terça-feira, 15 de outubro de 2013

"XXIV Domingo do Tempo Comum: Deus Perdoa porque Ama e o Ser Humano que se sente Perdoado modifica a sua História de Vida!" - 15 de Setembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Seguimos pelos Caminhos da Liturgia buscando na Palavra de Deus de cada Domingo compreendê-Lo melhor para restaurarmos em nós a Sua Imagem e Semelhança.

Nesse XXIV Domingo a Palavra que nos é proposta nos coloca em contato com uma característica divina que nós gostamos muito quando essa característica é utilizada em nosso favor ou em favor daqueles (as) que nos são caros mas, em contrapartida, nos deixa extremamente aborrecidos, irritados, escandalizados, entre outros quando percebemos que, pelo fato de ser uma característica divina ela não muda pois Deus é Imutável e continua o mesmo Ontem, Hoje e Sempre e, mais ainda, é o mesmo PARA TODOS (AS) entendendo esse TODOS (AS) como sendo TODOS (AS) mesmo (sem exclusão de ninguém).   Estamos falando da capacidade de PERDOAR que existe em Deus e que é Infinita como Infinito é o Seu Amor por nós (vide comentário da Festa da Exaltação da Santa Cruz de ontem).

Assim, na Primeira Leitura (Êx 32, 7-11.13-14) temos um episódio marcante da Travessia do Deserto: Moisés subira à montanha para receber do Senhor as Tábuas da Lei e como demorasse muito para voltar, o povo impaciente resolveu construir um Bezerro de Ouro para adorar como se deus fosse!

A construção do Bezerro de Metal Fundido é extremamente grave pois demonstra que o Povo deseja e reconhece os "deuses" egípcios (opressores) como verdadeiros e Javé fica como sendo o falso, o mentiroso: há uma troca de valores ao trocar Javé pela imagem de Metal fundido.   Javé percebe a dureza do coração e da cabeça do povo e propõe a Moisés o extermínio de todos eles mas, para compensar a perda, faria sair dele (Moisés) um novo povo que Lhe seria fiel.   Nesse momento, a Leitura nos apresenta o líder tomando, mais uma vez, as dores do povo e intercedendo em favor dele.   Moisés sabe que não poderá oferecer como garantia a fidelidade do povo pois este é, por sua vez, inclinado ao mal, ao pecado, à transgressão.   Diante disso, Moisés apela para a própria Palavra de Deus que não muda nunca: Lembra-te de teus servos Abraão, Issac e Jacó a quem prometestes descendência numerosa...   Não pela povo mas por ser Deus imutável e Sua Palavra irrevogável, Deus desiste do mal que ameaçara fazer contra o povo.

Ora, essa Primeira Leitura nos prepara para a Mensagem Escandalosa do Evangelho de hoje (Lc 15, 1-32). Estamos no Coração do Evangelho de Lucas com as Parábolas da Misericórdia: Ovelha, Dracma e Filho Perdidos!    Deus, por sua vez, é igual e age como o Pastor, a Mulher e o Pai!   Vejamos:

Num primeiro momento é importante frisar que as parábolas desse capítulo não são contadas para os pecadores mas, ao contrário são contadas para aqueles que se pretendendo melhores, acusa Jesus de ficar muito bem ao lado dos publicanos e pecadores públicos.   As parábolas são contadas para os Fariseus e os Mestres da Lei!   É para esses que se sentem melhores que os demais que o Senhor conta tais histórias para revelar quem, de fato, é Deus a partir das ações de Deus para como os pecadores.

A ovelha perdida que provoca alegria quando é encontrada pelo dono e o leva a reunir os amigos e fazer festa bem como a alegria da mulher que encontra a moeda perdida e reúne as amigas e faz festa, revelam a alegria do Pai do Céu quando um pecador é encontrado e levado de volta para sua Casa.   Assim como o Pastor e a Mulher, o Pai do Céu não mede esforços, se desvela fazendo tudo que é possível para resgatar o que fora perdido.   Como viver em nossas Comunidades essa característica do Pai do Céu é difícil, complicada...

A última parábola nos deixa mais escandalizados ainda: um Pai tem dois filhos ou, melhor dizendo, duas maneiras distintas dos filhos de comportarem.   Por um momento, o mais novo começa a achar a Casa do Pai um "saco" e deseja viver longe pensando que seria o melhor para ele.   Interessante que o filho mais moço que sair de casa mas não tem nada de seu para levar e quer que o Pai reparta a herança se esquecendo que herança é algo que se apossa quando o verdadeiro dono (no caso, o pai) já não está mais aqui.   Porém, o Pai que Ama, respeita a decisão do filho e faz como o mesmo havia pedido.   Alegre, o filho parte para longe e distante esbanja os bens numa vida desenfreada.

Como diz o ditado: "Desgraça pouca é atraso de vida!" terminando o dinheiro da herança ainda sobreveio uma seca na região e o filho começou a passar fome.   Teve que trabalhar mas não tinha trabalho.   Por fim, conseguiu um trabalho degradante: cuidar de porcos (animal impuro para os judeus)!   A parábola afirma que o menino desejava matar a fome com a comida dos porcos mas, nem isso, lhe davam.    Em outras palavras: o filho se tornou pior que os porcos!   É aqui que uma "pseudo mudança", "pseudo conversão" surge:  quantos empregados na Casa de meu Pai têm pão com fartura e eu aqui morrendo de fome... Vou me levantar e voltar para meu Pai... Vou dizer-lhe: Pai, pequei contra o céu e contra Ti! Já não mereço ser chamado seu filho mas trata-me como um dos teus empregados!    Que maravilha!   Poderíamos pensar!   O filho se arrependeu!   Será conversão ou dor no estômago de fome?   Mas, seja lá o que tenha levado o filho de volta, pouco importa pois para o Pai importante será recuperá-lo são e salvo e é isso que a parábola quer demonstrar: mais que o pecado do filho e o seu possível arrependimento ou não, a parábola está preocupada em nos fazer entender o AMOR MISERICORDIOSO DO PAI!

O filho volta e quando ainda está longe é avistado pelo Pai que correndo ao seu encontro nem lhe deixa falar tudo que havia ensaiado dizer.   O filho não tem aparência de filho: está esfarrapado, descalço, sem anel e o Pai resolve a situação: traga uma túnica e vista o meu filho, ponha o anel no dedo e sandálias nos pés, mate um novilho gordo e faça-se uma festa pois o filho estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi encontrado!  E começaram a FESTA!

Problema:  havia um outro filho (o mais velho = fariseu, mestre da lei) que voltava do campo e ao ouvir barulho de festa intrigou-se e perguntou a um empregado o que estava acontecendo: É teu irmão que voltou e teu Pai está dando uma FESTA por tê-lo recuperado são e salvo!   Esse, por sua vez não quis entrar e indignou-se com a atitude do Pai.   O Pai era injusto pois para ele que nunca havia se afastado, nunca foi dado um cabrito para festejar com os amigos mas, o outro filho que esbanjara os bens com as "prostitutas", ao retornar estava sendo recebido com festa! 

Isso é demais!   Isso é uma afronta!   Festa deve ser feita para quem "merece"!   Mas, quem merece?   

O Pai tenta convencer o irmão mais velho da necessidade da festa mas, o Evangelho, de propósito, não afirma se o mesmo entrou ou permaneceu fora.   Isso é para cada um de nós pensar: eu entraria ou não?   Aceitaria a atitude do Pai ou a criticaria?    Como eu fico nessa história?

Por fim, a Segunda Leitura (I Tm 1, 12-17) vemos o Apóstolo Paulo narrando como o Senhor foi misericordioso para com ele ao designá-lo para o Serviço do Evangelho: blasfemador, perseguidor, alguém que insultava.   A sua vida é a confirmação de que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores e, dentre esses, ele (Paulo) ocupa o primeiro lugar!

Queiramos ou não, Deus é o que é!   Aceitá-Lo fará bem pra nós e renegá-Lo produzirá em nós a amargura e a tristeza de uma vida vivida longe D'Ele!    Que o Espírito Santo nos ensine e nos conduza pelos caminhos que nos levarão à Salvação!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

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