sexta-feira, 28 de outubro de 2011

"XXXI Domingo do Tempo Comum: A Autenticidade Religiosa está no Falar e Fazer!" - 30 de Outtubro de 2011

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Estamos chegando cada vez mais perto do final do Ano Litúrgico e, assim sendo, a grande questão que nos deve acompanhar é: "Estamos nos preparando, adequadamente, para o nosso Encontro Pessoal com o senhor que se aproxima?" ou: "Como estamos nos preparando: com cumprimentos - puros e simples - de ritos ou com uma vida comprometida com a causa do Reino de Deus?"   Chegar ao final de mais um ano deve trazer à tona essa necessidade de revisão de vida para que adentremos ao Novo Ano que desponta no horizonte mais fortalecidos para não cometermos os mesmos erros que neste, que está ficando para trás, cometemos.

Assim, a Palavra de Deus que está nos acompanhando nestas últimas semanas (sobretudo o XXIX e XXX Domingos do Tempo Comum) vem nos mostrando o verdadeiro sentido da vida do crente.   No XXIX Domingo, o Senhor Jesus nos alertava para a necessidade de entendermos que a nossa vida é propriedade, única e exclusiva, de Deus e, portanto, precisamos "devolver a Deus o que é de Deus!"   Nesta semana em questão, uma pergunta ficava no ar: "Mas, como podemos devolver a Deus o que é de Deus?"   E, a partir do XXX Domingo, estamos tentando responder a tal questão.   Começamos, no domingo passado a compreender que o primeiro passo para essa devolução está na PRÁTCA do AMOR pois, diz Jesus, "O maior mandamento da Lei é o AMOR: a Deus sobre todas as coisas e, ao Próximo como a nós mesmos!"   Porém, mesmo com tal informação, nos pegamos com questões do tipo: "Mas, que tipo de Amor é esse de que nos fala Jesus?"   ou: "Como saber se a minha prática está respaldada neste Amor de que tanto fala?"   E, no próprio XXX Domingo, a Primeira Leitura do livro do Êxodo nos ajudava afirmando que tal Amor se revela na prática concreta de vida pois Deus percebe o nosso Amor para com Ele quando, concretamente, fazemos ao PRÓXIMO, ao que NECESSITA tudo aquilo que, de fato, ele estiver precisando.   Assim, afirmava a Palavra: "Não maltrates o ESTRANGEIRO, não OPRIMAS o ÓRFÂO e a VIÚVA, não EMPRESTES o "seu" DINHEIRO com USURA e, muito menos, TOMES o MANTO DO POBRE COMO PAGAMENTO DA DÍVIDA!"    Viver desta forma, sendo para o OUTRO o que o outro precisa, é, em primeira e última instância "DEVOLVER A DEUS O QUE É DE DEUS!"

Hoje, neste XXXI Domingo do Tempo Comum, continuamos nossa reflexão, no sentido de entender como realizar essa "DEVOLUÇÃO" daquilo que é de Deus, isto é, a nossa VIDA.   E, na Palavra de hoje, damos mais um passo nesta busca pela compreensão, exata, desta questão.   Vejamos:

Podemos dizer que, grosso modo, a grande "PISTA" que a Palavra nos fornece hoje é a "necessidade de levarmos uma vida autêntica, falando aquilo que fazemos e fazendo aquilo que falamos".   Diante de Deus não conta uma vida marcada pela "hipocrisia", pela "falsidade", pela "mentira", pela "representação".   Assim, já na Primeira Leitura (Ml 1, 14b-2, 1-2.8-10), vemos o Profeta, alertando os sacerdotes para este erro.   Estamos no séc. V a.C. e, nesta época a vida da Comunidade já havia sido reconstruída (profetas Ageu e Zacarias - profetas da época da reconstrução pós-exílio).   Depois do Exílio na Babilônia, a vida da Comunidade, a sua Identidade como Povo foi pautada pela fidelidade à Vontade de Deus e, o Povo entendeu que tal fidelidade viria pela "reconstrução do Templo de Jerusalém e, pela observância minunciosa dos códigos da Aliança, bem como, de um Culto muito bem elaborada, sem erros e pecados!"   Tudo isso teria sido muito bom se todo este "aparato externo" fosse acompanhado de uma "mudança interna", do "coração" - o que não ococrreu.    Ao contrário, todas estas ações acabaram por produzir uma "Religião dos Ritos Externos Puros e Simples", sem implicações na vida concreta das pessoas.   Os líderes religiosos (sacerdotes - no caso da Leitura de hoje), não estavam "glorificando no Nome do Senhor".   Estes, se "afastaram do Caminho e se trasformaram em pedras de tropeço para os outros".   Por isso, afirma o Profeta Malaquias: "Tais sacerdotes foram rebaixados diante do Povo!"   Tais Sacerdotes não zelaram pelo "Pacto de Levi" e perderam o verdadeiro sentido da Lei: "SOMOS TODOS IGUAIS!"   Em nome da "Lei", cada um passou a ser "DESONESTO COM SEU IRMÃO!"

Percebemos aqui, como que a Religião pode ser manipulada para esconder as maldades, as fraudes, as desonestidades e, tantos outros males por trás da "roupagem de práticas estéreis de cultos".   Tal "religião" não cumpre a sua real função que a de "re-ligar (do latim, religare) o ser humano com seu Deus!"   Mas, ao contrário, afasta as pessoas do contato com Deus.   

É contra esta postura "mentirosa", "falsa" e "hipócrita" que vemos Jesus, no Evangelho de hoje, se levantando.   Mt 23, 1-12 nos relata o ponto alto das investidas de Jesus contra os "Mestres da Lei e Fariseus" (conhecidos pelo apego, pela compreensão e explanação da Lei aos outros).   Eram conhecidos por "fiéis observadores da Lei"  mas, Jesus revela o que de fato são: "Mentirosos, falsos, hipócritas" pois "falam, ensinam mas NÃO PRATICAM!"   Portanto, afirma: "as pessoas devem ouvir o que falam mas não fazer o que fazem!"   Estes líderes, com à época de Malaquias, usam a Palavra, a Lei para retirar proveitos pessoais e, ainda mais, "amarram pesados fardos nos outros, fardos estes que eles não carregam em si mesmos!"   A Lei, oferecida a nós para que nós nos tornássemos melhores para os OUTROS (vide a Leitura do Êxodo do domingo passado), se tornou um "instrumento" para auto-promoção: "observam a Lei para serem observados pelos outros, tudo que fazem tem um único objetivo: SEREM ELOGIADOS, RECONHECIDOS, APLAUDIDOS e, por conseguinte, SERVIDOS PELO POVO!"    Esta é a MAIOR distorção que alguém pode fazer da Palavra de Deus, de Sua Lei:  "USÁ-LA PARA SI MESMO!"   Tudo que o Senhor fala, ensina e pede é que "sejamos mais para o Outro pois este OUTRO é causa de nossa  (juntamente com a entrega do Senhor na Cruz) de nossa Salvação!   Enquanto peregrinamos neste mundo é importante que façamos, pelo menos em pequenas doses, aquilo que será plenamente vivido no Céu: "SEREMOS IRMÃOS E , CONSEQUENTEMENTE, IGUAIS!"   Daí, ninguém ser "Guia" ou "Mestre" de ninguém pois TODOS temos um só GUIA E MESTRE: Deus, revelado em Jesus!   O caminho da exaltação divina passa, necessariamente, pela humilhação mundana!

Esta Verdade refletida acima, podemos afirmar, foi a marca da vida do Apóstolo Paulo e, na Segunda Leitura de hoje (I Ts 2, 7b-9.13), o vemos falar da mesma.   Ele se mostra como verdadeiro representante de Jesus, tanto que se apresentou àquela comunidade sem nenhuma "credencial" de grandeza mas, ao contrário, "como uma mãe que deseja acalantar seu filho!"   Este Amor fez com que o Apóstolo se sentisse motivado a "oferecer, não somente o Evangelho, mas a própria vida".    Com o trabalho das próprias mãos de manteve e, gratuitamente, ofereceu aquilo que gratuitamente, recebeu: o EVANGELHO!

Percebemos, amados irmãos e irmãs que viver esta vida dentro da perspectiva evangélica não é tarefa simples e fácil.   As exigências são grandes e, não raras vezes, nos colocam em encruzilhadas aonde deveremos fazer opções: à favor ou contra a nossa Fé!    A decisão, em última instância é de cada um (a)!

Pense nisso com carinho!!!!!

OREMOS:  Ó Deus, celebrando este Domingo, nós Vos agradecemos, louvamos e bendizemos pelo Amor demonstrado por cada um (a) de nós.   Vos pedimos que nos ajudeis a crecer na Fidelidade à Sua Vontade.   Afastai de nós a hipocrisia e nos ensine cada dia a viver aquilo que aprendemos de Vós!   Isto Vos pedimos, pelos merecimento de Jesus, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo!   Amém!     

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