quinta-feira, 7 de junho de 2012

"X Domingo do Tempo Comum: O Pecado que produz a Divisão!" - 10 de Junho de 2012

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Depois de duas Solenidades (Santíssima Trindade e Corpus Christi) retomamos, concretamente, os domingos do Tempo Comum.   A retomada deste Tempo Comum, já com o décimo domingo se deve ao fato de termos vivido alguns domingos, no início do ano, neste Tempo: entre o Tempo do Natal e o Tempo da Quaresma!

Como já falamos no comentário da Santíssima Trindade, a importância do Tempo Comum está no fato de que, neste Tempo, a Igreja nos exorta a sermos santos e perfeitos como nosso Pai do Céu é Santo e Perfeito!   Vivenciando as Celebrações deste período iremos compreender que a Santidade não consiste, necessariamente, na realização de grande obras mas, ao contrário do que possa parecer, a santidade exige de nós apenas uma coisa: adequação da nossa vida à Vida que Deus pensou para cada um (a) de nós!   Ser santo (a), neste sentido consistirá em estar, constantemente, atento àquilo que Deus tem reservado para nós e, percebendo e compreendendo a Sua Vontade, que estejamos ABERTOS para pô-la em prática.   Dessa forma, compreendemos que Deus não pede as mesmas coisas para todos (as) os seus filhos (as) mas, na medida em que capacita cada um (a), Ele vai pedindo o que quer.   Assim, de alguns pedirá grandes feitos e, de outros, feitos menores porém, não sem grande importância para o conjunto da obra.   Todos (as), em menor ou maior proporção, recebemos a Vida para a realização da vontade de Deus.   Lembre-se: até mesmo um copo de água oferecido ao sedento por Amor a Deus, não ficará sem recompensa!   Que gesto mais simples e "fácil" do que este?   No entanto, nosso Senhor afirma que não ficará sem recompensa quem o fizer!   São essas as reflexões que, ao longo do Tempo Comum nós iremos realizar; buscaremos, sempre, na Palavra que nos é proposta pela Liturgia pistas, luzes, orientações para alcançar o ideal de perfeição que o próprio Deus nos propõe.

Neste X Domingo do Tempo Comum - retomada oficial deste Tempo -, a Palavra nos propõe uma reflexão sobre o pecado e suas consequências em nossa vida: afastamento da presença de Deus, medo do encontro com Ele e, o pior de todos, a confusão entre o que é ação divina e ação diabólica!   Quanta desgraça o pecado produz em nós e, automaticamente, no mundo que vivemos!

A primeira Leitura (Gn 3, 9-15) nos apresenta o panorama inicial da vida que aderiu ao mal, ao pecado, ao diabo.   Estamos no contexto inicial do Gênesis e, neste início da Sagrada Escritura, o autor sagrado faz uma reflexão sobre a Criação do Mundo: Deus e as Criaturas!   O texto dos primeiros 2 capítulos nos apresenta as histórias da criação e somos conduzidos à compreensão de que o mundo criado é produto do amor infinito de Deus, é obra e graça de suas mãos!   A Palavra Criadora do Pai foi criando, organizando o "CAOS" que o mundo era antes de intervenção divina.   Tudo foi sendo criado e posto em seu devido lugar.   Tudo foi ocupando o seu espaço e exercendo a sua "MISSÃO".   Tudo era "MUITO BOM"!   A criação do Ser Humano - homem e mulher - ocupa o topo da criação pois, nestes, Deus IMPRIMIU A SUA IMAGEM E SEMELHANÇA.   Foram criados para revelarem o próprio Deus uns aos outros!   Estaria tudo perfeito, não fosse o capítulo 3, de onde sai a nossa leitura: neste capítulo, entra em cena o Adversário Divino, isto é, o Diabo ou Satanás.   Esse deseja ocupar ou roubar de Deus o que Lhe pertence, a sua criação mais perfeita, o Ser Humano e, para tanto usa os seus ardis, a sua sedução e, o Ser Humano se deixa enredar, enganar: desobedecendo às ordens divinas, se entrega às ordens sedutoras do mal e, sofre as consequências do seu ato!

A nossa leitura começa, exatamente, depois do pecado: Deus volta ao Paraíso e chama o homem pelo nome mas, esse, por medo se esconde!   É isso que o pecado produz em nós: Vergonha e Medo!   E, o medo e a vergonha nos levam para longe de Deus pois não sabemos o que será de nós a partir desse momento.   Tomar consciência do mal feito seria o passo importante a ser dado na reconstrução da harmonia mas, desde o início, o ser humano não gosta de assumir o erro como próprio e, começa, aqui, o jogo de empurra: foi a mulher! foi a serpente! ... foi.... foi... foi... cada um (a) coloca a desculpa que melhor lhe aprouver mas, a verdade é que temos grandes dificuldades para assumir o mal que praticamos!   O fato é que toda ação (boa ou má traz consequências boas ou más) e, a leitura nos mostra isso: para cada um (a) dos envolvidos (as) no processo há uma consequência!   No versículo 15 há uma profecia - a primeira de toda a Sagrada Escritura -: inimizade entre a mulher e a serpente, entre a descendência de uma e de outra.  A descendência da Mulher ferirá a cabeça da serpente e, a descendência da serpente, ferirá o calcanhar dos descendentes da Mulher!   Isto nos faz pensar que o pecado não terá a última palavra sobre a humanidade pois Deus será capaz, como o foi no primeiro momento, de reconstruir o mundo, de reorganizar o "CAOS" que o pecado do ser humano produziu.

Esta restauração da harmonia primitiva e original, do Paraíso que se perdera, Deus, o Pai, inicia com o Envio do Seu Filho Jesus, o Cristo.   Esse é a Palavra Criadora que, assumindo a condição humana em tudo - exceto o pecado - irá iniciar o processo de restauração da humanidade decaída.   Aderir a esse Jesus será a condição para a Vitória do Bem sobre o Mal, de Deus sobre o Diabo!   O problema é que nem sempre a humanidade reconhece em Jesus o Salvador, o Enviado do Pai para refazer a história da salvação.   O pecado, que continua influenciando a humanidade, estabelece um abismo que impossibilita o ser humano de ver em Jesus a manifestação da Divindade.   O Evangelho de hoje (3, 20-35) nos mostra tal situação.   Aqueles que deveriam compreender vontade de Deus revelada em Jesus, são os primeiros a afirmar que Jesus age por Belzebu, o príncipe dos demônios!   Aqui, temos o grande pecado: confundir as ações divinas com as ações do diabo, do adversário de Deus, de satanás!   Jesus, por sua vez, rebaterá tais questões com uma parábola: um reino que se divide entre si estará fadado ao fracasso!   Portanto, Ele não pode ser Belzebu pois suas ações estão, sempre, na linha de destruir os mesmos (o diabo).   E, continua: vencer algo forte só será possível com outro algo mais forte ainda: Ele é mais forte que satanás e, por isso, o vence!   A permanência nesta situação de confusão impede o perdão de chegar!

No final do texto evangélico temos uma belíssima afirmação de Jesus: quem faz a Vontade do Pai do Céu é seu irmão, irmã, mãe ... em outras palavras, é membro da sua FAMÍLIA!

Por fim, a Segunda Leitura (2 Cor 4, 13-18 - 5, 1) nos exorta a manter a nossa fidelidade à essa vontade divina a nosso respeito pois se a tenda em que moramos nesse mundo for destruída, Deus nos dará uma outra moradia no céu que não é obra de mãos humanas, mas que é eterna!

Com esta fala do Apóstolo Paulo, terminemos a nossa reflexão pedindo a Deus que nos dê essa perseverança na prática do bem e, por maior que seja o obstáculo que a nossa fé seja capaz de transpô-lo!   Amém!

Boa Celebração para todos (as)!

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