quarta-feira, 5 de outubro de 2011

"XXVIII Domingo do Tempo Comum: O Banquete final" - 09 de Outubro de 2011

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

É com grande alegria que nos encaminhamos, à passos largos, para o final de mais um ano litúrgico e, como estamos refletindo em nossas Celebrações, chegar ao final do ano, deve ser, também, uma oportunidade para refletirmos sobre a vida que, por conta de mais um ano que está findando, também, vai se aproximando do seu fim.

Nestes últimos domingos (sobretudo, do XXV para cá), estamos percebendo os confrontos que o Senhor Jesus vem travando com aqueles que se posicionavam como chefes do povo (tanto no plano religioso como no plano político / civil).   Há, por parte destes, uma compreensão de que foram "escolhidos" por Deus e, portanto, podem "fazer o que quiserem" e, o povo deve "aceitar", passivamente, as suas decisões.   Não aceitam ser igualados àqueles que "chegaram por último e trabalharam menos" (XXV Domingo) e, ao mesmo tempo são como "o segundo filho da parábola (XXVI Domingo) que disse "SIM" mas, depois, não foi trabalhar na Vinha do Pai, não obedecendo" ou, ainda, se comportam como "os arrendatários da Vinha que não devolvem os frutos da mesma e, ainda por cima, maltratam, espancam, matam os enviados e o próprio Filho do dono, querendo tomar posse da Vinha que não lhes pertencia!  (XVII  Domingo)".   Por conta desses "disparates", o trabalho é passado para outros, os de fora, os que não contavam, os excluídos.

Hoje, neste XXVIII Domingo, temos mais um confronto entre Jesus e as autoridades de seu tempo, fechando este ciclo.   Mais uma vez, a Palavra de Deus nos revelará que quando o homem e a mulher não correspondem ao chamado que lhes é feito, outros entram em seu lugar pois a Vontade de Deus não pode ficar sem quem a cumpra.   Vejamos:

Na Primeira Leitura (Is 25, 6-10a), temos um trecho do chamado "Apocalipse de Isaías" (Is 24 - 27).   Usando a imagem do Banquete, o Profeta descreve as maravilhas que o Senhor está para realizar em favor do seu povo.   Para os povos antigos (sobretudo, para os pobres), a ideia de banquete era algo quase inimaginável pois, tal prática era própria dos grandes, dos soberanos, dos reis.   Os pobres, quando muito, comiam uma única vez ao dia e, muito pouco.   Daí, podemos compreender (pelo menos, um pouco), a força destas palavras afirmando que "Javé dará um Banquete para TODOS OS POVOS (sem excluir ninguém = os pobres farão parte, podendo comer e beber à saciedade).   Tal Banquete será de "regado com Vinho Puro e Fino e Pratos Deliciosos".   Era comum, nos banquetes dos grandes, a troca de presentes entre os convivas e, no Banquete da Vida, promovido por Javé, tal ação, também, ocorrerá pois "toda as situaçãoes promotoras de MORTE serão extirpadas do meio das pessoas: ponta da cadeia que ligava todas as nações, a teia que envolvia a todos, a morte, as lágrimas, a desonra do povo!"   Tais ações levarão o povo ao reconhecimento de Javé como "ÚNICO E VERDADEIRO DEUS = AQUELE QUE PROMOVE A VIDA E DEVOLVE A ESPERANÇA PARA TODOS!"

No Evangelho (Mt 22, 1-14), encerramos a sequência das três parábolas (as outras duas foram meditadas nos dois últimos domingos), contadas por Jesus para fazer o contraponto com a prática dos seus adversários (religiosos e políticos / civis = sacerdotes e anciãos do povo).  Ligando-se à Primeira Leitura, temos o retorno da ideia do "BANQUETE".   É interessante perceber que, vira e mexe, a Palavra de Deus nos revela que a Vida em Deus é sempre rodeada de "FESTAS, BANQUETES, ALEGRIA, MÚSICA, DANÇAS", entre outros.  Jesus, incia a sua Vida Pública numa Festa de Casamento e, a conclui numa CEIA PASCAL e, neste intervalo entre uma e outra, participa de muitos momentos deste tipo.   Daí, é importante pensar na nossa conduta de seguidores do Mestre pois, em muitos momentos, apresentamos um "ar sombrio, triste, carrancudo com tudo e todos", criticamos aqueles que portam uma alegria, um entusiasmo típicos de quem se encontrou com o Mestre da Justiça descrito por São Mateus.   Mas, vamos ao que interessa de fato.    

Jesus compara o Reino dos Céus à uma Festa de Casamento de um Filho de Rei.   Tudo foi preparado e, por fim, os convites foram feitos.   Penso que, de acordo com a lógica, os convites foram destinados "àqueles que os Rei pensava serem seus íntimos, amigos" mas, ao contrário do esperado, estes revelam pela postura, que não tinham tanto apreço assim pelo tal Rei pois, preferem tomar conta de suas "coisinhas" e, alguns, irritados, chegam ao cúmulo de espancar, maltratar, matar os que foram enviados para fazer o convite (lembram-se da parábola da semana passada?   Como os empregados do Dono da Vinha foram recebidos pelas pessoas que arrendaram-na?).   Diz a parábola que o Rei indignado "paga com a mesma moeda = mata e destrói a cidade destes perversos e, decide que a "FESTA NÃO PODE FICAR SEM ACONTECER!"   Numa decisão inédita, o Rei manda buscar todo e qualquer "tipo de gente" que fosse encontrado "nas esquinas das praças e das ruas da cidade" e, aqui, vale à pena ressaltar que esquinas eram os finais das ruas, quando a cidade oficial terminava e, uma "espécie" de periferia começava = local de pobres, de excluídos.   Estes, que são muitos, em pouco tempo, enchem a sala da festa: maus e bons.   A Festa de Deus não pode parar pelo fato de alguns não aceitarem o convite que lhes foi feito.   Se uns não querem, outros, ao contrário, parecem viver na expectativa de serem convidados e aceitarem tal convite imediatamente.

Por fim, o Evangelho revela uma atitude um tanto quanto estranha do Rei pois, saindo a passear entre os convivas, descobre um "sem o traje de Festa".   Ora, mas isso já seria de se esperar e, digo mais, difícil seria, no meio daqueles convidados encontrar alguém que estivesse, adequadamente, vestido pois foram apanhados na "esquinas das ruas e praças".   Porém, a atitude do Rei nos põe em alerta e nos questiona: Por que agiu assim?   Que traje é este? Como fazê-lo, confeccioná-lo para não ser "jogado fora"?   Na semana passada, o Profeta Isaías, nos falava da Vinha bem construída e cuidada que, no fim produziu uvas azedas e selvagens e, por fim, dizia que a Vinha era Israel e que Deus esperava Frutos Bons (de Justiça e Bondade) mas, ao contrário, os frutos eram azedos e selvagens porque injustos e maudosos.    Este pode ser um texto que nos ajuda a entender qual o traje da festa e como confeccioná-lo: é o TRAJE DA JUSTIÇA E DA BONDADE, confeccionado por aqueles (as) que vivem praticando tais ações.    Entrar e permancer nesta Festa de Casamento do Filho do Rei (Jesus) só será possível para aqueles (as) que conseguem viver a sua vida dentro deste esquema (aliás, diga-se de passagem, esquema este, odiado e nunca vivido pelos interlocutores de Jesus, a saber, sacerdotes e anciãos do povo).

Parece difícil viver assim?   A Segunda Leitura (Fl 4, 12-14.19-20), continua nos ofercendo a receita: "Tudo podemos quando estamos unidos Àquele que TUDO PODE!"   Viver em Deus é a receita para cumprir o que Ele pede e espera de cada um de nós!

OREMOS:

Senhor, nosso Deus, hoje queremos render-Vos graças porque apesar de nossas fraquezas e pecados, nos convidais a tomar parte no BANQUETE DA VIDA, preparado por Vós para TODOS.   Dá-nos, Vos pedimos, a GRAÇA de trajarmos a veste adequada e, não sermos surpreendidos e postos para fora na última hora.   Isto Vos pedimos, pelos merecimentos de Jesus, na Unidade do Espírito Santo.  Amém!
          

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