sábado, 19 de abril de 2014

"Sexta-feira da Paixão: A Páscoa da Cruz!" - 18 de Abril de 2014

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Nos reunimos, hoje, para celebrar o segundo dia do Tríduo Pascal que nos remete à compreensão da Eucaristia como Sacrifício oferecido uma vez por todas por Jesus no alto da Cruz.  Dessa forma, perceberemos que a Eucaristia, além de seu aspecto de Ceia, de Banquete refletidos ontem, comporta, também, o aspecto de Dor, Sofrimento, Entrega, Sacrifício, Cruz e Morte.   Sem compreendermos tal aspecto, a Celebração Eucarística poderá perder a sua eficácia em nossas vidas.

Toda a Celebração da Paixão e Adoração da Santa Cruz traz consigo um clima de sofrimento inerente à nossa vontade e, até os mais displicentes, são capazes de percebê-lo.   Toda a Liturgia da Sexta-feira da Paixão é construída para trazer à tona essa Verdade: Deus, por Amor, em Seu Filho Jesus morre na Cruz, se oferece em Sacrifício para nos Salvar!

Assim, a Palavra de Deus dessa Celebração nos conduz nesse caminho e nos revela quem é o Deus da nossa Fé a partir da dor, sofrimento e morte e, nos faz compreender o sentido de tudo isso na vida daqueles (as) que buscam segui-Lo de Coração Sincero (Rasgado, na linguagem de Joel).

Já na Primeira Leitura (Is 52, 13 - 53, 12) temos todo um relato que o Profeta faz de uma personagem misteriosa que teria a vocação de salvar pela entrega de si mesma.   Essa personagem tem o título de "SERVA" e, como tal não possui vontade, desejo ou qualquer outra coisa própria mas, descobre que a sua vida só tem sentido se cumprindo, fielmente, a vontade do Seu Senhor, no caso, Javé.   Ela é Serva de Javé e, por isso, Serva Sofredora.   O sofrimento que a desfigura, a fará ocupar o mais alto posto; o seu aspecto humano está totalmente desfigurado.   Reis ficarão calados ao vê-Lo mas, diante do Senhor ele crescerá como renovo de planta.   Seu sofrimento o desfigurou e o deixou sem nenhum atrativo humano para ser contemplado: desprezado como último dos mortais, homem coberto de dores, cheio de sofrimentos; ao passar por ele, tapávamos o rosto; tão desprezível era que não fazíamos caso dele.

Tudo isso, no entanto foi nossa culpa pois ele carregava sobre si os nossos sofrimentos e a s nossas culpas. Não era um renegado de Deus mas alguém que, por Amor, assumiu as nossas falhas e erros: ferido por nossos pecados, esmagado por nossos crimes.   A nossa Paz e a nossa Cura veio da fidelidade à sua missão.   Como ovelha levada pelos tosquiadores, ele não abre a boca mas aceita o que lhe está sendo imposto, por Amor.   É isso que conduzirá à justiça inúmeros servos e, mais ainda, ensinará a todos o caminho que conduz ao céu.

Toda essa narrativa de Isaías, nós cristão a vemos realizada em Jesus, Deus que se fez Homem para salvar os homens e mulheres.   Experimentado em tudo como nós soube ser obediente até o fim e, por isso, como nos fala a Segunda Leitura (Hb 4, 14-16; 5, 7-9), Ele se tornou um Sumo Sacerdote digno de fé e, por Ele podemos permanecer firmes em nosso Caminho rumo ao Pai pois ao experimentar a nossa condição humana, Ele se tornou capaz de se compadecer de nossas fraquezas.   Esse Jesus nos faz aproximar, sem medo, do Trono da Graça para conseguirmos a Misericórdia de que precisamos para seguirmos firmes até o fim.

No Evangelho (Jo 18, 1 - 19, 42) vemos, mais uma vez, a trajetória de dor e sofrimento Daquele que se fez Homem para nos Salvar: entrega de si, traição e negação dos amigos, solidão, abandono, escarros, piadas, chacotas, Cruz e Morte.   Tudo isso foi por mim e por você para que fôssemos capazes de perceber como deve ser a nossa vida nesse mundo!

A cada Eucaristia celebrada, o Sacrifício da Cruz se renova para nos ensinar que quem não quer seguir por esse caminho de entrega, de doação de si mesmo, de sofrimento, cruz e morte, não deveria se aproximar do Banquete.   A Comida e a Bebida que nos são servidas nesse Banquete Eucarístico são a Carne e o Sangue desse Deus que por nós padeceu tudo isso.   Não é possível ser Fiel a Ele quando não seguimos pelo caminho que Ele, por primeiro, trilhou!

Pensemos nisso e boa celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares   

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