sexta-feira, 28 de outubro de 2011

"Civilidade e Barbárie: as Contradições do Mundo que se auto-afirma "MODERNO""

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Gostaria de partilhar com vocês algumas "inquietações" que, vira e mexe, voltam aos meus pensamentos  quando, observando e ouvindo o mundo que nos cerca, percebo suas contradições.   São, apenas, questionamentos que me pego fazendo para mim mesmo e, que por meio deste veículo, posso pô-las para "fora" de mim.   Vendo os telejornais nos últimos dias, alguns fatos me chamaram muito a atenção e, geralmente, é a partir das notícias que vejo e ouço, é que me veêm à mente, tais indagações.

Assim, não sei se vocês acompanharam, tivemos agora há pouco, o "assassinato brutal" de Muamar KADAF e, assim como ocorreu com Osama Bin Laden, foi algo que me chocou profundamente.   Vivemos num "Mundo Civilizado" mas, de vez em quando (para não dizer de vez em sempre) nos deparamos com cenas que, mais parecem a reprodução de épocas bárbaras do passado (que, diaga-se de passagem, historicamente falando, está muito distante de nós!).   É impossível não ficar chocado com a apresentação da "MORTE" como uma espécie de "troféu" que se exibe como se fosse algo "BOM" em si mesmo.   Ninguém está querendo que o mal prossiga no mundo porém, é preciso entender que a destruição do mal não se dá com a mera eliminação do malvado.    É preciso entender que a "Pessoa" está acima de tudo, inclusive de suas próprias ações e, portanto, não podemos confundir o Ser Humano com aquilo que ele faz (sobretudo, de mal).   A Pessoa tem que "valer mais"!   Como afirmou a nossa Presidenta Dilma: "Reconhecemos o mal produzido por Kadaf mas, em hipótese alguma, se pode comemorar a Morte de quem quer que seja!"   E, acrescento eu: "Pois a Morte não é algo que mereça ser comemorado!"   Mesmo que seja em nome um "mundo melhor", a Morte é sempre uma estratégia errada, equivocada pois a melhora do mundo passa pela mudança dos corações e não pela eliminação, pura e simples, das pessoas que alguns, de forma arbitrária, julgam não serem "boas" para o mundo que elas (autoridades) pensam.

Outro ponto que me chamou a atenção nestes últimos dias foi a resolução dos líderes europeus com relação à divida da Grécia.    Quem acompanha o noticiário sabe que, há alguns meses, a crise européia se mostrou ao mundo com grande força, sobretudo na Grécia, Espanha, Portugal, Itália e Irlanda.    Durante muito tempo, os líderes do bloco tentaram - sem sucesso - encontrar uma forma de "salvar-se", sem comprometer-se, de fato, com a questão.    Pensavam que o problema enfrentado por alguns deveria ser solucionado por estes alguns.   "Não é justo que quem não produziu dívidas tenha que pagá-las" - pensavam!    Foram meses e meses de busca de soluções mas que,  em momento algum, tais soluções apareciam.   Nesta semana, numa quase que "última investida" - pois todos se encontraram às portas do precipício da falência - concluiram: "Ou TODOS nos unimos e salvamos a Grécia ou, desunidos, pereceremos TODOS com a Grécia!"   Que conclusão lógica porém tão demorada para ser tomada.    Imediatamnte, quando ouvi e vi tal notícia, pensei na Primeira Leitura do XXX Domingo do Tempo Comum (domingo passado - 23/10/11), do Livro do Êxodo, aonde Javé pede que a Comunidade viva comunitariamente sem oprimir ninguém e, oferecendo o possível para que o outro tenha sua vida garantida.    Em Comunidade - e, mais uma vez insisto: vivemos numa GRANDE COMUNIDADE GLOBAL! - as alegrias devem ser partilhadas bem como as tristezas.    Ou, nos salvamos em Comum ou nos perderemos em conjunto.    Percebemos, aqui, que as soluções dos grandes problemas da humanidade estão estreitamente ligados àquilo que na Palavra de Deus nos é proposto.   Na verdade, as soluções são simples; nós complicamos por conta de nossa ganância e fechamento em nós mesmos.

Por último, para fechar este texto, gostaria de chamar a atenção para um episódio, no mínimo escandaloso (para não usar outro termo mais gritante): "o fato ocorrido numa creche, na cidade de Piracicaba (interior de São Paulo), entre uma criança de 03 anos e sua educadora!"   Não sabemos de toda a história mas, o que foi noticiado é que a criança em questão chutou a professora e, esta, resolveu fazer um boletim de ocorrência contra tal criança.   É verdade que a Instituição desmentiu tal fato e afirmou que o B.O. foi feito por conta da avó da criança e, que a criança foi à Delegacia por estar com a mesma.    Porém, a presentação do B.O. na TV revela que foi contra a criança mesmo.    Bom, sem mais delongas, independetemente do que fez a criança, do B.O. ou qualquer outra coisa, importante é refletir sobre tal fato.   Poderíamos nos questionar:   o que esperar de uma Cidade, de um Estado, de um País, do Munodo que não consegue travar, o mínimo necessário, de relações saudáveis?  O que fez esta criança - repito: de 03 anos de idade - revela, desvela que tipo de sociedade?   Qual o papel da Família, da Escola, da  Polícia, da Igreja, entre outros, na formação INTEGRAL do ser humano.   Se é verdade o que diz algumas teorias à respeito da formação do ser humano (teorias sóciointeracionistas) de que o ser humano se faz na CONVIVÊNCIA COM OUTROS SERES HUMANOS, que na verdade NÓS NOS TORNAMOS HUMANOS QUANDO APRENDEMOS COM OS OUTROS HUMANOS AS SUAS CARACTERÍSTICAS, por que esta criança está se comportando desta forma?   O que está faltando?   De quem é a responsabilidade pela formação das NOVAS GERAÇÕES DE SERES HUMANOS?

Respostas prontas, eu não as tenho porém, não posso deixar de levantar questionamentos sobre situações que me chocam e, desses questionamentos, me perguntar a mim mesmo: QUAL A MINHA PARCELA DE RESPONSABILIDADE NISSO TUDO?

É só para pensar!!!!     

"XXXI Domingo do Tempo Comum: A Autenticidade Religiosa está no Falar e Fazer!" - 30 de Outtubro de 2011

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Estamos chegando cada vez mais perto do final do Ano Litúrgico e, assim sendo, a grande questão que nos deve acompanhar é: "Estamos nos preparando, adequadamente, para o nosso Encontro Pessoal com o senhor que se aproxima?" ou: "Como estamos nos preparando: com cumprimentos - puros e simples - de ritos ou com uma vida comprometida com a causa do Reino de Deus?"   Chegar ao final de mais um ano deve trazer à tona essa necessidade de revisão de vida para que adentremos ao Novo Ano que desponta no horizonte mais fortalecidos para não cometermos os mesmos erros que neste, que está ficando para trás, cometemos.

Assim, a Palavra de Deus que está nos acompanhando nestas últimas semanas (sobretudo o XXIX e XXX Domingos do Tempo Comum) vem nos mostrando o verdadeiro sentido da vida do crente.   No XXIX Domingo, o Senhor Jesus nos alertava para a necessidade de entendermos que a nossa vida é propriedade, única e exclusiva, de Deus e, portanto, precisamos "devolver a Deus o que é de Deus!"   Nesta semana em questão, uma pergunta ficava no ar: "Mas, como podemos devolver a Deus o que é de Deus?"   E, a partir do XXX Domingo, estamos tentando responder a tal questão.   Começamos, no domingo passado a compreender que o primeiro passo para essa devolução está na PRÁTCA do AMOR pois, diz Jesus, "O maior mandamento da Lei é o AMOR: a Deus sobre todas as coisas e, ao Próximo como a nós mesmos!"   Porém, mesmo com tal informação, nos pegamos com questões do tipo: "Mas, que tipo de Amor é esse de que nos fala Jesus?"   ou: "Como saber se a minha prática está respaldada neste Amor de que tanto fala?"   E, no próprio XXX Domingo, a Primeira Leitura do livro do Êxodo nos ajudava afirmando que tal Amor se revela na prática concreta de vida pois Deus percebe o nosso Amor para com Ele quando, concretamente, fazemos ao PRÓXIMO, ao que NECESSITA tudo aquilo que, de fato, ele estiver precisando.   Assim, afirmava a Palavra: "Não maltrates o ESTRANGEIRO, não OPRIMAS o ÓRFÂO e a VIÚVA, não EMPRESTES o "seu" DINHEIRO com USURA e, muito menos, TOMES o MANTO DO POBRE COMO PAGAMENTO DA DÍVIDA!"    Viver desta forma, sendo para o OUTRO o que o outro precisa, é, em primeira e última instância "DEVOLVER A DEUS O QUE É DE DEUS!"

Hoje, neste XXXI Domingo do Tempo Comum, continuamos nossa reflexão, no sentido de entender como realizar essa "DEVOLUÇÃO" daquilo que é de Deus, isto é, a nossa VIDA.   E, na Palavra de hoje, damos mais um passo nesta busca pela compreensão, exata, desta questão.   Vejamos:

Podemos dizer que, grosso modo, a grande "PISTA" que a Palavra nos fornece hoje é a "necessidade de levarmos uma vida autêntica, falando aquilo que fazemos e fazendo aquilo que falamos".   Diante de Deus não conta uma vida marcada pela "hipocrisia", pela "falsidade", pela "mentira", pela "representação".   Assim, já na Primeira Leitura (Ml 1, 14b-2, 1-2.8-10), vemos o Profeta, alertando os sacerdotes para este erro.   Estamos no séc. V a.C. e, nesta época a vida da Comunidade já havia sido reconstruída (profetas Ageu e Zacarias - profetas da época da reconstrução pós-exílio).   Depois do Exílio na Babilônia, a vida da Comunidade, a sua Identidade como Povo foi pautada pela fidelidade à Vontade de Deus e, o Povo entendeu que tal fidelidade viria pela "reconstrução do Templo de Jerusalém e, pela observância minunciosa dos códigos da Aliança, bem como, de um Culto muito bem elaborada, sem erros e pecados!"   Tudo isso teria sido muito bom se todo este "aparato externo" fosse acompanhado de uma "mudança interna", do "coração" - o que não ococrreu.    Ao contrário, todas estas ações acabaram por produzir uma "Religião dos Ritos Externos Puros e Simples", sem implicações na vida concreta das pessoas.   Os líderes religiosos (sacerdotes - no caso da Leitura de hoje), não estavam "glorificando no Nome do Senhor".   Estes, se "afastaram do Caminho e se trasformaram em pedras de tropeço para os outros".   Por isso, afirma o Profeta Malaquias: "Tais sacerdotes foram rebaixados diante do Povo!"   Tais Sacerdotes não zelaram pelo "Pacto de Levi" e perderam o verdadeiro sentido da Lei: "SOMOS TODOS IGUAIS!"   Em nome da "Lei", cada um passou a ser "DESONESTO COM SEU IRMÃO!"

Percebemos aqui, como que a Religião pode ser manipulada para esconder as maldades, as fraudes, as desonestidades e, tantos outros males por trás da "roupagem de práticas estéreis de cultos".   Tal "religião" não cumpre a sua real função que a de "re-ligar (do latim, religare) o ser humano com seu Deus!"   Mas, ao contrário, afasta as pessoas do contato com Deus.   

É contra esta postura "mentirosa", "falsa" e "hipócrita" que vemos Jesus, no Evangelho de hoje, se levantando.   Mt 23, 1-12 nos relata o ponto alto das investidas de Jesus contra os "Mestres da Lei e Fariseus" (conhecidos pelo apego, pela compreensão e explanação da Lei aos outros).   Eram conhecidos por "fiéis observadores da Lei"  mas, Jesus revela o que de fato são: "Mentirosos, falsos, hipócritas" pois "falam, ensinam mas NÃO PRATICAM!"   Portanto, afirma: "as pessoas devem ouvir o que falam mas não fazer o que fazem!"   Estes líderes, com à época de Malaquias, usam a Palavra, a Lei para retirar proveitos pessoais e, ainda mais, "amarram pesados fardos nos outros, fardos estes que eles não carregam em si mesmos!"   A Lei, oferecida a nós para que nós nos tornássemos melhores para os OUTROS (vide a Leitura do Êxodo do domingo passado), se tornou um "instrumento" para auto-promoção: "observam a Lei para serem observados pelos outros, tudo que fazem tem um único objetivo: SEREM ELOGIADOS, RECONHECIDOS, APLAUDIDOS e, por conseguinte, SERVIDOS PELO POVO!"    Esta é a MAIOR distorção que alguém pode fazer da Palavra de Deus, de Sua Lei:  "USÁ-LA PARA SI MESMO!"   Tudo que o Senhor fala, ensina e pede é que "sejamos mais para o Outro pois este OUTRO é causa de nossa  (juntamente com a entrega do Senhor na Cruz) de nossa Salvação!   Enquanto peregrinamos neste mundo é importante que façamos, pelo menos em pequenas doses, aquilo que será plenamente vivido no Céu: "SEREMOS IRMÃOS E , CONSEQUENTEMENTE, IGUAIS!"   Daí, ninguém ser "Guia" ou "Mestre" de ninguém pois TODOS temos um só GUIA E MESTRE: Deus, revelado em Jesus!   O caminho da exaltação divina passa, necessariamente, pela humilhação mundana!

Esta Verdade refletida acima, podemos afirmar, foi a marca da vida do Apóstolo Paulo e, na Segunda Leitura de hoje (I Ts 2, 7b-9.13), o vemos falar da mesma.   Ele se mostra como verdadeiro representante de Jesus, tanto que se apresentou àquela comunidade sem nenhuma "credencial" de grandeza mas, ao contrário, "como uma mãe que deseja acalantar seu filho!"   Este Amor fez com que o Apóstolo se sentisse motivado a "oferecer, não somente o Evangelho, mas a própria vida".    Com o trabalho das próprias mãos de manteve e, gratuitamente, ofereceu aquilo que gratuitamente, recebeu: o EVANGELHO!

Percebemos, amados irmãos e irmãs que viver esta vida dentro da perspectiva evangélica não é tarefa simples e fácil.   As exigências são grandes e, não raras vezes, nos colocam em encruzilhadas aonde deveremos fazer opções: à favor ou contra a nossa Fé!    A decisão, em última instância é de cada um (a)!

Pense nisso com carinho!!!!!

OREMOS:  Ó Deus, celebrando este Domingo, nós Vos agradecemos, louvamos e bendizemos pelo Amor demonstrado por cada um (a) de nós.   Vos pedimos que nos ajudeis a crecer na Fidelidade à Sua Vontade.   Afastai de nós a hipocrisia e nos ensine cada dia a viver aquilo que aprendemos de Vós!   Isto Vos pedimos, pelos merecimento de Jesus, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo!   Amém!     

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

"XXX Domingo do Tempo Comum: O Amor ao Próximo como comprovação concreta do nosso Amor a Deus!" - 23 de Outubro de 2011

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Estamos, cada vez mais, próximos do final do Anor Litúrgico de 2011.   Com esta Celbração do XXX  Domingo do tEmpo Comum nos colocamos às portas deste fim.   Assim, a Palavra de Deus vai ficando cada vez mais clara (para nossa compreensão mental, intelectual) mas, ao mesmo tempo, vamos percebendo o quão longe estamos de vivê-la plenamente.    Parece uma contradição mas, é isso mesmo: quanto mais clara é a Palavra para nossa compreensão intelectual mas percebemos a dificuldade que é pô-la em prática.

Poderíamos afirmar que, grosso modo, a Palavra de Deus deste domingo no afirma com todos os f(s) e r(s) que não "É POSSÌVEL AMAR A DEUS SEM AMAR OS IRMÃOS!"    Acredito que todos, ao lerem a Palavra proposta para a Celebração, chegarão à mesma conclusão.

Assim, temos a Primeira Leitura (Ex 22, 20-26) que, nada mais é, do que uma coletânea de "ordens" dadas pelo Senhor para que o povo possa demonstrar a sua fidelidade.   Lendo tal trecho percebemos que todos os "preceitos" estão relacionados à convivência harmoniosa com o próximo, sobretudo, aqueles que mais necessitam de nós: ESTRANGEIRO, VIÚVA, ÓRFÃO e POBRE.   Javé deixa muito claro que o mal feito a qualquer um desses "pequenos" será tomado com um mal feito a Ele mesmo e, por conta disso tal situação não ficará sem resposta mas, ao contrário, produzirá a Sua cólera contra aquele que o praticou.   Estes irmãos, por só possuírem Javé como defensor, clamarão por Ele e, Este, por sua vez, os ouvirá e fará "JUSTIÇA"!   Javé, neste texto se identifica plenamente com o irmão que sofre e, se colocando do lado dele, o defende contra toda espécie de maldade.

No Evangelho (Mt 22, 34-40) vemos, na boca de Jesus, esta mesma ideia da Primeira Leitura.   Ao ser interrogado pelos fariseus sobre o maior mandamento da Lei - já que à época de Jesus, os 10 mandamentos, haviam se transformado em 613 normas -, ouvem Jesus afirmar que há um que é a base, o mais importante, o MAIOR:   "AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS" e, acrescenta um segundo que, afirma Ele, É TÃO IMPORTANTE QUANTO O PRIMEIRO, a saber:  "AMAR O PRÓXIMO CMOMO A TI MESMO!"   E, conclui:  "DESTES DOIS MANDAMENTOS DEPENDEM TODA A LEI E OS PROFETAS!"   

Às vezes, podemos praticar uma religião devencilhada da vida concreta de nossos irmãos.   Pensamos, por vezes, que servir a Deus significa, única e exclusivamente, ir à Igreja, cumprir este ou aquele rito e, estará tudo bem.    A Palavra de Deus de hoje nos alerta para tal perigo pois, a nossa Religião (o Cristianismo) é eminentemente, prática.   Não existe a menor possibilidade de alguém se declarar "CRISTÃO" e nãos er capaz de transformar sua Fé em Vida.    Servir a Deus e amá-Lo é, antes de qualquer coisa, saber SERVIR E AMAR AQUELE QUE ELE COLOCOU EM NOSSA VIDA!   Deus e Homem estão imbricados um no outro de modo que não há a menor possibilidade de estar com um sem estar com o outro.

São Paulo (I Ts 1, 5c-10) nos revela que o seu encontro pessoal com o Senhor, o conduziu ao encontro dos irmãos (sobretudo os mais distantes - Tessalônica = Pagã) para revelar-lhes, com sua vida concreta, o quanto Deus os amava.   Esta experiência foi extremamente benéfica que fez surgir nesta cidade pagã uma grande Comunidade de Crentes que levaram, adiante, aquilo que receberam do Apóstolo.

Peçamos a Deus, nesta Celebração que ajude a cada um de nós a viver, concretamente, as verdades que professamos, a Fé que dizemos possuir conosco.    Que os nossos irmãos sintam, na relação conosco, o VERDADEIRO AMOR DE DEUS QUE ULTRAPASSA AS FRONTEIRAS QUE O PECADO CRIOU ENTRE NÓS.   ASSIM SEJA!    



quinta-feira, 13 de outubro de 2011

"XXIX Domingo do Tempo Comum: Dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus!" - 16 de Outubro de 2011

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Tendo encerrado na última semana (XXVIII) os confrontos entre Jesus e as Autoridades Religiosas e Políticas do seu tempo (Sacerdotes do Templo e anciãos do Povo) e que nos revelou a grande distância existente entre as nossas concepções de Deus e, aquilo que, de fato, Deus fala de Si mesmo na Sua Palavra, iniciaremos, hoje, uma nova etapa, já nos colocando em alerta sobre o final do Ano Litúrgico que está, cada vez mais, próximo.

A Palavra de Deus de hoje nos oferece a oportunidade de refletir, num primeiro momento, sobre o Poder de Deus, capaz de utilizar dos mais diversos meios, instrumentos, pessoas ... para fazer acontecer a Sua Santa Vontade.   Assim, a Primeira Leitura (Is 45, 1.4-6) nos apresenta "CIRO" (Rei Persa - Pagão) como o "UNGIDO" que irá dar a liberdade ao Povo para regressar à sua Pátria (Jerusalém), após 50 anos de Exílio na Babilônia.   Este rei persa será um instrumento divino para fazer ao povo aquilo que o próprio Deus quer fazer: "submeter os povos ao seu domínio, dobrar o orgulho dos reis, abrir todas as portas à sua marcha, e para não deixar trancar os portões".   Todo este Amor de Deus para com Jacó e Israel é para provar que somente "Ele é Senhor e não há outro".   Isto nos faz pensar na necessidade que temos de reconehcer o Senhor como nosso único Senhor e, portanto, podermos devolver a Ele tudo que, de fato, lhe pertence.   A vida do ser humano é obra e graça de Deus e, a a realização da mesma, só será possível, se voltada para Aquele que a criou.

Ouvindo esta leitura do Profeta Isaías, nos preparamos para compreender, melhor, o Evangelho da Celebração de hoje (Mt 22, 15-21).

Neste texto, Mateus nos apresenta Jesus que, mais uma vez, é posto numa situação embaraçosa pelos seus adversários (discípulos dos Fariseus e partidários de Herodes).   Estes querem pôr Jesus à prova e, para tanto, fazem-lhe uma pergunta, no mínimo, capiciosa: "É lícito ou não "PAGAR" o imposto a César?"   Ora, tal pergunta coloca Jesus numa espécie de "saia justa" pois se afirmasse a liceidade do imposto ficaria bem com os romanos que oprimiam o povo mas, em contrapartida, ficaria mal com o seu povo; se negasse, ficaria bem com o seu povo mas se encrencaria com o Poder Romano instituído.   Parece que não há saída!   Apesar dos elogios, Jesus percebe a maldade no coração dos seus interlocutores e, responde chamando o grupo de hipócritas pois, apesar de serem líderes do povo, estão atrelados ao poder que explora e mata.   Tanto isso é verdade que ao pedir uma moeda com a qual se apgava o imposto, imediatamente, eles a apresentam (carregavam com eles a moeda que eles mesmos diziam ser uma espécie de idolatria que a Lei Mosaica proibia - Lei esta na qual eram versados!).    Ao ver a moeda, Jesus pergunta de quem eram a inscrição e imagem presentes nela.   Eles respondem que eram de César, o Imperador!   Portanto, conclui Jesus: "DAI A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR E A DEUS O QUE É DE DEUS!"   Tal resposta revela que quando um objeto traz a imagem e/ou nome de alguém, este alguém é o seu proprietário e, portanto, a moeda devia ser devolvida àquele que tinha a sua imagem e nome impressos nela (no casa, César).    Porém, ao mesmo tempo em que afirma a necessidade de "dar a César o que lhe pertence", acrescenta a "NECESSIDADE DE "DEVOLVER" A DEUS O QUE É DELE!"    Poderíamos nos perguntar: "Mas o que traz a inscrição e imagem de Deus para Lhe pertencer?"    E, a resposta, nós a encontramos nas primeiras páginas da Bíblia (Gn 1-2) aonde Deus "cria o ser humano à sua imagem e semelhança".    Portanto, importante é dar a César o que é de César mas, a vida do ser humano (com tudo que ela é e possui) deve ser devolvida a Deus, seu verdadeiro dono.

Na Segunda Leitura (I Ts 1, 1-5b), vemos o Apóstolo Paulo se alegrando com a Comunidade de Tessalônica por ter assimilado esta verdade do Evangelho de hoje.   A fé, demonstrada numa caridade concreta e numa firme esperança de que Deus é o dono de tudo e, mais cedo ou mais tarde teremos que devolver o que, no Seu Amor, nos ofereceu.

Agradeçamos, portanto, a Deus que no Seu Infinito Amor realiza por nós, o que precisamos para experimentar a Sua Vida.   Peçamos a Ele a graça de, na gratidão, devolvermos a nossa vida (fruto de sua bondade e amor) a Ele.    Amém! 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

"XXVIII Domingo do Tempo Comum: O Banquete final" - 09 de Outubro de 2011

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

É com grande alegria que nos encaminhamos, à passos largos, para o final de mais um ano litúrgico e, como estamos refletindo em nossas Celebrações, chegar ao final do ano, deve ser, também, uma oportunidade para refletirmos sobre a vida que, por conta de mais um ano que está findando, também, vai se aproximando do seu fim.

Nestes últimos domingos (sobretudo, do XXV para cá), estamos percebendo os confrontos que o Senhor Jesus vem travando com aqueles que se posicionavam como chefes do povo (tanto no plano religioso como no plano político / civil).   Há, por parte destes, uma compreensão de que foram "escolhidos" por Deus e, portanto, podem "fazer o que quiserem" e, o povo deve "aceitar", passivamente, as suas decisões.   Não aceitam ser igualados àqueles que "chegaram por último e trabalharam menos" (XXV Domingo) e, ao mesmo tempo são como "o segundo filho da parábola (XXVI Domingo) que disse "SIM" mas, depois, não foi trabalhar na Vinha do Pai, não obedecendo" ou, ainda, se comportam como "os arrendatários da Vinha que não devolvem os frutos da mesma e, ainda por cima, maltratam, espancam, matam os enviados e o próprio Filho do dono, querendo tomar posse da Vinha que não lhes pertencia!  (XVII  Domingo)".   Por conta desses "disparates", o trabalho é passado para outros, os de fora, os que não contavam, os excluídos.

Hoje, neste XXVIII Domingo, temos mais um confronto entre Jesus e as autoridades de seu tempo, fechando este ciclo.   Mais uma vez, a Palavra de Deus nos revelará que quando o homem e a mulher não correspondem ao chamado que lhes é feito, outros entram em seu lugar pois a Vontade de Deus não pode ficar sem quem a cumpra.   Vejamos:

Na Primeira Leitura (Is 25, 6-10a), temos um trecho do chamado "Apocalipse de Isaías" (Is 24 - 27).   Usando a imagem do Banquete, o Profeta descreve as maravilhas que o Senhor está para realizar em favor do seu povo.   Para os povos antigos (sobretudo, para os pobres), a ideia de banquete era algo quase inimaginável pois, tal prática era própria dos grandes, dos soberanos, dos reis.   Os pobres, quando muito, comiam uma única vez ao dia e, muito pouco.   Daí, podemos compreender (pelo menos, um pouco), a força destas palavras afirmando que "Javé dará um Banquete para TODOS OS POVOS (sem excluir ninguém = os pobres farão parte, podendo comer e beber à saciedade).   Tal Banquete será de "regado com Vinho Puro e Fino e Pratos Deliciosos".   Era comum, nos banquetes dos grandes, a troca de presentes entre os convivas e, no Banquete da Vida, promovido por Javé, tal ação, também, ocorrerá pois "toda as situaçãoes promotoras de MORTE serão extirpadas do meio das pessoas: ponta da cadeia que ligava todas as nações, a teia que envolvia a todos, a morte, as lágrimas, a desonra do povo!"   Tais ações levarão o povo ao reconhecimento de Javé como "ÚNICO E VERDADEIRO DEUS = AQUELE QUE PROMOVE A VIDA E DEVOLVE A ESPERANÇA PARA TODOS!"

No Evangelho (Mt 22, 1-14), encerramos a sequência das três parábolas (as outras duas foram meditadas nos dois últimos domingos), contadas por Jesus para fazer o contraponto com a prática dos seus adversários (religiosos e políticos / civis = sacerdotes e anciãos do povo).  Ligando-se à Primeira Leitura, temos o retorno da ideia do "BANQUETE".   É interessante perceber que, vira e mexe, a Palavra de Deus nos revela que a Vida em Deus é sempre rodeada de "FESTAS, BANQUETES, ALEGRIA, MÚSICA, DANÇAS", entre outros.  Jesus, incia a sua Vida Pública numa Festa de Casamento e, a conclui numa CEIA PASCAL e, neste intervalo entre uma e outra, participa de muitos momentos deste tipo.   Daí, é importante pensar na nossa conduta de seguidores do Mestre pois, em muitos momentos, apresentamos um "ar sombrio, triste, carrancudo com tudo e todos", criticamos aqueles que portam uma alegria, um entusiasmo típicos de quem se encontrou com o Mestre da Justiça descrito por São Mateus.   Mas, vamos ao que interessa de fato.    

Jesus compara o Reino dos Céus à uma Festa de Casamento de um Filho de Rei.   Tudo foi preparado e, por fim, os convites foram feitos.   Penso que, de acordo com a lógica, os convites foram destinados "àqueles que os Rei pensava serem seus íntimos, amigos" mas, ao contrário do esperado, estes revelam pela postura, que não tinham tanto apreço assim pelo tal Rei pois, preferem tomar conta de suas "coisinhas" e, alguns, irritados, chegam ao cúmulo de espancar, maltratar, matar os que foram enviados para fazer o convite (lembram-se da parábola da semana passada?   Como os empregados do Dono da Vinha foram recebidos pelas pessoas que arrendaram-na?).   Diz a parábola que o Rei indignado "paga com a mesma moeda = mata e destrói a cidade destes perversos e, decide que a "FESTA NÃO PODE FICAR SEM ACONTECER!"   Numa decisão inédita, o Rei manda buscar todo e qualquer "tipo de gente" que fosse encontrado "nas esquinas das praças e das ruas da cidade" e, aqui, vale à pena ressaltar que esquinas eram os finais das ruas, quando a cidade oficial terminava e, uma "espécie" de periferia começava = local de pobres, de excluídos.   Estes, que são muitos, em pouco tempo, enchem a sala da festa: maus e bons.   A Festa de Deus não pode parar pelo fato de alguns não aceitarem o convite que lhes foi feito.   Se uns não querem, outros, ao contrário, parecem viver na expectativa de serem convidados e aceitarem tal convite imediatamente.

Por fim, o Evangelho revela uma atitude um tanto quanto estranha do Rei pois, saindo a passear entre os convivas, descobre um "sem o traje de Festa".   Ora, mas isso já seria de se esperar e, digo mais, difícil seria, no meio daqueles convidados encontrar alguém que estivesse, adequadamente, vestido pois foram apanhados na "esquinas das ruas e praças".   Porém, a atitude do Rei nos põe em alerta e nos questiona: Por que agiu assim?   Que traje é este? Como fazê-lo, confeccioná-lo para não ser "jogado fora"?   Na semana passada, o Profeta Isaías, nos falava da Vinha bem construída e cuidada que, no fim produziu uvas azedas e selvagens e, por fim, dizia que a Vinha era Israel e que Deus esperava Frutos Bons (de Justiça e Bondade) mas, ao contrário, os frutos eram azedos e selvagens porque injustos e maudosos.    Este pode ser um texto que nos ajuda a entender qual o traje da festa e como confeccioná-lo: é o TRAJE DA JUSTIÇA E DA BONDADE, confeccionado por aqueles (as) que vivem praticando tais ações.    Entrar e permancer nesta Festa de Casamento do Filho do Rei (Jesus) só será possível para aqueles (as) que conseguem viver a sua vida dentro deste esquema (aliás, diga-se de passagem, esquema este, odiado e nunca vivido pelos interlocutores de Jesus, a saber, sacerdotes e anciãos do povo).

Parece difícil viver assim?   A Segunda Leitura (Fl 4, 12-14.19-20), continua nos ofercendo a receita: "Tudo podemos quando estamos unidos Àquele que TUDO PODE!"   Viver em Deus é a receita para cumprir o que Ele pede e espera de cada um de nós!

OREMOS:

Senhor, nosso Deus, hoje queremos render-Vos graças porque apesar de nossas fraquezas e pecados, nos convidais a tomar parte no BANQUETE DA VIDA, preparado por Vós para TODOS.   Dá-nos, Vos pedimos, a GRAÇA de trajarmos a veste adequada e, não sermos surpreendidos e postos para fora na última hora.   Isto Vos pedimos, pelos merecimentos de Jesus, na Unidade do Espírito Santo.  Amém!