSTRUIREI A MINHA IGREJA E AS PORTAS DO INFERNO NUNCA PODERÃO VENCÊ-LA.   EU TE DAREI AS CHAVES DO REINO DOS CÉUS: TUDO O QUE TU LIGARES NA TERRA SERÁ LIGADO NOS CÉUS; TUDO O QUE TU DESLIGARES NA TERRA SERÁ DESLIGADO NOS CÉUS!

Este texto é o fundamento da Mensagem de hoje e nos mostra, com clareza, a origem e a missão da Igreja: ela nasce da profissão de fé de Pedro em Jesus, Filho do Deus Vivo e, nasce para anunciar ao Mundo tal Verdade.   Esta profissão de fé é a Pedra sobre a qual a Igreja se ergue.   Todas as vezes que a Igreja repete esta Verdade e vive a mesma, ela demonstra estar construída sobre a ROCHA e, por mais que as Portas do Inferno se voltem contra Ela, Ela nunca será derrotada ou destruída.

Este Jesus, Filho do Deus Vivo, continua vivo em nosso meio através do trabalho dos seus seguidores (as) em toda e qualquer época.

A Primeira Leitura (At 12, 1-11) e a Segunda Leitura (2 Tm 4, 6-8.17-18) nos oferecem a oportunidade de refletir sobre este prolongamento da vida do Senhor na vida dos discípulos.   Pedro e Paulo revelam isso: Nos Atos dos Apóstolos, vemos Pedro preso e sofrendo como o Senhor e, em contrapartida a Igreja rezava unida e o poder de Deus foi superior às forças do mundo; na Carta a Timóteo, vemos Paulo fazendo uma revisão de sua vida e percebendo que tudo que poderia ter feito pela causa do Reino, ele fez e, por isso tem certeza de ir ao encontro de Deus para receber Dele a Coroa de Justiça.   Ambos, cada um a seu modo, demonstram que a vida ganhou um novo sentido: ser fiel a Vontade Deus até as últimas consequências.

A Celebração de São Pedro e São Paulo que servir como um momento de reflexão sobre a Verdade da nossa Igreja que é a única que pode, voltando no tempo, chegar a Jesus, o Cristo e Filho de Deus Vivo.   Numa sequência ininterrupta, vamos de Pedro a Bento XVI.  Temos muitos problemas sim mas, o Senhor prometeu permanecer com Sua Igreja até o final dos tempos e, por mais que as portas do inferno irrompam contra ela, NUNCA PODERÃO VENCÊ-LA!

Que a Celebração de São Pedro e São Paulo nos ajude a crescer na fé de estarmos participando da ÚNICA IGREJA fundada e querida pelo próprio Senhor Jesus!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

P.S.:   Aproveito a oportunidade para convidar todos (as) para a nossa VI  Festa Sertaneja.  Neste dia de São Pedro e São Paulo (01/07), às 15:00h  teremos a nossa Santa Missa Sertaneja e, logo após, a Festa continua no pátio e salão paroquial.

"Solenidade da Natividade de São Batista: Deus é o Aliado dos Pobres!" - 24 de Junho de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria nos reunimos para celebrar a nossa fé no Deus que se apresenta como aliado dos pequenos, dos pobres, dos sofredores.   A solenidade do Nascimento de João Batista nos revela esta característica divina que se coloca ao lado dessas categorias de pessoas.   Sua Intervenção muda o curso da história e, os beneficiados por tal graça se colocam à serviço da construção do Reino.

Importante ressaltar que no conjunto dos Santos e Santas de Deus, somente dois (além de Jesus, é claro!) possuem comemorações em suas Natividades: Nossa Senhora (08/09) e João Batista (24/06).  Todos os demais são recordados por ocasião de suas mortes.   Este dado já deve nos deixar em alerta pois demonstra que ambos (Maria e João Batista) possuem importância capital na história da salvação.   Mas, qual seria essa importância?   Quem foi João Batista e o que o seu nascimento tem a nos dizer hoje?   Que mensagem tal fato (nascimento de João Batista) pode oferecer para nossas comunidades eclesiais?   Que lições poderemos retirar desta Solenidade?   Vejamos:

A Primeira Leitura (Is 49, 1-6) é o que chamamos o Segundo Canto do Servo Sofredor ou Servo de Javé.   Este Servo é uma personagem misteriosa que o profeta Isaías introduz em seus escritos (segunda parte do texto de Isaías - Segundo Isaías) que terá a missão de levar a bom termo o propósito divino para todos os povos e nações.   Para exercer bem sua missão, Javé lhe oferece a segurança de sua proteção pois estará sempre com ele (servo).   Temos alguns pontos interessantes para nossa reflexão nesta Solenidade:

a)   a mensagem é dirigida ao mundo, isto é, a todos: o texto se abre com um convite feito às nações marinhas e aos povos distantes para escutarem com atenção; 

b) o servo é alguém escolhido desde antes do nascimento e desde o ventre materno já o conhecia pelo NOME; 

c) o servo recebe Daquele que o chamou todas as condições para o exercício de sua missão pois o Senhor torna a sua palavra afiada como espada, o protege à sombra de sua mão e fez dele um flecha aguçada e escondida em sua aljava; 

d) o escolhido precisa entender que ele é SERVO ESCOLHIDO em quem o SENHOR SERÁ GLORIFICADO e, para tanto, precisará estar atento à voz e vontade do SENHOR; 

e) o Servo desempenhará o seu papel, a sua missão em meio aos conflitos do mundo e isso poderá produzir um certo desânimo pois afirma que trabalhou em vão e gastou as forças sem fruto, inutilmente porém, a confiança no Senhor deve ser maior que as forças contrárias que deve enfrentar; 

f) por fim, o texto se conclui retomando a ideia do início, isto é, declarando que o SERVO deverá ser LUZ DAS NAÇÕES, para que a SALVAÇÃO DE DEUS chegue aos CONFINS DA TERRA.

Para uma Comunidade cansada e abatida como era Israel por ocasião do final do Exílio na Babilônia, tais palavras pronunciadas pela boca do profeta, caem como uma luva, como uma canção aos ouvidos dos exilados que estão prestes a retomar a sua vida.   A certeza da presença de Javé, que protege e guia os seus, fortalece a esperança e dá forças para que o povo prossiga o seu caminho.   Vemos, aqui, a manifestação da Aliança de Javé com os pobres do mundo.   Quando tudo parece perdido, Javé se apresenta como Aquele que pode mudar o rumo da História.

Este Servo de Javé se manifestará em nossa história, de forma concreta, na pessoa de Jesus, o Cristo.   Porém, antes de sua manifestação pública, Deus faz nascer Aquele que iria ser preparar-Lhe os caminhos, a saber, João, o Batista.   O seu nascimento é cercado de "mistérios" que revelam a intervenção divina no caso: filho de pais idosos e a mãe sendo considerada estéril.   Essa situação faz pensar em pessoas pobres, abandonadas e que são escolhidas por Deus para levar a bom termo o seu projeto pois, na verdade, é o próprio Deus quem faz acontecer a sua Obra e, o ser humano deve ser o colaborador, o instrumento, na linguagem da Primeira Leitura, o SERVO!   O nome do menino é outro "mistério" pois não há ninguém com este nome na família - João -, porém, é preciso entender que, biblicamente falando, o NOME está estreitamente ligado à missão e, JOÃO significa DEUS É MISERICÓRDIA e, será esta a missão do menino: anunciar que a MISERICÓRDIA DIVINA se lembrou do Povo e, nesta lembrança, ENVIARÁ JESUS (Deus Salva) para SALVAR OS POBRES E ESQUECIDOS DO MUNDO.   Em Lucas 4 veremos Jesus na Sinagoga em Nazaré, sua Cidade, proclamando um trecho do Profeta Isaías e, afirmando que aquela Palavra se cumpria Nele: o espírito do Senhor está sobre Mim porque Ele me ungiu com a Unção para ANUNCIAR A BOA NOVA AOS POBRES...   João, o Batista, será o anunciador e, ao mesmo tempo, aquele que mostrará presente nesta história a realização do seu anúncio.  Dessa forma, João fecha o ciclo do Primeiro Testamento e, ao mesmo tempo, abre o Ciclo do Segundo e Definitivo pois apontará presente neste mundo, o Messias anunciado.

Na Segunda Leitura (At 13, 22-26) vemos o Apóstolo Paulo anunciando Jesus em uma Sinagoga e, retomando a atividade de João, o Batista que preparou a chegada do mesmo.   Ressalta, neste sentido, a humildade do SERVO: não sou digno de desatar as correias de suas sandálias!

Celebrar a Natividade de João, o Batista deve ser para cada um (a) de nós uma oportunidade de refletir sobre o nosso papel, a nossa missão do mundo de hoje: ser LUZ, ser SERVO, ser HUMILDE, CONFIAR EM DEUS, PROCLAMAR SUA PALAVRA, entre outros.

Que Deus, pela intercessão de São João Batista, ilumine a nossa Igreja e a cada um de nós, nos fortalecendo para que não desanimemos diante dos obstáculos e cumpramos a nossa missão até o fim!   Assim seja!

terça-feira, 12 de junho de 2012

"XI Domingo Tempo Comum: O Reino de Deus é Obra Divina com a Participação Humana!" - 17 de Junho de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade às nossa reflexões, celebramos o XI  Domingo do Tempo Comum e, como já falamos em reflexões anteriores, é importante que estejamos atentos (as) à Palavra de Deus, de modo que consigamos retirar da mesma pistas, luzes, possibilidades que nos auxiliem na restauração de Sua Imagem e Semelhança em nós de modo a sermos Santos e Perfeitos como nosso Pai do Céu é SANTO E PERFEITO!

Neste sentido, o tema central da Palavra de Deus deste Domingo é Reino de Deus e sua Construção entre nós!   Questões sobre o que esse Reino e como se dá a sua manifestação em nosso mundo, bem como de quem é a responsabilidade pela manifestação do mesmo, são fundamentais e serão respondidas nesta Celebração.

Assim, a Primeira Leitura (Ez 17, 22-24) e o Evangelho (Mc 4, 26-34) estão estreitamente ligados pois trazem à tona a reflexão à respeito do que é o Reino de Deus e de quem é a responsabilidade pela sua construção e manifestação no mundo, além de mostrar qual deve ser a participação humana nesse processo.

Ezequiel, por meio de uma parábola, revela que ao pecado humano que destrói o projeto de Deus, Deus responde com seu poder e, do aparente NADA, do INSIGNIFICANTE, sem SENTIDO Ele (Deus) refaz o seu Projeto.   A imagem do Cedro Exuberante nos remonta àqueles que pensam que o fato de ocuparem um lugar de poder (no caso, o rei) podem fazer o que acham e querem.   É importante que o Profeta Ezequiel retoma a ideia de que Deus é suficientemente capaz de, a partir de galho, de um broto deste Cedro tudo poderá ser refeito.   Deus transplanta para outro local esse broto, esse galho e, com o poder que possui refaz tudo.   Quando o broto arrancado e transplantado se tornar uma ÁRVORE EXUBERANTE, todas as demais árvores da floresta lhe prestarão homenagem e reverência pois reconhecerão o senhorio e poderio do Senhor: Ele abaixa a árvore alta e eleva a árvore baixa; faz secar a árvore verde e brotar a árvore seca.   Ele é o Senhor que DIZ E FAZ!   Nesta Leitura começamos a compreender que Deus é o Autor do Seu próprio Reino.

Tal ideia se completa com as Parábolas Evangélicas de hoje: Jesus quer comparar o Reino de Deus com algo compreensível aos ouvidos dos seus interlocutores e, retirando da vida rural exemplos, torna o seu discurso assimilado pelos ouvintes.   Jesus afirma que o Reino de Deus é como uma lavoura:  ao seu humano cabe somente semear a semente que possui e, o resto é obra da natureza que faz germinar a semente, crescer a planta, produzir flores, frutos e novas sementes que serão novamente lançadas para o processo se perpetuar.   O homem dorme e acorda e, independentemente da sua ação, o PROCESSO CONTINUA NO SEU TEMPO E RITMO.   Assim, de repente, quando todos (as) menos esperam o processo se conclui e, o ser humano poderá colher e se nutrir dos benefícios da lavoura e, a vida se perpetuará.   Ora, tal imagem nos coloca diante de uma verdade: É Deus quem faz a obra fundamental de construção do Seu Reino pois, a té a semente que é semeada pelo ser humano é oferecida por Ele.   O ser humano precisa aprender a esperar que as ações divinas promovam a transformação necessária às sementes que foram lançadas de modo a produzirem os frutos que são esperados por todos (as).   Uma paciência ativa é o que o Senhor espera de nós!

A Segunda Parábola traz o mesmo tema e, faz menção ao contraste MENOR / MAIOR: Menor Semente (mostarda) se torna a Maior das Hortaliças!   Recorda Ezequiel na Primeira Leitura.   O ser humano precisa ter a coragem de lançar a semente no jardim e esperar.   Essa atitude, somada à força e graça divinas, trará benefícios para todos (as): Árvore Grande que abriga os pássaros que ali farão os seus ninhos e promoverão a perpetuação da VIDA recebendo abrigo necessário!

Por fim, a Segunda Leitura (2 Cor 5, 6-10) nos apresenta a confiança que deveremos ter no nosso Deus de modo que possamos utilizar a nossa vida para cumprir a sua vontade em nós.   Viver dessa forma é garantia de, um dia, irmos morar, para sempre, com Ele.

Que a participação na Celebração deste XI  Domingo Comum nos possibilite a compreensão do nosso papel neste mundo e, na medida dessa compreensão consigamos colocar em prática o que Deus espera de nós!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

"Solenidade do Sagrado Coração de Jesus: Experimentar o amor Infinito de Deus por Nós, nos torna capazes de Amar os Irmãos que nos cercam!" 15 de Junho de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos, hoje, com toda a Igreja, a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus e, seguindo a nossa linha de reflexão, somos convidados a compreender, também essa Solenidade, na perspectiva da duas anteriores, a saber: Santíssima Trindade e Corpus Christi.   Este conjunto de 3 Solenidades, na retomada do Tempo, quer nos levar à compreensão do SER DE DEUS para que tenhamos condições de restaurar a Sua Imagem e Semelhança em nós.   É este o nosso grande objetivo no Tempo Comum: aprender a ser como Deus é no tempo comum de nossas vidas!   A Santidade que Deus pede de cada um (a) de nós é, tão somente, isto: Restaurar a Vida Divina em nossa Vida!

Nas Solenidades anteriores descobrimos, pela Palavra de Deus, que Deus é um Deus que se aproxima do povo que sofre (Santíssima Trindade), que faz Aliança com o mesmo (Corpus Christi).   Na Solenidade de hoje, do Sagrado Coração de Jesus perceberemos o porquê Deus é assim e faz isso: Ele é o Deus-Amor!   A imagem do Coração que salta do peito do Senhor é a revelação do imenso, infinito Amor de Deus pelos seres humanos.   É movido por tal Amor que Ele é capaz de ir às últimas consequências por nós: entrega a própria vida!   A Palavra de Deus, neste Ano B, nos revela a grandeza deste Amor.

Assim, a Primeira Leitura (Os 11, 1.3-4.8c-9) nos apresenta os cuidados do Senhor para com o seu Povo: Ele cuida do Povo desde que esse era ainda uma criança, tomando-o em seus braços!   Que bela imagem usada pelo Profeta para apresentar Deus!   No entanto, ao amor extremado e cuidadoso de Deus, o Povo responde com Ingratidão, não corresponde.   Apesar de tantos cuidados (atrair com laços de humanidade, com laços de amor, era como quem carregava uma criança ao colo e rebaixava-se para dar-lhe de comer), o Povo não foi fiel e não respondeu positivamente aos cuidados de Deus.   

Toda essa falta de correspondência poderia ter levado Deus a se irar com o seu Povo.   Digo: PODERIA!    Porém, o Profeta mostra que isso não ocorreu pois o nosso Deus é diferente de nós: Ele é Deus e não homem, o Santo no meio do Povo e não se serve do Terror pois possui um CORAÇÃO que se comove em seu íntimo e ARDE DE COMPAIXÃO!   Outra imagem comovedora de Deus!   

Pensar Deus dessa forma nos questiona sobre a nossa própria Fé: Será que estamos sendo SINAIS desse Deus para os nossos Irmãos (ãs)?   Como tratamos aqueles (as) que nos cercam e nem sempre respondem, positivamente, aos apelos de Amor que lhe fazemos?   A nossa Comunidade Paroquial, nossa Família, cada um (a) de nós refaz as atitudes de Amor que Deus tem para conosco nas nossas relações com os outros (as)?   Não podemos perder de vista que a Fé nos capacita para SER E AGIR DO JEITO DE DEUS!

Apesar dos pecados, da não-correspondência do Povo ao Amor Infinito de Deus, Deus não abandona o Povo e, em Jesus se aproxima, de vez, e quer refazer a Aliança de Amor.   O Evangelho de hoje (Jo 19, 31-37) nos revela isso.   Narrando a morte de Jesus na Cruz, o Evangelista João quer nos apresentar até que ponto chega o nosso Deus para nos provar que nos ama.   Entregar a vida para salvar os irmãos (ãs) é a maior prova de Amor dada por Deus á humanidade.   Ao mesmo tempo, o texto nos apresenta o fato de que o lado aberto do Senhor correram SANGUE E ÁGUA, aonde o Sangue nos remete ao Sacrifício feito pelo Senhor em favor dos seus, Sacrifício atualizado em cada uma das Celebrações Eucarísticas que são celebradas no mundo e, a Água, símbolo do Espírito de Deus que nos é entregue no Batismo quando, por Amor, Deus nos acolhe como seus filhos e filhas.   Por Amor, somos alimentados com a Eucaristia e fortalecidos pelo Espírito Santo para sermos no mundo SINAIS DE DEUS, isto é, IMAGENS E SEMELHANÇA de Deus para o mundo que vivemos.   Tudo que o Senhor fez e faz, fez e faz por AMOR, AMOR esse que tem no CORAÇÃO DE JESUS A SUA MAIOR MANIFESTAÇÃO!   

Por fim, o Apóstolo Paulo nos oferece, na Segunda leitura (Ef 3, 8-12.14-19) uma reflexão sobre a manifestação do Mistério de Deus revelado em Cristo Jesus, nosso Senhor.   Compreender tal Mistério Divino nos capacita para a Vida em Deus, isto é, uma Vida no AMOR, no qual estamos enraizados e fundados.   É dessa forma que teremos condições de compreender, com todos os santos, qual a largura, o comprimento, a altura, a profundidade, e de CONHECER O AMOR DE CRISTO, QUE ULTRAPASSA TODO CONHECIMENTO, A FIM DE QUE SEJAIS CUMULADOS ATÉ RECEBER TODA A PLENITUDE DE DEUS!

Que a Celebração da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus nos faça compreender, em profundidade, o Amor Infinito e Misericordioso de Deus e, envolvidos por tão grande Amor, vivamos a nossa vida de modo a corresponder ao mesmo!   Assim seja!

Boa Celebração!

P.S.:   Lembramos que neste dia, a Igreja implora de Deus a Graça da SANTIFICAÇÃO DO CLERO!   Rezemos todos para que os nossos Pastores sejam Santos para que, assim sendo, conduzam o Povo por este Caminho de Santidade! 

quinta-feira, 7 de junho de 2012

"X Domingo do Tempo Comum: O Pecado que produz a Divisão!" - 10 de Junho de 2012

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Depois de duas Solenidades (Santíssima Trindade e Corpus Christi) retomamos, concretamente, os domingos do Tempo Comum.   A retomada deste Tempo Comum, já com o décimo domingo se deve ao fato de termos vivido alguns domingos, no início do ano, neste Tempo: entre o Tempo do Natal e o Tempo da Quaresma!

Como já falamos no comentário da Santíssima Trindade, a importância do Tempo Comum está no fato de que, neste Tempo, a Igreja nos exorta a sermos santos e perfeitos como nosso Pai do Céu é Santo e Perfeito!   Vivenciando as Celebrações deste período iremos compreender que a Santidade não consiste, necessariamente, na realização de grande obras mas, ao contrário do que possa parecer, a santidade exige de nós apenas uma coisa: adequação da nossa vida à Vida que Deus pensou para cada um (a) de nós!   Ser santo (a), neste sentido consistirá em estar, constantemente, atento àquilo que Deus tem reservado para nós e, percebendo e compreendendo a Sua Vontade, que estejamos ABERTOS para pô-la em prática.   Dessa forma, compreendemos que Deus não pede as mesmas coisas para todos (as) os seus filhos (as) mas, na medida em que capacita cada um (a), Ele vai pedindo o que quer.   Assim, de alguns pedirá grandes feitos e, de outros, feitos menores porém, não sem grande importância para o conjunto da obra.   Todos (as), em menor ou maior proporção, recebemos a Vida para a realização da vontade de Deus.   Lembre-se: até mesmo um copo de água oferecido ao sedento por Amor a Deus, não ficará sem recompensa!   Que gesto mais simples e "fácil" do que este?   No entanto, nosso Senhor afirma que não ficará sem recompensa quem o fizer!   São essas as reflexões que, ao longo do Tempo Comum nós iremos realizar; buscaremos, sempre, na Palavra que nos é proposta pela Liturgia pistas, luzes, orientações para alcançar o ideal de perfeição que o próprio Deus nos propõe.

Neste X Domingo do Tempo Comum - retomada oficial deste Tempo -, a Palavra nos propõe uma reflexão sobre o pecado e suas consequências em nossa vida: afastamento da presença de Deus, medo do encontro com Ele e, o pior de todos, a confusão entre o que é ação divina e ação diabólica!   Quanta desgraça o pecado produz em nós e, automaticamente, no mundo que vivemos!

A primeira Leitura (Gn 3, 9-15) nos apresenta o panorama inicial da vida que aderiu ao mal, ao pecado, ao diabo.   Estamos no contexto inicial do Gênesis e, neste início da Sagrada Escritura, o autor sagrado faz uma reflexão sobre a Criação do Mundo: Deus e as Criaturas!   O texto dos primeiros 2 capítulos nos apresenta as histórias da criação e somos conduzidos à compreensão de que o mundo criado é produto do amor infinito de Deus, é obra e graça de suas mãos!   A Palavra Criadora do Pai foi criando, organizando o "CAOS" que o mundo era antes de intervenção divina.   Tudo foi sendo criado e posto em seu devido lugar.   Tudo foi ocupando o seu espaço e exercendo a sua "MISSÃO".   Tudo era "MUITO BOM"!   A criação do Ser Humano - homem e mulher - ocupa o topo da criação pois, nestes, Deus IMPRIMIU A SUA IMAGEM E SEMELHANÇA.   Foram criados para revelarem o próprio Deus uns aos outros!   Estaria tudo perfeito, não fosse o capítulo 3, de onde sai a nossa leitura: neste capítulo, entra em cena o Adversário Divino, isto é, o Diabo ou Satanás.   Esse deseja ocupar ou roubar de Deus o que Lhe pertence, a sua criação mais perfeita, o Ser Humano e, para tanto usa os seus ardis, a sua sedução e, o Ser Humano se deixa enredar, enganar: desobedecendo às ordens divinas, se entrega às ordens sedutoras do mal e, sofre as consequências do seu ato!

A nossa leitura começa, exatamente, depois do pecado: Deus volta ao Paraíso e chama o homem pelo nome mas, esse, por medo se esconde!   É isso que o pecado produz em nós: Vergonha e Medo!   E, o medo e a vergonha nos levam para longe de Deus pois não sabemos o que será de nós a partir desse momento.   Tomar consciência do mal feito seria o passo importante a ser dado na reconstrução da harmonia mas, desde o início, o ser humano não gosta de assumir o erro como próprio e, começa, aqui, o jogo de empurra: foi a mulher! foi a serpente! ... foi.... foi... foi... cada um (a) coloca a desculpa que melhor lhe aprouver mas, a verdade é que temos grandes dificuldades para assumir o mal que praticamos!   O fato é que toda ação (boa ou má traz consequências boas ou más) e, a leitura nos mostra isso: para cada um (a) dos envolvidos (as) no processo há uma consequência!   No versículo 15 há uma profecia - a primeira de toda a Sagrada Escritura -: inimizade entre a mulher e a serpente, entre a descendência de uma e de outra.  A descendência da Mulher ferirá a cabeça da serpente e, a descendência da serpente, ferirá o calcanhar dos descendentes da Mulher!   Isto nos faz pensar que o pecado não terá a última palavra sobre a humanidade pois Deus será capaz, como o foi no primeiro momento, de reconstruir o mundo, de reorganizar o "CAOS" que o pecado do ser humano produziu.

Esta restauração da harmonia primitiva e original, do Paraíso que se perdera, Deus, o Pai, inicia com o Envio do Seu Filho Jesus, o Cristo.   Esse é a Palavra Criadora que, assumindo a condição humana em tudo - exceto o pecado - irá iniciar o processo de restauração da humanidade decaída.   Aderir a esse Jesus será a condição para a Vitória do Bem sobre o Mal, de Deus sobre o Diabo!   O problema é que nem sempre a humanidade reconhece em Jesus o Salvador, o Enviado do Pai para refazer a história da salvação.   O pecado, que continua influenciando a humanidade, estabelece um abismo que impossibilita o ser humano de ver em Jesus a manifestação da Divindade.   O Evangelho de hoje (3, 20-35) nos mostra tal situação.   Aqueles que deveriam compreender vontade de Deus revelada em Jesus, são os primeiros a afirmar que Jesus age por Belzebu, o príncipe dos demônios!   Aqui, temos o grande pecado: confundir as ações divinas com as ações do diabo, do adversário de Deus, de satanás!   Jesus, por sua vez, rebaterá tais questões com uma parábola: um reino que se divide entre si estará fadado ao fracasso!   Portanto, Ele não pode ser Belzebu pois suas ações estão, sempre, na linha de destruir os mesmos (o diabo).   E, continua: vencer algo forte só será possível com outro algo mais forte ainda: Ele é mais forte que satanás e, por isso, o vence!   A permanência nesta situação de confusão impede o perdão de chegar!

No final do texto evangélico temos uma belíssima afirmação de Jesus: quem faz a Vontade do Pai do Céu é seu irmão, irmã, mãe ... em outras palavras, é membro da sua FAMÍLIA!

Por fim, a Segunda Leitura (2 Cor 4, 13-18 - 5, 1) nos exorta a manter a nossa fidelidade à essa vontade divina a nosso respeito pois se a tenda em que moramos nesse mundo for destruída, Deus nos dará uma outra moradia no céu que não é obra de mãos humanas, mas que é eterna!

Com esta fala do Apóstolo Paulo, terminemos a nossa reflexão pedindo a Deus que nos dê essa perseverança na prática do bem e, por maior que seja o obstáculo que a nossa fé seja capaz de transpô-lo!   Amém!

Boa Celebração para todos (as)!

"Solenidade de Corpus Christi: O corpo e Sangue de Cristo são o Alimento e a Bebida que nos Salvam!" - 07 de Junho de 2012

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria, retomando as Celebrações do Tempo Comum, nos reunimos para a Solenidade de Corpus Christi (a segunda Solenidade do Senhor nesta retomada do Tempo Comum.   Lembre-se: a primeira foi no domingo passado, quando celebramos a Santíssima Trindade!).   Viver as Celebrações do Tempo Comum é momento oportuno para refletirmos sobre a nossa vocação à SANTIDADE: "SEDE SANTOS E PERFEITOS PORQUE O VOSSO PAI DO CÉU É SANTO E PERFEITO!   Neste Tempo (que dura 33 ou 34 semanas do ano, somos convidados a trabalhar para que em nós a Imagem e semelhança de Deus sejam restauradas!   O trabalho de restauração é algo demorado, penoso, complicado pois requer cuidados especiais, delicadeza, conhecimento da obra em sua originalidade para não trabalharmos em vão. 

Assim, é importante que ao entrarmos neste trabalho de restauração tenhamos o máximo de conhecimento sobre o nosso Deus: quem é Ele? Como se comporta?  O que faz? Com quem gosta de estar? Quais as suas características fundamentais? Como se relaciona com os seres humanos? O que espera dos mesmos? ...   Quanto mais informações tivermos, melhor o trabalho será e menos riscos teremos de errar nesta restauração.

Por isso, penso eu, retomamos o Tempo Comum com três importantes Solenidades do Senhor: Santíssima Trindade, Corpus Christi e Sagrado Coração de Jesus (no próximo dia 15/06)!   Estas Solenidades nos oferecem a oportunidade de refletir sobre quem é o nosso Deus, nos oferecendo pistas para o trabalho que estamos realizando, a saber: restaurar em nós a Sua Imagem e Semelhança para sermos Santos e Perfeitos como Ele o é!

Com  a Solenidade da Santíssima Trindade, percebemos que o nosso Deus está próximo ou se faz próximo do seu povo para ajudar, para libertar, para salvar; entendemos que Ele espera de nós, seus seguidores, a mesma atitude: ide e fazei discípulos meus todos os povos ... e, por fim, compreendemos que o Seu Espírito agindo em cada um (a) de nós, nos dá condições para chamá-Lo de Abbá, ó Pai!   Ora, tais características divinas nos são apresentadas para que cada um possa transformá-las em características próprias, de modo que  com a nossa vida, reflitamos a Vida do próprio Deus: Nisto consiste a Santidade!

Hoje, nesta quinta-feira após a Santíssima Trindade, dando sequência às Solenidades do Senhor no Tempo Comum, celebramos Corpus Christi e, assim como na Santíssima Trindade, somos convidados a continuar a nossa reflexão à respeito de quem é o nosso Deus, tentando extrair da Palavra a nós oferecida pela Liturgia, mais características divinas, objetivando restaurá-las em nós.   Vejamos:

A Solenidade de Corpus Christi traz à tona a grande Verdade da nossa Fé: na Eucaristia, o Senhor se dá a nós, no Seu Corpo e no Seu Sangue!   As Espécies Eucarísticas SÃO, verdadeiramente, CORPO E SANGUE DO SENHOR!   Não são uma recordação, lembrança vaga, uma espécie de "FAZ DE CONTA" de "Mágica" ou coisa do gênero!   Ora, compreender a Eucaristia dessa forma trará consequências práticas para nossa vida de crentes.

A Primeira Leitura (Ex 24, 3-8) nos relata o final do Rito da Aliança no Sinai: Moisés comunica ao povo a Vontade de Deus e, o povo, por sua vez, responde afirmando que FARIA TUDO O QUE O SENHOR ORDENAVA NA LEI!   Tudo é concluído com uma Celebração aonde Moisés, construindo um Altar no sopé da montanha sagrada, oferecendo holocaustos, com o Sangue dos novilhos asperge o Altar (sinal de Deus) mas também, o povo.   Este sangue é o Sinal da Aliança firmada entre Deus e o Povo e, numa Aliança, exige-se FIDELIDADE DAS PARTES ENVOLVIDAS.   As palavras pronunciadas por Deus e pelo Povo deverão ser postas em prática, vividas.

Ora, todos sabemos que nesta Aliança, o Povo não foi FIEL: pecados, afastamentos das verdades divinas, idolatria, egoísmos, ganâncias, entre outros, marcaram a vida do povo!   Daí, nos perguntamos: TUDO PERDIDO?   ESTARIA A ALIANÇA FADADA AO FRACASSO TOTAL?  Claro que não!   Deus, que é FIEL à Sua Palavra, não abandona o Seu Povo mesmo que este O abandone e se entregue ao pecado, à devassidão.   É esta Verdade que a Solenidade de hoje quer nos apresentar: A Fidelidade de Deus à Sua Palavra!   O relato evangélico de hoje (Mc 14, 12-16.22-26) nos aponta tal verdade.

Por ocasião da Páscoa Judaica - que será a Última Ceia de Jesus com os Seus Discípulos e a Primeira Celebração Eucarística -, o Senhor institui Sacramento da Eucaristia.   Como a Primeira Aliança, a do Sinai, fora quebrada, teremos agora a Nova e Eterna Aliança firmada não com sangue de novilhos mas com a ENTREGA DO CORPO E SANGUE DO PRÓPRIO SENHOR!   Aqui, a grande novidade!   Jesus, transformando o pão da ceia no Seu Corpo e o vinho no Seu Sangue, se coloca como nosso Alimento e, uma pergunta fica: Por quê?

Ora, todos sabemos que o alimento nos é oferecido para que tenhamos força, coragem, saúde, ânimo para realizarmos as nossas tarefas no dia a dia.   Sem alimento, a vida se extingue, as forças se esvaem e o ser humano não consegue trabalhar.   Quando o Senhor se dá a  nós como COMIDA E BEBIDA é para que tenhamos as condições de realizar o trabalho para o qual fomos designados: "Ide e fazei discípulos meus todos os povos!"   Sem comida e bebida ninguém VAI pois faltarão as forças e, desvalidos, abandonaremos o caminho.   Comer e Beber o Corpo e Sangue do Senhor nos dará condições para sermos no mundo o que ELE MESMO SERIA e, assim sendo, seremos SANTOS E PERFEITOS COMO ELE É SANTO E PERFEITO.   Estão entendendo o sentido da Solenidade de hoje e, consequentemente, a sua importância para nós cristãos católicos?   Sem a Eucaristia seria impossível o cumprimento da nossa missão pois o Corpo e Sangue do Senhor é que nos fortalece para não recairmos no pecado e, desta forma, abandonemos o caminho que nos foi proposto pelo próprio Senhor.   Ter a Eucaristia é um privilégio pois ao comungar nos credenciamos para sermos tais e quais o Senhor: SANTOS E PERFEITOS!

Jesus, o Cristo, com o Seu Sangue derramado se tornou o mediador desta Nova e Eterna Aliança entre Deus, o Pai e os homens e mulheres, Seus Filhos e Filhas.   Isto no s afirma a Segunda Leitura (Hb 9, 11-15).

Queremos, neste dia, render graças ao Pai por nos ter agraciado com o Corpo e Sangue do Seu Filho Jesus!   Peçamos, nesta Celebração que a Comunhão no Corpo e Sangue do Senhor nos capacite para a Fidelidade à esta Nova e Eterna Aliança!   Que recebendo Este Alimento Divino, a Divindade venha habitar em cada um (a) de nós e, o mundo possa reconhecer em nosso proceder o Deus que afirmamos acreditar!   Assim seja!

Boa Celebração!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

"Solenidade da Santíssima Trindade: O Deus Uno e Trino é o Modelo da Comunidade!" - 03 de Junho de 2012

Queridos irmãos e irmãs...
que a Graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o Amor do Pai e a Comunhão do Espírito Santo estejam com todos vocês!

Celebramos, hoje, retomando os Domingos do Tempo Comum, a primeira das três Solenidades previstas: a Santíssima Trindade, Corpus Christi e Sagrado Coração de Jesus!   Retomando o Tempo Comum na Vida das Comunidades é importante retomar o sentido deste Tempo e sua importância para nós: neste Tempo Comum, a Igreja e a Palavra de Deus nos exortarão a sermos santos e santas como o nosso Pai do Céu é Santo!   Mas, o que é ser Santo (a)?   Como viver a Santidade de Deus em nós?   E, neste Tempo seremos instruídos no sentido de compreender que a Santidade consiste na adequação da nossa vida à Vontade de Deus ou, em outras palavras, reconstruir em nós a Sua Face, a Sua Imagem e a Sua Semelhança.   Daí, uma pergunta se faz importante: Quem é este Deus para que possamos reconstruir a Sua Imagem e Semelhança em nós?     Ora, esta pergunta será respondida na Celebração de hoje.   Vejamos:

A Santíssima Trindade é a Solenidade que nos apresenta o nosso Deus: Ele é o Deus Único e Verdadeiro mas que se revela na história em Três Pessoas Distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo!   Não são três deuses mas UM ÚNICO DEUS REVELADO EM TRÊS PESSOAS e, estas sim, diferentes entre elas mas, em perfeita SINTONIA, num AMOR PERFEITO que leva Uma Pessoa viver plenamente a COMUNHÃO com as OUTRAS.   Este Amor é chamado com o nome de PERICORÉTICO!    Apesar da Comunhão Perfeita entre as Pessoas, Uma não se confunde com a Outra sobretudo pelo fato de cada uma delas possuir uma Missão Distinta.   Assim, ao Pai é reservado os Atos de Criar e Manter a Criação; ao Filho, a Missão de Resgatar = Salvar a Humanidade que se corrompeu com o Pecado e, ao Espírito Santo, a Missão de Conduzir a Igreja pelos Caminhos do Mundo rumo ao Céu, Santificando-a durante todos os dias "até a consumação do mundo".

Dessa forma, a Primeira Leitura (Dt 4, 32-34.39-40), vemos o Autor Sagrado chamando a atenção do Povo e de todos (as) nós sobre a Verdade de Deus: interrogar o passado para perceber a Ação Divina em favor do Povo - criação, libertação, entrega da Lei e posse da Terra Prometida.   O nosso Deus não é um Deus distante mas, ao contrário, está próximo: Ele fala do meio do fogo e escolhe para Si um povo com provações, combates, prodígios, com mão forte e braço estendido ...   É este Deus que deve ser reconhecido como Verdadeiro: lá encima, no Céu e cá embaixo na Terra pois não há outro!   Ora, se Este é o Deus Verdadeiro deixar-se guiar por seus Preceitos e Leis é a condição para ser FELIZ!   Ele sabe o que precisamos e, caminhando conosco, nos garante a Vida para Sempre.

Apesar de tudo o que fez por todos (as) nós, às vezes o ser humano preferiu e prefere viver longe Dele e, neste momento, acaba por perder a Sua Graça: afastando-se de Sua Presença, somos conduzidos (as) por outros caminhos e, automaticamente, experimentamos a destruição, a dor, o sofrimento, a morte.   Tudo perdido?   Claro que não!   O nosso Deus restaura, resgata, salva o seu povo, enviando o Seu Filho para cumprir tal Missão: sua Encarnação, sua Vida, seu Sofrimento, sua Cruz, sua Morte, sua Ressurreição nos garantiram, novamente, a Vida em Deus!   

No Evangelho de hoje (Mt 28, 16-20) vemos Jesus encerrando a sua Missão neste mundo: sua última aparição vivo, ressuscitado aos seus, é a certeza de que a Vida Nova nos é, de novo, acessível.   Esta última aparição é ocasião para a troca de comando: Toda a autoridade me foi dada no Céu e sobre a Terra.   Portanto, IDE E FAZEI DISCÍPULOS MEUS TODOS OS POVOS, BATIZANDO-OS EM NOME DO PAI, DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO!   A este ENVIO MISSIONÁRIO, segue-se a CERTEZA DA PRESENÇA DO SENHOR TODOS OS DIAS ATÉ AO FIM DO MUNDO!   

Esta presença é garantida pela Ação do Espírito Santo: é Ele quem CONDUZ A IGREJA, LEMBRANDO e ENSINANDO TUDO O QUE O SENHOR FEZ E ENSINOU!   É isto que a Segunda Leitura (Rm 8, 14-17) nos apresenta: os que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são Filhos de Deus.   Este Espírito nos livra da escravidão e nos faz retomar a nossa condição filial: pelo Espírito Santo, clamamos Abbá, ó Pai!   Sua Ação em nós nos atesta tal verdade: somos Filhos, herdeiros de Deus, o Pai!

Que a Celebração da Solenidade da Santíssima Trindade nos encha de ALEGRIA e, nos faça viver mais e melhor a Graça da Comunhão entre nós!   Que a Ação Trinitária, isto é, o AMOR seja a marca distintiva de toda a nossa vida!   Amém!