domingo, 27 de abril de 2014

"Segundo Domingo da Páscoa: A Vida em Comunidade é o Grande Sinal da Ressurreição do Senhor!" - 27 de Abril de 2014

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos, hoje, o Segundo Domingo do Tempo da Páscoa e, nesse dia seremos conduzidos à compreensão da Comunidade Eclesial como sendo o Grande Sinal da Ressurreição do Senhor!  Participar da Vida Comunitária é o caminho para se Experimentar a Páscoa em Sua Plenitude!

Assim, começamos a nossa reflexão pelo Evangelho (Jo 20, 19-31) que nos apresenta vários pontos para nossa reflexão.   Em primeiro lugar, percebemos como que a Comunidade, sem a Experiência com o Ressuscitado, está vivendo: medo, temor, trancada, portas fechadas ... tudo que não se espera de uma Verdadeira Comunidade.   No entanto, se por um lado, temos esses aspectos negativos, por outro, há um aspecto, de extrema importância e que é positivo: a entrada do Senhor no meio dessa Comunidade, sem bater à porta, revelando que o Seu Novo Estado (Ressuscitado) não conhece nenhuma barreira.   Ter essa confiança no Senhor é fundamental, sobretudo, nos momentos de dor, sofrimento, desânimo, morte.

A entrada do Ressuscitado é marcada pelo anúncio da Paz pois, não podemos deixar de recordar que foi a ausência da Paz que O conduziu para a Morte, e Morte de Cruz.   Os discípulos precisam fazer a Experiência da Paz para se tornarem promotores da mesma pois, afinal de contas, "felizes são os que promovem a paz pois serão chamados filhos e filhas de Deus" (Mt 5).   Mostrar as mãos e os pés nos revela que é o mesmo Senhor que fora crucificado mas que agora está vivo e presente no meio de Sua Comunidade.   Não é uma visão ou um fantasma!   

Em seguida, Jesus faz o Envio Missionário dos Seus Discípulos: Como Pai me enviou, Eu os envio!   A Comunidade será, a partir de agora, o prolongamento da Vida do próprio Jesus!   Será ela (comunidade) que levará a bom termo a obra por Ele começada!   Como isso é algo muito difícil (eu diria: Impossível para o ser humano sozinho!), o Senhor entregará o Espírito que Lhe deu forças para viver a Sua Missão até o fim: recebam o Espírito Santo a fim de completarem a obra começada!   Perdoar, terminar, acabar com o tempo do pecado e seu domínio sobre os homens e mulheres de toda e qualquer época será a Grande Missão da Comunidade!

Aqui, percebemos que a Comunidade se torna o Grande Espaço de Manifestação do Ressuscitado e, por conta disso, quem se afasta dela, por qualquer motivo, perde a oportunidade de Experimentar o Cristo Vivo.   É o caso de Tomé... ausente da Comunidade se torna um obstáculo, um empecilho pois exigirá provas para acreditar no que a Comunidade lhe conta: se eu não vir as marcas dos pregos e não puser meus dedos no lado aberto, não acreditarei!

Oito dias depois o senhor volta e Tomé está lá para fazer a Experiência e, logo após, acredita e faz sua profissão de fé que a mesma feita pela Igreja até hoje: Jesus Vivo e Ressuscitado é o nosso Senhor e nosso Deus!   Porém, é preciso Crer Nele sem exigência de prova pois a Vida da Comunidade Transformada deverá ser a Grande Prova!

É isso que os Atos dos Apóstolos nos contam na Primeira Leitura de hoje (At 2, 42-47) ao nos apresentar o "retrato das primeiras Comunidades": eram perseverantes em ouvir os ensinamentos dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações.    Essas quatro características faziam das Comunidades Primitivas um Sinal da Páscoa de Jesus.   A Vida em Comum com tudo o que ela é e possui faz da Comunidade Eclesial um SINAL DA VIDA NOVA QUE A RESSURREIÇÃO NOS DÁ!

Por último, a Segunda Leitura (I Pd 1, 3-9) nos apresenta a Ressurreição de Jesus como um grande Dom de Amor do Pai para nós!   Ela é Sinal da Infinita Misericórdia de Deus para com cada um (a) de nós! Essa herança não murcha nem morre, não é corruptível mas dura para a eternidade!   Nessa Fé devemos caminhar nesse mundo mesmo que tenhamos que passar por muitos sofrimentos e tribulações.   Esses servirão para confirmar a nossa Fé!

Que Deus nos ajude a Experimentá-Lo em nossa Celebrações Dominicais e que nossa Comunidade que se reúnem para vivenciar a Fé no Ressuscitado tenham as suas vidas transformadas!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

"Sábado Santo: A Páscoa da Ressurreição! - 19 de Abril de 2014

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem no Cristo Ressuscitado!

Celebramos, hoje, com toda a Igreja o III Dia do Tríduo da Páscoa e, nesse dia, vamos refletir sobre a Vida Nova que a Experiência Pascal deve promover em nossas vidas a partir da Celebração dos Sacramentos, sobretudo da Eucaristia.

Já meditamos sobre os aspectos de Ceia e Banquete (Quinta-feira Santa) e de Paixão, Cruz e Morte (Sexta-feira da Paixão) que devem estar presentes cada vez que participamos da Eucaristia.   Nesse último dia do Tríduo, a Igreja nos oferece a oportunidade de vislumbrar o que nos está reservado após as agruras e sofrimentos desse tempo que vivemos: a Vida Nova, a Eternidade Feliz jundo Daquele que foi o desejo mais profundo de noss'alma.

Nessa Noite Santa, Tudo Renasce na Vida da Igreja para o Bem do Mundo!   Essa é a Mãe de todas as Celebrações, de todas as Vigílias.   Tudo, absolutamente TUDO se faz NOVO nessa Noite Pascal e, a Igreja em seu carinho de Mãe nos prepara uma espécie de "resumo de toda a História da Salvação" para nos mostrar o quanto Deus é Fiel à Sua Palavra e nos Ama com um AMOR INFINITO.   São vários trechos da Palavra de Deus e, na sua maioria longos, para podermos meditar durante toda a Noite nas maravilhas que o Senhor, ao longo do Tempo, foi capaz de realizar e, assim sendo, podermos chegar à conclusão, que Tudo que aconteceu poderá continuar acontecendo se nós formos capazes de "rasgar os nossos Corações" para deixarmos que Ele entre e nos transforme de dentro para fora.

Dessa forma, começamos com o Primeiro Livro da Bíblia (Gênesis) de onde saem as suas Primeiras Leituras, a saber: os relatos da Criação (Gn 1,1 - 2,2) e do Sacrifício de Isaac (Gn 22, 1-18).   Aqui podemos afirmar que somos conduzidos à reflexão sobre Deus que por Amor organiza o mundo que é descrito como sendo um "caos", criando e colocando cada coisa em seu lugar e, após Tudo estar perfeito (tudo era muito bom, diz Javé), Ele cria o Ser Humano à sua Imagem e Semelhança, lhe entregando toda a obra de Sua Criação para que esse Ser Humano pudesse crescer, multiplicar-se e dominar tudo que lhe fora entregue.    Tudo seria perfeito não fosse, no capítulo 3, observarmos que esse Ser Humano quebrou a Aliança que fizera com o Senhor e, dando ouvidos à uma voz adversária, pecou e foi expulso do Paraíso que recebera de graça.   Voltar para esse Paraíso será, a partir de agora, uma luta, uma batalha que o Ser Humano deverá travar com esse mal que lhe contaminou o Coração e o afastou de Seu Criador.   

Com o relato do Sacrifício de Isaac vamos percebendo que não está tudo perdido pois ainda há homens que buscam viver a fidelidade ao Projeto Divino mesmo que isso lhes custe a oferta do que eles têm de mais precioso: seu próprio filho!   Aqui, vamos sendo introduzidos no Mistério de Deus que não poupará o Seu Próprio Filho mas O entregará por Amo de nós, para nossa Salvação!   A Fé Abraâmica passa a ser o modelo de Fé Autêntica, Verdadeira que o Senhor espera ver em cada um de nós; uma Fé que nos leve a não poupara Nada por Amo a Ele!

Na Terceira Leitura (Ex 14, 15 - 15, 1) temos o relato da Páscoa dos Hebreus como marco de um Processo de Libertação da Escravidão Egípcia que também se torna um Sinal da Grande Libertação que nos será oferecida pela oferta do Cordeiro, sem mancha, que retira Todo Pecado do Mundo.   Precisamos perceber que, ao londo da nossa vida, na batalha que precisamos travar Deus combate ao nosso favor e contra os nossos piores adversários!   Essa certeza nos fortalece e nos faz avançar mar a dentro sem medo rumo à Terra que o Senhor nos mostrará.

A Partir daqui, temos uma sequência de 04 Leituras Proféticas (Is 54, 5-14; Is 55, 1-11; Br 3, 9-15.32 - 4, 4; Ez 36, 16-17a.18-28) e, nessa sequência vamos experimentando o Amor de Deus revelado pela Boca de Seus Santos Profetas a nos chamar a atenção para a necessidade de nos voltarmos para Ele com Verdade e Sinceridade de Coração.   Num primeiro momento, o Profeta Isaías nos revela o que o Amor de Deus é capaz de fazer conosco: Ele nos retira da nossa condição de indigente e nos faz belos e formosos como a Noiva para o Seu Noivo.   Se é verdade que fomos abandonados, agora, o Senhor nos leva de volta para o Seu Convívio; Depois, o mesmo Profeta Isaías, nos apresenta o convite que Javé nos faz para irmos a Ele a fim de matarmos a sede e a fome que temos pois não precisamos gastar o nosso salário com outra coisa que não o pão e com a satisfação completa?   Um convite à conversão nos é apresentado e, para tanto somos conduzidos à compreensão de Sua Palavra CUMPRE O QUE DIZ!   Baruc nos chama a atenção para a Confiança Plena nos Preceitos e Mandamentos do Senhor pois somente Eles poderão nos conduzir à Felicidade Completa, Plena e, por fim, Ezequiel nos faz uma boa proclamação do que nos está reservado: Deus, por Fidelidade a Ele mesmo, há de nos conduzir para fora de nossas Sepulturas e derramar sobre nós uma Água Pura para sermos purificados, além de trocar o nosso coração de pedra por um Coração de Carne para acolher o Seu Espírito.

Aqui, terminamos os textos do Primeiro Testamento e entramos nas Narrativas do Triunfo da Vida sobre a Morte que o Senhor Jesus nos alcançou com todas as consequências práticas para quem faz tal Experiência.

O Evangelho dessa Noite Santa (Mt 28, 1-10) nos apresenta o Grande Anúncio que marcará a Vida da Igreja até a sua plenificação no Reino de Deus: às mulheres que chorosas foram ver o local onde estava o corpo do Senhor, o anjo lhes diz: "Não tenhais medo!   Sei que procurais Jesus, que foi crucificado.   Ele não está aqui!   Ressuscitou, como havia dito!   Vinde ver o lugar em que ele estava.   IDE DEPRESSA CONTAR AOS DISCÍPULOS QUE ELE RESSUSCITOU DOS MORTOS E QUE VAI À VOSSA FRENTE PARA A GALILÉIA.   LÁ VÓS O VEREIS!   É O QUE TENHO A DIZER-VOS!"   

Essa Experiência com o Ressuscitado pode mudar a nossa vida e nos tornar arautos da Vida Nova que a mesma nos traz mas, em contrapartida, pode promover, o seu contrário, como foi o caso dos guardas que, tendo feito a mesmo Experiência, contam às autoridades e se deixam subornar, mentindo sobre o acontecido.

Por fim, a Oitava Leitura (Rm 6, 3-11) nos apresenta a exortação do Apóstolo para que nos deixemos morrer com Cristo pela Batismo para termos a certeza de ressuscitarmos com Ele para a Vida Nova que Sua Páscoa nos oferece.   A identificação com o Senhor, em todos os momentos de Sua Vida (Morte e Ressurreição) é que nos tornará Testemunhas Fieis de Seu Reino!

Peçamos a Deus que nos ajude a Viver a Experiência Pascal em toda a Sua Complexidade para podermos anunciar com a Vida (Palavras e Obras) a Vida Nova que Ele nos concede!   Assim seja!

Boa Celebação!
Pe. Ezaques Tavares


sábado, 19 de abril de 2014

"Sexta-feira da Paixão: A Páscoa da Cruz!" - 18 de Abril de 2014

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Nos reunimos, hoje, para celebrar o segundo dia do Tríduo Pascal que nos remete à compreensão da Eucaristia como Sacrifício oferecido uma vez por todas por Jesus no alto da Cruz.  Dessa forma, perceberemos que a Eucaristia, além de seu aspecto de Ceia, de Banquete refletidos ontem, comporta, também, o aspecto de Dor, Sofrimento, Entrega, Sacrifício, Cruz e Morte.   Sem compreendermos tal aspecto, a Celebração Eucarística poderá perder a sua eficácia em nossas vidas.

Toda a Celebração da Paixão e Adoração da Santa Cruz traz consigo um clima de sofrimento inerente à nossa vontade e, até os mais displicentes, são capazes de percebê-lo.   Toda a Liturgia da Sexta-feira da Paixão é construída para trazer à tona essa Verdade: Deus, por Amor, em Seu Filho Jesus morre na Cruz, se oferece em Sacrifício para nos Salvar!

Assim, a Palavra de Deus dessa Celebração nos conduz nesse caminho e nos revela quem é o Deus da nossa Fé a partir da dor, sofrimento e morte e, nos faz compreender o sentido de tudo isso na vida daqueles (as) que buscam segui-Lo de Coração Sincero (Rasgado, na linguagem de Joel).

Já na Primeira Leitura (Is 52, 13 - 53, 12) temos todo um relato que o Profeta faz de uma personagem misteriosa que teria a vocação de salvar pela entrega de si mesma.   Essa personagem tem o título de "SERVA" e, como tal não possui vontade, desejo ou qualquer outra coisa própria mas, descobre que a sua vida só tem sentido se cumprindo, fielmente, a vontade do Seu Senhor, no caso, Javé.   Ela é Serva de Javé e, por isso, Serva Sofredora.   O sofrimento que a desfigura, a fará ocupar o mais alto posto; o seu aspecto humano está totalmente desfigurado.   Reis ficarão calados ao vê-Lo mas, diante do Senhor ele crescerá como renovo de planta.   Seu sofrimento o desfigurou e o deixou sem nenhum atrativo humano para ser contemplado: desprezado como último dos mortais, homem coberto de dores, cheio de sofrimentos; ao passar por ele, tapávamos o rosto; tão desprezível era que não fazíamos caso dele.

Tudo isso, no entanto foi nossa culpa pois ele carregava sobre si os nossos sofrimentos e a s nossas culpas. Não era um renegado de Deus mas alguém que, por Amor, assumiu as nossas falhas e erros: ferido por nossos pecados, esmagado por nossos crimes.   A nossa Paz e a nossa Cura veio da fidelidade à sua missão.   Como ovelha levada pelos tosquiadores, ele não abre a boca mas aceita o que lhe está sendo imposto, por Amor.   É isso que conduzirá à justiça inúmeros servos e, mais ainda, ensinará a todos o caminho que conduz ao céu.

Toda essa narrativa de Isaías, nós cristão a vemos realizada em Jesus, Deus que se fez Homem para salvar os homens e mulheres.   Experimentado em tudo como nós soube ser obediente até o fim e, por isso, como nos fala a Segunda Leitura (Hb 4, 14-16; 5, 7-9), Ele se tornou um Sumo Sacerdote digno de fé e, por Ele podemos permanecer firmes em nosso Caminho rumo ao Pai pois ao experimentar a nossa condição humana, Ele se tornou capaz de se compadecer de nossas fraquezas.   Esse Jesus nos faz aproximar, sem medo, do Trono da Graça para conseguirmos a Misericórdia de que precisamos para seguirmos firmes até o fim.

No Evangelho (Jo 18, 1 - 19, 42) vemos, mais uma vez, a trajetória de dor e sofrimento Daquele que se fez Homem para nos Salvar: entrega de si, traição e negação dos amigos, solidão, abandono, escarros, piadas, chacotas, Cruz e Morte.   Tudo isso foi por mim e por você para que fôssemos capazes de perceber como deve ser a nossa vida nesse mundo!

A cada Eucaristia celebrada, o Sacrifício da Cruz se renova para nos ensinar que quem não quer seguir por esse caminho de entrega, de doação de si mesmo, de sofrimento, cruz e morte, não deveria se aproximar do Banquete.   A Comida e a Bebida que nos são servidas nesse Banquete Eucarístico são a Carne e o Sangue desse Deus que por nós padeceu tudo isso.   Não é possível ser Fiel a Ele quando não seguimos pelo caminho que Ele, por primeiro, trilhou!

Pensemos nisso e boa celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares   

"Quinta-feira Santa: A Páscoa da Ceia!" - 17 de Abril de 2014

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Iniciamos as Celebrações do Tríduo Pascal com a Celebração da Ceia do Senhor e, nesse primeiro dia do Tríduo somos convidados a refletir sobre a Eucaristia em seu aspecto de Ceia, de Banquete, em que nós, os convidados vamos para comer e beber.   Geralmente, quando somos convidados para um Banquete nós nos preparamos com antecedência pois não podemos passar vergonha ou fazer feio em uma Festa tão importante.   Assim, a Eucaristia.   Para ser bem participara ela exige de nós preparação e, mais ainda, compromisso de vida com ela.   Daí, nos perguntamos: Que pré-requisitos são exigidos para se participar dignamente desse Banquete Eucarístico?   Que compromissos são exigidos daqueles (as) que dele (Banquete) participam?   Vejamos:

A Palavra de Deus dessa noite nos quer fazer refletir de modo a respondermos às questões apresentadas anteriormente.   Assim, a Primeira Leitura (Ex 12, 1-8.11-14) nos apresenta o relato da Páscoa Judaica de onde deriva a nossa Páscoa Cristã.   O relato é cheio de detalhes importante que nos levam a uma compreensão melhor do sentido de nossa Eucaristia: o espírito de Partilha entre as famílias, o cordeiro macho, de um ano e sem defeito, o sangue como marca nas casas dos hebreus e a ordem de comer prontos para Partir (rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão).   Participar dignamente da Eucaristia exige de nós esses pormenores e essas disposições: a Eucaristia é Comunitária e, portanto, não se interessar pela dor e necessidade alheias nos impedem dela participar com decência; Eucaristia é Banquete em que a Comida e a Bebida são do Cordeiro sem mancha que tira o pecado do mundo, isto é, Jesus, o Cristo;   participar da Eucaristia é para quem quer deixar o seu lugar e partir para uma terra que o Senhor nos mostrará, é querer ser Missionário e partir em Missão que nos está reservada (aliás, para isso comenos e bebemos para ter forças de caminhar).

Na Segunda Leitura (I Cor 11, 23-26) o Apóstolo Paulo nos apresenta a Ceia Eucarística conforme lhe foi transmitida.   Nos fala que na noite em que foi entregue o Senhor Jesus tomou o pão e o vinho e disse que seriam, a partir dali, o Seu Corpo e o Seu Sangue oferecidos em favor de muitos para a remissão dos pecados.   Era preciso repetir o gesto em Memória Dele até o fim dos tempos.   Que maravilha!   Participar da Eucaristia é tomar consciência de que participamos de um mesmo Pão e de um mesmo Cálice para formarmos um Só Corpo em Cristo e termos, uns pelos outros, os mesmos sentimentos de Cristo que se deu por Amor.   Não ter tal consciência é participar de um Banquete que poderá ser a causa de nossa própria condenação!   Que Deus nos livre disso!!!

Por fim, o Evangelho (Jo 13, 1-13) nos revela Jesus, na última Ceia tendo um gesto, no mínimo "estranho": deixando a sua condição de Mestre e Senhor, lava os pés dos servos, dos discípulos!   Isso tem o que haver com a Eucaristia?   Diríamos: "TUDO!"   Participar da Eucaristia, memorial da Entrega do Senhor Jesus por Amor, só será possível para aqueles (as) que desejarem repetir tal gesto em favor dos irmãos.   Não há Eucaristia sem espírito de doação e serviço, sobretudo para com aqueles (as) que mais necessitam.   O Mestre Senhor fez isso para deixar-nos uma lição: quem quer ser seu discípulo, faça o mesmo!

Dessa forma, nesse primeiro dia do Tríduo da Páscoa, a Liturgia nos faz refletir sobre a Eucaristia em seu aspecto de Banquete, de Ceia e nos apresenta as condições para participarmos decentemente do mesmo!

Que Deus nos ajude a vivenciar cada vez melhor esse Banquete!   Assim seja!

Pe. Ezaques Tavares

"Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor: A Revelação das Contradições em nosso Caminho de Fé!" - 13 de Abril de 2014

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Depois de viver as 05 semanas da Quaresma, iniciamos, hoje, a Semana Central do nosso Calendário Litúrgico.   Tão importante essa Semana que é chamada, com toda justiça, Semana Santa.   Nessa Semana viveremos os grandes marcos de nossa Fé Cristã Católica e acompanharemos o Senhor Jesus em seus últimos momentos nesse mundo.   É uma Semana marcada pelo desejo - pelo menos aparente - de ser do "jeito de Deus" e, isso é Santidade.

Durante o Tempo da Quaresma fomos nos preparando paulatinamente para essas Celebrações (Semana Santa e Páscoa) e, em cada Domingo a Palavra foi nos revelando pontos que eram preciso mudar para que chegássemos santos e santas a essa Semana Santa pois, afirmava eu, "a Semana Santa só será, de fato Santa, se nós tivermos nos tornado santos e santas pois, caso contrário, ela seria uma semana como qualquer outra.   Talvez com uma participação de fieis na Igreja e com Celebrações melhor preparadas mas ... somente mais uma semana!"

Assim, iniciamos a Quaresma na Quarta-feira de Cinzas com a Palavra de Deus nos convidando a rasgar os corações e não as vestes pois diante de Deus não vale parecer ser mas tem que ser.   O Profeta Joel nos alertava para esse fato de vivermos uma vida de aparências e nos dizia que aos olhos de Deus isso não vale.   Para tanto, o Apóstolo Paulo nos dizia que estávamos vivendo um tempo de Graça e de Salvação e, assim sendo, Deus estava voltado para nós e desejava nos ajudar nessa luta contra a casca, contra a aparência.   Escrevendo aos Coríntios afirmava que ele era Embaixador de Cristo e deveria ser como se escutássemos o próprio Cristo falando por ele.   Por fim, o Evangelho nos falava do perigo de praticarmos a nossa justiça diante do homens somente para sermos vistos por eles e recebermos deles a recompensa (aplauso, elogio, reconhecimento).   A nossa Vida de Fé deve ser vivida de modo que somente Deus veja e Ele que vê o que está escondido nos oferecerá a Recompensa.   Esse cuidado deve ser com as práticas mais "sinceras" e "honestas" e "puras" e "religiosas" como: Oração, Esmola e Jejum.    Cuidado para não usarmos tais práticas com intuitos não tão religiosos assim!!!

No Primeiro Domingo da Quaresma a Palavra nos apresentou a astúcia do diabo que aproveitando bem as oportunidades, os momentos difíceis se apresenta com soluções fáceis, agradáveis e, se não tivermos atenção, nos deixamos enredar por ele.   Mas, em contrapartida, a Palavra nos revelou o caminho seguro para vencer as investidas do mesmo: o conhecimento da Palavra de Deus!   Jesus vence o diabo utilizando a Palavra: Não só de pão vive o homem mas de toda Palavra da Boca de Deus; Não tentarás o Senhor Deus e Só existe um Deus e somente a Ele se deve prestar Culto!

No Segundo Domingo da Quaresma a Palavra nos apresentou o que está reservado para nós após a dor e sofrimento desse mundo: a Trasnfiguração de Jesus no Alto da Montanha nos aponta o Paraíso que nos está reservado.   Ficar na Montanha é bom mas é preciso descer e cumprir a missão até o fim sabendo o que nos está reservado.

No Terceiro, Quarto e Quinto Domingos da Quaresma a Palavra nos apresentou três personagens que revelam a própria Igreja em seu caminho de busca da Vontade de Deus: a Samaritana, o Cego de Nascença e Lázaro!   O Encontro dessas personagens com o Senhor e o Diálogo entre elas e Jesus nos apontam para a Verdade de nossas vidas como Igreja Peregrina nesse mundo e nos deixam lições sobre a nossa Missão nesse tempo que vivemos.   Jesus a Água Viva, Jesus a Luz do Mundo e Jesus a Ressurreição e a Vida nos apontam para o que Ele espera de nós!

Todo esse Caminho Quaresmal nos trouxe até aqui, até essa Semana Santa e, nesse Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, a Palavra e a Celebração como um todo nos revelam as contradições presentes em nosso Caminho de Fé: nós somos o Povo que, ao mesmo tempo que recebe o Senhor com grande alegria, aclamando-O Filho de Davi e com Hosanas nas Alturas, muito pouco tempo depois, percebendo que o Senhor não é do jeito que queremos e não faz o que achamos certo, pedimos a sua morte, a sua crucificação.   Essa Celebração que abre a Semana Santa tem esse poder de nos mostrar tais contradições.

No primeiro momento, temos uma celebração alegre, festiva, com bênção e procissão dos ramos, com cantos vibrantes.   O Evangelho (Mt 21, 1-11) nos mostra a Entrada do Senhor em Jerusalém e como o Povo que lá estava O acolheu.   Esse Povo já havia escutado sobre Jesus, sobre os seus discursos e milagres e alimentava uma esperança de que sua sorte estava para mudar com a chegada do Senhor e, por isso, O recebe dessa forma.

No entanto, quando se começa a perceber que o Senhor não faria o que ele (Povo ) desejava, incitado pelas autoridades, esse mesmo Povo pede que Jesus seja crucificado e Barrabás seja solto.

Seguir esse Jesus não é fácil pois Ele exige que sejamos como Ele quer e não contrário.   Ser do Seu Jeito significa assumir a nossa condição de Servo de Javé, isto é, Servo Sofredor e, isso é tudo que não queremos.   O Servo, descrito na Primeira Leitura (Is 50, 4-7) faz o que o Seu Senhor pede: ele tem língua adestrada para falar o que o Senhor quer: palavras de conforto a quem está abatido; ele escuta mais do que fala para aprender o que o Senhor deseja dele e, assim descobre que isso não é fácil pois ele terá que oferecer o rosto a quem lhe arranca os fios da barba e não correr de quem lhe bate nas costas, além de não desviar o rosto de bofetões e cusparadas.   Como é difícil ser Servo de Deus e viver de acordo com a Sua Vontade...   A única certeza do Servo é ter o apoio do Senhor que não lhe deixa abandonar o caminho ou fraquejar em sua missão.

Toda essa história do Servo de Javé ou Servo Sofredor se revela na Paixão e Morte de Jesus (Mt 26, 14 - 27, 66).   Diga-se de passagem que hoje é o único Domingo do Ano Litúrgico em que se proclama a Paixão e Morte de Jesus.   Jesus, o nosso modelo, encarna todas as características do Servo de Javé: sofre todas as atrocidades que lhe são impostas até o fim por amor de nós para nos dar o exemplo a seguir.   Ele é traído e negado pelos íntimos; é abandonado por todos; é interrogado, esbofeteado, cospem-lhe no rosto e o escarnecem; Ele se torna motivo de piadas e gracejos; carrega a Cruz, é pregado Nela e morre por nós!   A pergunta que não quer calar é: E nós?   Como estamos respondendo ao nosso Mestre e Senhor?

Por fim, o Apóstolo Paulo (Fl2, 6-11) nos apresenta o Rebaixamento do Senhor como modelo para nós: Jesus não se apega à sua condição divina mas se Esvaziando da mesma, assume a nossa condição e, pela obediência vai até a morte e essa de Cruz para nos Salvar.   Somente depois dessa trajetória é que o Pai lhe dá um Nome superior a todos os demais e lhe glorificando, faz com que tal Nome Novo seja causa de joelhos dobrados na terra, no céu e abaixo da terra.   Aqui, o Caminho de Vida de todo Cristão (ã)!

Que iniciando com a Igreja essa Semana Santa, o exemplo de nosso Senhor Jesus nos faça mais semelhantes ao que Deus espera de nós!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

sexta-feira, 18 de abril de 2014

"V Domingo da Quaresma: Em Cristo experimentamos a Vida Plena!" - 06 de Abril de 2014

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos, hoje, com toda a Igreja, o V Domingo do Tempo da Quaresma e, entramos na reta final desse Tempo Litúrgico que nos está convidando à Conversão, à Mudança de Vida.   Ouvindo a Palavra que nos é proposta somos conduzidos à percepção de que, somente em Deus, encontraremos a Vida Plena que tanto desejamos.   Em outros caminhos encontraremos a morte, a destruição, o fim.

Assim, a Primeira Leitura (Ez 37, 12-14) vemos Javé falar pela boca do Profeta que irá abrir as sepulturas e conduzir o povo de volta para a terra de Israel e, nesse dia, o povo compreenderá que somente Ele é Deus e Senhor.   Para um povo que está experimentando o Exílio na Babilônia e, percebe tal experiência como sendo a mesma que estar dentro de uma sepultura, ou seja, o Exílio na Babilônia é o mesmo que a morte, Deus se coloca como aliado do povo e, apesar de tudo que está ocorrendo ter sido buscado pelo próprio povo que não escutou a Voz de seu Senhor e Deus, Este (Deus) o conduzirá de volta porque o ama.   Além de chamar de volta, Javé porá em Seu Povo o Seu Espírito para que possa viver de acordo com a Sua Santa vontade e tenha a Vida que Ele quer oferecer.   É nesse dia que o povo entenderá que Javé é Aquele que Diz e Faz!

Que belo trecho da Palavra essa Primeira Leitura ... e, nele temos antecipado o que acontecerá quando Javé se encarnar em nossa História na Pessoa de Jesus.   Dessa forma, a Leitura nos prepara para compreender melhor o Evangelho de hoje (Jo 11, 1-45) que nos revela Jesus como sendo Ressurreição e a Vida!

O relata do Ressurreição de Lázaro é mais um Sinal que quer nos revelar quem de fato é Jesus: Ele é Deus que nos visita para cumprir a Vontade Daquele que O enviou até nós e, por isso, por onde Ele passa, a Vida vai se dando e acontecendo plenamente.

No diálogo de Jesus com os seus discípulos, assim que sabe que o amigo Lázaro está muito doente, já nos deparamos com a revelação de quem é Jesus: Ele é doador da Vida e para isso Ele irá até Betânia 04 dias após a morte do amigo.   O sinal da Ressurreição servirá para aumentar a Fé de todos em Sua Palavra e em Sua Pessoa.

Também o Diálogo com as irmãs de Lázaro (Marta e Maria) nos revelam tal Verdade: Eu Sou a Ressurreição e a Vida e todo aquele que vive e crê em Mim não morrerá jamais e mesmo que esteja morto Ressuscitará!   E, para provar que o Ele fala Ele faz (vide Primeira Leitura de hoje), compadecido pela dor de todos a ponto de ter as entranhas contorcidas e de chorar a morte do amigo, Jesus se dirige ao Sepulcro e, como que cumprindo a Profecia de Ezequiel, ordena que tirem a pedra que fecha o túmulo e chama Lázaro para sair da situação em que jaz: e Lázaro sai atado de mãos e pés! Naquele momento, os presentes percebem que estavam diante do próprio Deus pois somente Ele poderia chamar à vida alguém que já estava nas garras da morte.

Por fim, a Segunda Leitura (Rm 8, 8-11) nos apresenta o Apóstolo Paulo fazendo um confronto entre a vida segundo a carne e a Vida segundo o Espírito e afirmando que quem vive segundo a carne não pode agradar a Deus, que é Espírito.   É esse Espírito Vivificador, procedente do Pai que nos faz viver mesmo que o nosso corpo esteja marcado de morte.   É esse Espírito que ressuscitará Jesus e a todos que acreditarem que Jesus é Deus que se fez homem para salvar os homens.

Que a Celebração desse V e Último Domingo da Quaresma nos faça crer com mais força que Deus é o único capaz de oferecer a Vida que tanto almejamos!   Assim seja!

Boa celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

"IV Domingo da Quaresma: Em Cristo, Luz do Mundo, enxergamos para Além das Aparências!" - 30 de Março de 2014

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade à nossa Caminhada Quaresmal, vivemos, hoje, o IV Domingo e, nesse dia,somos convidados a confrontar a nossa forma de ver o mundo - com tudo o que nele há - com a forma de Deus e, nesse confronto, vamos descobrir que nem sempre enxergamos o que, de fato, interessa mas, ao contrário, contaminados pelo mundo, paramos nas aparências, na casca das coisas, isto é, na superficialidade.   Dessa forma, o nosso julgamento incorre em erros grosseiros e, a Palavra de Deus nos convida à Conversão.   Vejamos:

Na Primeira Leitura (I Sm 16, 1b.6-7.10-13a) temos um relato que nos chama a atenção para o foi dito anteriormente.   Estamos numa época de transição de poder em Israel pois Saul vinha se mostrando um rei desconfiado do Poder de Deus e, dessa forma, começa a meter os pés pelas mãos, fazendo coisas abomináveis aos olhos de Javé: a utilização do poder a ele confiado em benefício próprio, o medo dos filisteus (povos gigantes e dados à guerra que habitavam o deserto, a permissão de adivinhos e o não cuidado para com os mais pobres e pequenos do povo são alguns exemplos que levam Saul a desagradar ao Senhor Javé.   Diante de tantas atrocidades, Javé resolve substituir tal rei escolhendo um outro e, é aqui, que Javé surpreende a todos.

O Senhor Javé chama o Samuel e pede-lhe que encha o chifre com óleo e o envia à casa de Jessé de Belém pois dessa família sairia o novo rei.   Tudo surpreende pois Belém era uma cidade sem grande importância e, Jessé talvez fosse alguém sem grande importância também (isso aos olhos do mundo que julga pelas aparências).   Já em casa de Jessé, temos outro fato importante pois a Palavra revela que até mesmos os mais íntimos do Senhor podem se deixar levar pelo modo de ver e julgar do mundo: assim que Samuel chegou viu Eliab e disse consigo mesmo: "Com certeza é este!"   Por ser o primogênito e mais forte e vigoroso dos filhos, Samuel pensou que seria aquele pois, afinal de contas, um rei precisa possuir algumas qualidades para exercer bem a sua função.   Mas, uma surpresa: "Não é este!"  Diz Javé e continua: "Não olhes para sua aparência nem para sua grande estatura porque Eu o rejeitei. Não julgo segundo os critérios do homem: o homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração!"

Assim, Jessé fez vir os sete filhos e, para surpresa de todos, nenhum era o escolhido.   Por fim, Samuel pergunta se todos estavam, de fato ali e Jessé responde que não pois o caçula, o menor, o que em hipótese alguma poderia ser rei, estava no campo brincando com o rebanho.   Samuel dá uma ordem para buscá-lo pois não se sentariam à mesa até que este chegasse e, para surpresa de todos, quando entra Davi, ruivo e de bela aparência, Javé ordena que fosse ungido pois era aquele que foi escolhido e naquele momento o Espírito de Deus se apoderou de Davi e o fez o Rei mais poderoso de Israel pois as escolhas de Deus são assim mesmo: Ele escolhe o que para o mundo é sem valor, fraco para confundir o próprio mundo e, mais, para que tudo seja considerado obra Dele mesmo e não de homem.

Que bela leitura que nos prepara para o grande confronto do Evangelho de hoje (Jo 9, 1-41).   Esse trecho do Evangelho de João é cheio de revelação sobre o Ser de Deus e de Suas escolhas: Jesus, encarnação de Javé que falara na Primeira Leitura, desmascara uma religião que usava o nome de Deus para fazer exatamente o oposto de Sua Santa Vontade.   A Sua Palavra e as Suas Ações querem revelar quem, de fato, é Deus.   Elas são Sinais que nos apontam para a Verdade sobre Deus.

Passando com seus discípulos, avistaram um cego de nascença e a pergunta dos mesmos ao Senhor revela a concepção que se tinha sobre Deus á época: Quem pecou para que nascesse assim: ele mesmo ou seus pais?   A resposta de Jesus já quebra tal visão pois afirma: Ninguém pecou mas, ao contrário do que falam essa deficiência é para a glorificação de Deus!   E, se aproximando do cego de nascença, faz lama com saliva e barro, coloca-a nos seus olhos e pede que vá ao Templo para se lavar na piscina de Siloé.   Ele foi e ficou curado.   Aqui, começa os confrontos do que fora cego com uma sociedade construída sobre os alicerces da aparência e uma religião que, ao longo do tempo, foi se afastando do ideal pensado e querido por Deus que é o de estar mais próxima daqueles que, de fato, precisam.

A cura do Cego restitui-lhe a dignidade que há anos lhe fora roubada.   A sua condição o obrigava a viver da caridade alheia.   A sua cegueira o havia reduzido à condição de pedinte, de mendigo mas, agora, enxergando será capaz de enfrentar tudo e todos: primeiro, os amigos e conhecidos; depois, as autoridades religiosas que lhe impuseram a dura vida de mendigo e, o pior, em nome de Deus; seus pais e, novamente as autoridades que, não tendo argumentos sólidos para discutir com aquele que foi curado por Jesus, o expulsam da Templo.

Este Cego, que "nasceu todo em pecado" ao ser expulso do Templo tem o seu encontro fundamental com o Senhor que lhe pergunta se ele crê no Filho do Homem.   E, enxergando que era Aquele que lhe curara e que estava naquele momento falando com ele, afirma: Sim, Senhor, eu creio!

A Igreja se vê, hoje, refletida na figura desse cego e o caminho percorrido pelo mesmo é o nosso caminho: na medida em que vamos ao encontro do Senhor e nos permitimos ser por Ele curados, vamos descobrindo o que, de fato, conta e vamos além das aparências para enxergarmos Deus como aliado dos pequenos e dos pobres.   É este o julgamento que o Senhor veio fazer: Quem é cego passe a enxergar e o que enxerga se descubra cego!    Para ser curado pelo Senhor importa somente uma coisa, uma atitude: reconhecer-se cego e carente da graça de Deus pois para aquele que pensa enxergar, não há nada a fazer pois o pecado que cega verdadeiramente o ser humano, permanece.

Por fim, a Segunda Leitura (Ef 5, 8-14) nos apresenta o Apóstolo Paulo nos lembrando o éramos antes do nosso encontro com o Senhor: Éramos trevas mas agora somos Luz no Senhor e será preciso realizar as obras da Luz (Bondade, Justiça e Caridade) e deixarmos de praticar as obras que só temos coragem de fazê-las na escuridão e que às clara temos até vergonha de dizer, quando mais de fazer.

Que a Celebração desse IV Domingo da Quaresma nos cure a cegueira espiritual para podermos enxergar do jeito e à moda de Deus.   Assim seja!

Boa celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares