sábado, 1 de novembro de 2014

"Solenidade de Todos os Santos: Ser Santo (a) é a nossa Missão!" - 01 de Novembro de 2014

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com muita alegria entramos no último mês do Ano Litúrgico e somos convidados a intensificar a nossa reflexão sobre o modo como cada um  (a) de nós vem conduzindo a própria vida, na certeza de que o crente deve ser, de fato, alguém diferente do mundo por acreditar firmemente na Vida Eterna, na Vida junto de Deus que nos criou e nos colocou nesse tempo para colaborarmos com Ele na construção do Seu Reino que também é nosso.   Durante o mês de novembro somos convidados a refletir sobre as últimas realidades que nos aguardam: Morte, Julgamento, Céu ou Inferno!

Nada melhor para inciar tal reflexão do que entrarmos neste mês com a Solenidade de Todos os Santos pois todas as vezes que nos reunimos para celebrar uma Solenidade isto significa que a Igreja tem para nós uma mensagem que é, em sua essência Solene, isto é, tal mensagem é de extrema importância para nossa Caminhada de Fé, para nossa Vida em Cristo e, caso não a compreendamos, correremos um sério risco de sermos aquele tipo de Cristão "pela metade", cristão que "não faz a diferença que deve fazer", que "não cumpre, de fato, a sua missão nesse mundo".

Daí, nos perguntamos: Mas, que mensagem é esta?   O que há de tão extraordinário na Celebração de hoje (01/11/14)?   E, a resposta é muito simples porém profunda: a Solenidade de Todos os Santos nos revela o nosso DESTINO FINAL, isto é, a SANTIDADE QUE NOS POSSIBILITA ENTRAR NO CÉU!   O crente deve ser aquele que vive nesse mundo mas com os olhos e coração voltados para o Céu, seu Destino Último pois será isso que fará toda a diferença em seu modo de ser aqui e agora.

Mas, o que é ser santo (a)?   Como vive o santo (a)?   Ele é diferente?   Se sim, por quê?   Estas e tantas outras questões, a Palavra da Liturgia de hoje poderá nos auxiliar a respondê-las!   Vejamos:

Em primeiro lugar é bom lembrar que a Celebração de hoje não substitui a Celebração de amanhã (dos Fieis Falecidos - Finados).   Portanto, deveremos participar da Celebração de hoje e, também, da Celebração de amanhã e, em segundo lugar, na Celebração de hoje não recordamos os Santos e Santas que ao longo do ano já são celebrados pela Igreja no mundo todo ou em alguns lugares especificamente, tais como: São Judas Tadeu e São Simão, Santa Teresinha do Menino Jesus, Santa Rita de Cássia, São Francisco de Assis entre outros.   Não!    Esses já foram declarados pela Igreja Santos e já foram colocados para nossa Veneração em algum momento do Ano Litúrgico.   Mas, nos perguntamos: Será que no Céu só estão esses irmãos e irmãs que a Igreja julgou santos (as)?   Não haveria a possibilidade de estarem outros que se quer passou pelo crivo da Igreja e de seu reconhecimento?   Parece que sim e, para não errar, a Igreja sabiamente, destinou uma Solenidade no Calendário Litúrgico em que todos esses irmãos e irmãs pudessem ser celebrados em conjunto e, portanto, na Solenidade de hoje lembramos todos os homens e mulheres de boa vontade que, de uma forma ou de outra, viveram a sua vida de ACORDO COM A VONTADE DE DEUS E, POR ISSO, SÃO SANTOS E SANTAS mesmo que não tenham chegado às honras dos altares.    Hoje, celebramos tantos irmãos e irmãs de comunidade que passaram pela terra fazendo única e exclusivamente o BEM e vivendo única e exclusivamente o AMOR e, vencendo todas as tribulações estão no Céu e, diante de Deus, pedem por nós!

Que Solenidade maravilhosa esta!

Hoje, começaremos a nossa reflexão pela Segunda Leitura (I Jo 3, 1-5) em que o Apóstolo nos fala sobre o grande presente de Amor que o Pai nos deu: de sermos chamados filhos (as) de Deus!   E confirma isso, dizendo: E nós o somos!   Como é importante termos consciência dessa Verdade sobre nós ....   como a compreensão dessa Verdade transforma e liberta a nossa vida...   como tal Verdade é a base de nossa Caminhada de Fé que nos conduzirá, mais cedo ou mais tarde, para a Casa do nosso Verdadeiro Pai...   Tal Verdade traz consequências práticas para nossa vida pois não é possível que os filhos não sejam parecidos com seus pais; os filhos são geneticamente, semelhantes aos pais e, mesmo os de criação ou adoção, de vez em quando, pela convivência com os pais, acabam por assumir determinadas características  comportamentais que os conduzem a tal semelhança.   E com Deus?   Como nos parecemos com Ele?   E a resposta é simples: quando em nossas ações, pensamentos, palavras e até naquilo que deixamos de fazer (omissão) revelamos o Seu Ser; quando o mundo olha para nós e percebe algo diferenciado dele mesmo (mundo) e, como o mundo não conhece Deus também não nos reconhecerá!

Essa nossa diferença de ser em relação ao mundo produzirá em nossa vida uma série de transtornos, dificuldades, problemas, obstáculos em nosso caminho pois o mesmo não deixa barato a vida de quem se opõe a ele.   Daí, a Primeira Leitura (Ap 7, 2-4.9-14) já nos alerta!

Estamos na seção dos "sete selos" que são abertos pelo Cordeiro de Deus e, na medida de suas aberturas, coisas vão se sucedendo na terra e no Céu.   Nesse caso da leitura de hoje, há o pedido para não começar a fazer mal à terra e ao mar até que todos que pertencem a Deus sejam marcados na fronte e recebam a força para suportar, sem sucumbir, a todo mal que virá!   Os eleitos (marcados) somam 144.000 de todas as Tribos dos Filhos de Israel.   Porém, logo após tal número há uma menção a uma grande multidão que ninguém podia contar proveniente de todos os cantos do mundo: nações, tribos, povos e línguas que estavam de Pé diante do Cordeiro com vestes brancas e palmas na mão!    Essa multidão nos interessa muito pois revela que no Céu estão todos os irmãos e irmãs que venceram no Cordeiro e por causa do Cordeiro a Batalha contra o Mal nesse mundo: vieram da GRANDE TRIBULAÇÃO.   Lavaram e alvejaram suas vestes no SANGUE DO CORDEIRO!   Isto quer dizer que os componentes dessa Multidão foram capazes de caminhar em direção à Cruz de Jesus, o Cordeiro de Deus, de onde escorre o Sangue que lava e alveja as vestes e lhes dá a vitória sobre o mundo!   Não há outro local que possamos lavar as nossas vestes que não seja a Cruz de Jesus!   Aqui, compreendemos a força do texto evangélico de hoje (Mt 5, 1-12a) em que Jesus declara felizes uma série de categorias de pessoas que, aos olhos do mundo, não tem nada para se considerar feliz!

Na verdade, os pobres em espírito são os felizes de fato e, as demais bem-aventuranças funcionam como consequência dessa primeira pois os pobres em espírito são aqueles que conseguem colocar a sua esperança e a sua confiança única e exclusivamente em Deus e, portanto, são capazes de viver de acordo com a Sua Vontade mesmo que para isso percam a vida nesse mundo!    Ser aflito, manso, ter fome e sede de justiça, misericordioso, puro de coração, promover a paz, perseguido por causa da justiça, ser injuriado, perseguido, ser objeto de mentira, de todo tipo de mal por causa de Jesus tudo isso é consequência do ter colocado a confiança e esperança no Senhor, isto é, ter sido pobre em espírito!

Os santos (as) têm tal consciência e lutam por viver as suas vidas (dom de Deus) dentro daquilo que é Sua Vontade mesmo tendo que passar por todas as tribulações e dificuldades provenientes de tal decisão!   

 Muitos homens e mulheres na História da Igreja viveram assim e, nesse dia queremos homenageá-los com essa Celebração Solene!   Que a vida deles nos incentive a viver a nossa de acordo com a Vontade do nosso Pai do Céu!   Assim seja!

Oremos:
Deus eterno e todo-poderoso, que nos dais celebrar numa só festa os méritos de Todos os Santos, concedei-nos por intercessores tão numerosos a plenitude da vossa misericórdia.   Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo!   Amém!


Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

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