Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Ressuscitado!
Com alegria caminhamos com a Igreja nesse Tempo da Páscoa e, na medida em que avançamos em nossa Caminhada de Fé, vamos fazendo a Experiência com o Ressuscitado e fortalecendo a nossa Fidelidade na Missão.
Nesses primeiros domingos pascais, estamos acompanhando as aparições do Ressuscitado e, nos perguntamos sobre os motivos que levaram os Evangelistas a narrarem para as suas Comunidades e para nós tais aparições. E, acredito piamente, que o principal motivo foi o fato de ser a Ressurreição uma Realidade que escapa à nossa compreensão meramente humana. A Ressurreição não é algo que se compreenda, única e exclusivamente, pela mente humana mas, para que a mente humana possa compreender e aceitar "tal absurdo de nossa Fé" será preciso fazer a EXPERIÊNCIA COM O RESSUSCITADO pois, caso não se faça tal EXPERIÊNCIA, viver a Missão que dela decorre, será impossível.
Assim, mais uma vez, a Liturgia da Igreja, nesse Terceiro Domingo da Páscoa nos apresenta um trecho evangélico (Jo 21, 1-19) que, assim como outros que tratam das aparições do Ressuscitado, nos revela alguns pontos essenciais para nossa Caminhada de Fé. Vejamos:
a) O desejo de voltar às práticas (vida) do passado: os discípulos estão reunidos e, sem a presença do Mestre - que havia sido crucificado, morto e sepultado - desejam voltar para a vida que levavam antes de serem chamado pelo Senhor: "Vou pescar!" Diz Pedro. E, os outros respondem: "Também vamos contigo!" A Experiência da Morte é algo tão terrível e assustador, tão doído e desesperador que diante dela é como se a vida não tivesse jeito, não tivesse sentido. A única saída é voltar e dar seguimento à vida nos estilo que se vivia antes. Jesus havia alimentado, é certo, uma fé e esperança novas de que tudo seria diferente mas, apesar dos seus discursos e milagre, Ele estava morto pois a última experiência que Dele fizeram foi a da Cruz;
b) O trabalho sem Deus é inútil e esforço improdutivo: os discípulos lutam uma noite toda mas, ao contrário do que esperavam, nada pescam. Não deixemos para trás a informação de que eram exímios pescadores, eram profissionais e, deviam saber, muito bem, o que estavam fazendo. Porém, o fato é que nada pescaram naquela noite;
c) O Encontro com o Senhor na praia e o Milagre da Pesca: voltando para casa desanimados - pois, nada pescaram -, chegando na praia se deparam com alguém desconhecido aparentemente que pede algo do trabalho de uma noite inteira porém, não há nada para oferecer. Nesse momento, o ilustre desconhecido ordena que lancem a rede à direita da barca e encontrariam os peixes que ao longo de uma noite inteira não conseguiram. Seguindo a ordem dada, a surpresa: uma grande quantidade de peixes que quase não conseguiam puxar a rede para dentro da barca;
d) O Reconhecimento do Senhor Ressuscitado: ao milagre da pesca, segue-se o reconhecimento de que Aquele que fora crucificado está vivo e presente no meio deles. Segue-se o encontro com o Senhor que, assumindo a liderança - já tem tudo preparado na margem da praia - oferece o pão e o peixe para comerem. Nesse momento não há mais o que temer pois a Experiência que fazem com o Ressuscitado lhes oferece a Certeza que precisam para o desempenho da Missão que lhes será dada;
e) A missão: cuidar, apascentar o Rebanho do Ressuscitado e, para tanto é preciso AMOR: à aparição, segue-se o diálogo de Jesus Ressuscitado com Pedro. Esse Diálogo é extremamente importante para todo aquele que deseja cumprir a Vontade de Deus em sua vida. Questionado sobre o Amor que nutria para com o Mestre, recebe do mesmo a Missão de apascentar, de cuidar do seu rebanho, de suas ovelhas, de seus cordeiros. O povo que é de Deus será cuidado por aqueles e aquelas que fizerem uma Experiência de Vida Nova que a Páscoa proporciona.
É esta Experiência que modifica a Vida dos Discípulos e, de homens medrosos passam a ter coragem de enfrentar, até a estrutura que levou Jesus à morte: o Sinédrio. Na Primeira Leitura (At 5, 27b-32. 40b-41) temos o relato do enfrentamento que os Apóstolos fazem com o Sinédrio, com o Sumo Sacerdote e, ao serem interrogados sobre os motivos que os levaram a continuar falando em nome do Crucificado, respondem: É preciso obedecer a Deus, antes que aos homens!" Que coragem a desses homens simples, pobres, incultos! Enfrentar autoridades constituídas com tanto vigor só tendo feito uma Experiência que lhes desse tal respaldo!
Por fim, o texto do Apocalipse proclamado na Segunda Leitura (Ap 5, 11-14) nos revela a glorificação Daquele que fora condenado à morte e morte de Cruz: está sentado no trono e servido por milhares e milhões que O proclamam digno de receber a honra, a glória, o poder e o louvor! Ele é o Cordeiro Imolado por nós e, para Ele toda glória e louvor para sempre!
Peçamos a Deus, nesse Terceiro Domingo da Páscoa que nos ajude a fazer a Experiência com o Ressuscitado e, dessa forma, termos a nossa Missão de apascentar o Rebanho - que é Dele - com o Amor que Dele recebemos! Assim seja!
Boa Celebração para todos (as)!
Pe. Ezaques Tavares
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