quarta-feira, 9 de novembro de 2011

"XXXIII Domingo do Tempo Comum: Deus nos concedeu a Vida para ser Multiplicada!" - 13 de Novembro de 2011

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Estamos celebrando o penúltimo domingo do Ano Litúrgico e, a discussão sobre o "verdadeiro sentido da vida" vai se acirrando em nossas Celebrações.   Dentro da dinâmica deste último mês do calendário eclesial, a Palavra de Deus vai auxiliando cada um (a) de nós na reflexão sobre os últimos acontecimentos de nossa existência: Morte, Julgamento, Céu e Inferno.   Assim, neste domingo temos trechos da Palavra que nos auxiliam a avançar neste sentido.

Poderíamos afirmar que, neste domingo em especial, a Palavra de Deus trata da questão da laboriosidade, do trabalho constante, da não perda de tempo para realizar as funções que nos foram propostas pois, o tempo está passando e, mais cedo ou mais tarde, o Senhor da Vida nos "chamará à sua presença para colocarmos diante Dele os frutos de nossa existência".

Na Primeira Leitura (Pr 31, 10-13.19-20.30-31), o autor sagrado nos apresenta uma imagem de mulher, no mínino, "estranha" para a época pois, sabemos que no mundo antigo bíblico a mulher era desconsiderada enquanto um ser "capaz" de tocar a própria vida.   Esta, só possuía alguma "respeitabilidade" se estivesse "escondida" atrás de um homem.   Assim, num primeiro momento, temos a figura paterna; deste, a mulher ía para o marido e, deveria rapidamente, ter "um filho = varão = homem" pois, caso o marido faltasse, o filho assumiria a função de "protetor".   Entendendo tal situação, podemos ficar "meio" espantados com a descrição da figura feminina trazida pelo texto bíblico pois, nele, a figura da mulher é exaltada de modo que todos os demais membros da família buscam possuir, em seu lar, uma figura deste tipo: forte, mais valiosa do que as jóias, trabalhadora, caridosa e, acima de tudo, temente ao Senhor!   Esta mulher é tão importante que, na leitura, o homem é que tem nela o respaldo, o homem é designada "marido de...".    Ora, diante deste quadro podemos falar que o texto, ao tratar da figura da mulher, ao exaltar tal figura num contexto não favorável, pretende, também, falar além do que está falando.    Esta figura feminina, esta mulher é personificação da Sabedoria e, esta, por sua vez, é consequência da fidelidade à vontade de Deus e do cumprimento de sua vontade.    Ora, tal explicação auxilia na compreensão do texto evangélico que nos é proposto pois, na parábola em questão, é esperado que os "empregados" multipliquem os talentos que lhes foram confiados.    Vejamos;

O texto do Evangelho de hoje (Mt 25, 14-30) está dentro do discurso escatológico de Jesus.    Neste capítulo 25 temos três parábolas (das Virgens Prudentes e Imprudentes - que seria proclamada no domingo passado, caso não celebrássemos a Solenidade de Todos os Santos e Santas; dos Talentos - estudada hoje e, a do Julgamento Final - no próximo domingo, Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo).

A parábola de hoje é bastante conhecida por todos nós.   Trata-se da história de um Senhor que, viajando para o estrangeiro, chamou seus empregados e, de acordo com as capacidades de cada um, distribuiu os seus talentos (bens).   Imediatamente, os empregados saíram e começaram a negociar e, dois deles multiplicaram os talentos e, um último, por medo, enterrou o talento recebido e, no final devolveu, tão somente, aquilo que recebera, sem juros nem correção.   O ponto alto é o reencontro do Senhor com os empregados que elogia e "premia" aqueles que trabalharam e multiplicaram os talentos mas, ao último condena e, ainda por cima, retira aquilo que possuía, entregando-o àquele que já tinha muito.

Vários pontos nos chamam a atenção neste texto e, algumas questões devem ser levantadas: Quem é este Senhor? E os empregados? O que são os talentos? O que é o banco de que fala o texto? Qual  é o tempo da multiplicação, do trabalho dos empregados?   Por que o último empregado tinha medo do "Patrão"?

Penso que todos percebem que o Senhor é Deus e, automaticamente, os emepregados, somos todos nós.   Há, porém, uma confusão com relação ao que seja os talentos pois muitos imaginam que estes se referem aos "dons" que Deus nos concede mas, o texto deixa claro que os "talentos foram distribuídos, de acordo, com as CAPACIDADES=DONS de cada um!"   Aqui, o talento não é dom mas o dinheiro, a riqueza do Senhor que deve ser multiplicado de acorodo com a possibilidade de cada um (a).    São os trabalhos que o Senhor nos confia para serem realizados e, assim, conseguirmos multiplicar as "suas posses".   Ninguém pode dizer que não pode fazer pois "aquilo que o Senhor pede está em sintonia com nossas capacidades, isto é, nada mais, nada menos do que aquilo que cada um (a) pode, de fato, realizar".   O trabalho exige "arriscar-se" e quem tem medo do risco, se fecha.   No mundo dos negócios, todos sabemos, ora de ganha e ora se perde porém, isso não é desculpa para não negociar.   O Senhor não tolerará a "preguiça", escondida atrás do "pseudo-medo", acarretado por uma imagem distorcida que o empregado tinha do seu patrão.   Para o último empregado, o Patrão era um homem "INJUSTO" pois "colhia aonde não havia plantado..."   quando o Patrão não é dessa forma.   Aos dois que, sem medo, arriscaram obtiveram sucesso pois confiaram na ordem que receberam e, acabaram sendo "premiados" participando da "ALEGRIA DO SENHOR".   Já o último, que não arriscou por "medo" ou por "preguiça", até o pouco que tinha lhe foi tirado (mesmo porque, o que tinha lhe tinha sido dada pelo Patrão - ele não possuía NADA de seu, a não ser o sua acomodação).

Ligando este texto evangélico com a primeira leitura, percebemos que o importante é estar atento (a) àquilo que é a vontade de Deus à respeito de cada um (a),c olocando em prática tudo que Ele nos oferece.   Não agir de modo a multiplicar os talentos que me foi oferecido, por qualquer motivo, será a causa da nossa "perdição".

Por fim, o Apóstolo Paulo, escrevendo aos Tessalonicenses (I Ts 5, 1-6) nos apresenta a imprevisibilidade do fim: "não sabemos o dia, nem a hora pois será como um ladrão!"    Isto nos coloca em alerta pois, a qualquer momento, o tempo poderá se encerrar e não haverá mais a possibilidade de fazer o que deveria ter sido feito e não o foi.

Chegando ao final do Ano Litúrgico pensemos nisso tudo e, enquanto nos é dado possibilidades, façamos o que devemos fazer!

OREMOS:

Ó Deus de Amor e Bondade, louvado sois por nos oferecer dons, capacidades para multiplicar os talentos em nossas vidas.   Vos pedimos que envieis, sobre todos nós, o Seu Espírito Santo que nos faça perder o medo de arriscar



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