sábado, 8 de novembro de 2014

"Festa da Consagração da Basílica de São João do Latrão: A Igreja de Pedra deve REFLETIR A BELEZA DO SANTUÁRIO DE DEUS QUE SOMOS CADA UM (A) DE NÓS!" - 09 de Novembro de 2014

Queridos irmão e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Celebramos, hoje, com a Igreja no mundo a Festa da Dedicação da Basílica de São João do Latrão e, dentro do contexto de Final de Ano Litúrgico, somos convidados a refletir sobre a imagem e semelhança de Deus que estão em nós que nos faz Templos Vivos de Deus, Santuários Divinos para o mundo que nos cerca!   Isso não é pouca coisa e nos deve levar a pensar se estamos ou não preservando essa Santidade presente em cada um (a) de nós e, mais ainda, se estamos levando para todos (as) que cruzam o nosso caminho tal Santidade.

      "O Palácio do Latrão, propriedade da Família Imperial, tornou-se no séc. IV, habitação particular do Papa. A Basílica adjacente, dedicada ao Divino Salvador, foi a primeira Catedral do Mundo: aí se celebravam especialmente os Batismos na Noite de Páscoa.   Mais tarde, dedicada também aos dois Santos João, o Batista e o Evangelista, foi por muito tempo considerada a Igreja-Mãe de Roma, e nela se realizaram as sessões de cinco grandes Concílios Ecumênicos.
          Unindo-se, hoje, à Igreja de Roma, as Igrejas de todo o mundo lhe reconhecem a "Presidência na Caridade", de que já falava Santo Inácio de Antioquia.   Analogamente sucede na Festa da Consagração da Igreja Catedral de cada Diocese, à qual estão "ligadas" todas as Paróquias e Comunidades que dela dependem.   Todo edifício-igreja é consagrado  a Deus, e pretende exaltá-lo por um "mistério de salvação" ou pelas maravilhas operadas nos anjos, em Maria ou nos santos.   A sigla O.D.M. (Deo Optimo Maximo = A Deus Boníssimo e Excelso) domina o frontão dos edifícios sagrados.
          Esta é uma Festa do "Senhor".   O Verbo fazendo-se carne, armou a sua tenda entre nós (cf. Jo 1,14).   Cristo Ressuscitado está presente em sua Igreja: é dela Cabeça.   As Igrejas de pedra ou tijolos são um sinal dessa presença de Cristo: é Ele que aí fala, dá-se em alimento, preside a Comunidade reunida em oração, "permanece" conosco para sempre (SC 7).
          O Cenáculo, a Igreja Doméstica, as Basílicas Paleocristãs, as Catedrais Medievais, os Edifícios Sacros da Renascença ou do Barroco, as Arquiteturas Religiosas Modernas são sempre "qualificadas segundo a dimensão do homem": em todos os tempos a comunidade projetou na estrutura de seus edifícios a imagem que tem de si mesma.   Às vezes a imagem de igreja resulta bastante velada.   Contudo, JAMAIS FALTARAM AS PEDRAS VIVAS PARA A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO ESPIRITUAL DO QUAL O RESSUSCITADO É A PEDRA ANGULAR!  (cf. I Pd 2, 49)
(texto retirado do Missal Dominical, p. 1409)

É nesse contexto que meditamos os textos sagrados propostos para essa Festa.   A Primeira Leitura (Ez 47, 1-2.8-9.12) nos apresenta uma das visões que o Profeta tem sobre o Templo:  uma água que sai do lado direito do Templo, a sul do altar.    Essa água vai avançando em direção do mar (morada do mal) e vai ficando cada vez mais caudalosa: tornozelos, joelhos, cintura até formar um rio que só podia ser atravessado à nado.   A água vai promovendo a Vida por onde passa: animais, árvores frutíferas e que promovem a saúde dos seus usuários o ano todo.   

Essa visão do Profeta nos faz pensar sobre a nossa Missão no mundo: participar da Comunidade, experimentar Deus em nossas Celebrações deveriam nos transformar em homens e mulheres capacitados para levar a "água" que recebemos de graça para todos com os quais nos encontrarmos; é nossa missão de crentes "transformar o mundo caótico, sem vida ... em um mundo Sinal da Presença e Força de Deus".

A Segunda Leitura (I Cor 3, 9c-11.16-17) nos mostra o Apóstolo Paulo falando sobre o que somos: lavoura e construção de Deus!   Fomos construídos sobre um único e verdadeiro alicerce, isto é, Jesus Cristo!   Não se pode colocar ou construir sobre outro que não seja Ele.   Somos Santuários de Deus e não podemos destruí-Lo em nós mas, ao contrário, devemos cuidar de Sua Presença em nós para que todos O sintam em nossa vida!

Por fim, temos o Evangelho (Jo 2, 13-22) que nos apresenta a famosa expulsão dos vendilhões do Templo.   Aqui, pensando no que nos disse o Apóstolo na Segunda Leitura, poderíamos nos perguntar: não estamos profanando o verdadeiro Templo de Deus que somos cada um (a) de nós com nossa vida dedicada ao pecado?   Estaria o Senhor satisfeito com o que estamos fazendo de nossas vidas?

Que a Celebração da Festa da Dedicação da Basílica do Latrão nos leve a pensar na dedicação que devemos fazer, a cada dia, do Santuário que somos, Templos Vivos do Senhor Àquele que nos santifica e consagra!   Assim seja!

Oremos:
Ó Deus que edificais o vosso Templo com Pedras Vivas e Escolhidas, difundi na vossa Igreja o Espírito que Lhe destes, para que o vosso Povo cresça sempre mais, construindo a Jerusalém Celeste!   Por nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo!  Amém!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

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