sábado, 27 de agosto de 2011

"XXII Domingo do Tempo Comum: A Cruz como condição para o Seguimento de Cristo!" - 28 de Agosto de 2011

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria nos reunimos para celebrar o XXII Domingo do Tempo Comum e, como já falamos em várias outras reflexões, o nosso grande objetivo é a "busca da Santidade".   Aqui, é preciso entender que a Santidade não está atrelada, necessariamente, à realização de grandes obras mas, tão somente, à adequação da nossa vida à Vontade de Deus, que é a Fonte da Santidade e a Origem da Vida.

Neste Domingo, damos início a uma série de reflexões sobre o que comporta o seguimento, o discipulado.   A Palavra de Deus, hoje, nos mostra que seguir e viver a vontade divina em nossa vida não é uma tarefa simples e fácil.   Tal atitude exigirá posturas que, nem sempre, nós gostaríamos de ter.

Assim, já na Primeira Leitura (Jr 20, 7-9), ouvimos o "desabafo" do profeta que acusa Javé de tê-lo "SEDUZIDO" (em outras palavras, "ENGANADO").   Quando estava vivendo - diga-se de passagem, muito bem, obrigado! - em sua cidadezinha natal (Anatot), com uma "vidinha" comum, o Senhor se apresentou e o enviou para uma Missão, no mínimo, complicada: "arrancar, derrubar, destruir, falar, denunciar os desmandos da sociedade - poder político e religioso -, entre outros".   Apesar das objeções do Profeta (é ainda muito novo, criança e, consequentemente, não sabe falar!), Deus o conclama e envia afirmando que o transformaria numa "fortaleza" frente aos possíveis adversários.   É com tal confiança que o profeta parte e vai cumprir a sua missão!    Jeremias parte para Jerusalém "pensando" que a presença de Deus em sua vida seria "garantia" de sucesso, isto é, de ausência de Problemas e Transtornos.   Porém, o que ocorre é, exatamente, o contrário:  o profeta experimenta, na pele que a fidelidade ao projeto de Javé acabou por lhe colocar em "maus lençóis" pois, toda vez que abre a boca uma série de problemas surgem: é perseguido, abandonado pelos seus, acusado, preso, lhe armam ciladas...   Acaba ficando sozinho e, neste momento faz o desabafo citado anteriormente.   A fidelidade à Palavra só lhe rendeu "chacotas e, acabou se tornando fonte de vergonha o dia inteiro".   Mas, o profeta termina o seu lamento afirmando afirmando que tal Palavra lhe queimava como fogo ardente e não conseguiu resistir: desfaleceu!

No Evangelho (Mt 16, 21-27) temos o trecho aonde Jesus mostra aos seus seguidores que tipo de Messias Ele é: sofredor, que será entregue nas mãos das autoridades, será morto mas ressuscitará.   Esta definição parece não ter agradado aos discípulos pois Pedro se sente no direito de falar que Deus não iria permitir tamanha crueldade.   Ora, neste momento, Pedro que há pouco tinha sido declarado bem-aventurado, é chamado de "Satanás" pois deixou de pensar como Deus e passou a pensar como o mundo.   Na verdade, Pedro personifica, aqui, o próprio "Satanás", como no texto das tentações pois pensa que Deus deve fugir de dificuldades e problemas.   Na verdade,Pedro, assim como muitos de nós, tem muitas dificuldades para entender que Jesus é o que é e,não aquilo que nós gostaríamos que Ele fosse.   Ele (Jesus) não se adequa às nossas vontades mas, pede que nós nos adequemos á Sua.   Isso é muito complicado e difícil.   Aceitar o Cristo como Ele se apresenta a nós (pobre, sofredor, carregando a Cruz, morrendo nela ...) não é nada simples.   Muitas vezes, preferimos o Cristo glorioso, ressuscitado mas, nos esquecemos que um é consequência do outro: não existe glória sem derrota, ressurreição sem cruz!   Assim, Jesus falará que do discípulo é necessário "renúncia de si mesmo e aceitação da cruz de cada dia" e, mais ainda "é preciso perder a vida para reencontrá-la.   

Por fim, São Paulo aos Romanos (12, 1-2) nos apresenta o seu desejo: "que nos ofertemos, como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus" pois é este "o culto que Lhe agrada".   Agradar ao Senhor é para todo aquele que não se conforma com o modo de pensar do mundo e, se torna uma contradição em meio aos seus.

Que a Celebração deste Domingo nos auxilie na Construção do Reino de Deus, sabendo que tal Reino não se faz como se fazem os reinos do mundo: pensamentos, ações, posturas novos são extremamente importantes e necessários.

OREMOS:

Ó Deus de Amor e Bondade louvado sois porque nos revelaste, hoje, que para Te seguir é necessário que aprendamos a abrir mão de nós mesmos e de nossas vontades.   Te pedimos a graça de abraçarmos, cada dia mais, a Sua Santa Vontade não o bstante as dificuldades que temos que enfrentar.   Isto Te pedimos, pelos merecimentos de Jesus Cristo, Teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo!   Amém!   

sábado, 20 de agosto de 2011

"Solenidade da Assunção de Nossa Senhora: Destino de Maria, nosso Destino!" - 21 de Agosto de 2011

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Quebrando a sequência dos Domingos do Tempo Comum celebramos hoje, aqui no Brasil (já que no Calendário Litúrgico Oficial, tal Solenidade é no dia 15/08), a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora e, todas as vezes que nos reunimos para celebrar a nossa fé e, tal Celebração é uma Solenidade é porque a mensagem da Igreja, neste dia, é extremamente importante, solene mesmo.   Assim, devemos nos perguntar: "Que mensagem é esta?"  "Qual a importância desta Solenidade?"   Vejamos:

É importante sabermos que todos os dogmas da nossa Igreja possuem estreita relação com a Pessoa de Jesus.   Na verdade, estes dogmas foram estabelecidos para "defender" a nossa Verdade Fundamental:  Jesus é Verdadeiramente Homem e Verdadeiramente Deus; Jesus é o Deus que se Homem para salvar o homem de seus pecados.   Assim, também, os dogmas marianos foram sendo estabelecidos!

Para entendermos a Solenidade de hoje é preciso voltar no tempo, à época da proclamação do dogma da "Maternidade Divina", isto é, a proclamação da verdade de que Maria é Mãe de Deus.   Isso ocorreu por volta do séc IV d.C. quando, dúvidas foram colocadas a respeito da Divindade de Jesus.   A afirmação de que Jesus é Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem, levou ao estabelecimento do título de Maria como Mãe de Deus.   Ora, se Maria é Mãe de Deus, ela não poderia ter conhecido pecado para que este não passasse para seu Filho.   Assim, no séc. XIX (1854), a Igreja proclamaou o dogma da "Imaculada Conceição".   Mas, se Maria foi concebida sem pecado para que a mancha do pecado não atingisse o seu Filho, Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem, Maria não poderia ter conhecido a pior consequência do pecado: a corrupção da carne.   Assim, em 1950 o Papa Pio XII proclamou dogma uma Verdade que a Igreja já celebrava desde o séc. VII d.C.: a "Dormição de Maria" = Assunção de Nossa Senhora.   Este dogma afirma que Maria não conheceu a corrupção da carne e, depois de sua morte = dormição, ela foi levada, pelos anjos, para o Céu.

A Palavra de Deus de hoje nos ajuda a entender a importância de Nossa Senhora para nossa Caminhada de Fé.

A Primeira Leitura (Ap 11, 19; 12, 1-6.10) é um texto clássico que foi usado pela Igreja para falar de Nossa Senhora.   Porém, quando o vidente João o escreveu, não era isso que queria falar.   O Apocalipse foi escrito no final do séc. I d.C. e reflete a realidade dura das Comunidades perseguidas pelo Império Romano.   Tal perseguição levou as Comunidades escreverem os seus textos com imagens para que não fosse descoberto o seu real sentido: animar as Comunidades em sua luta pela manutenção da Fé!

Assim, os Sinais da Mulher e do Dragão possuem um sentido específico.   A Mulher que aparece no Céu é o símbolo das Comunidades, do Povo de Israel que está grávida e quer dar à luz.  O seu Filho é o Cristo Ressuscitado que tão logo nasce é arrebatado pelo Pai para o Céu pois o Dragão não pode contra Ele.   Esta Mulher é resvestida do Sol, a força divina, e domina a lua debaixo dos pés, lua que simboliza as divindades pagãs.   Esta Mulher é conduzida ao deserto aonde o Pai lhe preparou um local seguro para continuar a sua missão.   Temos este texto hoje pois a Igreja entende que todos os textos que falam da Igreja serve para Nossa Senhora pois Ela, assim como a p´ropria Igreja possuem a mesma missão: gerar hoje e sempre o Filho Salvador do Mundo.

No Evangelho (Lc 1, 39-56)  nos saltam aos olhos o serviço de Maria à sua prima Isabel, a alegria produzida com a sua chegada, a proclamação de bem-aventurada saída da boca de Isabel com relação a Maria.   Além, é claro, do canto de Maria que demonstra os critérios divinos, tão diferentes dos nossos.

Celebrar a Assunção deve nos encher de alegria, contentamento e satisfação por entendermos que lá no Céu temos uma Mãe Amorosa que intercede por cada um de nós, seus filhos e filhas até nos encontrarmos com ela, aonde já se encontra gloriosamente!

Oremos:

Deus de Amor e Bondade, nós Te louvamos, bendizemos e adoramos porque nos destes a feliz esperança de um dia chegarmos todos à nossa morada eterna aonde, Tu estás com o Filho, o Espírito Santo, Maria, José e todos os santos e santas.   Dá-nos esta graça pelos merecimentos do mesmo Jesus, Teu Filho e Senhor nosso, na Unidade do Espírito Santo.    Amém!  

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

"Ninguém é o que é por acaso: Conhecimento necessário para a Vida em Comum!"

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Gostaria de trocar com vocês algumas ideias sobre a difícil arte da convivência, arte esta, tão importante para aqueles (as) que buscam experimentar Deus na Comunidade, na convivência com o diferente, com o outro.

Nos últimos dias, nas Celebrações Semanais, as reflexões e, sobretudo as participações das pessoas presentes, reativaram em mim, o desejo de escrever sobre esse assunto.   Fiquei com a nítida impressão de que nós temos muitas dificuldades para conviver e, o que é pior, tais dificuldades são produzidas por nós mesmos, pelo fato de não conseguirmos entender que cada um (a) é o que é e pronto e, assim sendo, não dá para "idealizarmos" alguém, para colocarmos o "outro" dentro de uma categoria, de um conceito que nós queremos, que nós desejamos.  

Como isso é complicado de entender e, por conta disso, como nós erramos e, acabamos por nos frustrar no espaço que deveria ser o melhor espaço para estar com as pessoas e, para crescermos com os diferentes.

Outro problema que não conseguimos solucionar direito é o fato da não aceitação de certas posturas que enxergamos no irmão que, no nosso entender, deveria responder, de forma muito diferente, a determinadas situações: como ficamos "decepcionados" quando vemos alguém que, no nosso entender, pelo tempo de caminhada, deveria ser e agir diferente, não o faz!   Nossa... que horror!!!    Nossa... que situação!!! Como pode acontecer que aquela pessoa, tão santa, tão justa, tão piedosa, que está a tanto tempo por aqui, tenha feito, falado dessa forma?   Ficamos espantados, decepcionados, pensamos em abandonar tudo porque parece que tudo não tem sentido!

Aqui, o cerne deste texto: temos que entender que em comunidade, o conhecimento não se dá pelo "pseudo tempo de casa que a pessoa, em questão, possui.   é preciso compreender que, em comunidade, o CONHECIMENTO VERDADEIRO é produto da EXPERIÊNCIA DE DEUS que a pessoa fez e faz.   As respostas das pessoas a tudo que ocorre na comunidade estão marcadas pela ideia de Deusque tal experiência lhe concedeu formar.   Tendo isso bem claro, quando vemos alguém fazendo algo, no mínimo "estranho", devemos entender que a pessoa só poderia responder da forma que respondeu pois a sua experiência de Deus só lhe concede isso e, ponto final.   Assim, antes de nos escandalizarmos com a postura do outro devemos nos questionar a respeito do que estamos fazendo para que o outro tenha a sua conduta mudada.   Em outras palavras: o erro do outro, que tanto me escandalizou, deve me levar a um questionamento, não da vida do outro, mas d aminha própria.

Por fim, quero deixar claro que, diante desta reflexão, acredito que sair, abandonar, deixar o espaço comunitário não serão soluções inteligentes pois, em qualquer lugar que estivermos, tais problemas existirão pois, como está no título deste texto: "AS PESSOAS SÃO O QUE SÃO, NÂO POR ACASO!"

Pense nisso e viva melhor a sua relação com os outros (as)!
Que Deus nos abençoe a todos (as)!    Amém!   

"XX Domingo do Tempo Comum: Deus e a sua Slavação são para Todos!" - 14 de Agosto de 2011

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Estamos celebrando, com toda a Igreja, o XX  Domingo do Tempo Comum e, como já conversamos várias vezes, o grande objetivo deste Tempo Litúrgico é nos conduzir à santidade, nos fazendo restaurar a "Imagem e Semelhança" Dele que, Ele, no Seu Infinito Amor, já colocou em cada um de nós, Seus filhos e filhas.   Assim, a cada semana, quando nos reunimos para celebrar e, na Celebração ouvimos a Palavra de Deus, tal Palavra vai nos oferecendo pistas, luzes, nos ensina estratégias para que consigamos cumprir esta missão, a saber: "RECONSTRUIR A IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS EM NÓS!"

Hoje, a Palavra que escutamos vem tratar de um assunto extremamente sério e, ao mesmo tempo, complicado para ser vivido: somos convidados (as) a, primeiramente, entender que o nosso Deus é um Deus de todos (as) e, em segundo lugar, como consequência do primeiro, devemos amar e aceitar a todos como filhos e filhas Dele (de Deus).

Tal assunto, já nos é apresentado na Primeira Leitura (Is 56, 1.6-7).   Tal texto é uma produção do período do pós-exílio (por volta do ano 500 a.C.).   Neste período, o Judaísmo começa a se formar como Religião e, algumas "normas" de conduta são postas em prática, ou melhor, são colocadas para ser observadas por todos.   Dentre estas, destacam-se: a Lei, o Templo, e, automaticamente, o reconhecimento de alguém como pertencendo ao Povo de Deus pelos critérios da RAÇA, do SANGUE.   (Os escritos de Esdras e Neemias, além do Livro de Rute (produtos desta época), retratam essa "aversão" ao estrangeiro que é acirrada neste tempo.)

Diante desta situação, o Profeta Isaías nos fala que o "cumprimento do dever e a prática da justiça" são os critérios que devem ser levados em consideração para se saber se alguém pertence ou não ao Povo de Deus.   A Lei, o Templo, a Raça ou o Sangue não são os critérios mais importantes pois para Deus o importante é a vida que se leva.   Daí, o estrangeiro será, também, aceito na "Casa de Deus" que, de acordo com o Profeta, será considerada "CASA DE ORAÇÃO PARA TODOS OS POVOS!"

O Evangelho (Mt 15, 21-28) nos revela Jesus entrando em contato com uma mulher cananeia, pagã e, tal contato nos mostrará a aceitação de Jesus  por todos que demonstrem Fé no seu poder.   Jesus está passando por uma região de pagãos (Tiro e Sídon) e, neste caminho, uma mulher vai ao seu encontro pedindo que "cure a sua filha que está atormentada por um demônio".   O relato vai se desenvolvendo e, Jesus vai "instigando" tal mulher a manifestar a sua Fé plena Nele.   Assim, Jesus não dá importância aos apelos da mulher; depois os discípulos (como sempre) pede para que o Senhor despeça aquela mulher que incomodava o grupo com seus "gritos"; Jesus afirma que sua missão é para os seus (Ovelhas perdidas da Casa de Israel).   Nada, porém, impede a mulher de continuar implorando: "Senhor, socorre-me!!!!"   E, Jesus, parece continuar não se importando com a mulher: "Não está certo tirar o pão da boca dos filhos para dá-lo aos "cachorrinhos"".   Aqui, Jesus é "surpreendido": "É verdade, Senhor, mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos!"   Aqui, uma reviravolta no caso: Jesus exclama que aquela pagã era portadora de uma fé jamais vista entre os seus e, lembremos que, tal mulher era pagã (estrangeira).

O Evangelho reforça a ideia trazida na primeira leitura de hoje: Deus é o Deus de Todos!   Acreditar e aceitar a sua proposta faz do ser humano (seja ele quem for: homem ou mulher, escravo ou livre, judeu ou pagão...) Seu filho, sua filha!

Por último, são Paulo aos Romanos (11, 13-15.29-33), nos apresenta a sua dor pela recusa dos seus à pessoa de Jesus.   Tal recusa favoreceu a entrada dos pagãos nas Comunidades Cristãs Primitivas e, tal fato, acredita Paulo, poderá servir para trazer de volta os de sua raça.

Por fim, a Liturgia deste Domingo nos impele à contemplação de Deus como Pai de todos (as) e, aceitá-Lo assim, exige de nós a aceitação de todos (as) como nossos (as) irmãos (ãs).

OREMOS:

Ó Deus, a quem ousamos chamar de Pai e Pai Nosso, nós Te louvamos e bendizemos por Seu Amor para conosco.   Dai-nos a graça de vivermos como irmãos e nos amarmos mutuamente hoje e sempre.   Isto pedimos por Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo.   Amém!      

sábado, 6 de agosto de 2011

"A Felicidade: Será possível garantí-la por Decreto?"

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

No início desta semana, acompanhando os jornais na T.V., me deparei com uma notícia, no mínimo, questionável: a ONU (Organização das Nações Unidas) resolveu estabelecer que a Felicidade deve ser algo buscado por todos os governos por meio de leis e decretos; para a ONU todos devem ser felizes e, este direito do povo deve ser garantido pelos governantes.  

Aproveitando esta determinação da ONU, o Senador da República Brasileira Cristóvão Buarque, do PDT do Distrito Federal, resolveu, também, apresentar um Projeto de Lei que obriga o Governo Brasileiro a criar Leis que garantam tal direito ao povo.

Diante disso, fiquei pensando: até que ponto, a Felicidade é alguma coisa que se tem com base em leis e decretos?   Poderia alguém ser capaz de garantir a Felicidade de outrem?   Não seria a Felicidade algo que cada um (a) deve buscar, lutar por ela?   Ou melhor:   Será que a Felicidade precisa ser "conquistada" sempre, parecendo, às vezes, que a mesma é algo que nunca se consegue ter?   Será que a Felicidade não está mais perto de nós do que pensamos?   Será que, por muitas vezes, não idealizamos demais este estado de vida?   Será que a Felicidade não se tornou uma "espécie" de entidade etérea, isto é, que nunca se conseguirá tê-la de fato?   E, assim, eu passei a semana me questionando sobre esse assunto!

Diante das minhas reflexões, cheguei em algumas considerações que gostaria de partilhar com vocês.   São considerações pesoais e, de nenhuma forma, de vem ser consideradas "Verdades Absolutas".   São pontos para nos auxiliar na continuidade da reflexão.

Primeiro, eu acredito que a Felicidade é algo que está no plano dos sentimentos e, portanto, é pessoal.   Por isso, encontro, aqui, um grande obstáculo a este desejo de oferecê-la a todos (as) por meio de decretos.   Este, por sua vez, só poderiam criar situações que favorecessem a mesma mas, nunca, criá-la.

Outro ponto que penso ser importante está na compreensão de que, se a Felicidade é mesmo pessoal, é importante que cada um (a) se esforce por tê-la consigo.   Não podemos, assim, colocar a nossa Felicidade nas mãos de terceiros, isto é, não podemos terceirizar a nossa Felicidade.

Penso, também, que é preciso compreender que a Felicidade não pode ser pensada como sendo, ou melhor, como estando presa à vida que o outro está levando, sobretudo quando a realidade de vida do outro é, para mim, algo inatingível (pelo menos neste momento da minha vida).   A Felicidade é muito importante para pensarmos nela para o futuro.   A vida só existe agora e, portanto, é agora que eu devo ser Feliz.

Daí, como fazer para mudar esta visão de que a Felicidade está sempre atrelada a algo que eu não tenho?

Aqui, me permito voltar à referida reportagem do início do texto: lá, o repórter citava um trecho de um poeta brasileiro - Vicente de Carvalho - que dizia:

"A Felicidade, aquela parecida com uma árvore cheia de enfeites dourados, existe e, está lá aonde nós a colocamos.   O problema é que nunca a colocamos aonde nós estamos!"   Achei este texto paradigmático pois, a meu ver, o poeta acertou em cheio a questão que é proposta aqui:

É preciso entender que a nossa Felicidade é obra de cada um (a) de nós.   Ela está aí presente.   Importante é aprendermos a enxergá-la nas coisas que cada um (a) de nós pode fazer, naquilo que cada um (a) de nós possui.    É preciso parar de pensar a nossa Felicidade como algo distante: as coisas e situações simples do nosso cotidiano estão carregadas de Felicidade bastando, apenas, que enxerguemos a mesma nestas situações concretas.

Descobrir isso, pode ser o grande segrredo do encontro de nossa Felicidade!

Pense nisso e, seja Feliz hoje com aquilo que você é e possui!

Obrigado pela atenção! 

"XIX Domingo do Tempo Comum: Deus está próximo dos Seus!" - 07 de Agosto de 2011

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos, hoje, com toda a Igreja no Mundo, o XIX  domingo do tempo comum e, continuamos as nossas reflexões com o objetivo de buscar, na Palavra de Deus, as pistas, as luzes para "sermos santos e santas como nosso Deus é Santo!"

Podemos dizer que a Palavra de Deus da Celebração de hoje é uma sequência da Palavra de Deus da semana passada: Deus se apresenta a nós como sendo Aquele que está do nosso lado, sobretudo nos momentos de dificuldades e perigos da vida!

Assim, na Primeira Leitura (I Rs 19, 9a.11-13a) temos parte da história da perseguição que o Profeta Elias sofreu em sua época por não se dobrar aos desmandos da rainha Jezabel, esposa do rei Acab (séc. X a.C.).   Para entendermos a força da Palavra desta leitura será preciso recordarmos, brevemente o contexto da mesma.   Estamos no séc. X a. C. e, neste período da história do povo, temos um governo entregue a um rei medíocre e fraco (Acab) e, para completar o quadro, tal rei se casa com Jezabel - filha do rei de Tiro=pagão= adorador de Baal.   Podemos perceber o que está ocorrendo: um rei fraco e uma rainha forte fará com que o governo fique nas mãos da rainha forte.   É esta mulher, Jezabel, quem governa o povo de Deus e, consequentemente, faz de tudo para que tal povo de Deus cultue a sua divindade, a saber, Baal.   Perseguições, prisões, torturas, mortes são desencadeadas sobre o povo que, com medo, acaba cedendo.   Somente um (Elias) se coloca contra tais desmandos, de modo que Jezabel nutria um "ódio mortal" por ele.   Após o confronto com os sacerdotes de Baal vencido pelo Profeta Elias, este sofre uma grande perseguição da parte da rainha.   Não querendo ser morto pela mesma, Elias foge para o deserto e pede a Deus a morte pra si mas, ao contrário, Deus envia o seu anjo que, de forma misteriosa oferece ao seu Profeta um alimento misterioso e água: era preciso comer e beber pois o caminho ainda seria longo demais.    Elias deveria caminhar até  o monte de Deus = Horeb = Monte da Aliança.   O Texto da leitura de hoje começa aqui: Elias chega ao monte e, entrando numa gruta, passa a noite.    A Palavra do Senhor lhe será dirigida afirmando que o Senhor passará por ali e, ele deveria ficar atento.   Aqui, o ponto alto da leitura: às vezes pensamos, nos momentos difíceis, que Deus deve se revelar em fatos extraordinários e extravagantes.   Poré, a Palavra revela que não é assim:   Deus não está no vento impetuoso, terremoto ou fogo mas, está na "Brisa Suave".   Deus é assim: se manifesta na simplicidade, na suavidade e, somente aqueles que estiverem atentos, O perceberão passando.   Essa experiência com Deus, fez o Profeta Elias voltar e enfrentar a rainha Jezabel.

Este Deus que passa na brisa suave e socorre os seus nas horas difíceis, se mostra presente na pessoa de Jesus no Evangelho de hoje.   A Leitura do Evangelho de hoje é sequência do trecho da semana passada (Multiplicação dos Pães).   Mt 14, 22-33 nos oferece os fatos que se sucederam logo após a Multiplicação dos Pães: Jesus manda os discípulos na sua frente e vai orar sozinho no monte, antes, porém, despede as multidões.

Os discípulos entram na barca e, sozinhos enfrentam o mar e, para completar, é noite.   No meio da viagem, a barca é sacudida por forte tempestade e, aqui, o desepero se apodera dos presente.   Somente na madrugada, o Senhor vai ao encontro dos seus e, caminhando sobre as águas = exerce domínio = é mais que o mar violento, surprende os seus.   Jesus é confundido com um "fantasma" mas, este pede coragem aos seus.    Pedro, como sempre, duvida e pede pra ir ao seu encontro sobre as águas e, Jesus permite.   Aqui, um ponto interessante: percebemos que, enquanto Pedro segue com o olhar fixado em Jesus, tudo fica bem = caminha sobre as águas mas, quando perde o "foco" e começa a sentir o vento, sente medo e começa a afundar.   Às vezes, no momentos complicados, nós somos assim: perdemos o foco, deixamos o vento nos dominar e sentimos medo.   Aqui, como Pedro afundamos e, será preciso agilidade para não se deixar engolir pelo mar que busca nos devorar.

Ao pedido de socorro de Pedro, o Senhor responde salvando-o.   Ao entrarem na barca, o vento e a tempestade cessaram.   Isto produziu espanto em todos os presentes e, acabaram por entender que Aquele era, realmente, o Filho de Deus.

Celebrar o XIX Domingo Comum deverá nos levar a um aumento de nossa Fé neste Deus, revelado em Jesus, para O qual nada é impossível: Ele domina até o Mar = Morada do Mal, por ser mais e maior que o mesmo!

Oremos:
Obrigado Deus porque nos momentos mais difíceis podemos Te sentir presente, nos auxiliando na resolução de nossos problemas; obrigado porque quando tudo parece perdido, e a barca de nossa vida parece singrar perdida no mar da vida, Tu vens ao nosso encontro a caminhar sobre as águas turbulentas que se lançam contra nós.   Aumentai em todos nós a Fé em Sua Presença e, faças com que possamos Te sentir presente em todos os nossos dias. Amém!   

"Festa da Transfiguração do Senhor: É Bom estarmos Aqui!" - 06 de Agosto de 2011

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Neste final de semana, de maneira extraordinária, teremos duas Celebrações diferentes e, assim sendo, a Celebração de Sábado à noite não valerá para Domingo: no sábado (hoje - 06/08/11) celebramos a Festa da Transfiguração do Senhor e, no domingo (amanhã - 07/08/11) celebraremos o XIX  Domingo do Tempo Comum.   São Celebrações distintas e, exigem de nós cristãos e cristãs, a participação em ambas.

A Festa da Transfiguração do Senhor é extremamente importante no nosso Calendário Litúrgico.   Nesta Festa, Jesus se apresentará como Aquele que de fato é: Messias esperado, Filho de Deus!   A Palavra de Deus desta Festa tem como objetivo principal nos revelar esta verdade!

Assim, na Primeira Leitura (Dn 7, 9-10.13-14), vemos o profeta anunciando, após vários reinos que se sucederam (Dn 7, 2-8) - do Leão=Babilônia, Urso e Leopardo=Medos e Persas e, uma quarta fera indescritível, a pior de todas=o Reino de Alexandre Magno e seus suscessores terríveis, dentre os quais, Antíoco Epífanes (aquele que governa Israel por ocasião da confecção do Livro de Daniel - ano 160 a.C.)- a chegada de um Reino mais Humano e que estabelecerá a Paz, a Justiça, o Amor sobre a terra.

O texto em questão do Profeta Daniel nos apresenta a continuidade da visão noturna que o profeta estava tendo.   Deixando de olhar para o "mar", de onde sairam as feras que até então governaram o povo, o profeta olha para o "céu" e, aqui, consegue enxergar outros sinais: tronos e um ancião com vestes e cabeleira brancas como a neve e a lã.   Milhares servem o ancião, a audiência começa e os livros são abertos.   A visão continua e, um "ser, semelhante ao filho de homem = homem / não bicho, fera, monstro como seus antecessores, vem do céu / não do mar.   Este filho de homem recebe do ancião o poder para estabelecer um reino que não terá fim.

Ora, sabemos que esta profecia começa a ocorrer com a chegada de Jesus=Deus que se encarnou em nossa história para nos salvar de nossos inimigos, de nossos pecados.   Assim, o Evangelho desta Festa da Transfiguração é paradgmático pois, vemos Jesus revelando no Monte Tabor a sua outra face: a face divina que, por algum motivo, até aquele momento, parecia oculta aos seus discípulos.

O texto do Evangelho é o início do capítulo 17 de Mateus (Mt 17, 1-9).   No capítulo anterior (16), tivemos a grande questão colocada por Jesus sobre a sua identidade: "Quem sou Eu para o povo e para vocês?"   Sabemos que o povo parece não saber quem é Jesus pois afirma que Ele era Elias, Jeremias, João Batista ou algum dos Profetas.   Já, os discípulos, liderados por Simão, filho de Jonas, definem bem: "Tu és o Messias, o Filho de Deus Vivo!".   A esta resposta sábia, Simão é elogiado e proclamado "Pedra=Pedro" sobre a qual o Senhor construiria a sua Igreja e, as portas do inferno não poderiam vencê-la.

O texto em questão parece seguir revelando que Pedro, antes Simão, falou de algo que ele ainda não compreendia direito pois, Jesus, faz questão de explicar que tipo de Messias Ele é: aquele que sofre, carrega a cruz, é pregado e morre nela.   Isso faz simão Pedro fazer uma espécie de ressalva: "Deus não permitirá isso!"   Nesse momento, Pedro é chamado de "Satanás=Pedra de Tropeço!" = não pensou as coisas de Deus mas do mundo.

O capítulo 16 continua e, agora, Jesus mostra os critérios para seguí-Lo: "renúncia de si mesmo e aceitação da cruz de cada dia!"   Afirma que aquele que "perder a sua vida por ele, a retomará mas, aquele que se apega à sua vida, a perderá!"   Nesse ponto, o capítulo 16 de Mateus termina.

Podemos imaginar como ficaram os ânimos dos discípulos depois de tantas informações complicadas: amendrontados e desencantados!

Por isso, começamos o capítulo 17 (texto da Festa de Hoje) com uma espécie de "alento" oferecido por Jesus aos seus: subir ao Monte com Pedro, Tiago e João e, no alto do Monte ser transfigurado quer revelar que o Senhor Jesus, que falou tão duramente no capítulo 16, é o Messias e tem para os seus, a glória da Montanha.

No Evangelho de hoje, os discípulos experimentam o que de fato os espera após a batalha deste mundo: a glória, a vida de Deus!   Jesus que conversa com Moisés e Elias é a realização das Promessas, da Lei, das Profecias; Ele é o "Filho de Homem de Daniel que está para inaugurar um Novo Reino, que não será de bestas, de feras, de monstros mas de Homens e Mulheres.   Experimentar Jesus dessa forma é muito bom e, os discípulos pedem para continuarem ali mas, é preciso descer e lutar para estabelecer, no pé da Montanha, as realidades experimentadas no seu topo.   Deus Pai, assume Jesus como Seu Filho e pede que todos o escutem = condição para salvação!

Por fim, a Segunda Leitura (II Pd 1, 16-19) nos relata o testemunho deste discípulo, agora apóstolo, sobre a transfiguração:  Pedro afirma que essa não é uma fábula = mentira mas um fato concreto e verdadeiro do qual ele é testemunha ocular e viva.

Celebrar a Festa da Transfiguração deve ser para cada um de nós um momento importante para renovarmos a nossa experiência com Jesus, Filho de Deus.   Subir à Montanha e contemplá-Lo transfigurado deve ser ótima ocasião de aumento de nossa Fé e, consequentemente, de nossa adesão a Ele!

Fiquem em Paz e, até a próxima!