quinta-feira, 24 de novembro de 2011

"Tempo do Advento: Deus, que no Seu Amor, vem nos Visitar!"

Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Um novo ano litúrgico se aproxima e, mais uma vez, seremos convidados, pela Liturgia da Igreja, a nos preparar para o Nascimento do Senhor.   Celebrar o Tempo do Advento é importante pois, vivenciando a Espiritualidade própria deste período do ano, criaremos em nós as condições nencessárias para chegada de Deus que, em Jesus, nos visitará.   Diante disso, gostaria de escrever, pontuando algumas situações interessantes para a vivência deste Tempo de Graça em nossas Comunidades.   Vejamos;

Na formação do Ano Litúrgico, o Tempo do Advento que é o primeiro que vivenciamos, foi o último a ser estabelecido, por volata do séc. VI da nossa era Cristã.   Foi criado com vistas ao Tempo do Natal que, por ser ao lado do Tempo da Páscoa, considerado Tempo Forte, se chegou à conclusão de que era importante antecedê-lo por um período (assim como já era costume o Tempo da  Quaresma que prepara a Páscoa) de preparação.    Assim, temos aqui, a primeira característica interessante deste Tempo que iremos vivenciar:  ELE É PREPARATÓRIO!   Portanto, o clima celebrativo deve ser de EXPECTATIVA pois viveremos este Tempo do Advento com vistas ao Tempo "Maior" ou "Mais Importante" que é o Natal.   A Sobriedade em todos os pontos se faz, aqui, extremamente, salutar produzindo nos fieis o verdadeiro espírito que envolve tal Tempo Litúrgico.   Ser comedido, ponderado nos quesitos, por exemplo, de ORNAMENTAÇÃO, MÙSICAS, INSTRUMENTOS, CORES, entre outros, ajudará na vivência correta da Fé neste Tempo em questão.

Poderíamos utilizar a imagem de uma "MULHER GRÁVIDA" para entendermos o que deveremos realizar neste Tempo:  A Alegria pela Gravidez mas, ao mesmo tempo, a Expectativa da ESPERA!   A Comunidade deve se organizar de modo a ir conduzindo os Fieis, passo a passo, semana a semana, para o GRANDE DIA", a saber, o NATAL.

O termo Advento, do latim "ADVENTUS", foi apanhado do mundo civil, pagão e, significava, neste contexto, duas situações específicas: primeiro, ligado à religiosidade pagã, "ADVENTUS" era o tempo da visita da divindade ao seus adoradores.   Imaginava-se que as divindades desciam, vez por outra durante o ano e, neste período ("ADVENTUS"), a comunidade vivia a expectativa da visita, se preparando, retirando do templo a imagem da divindade em questão pois a mesma iria chegar para visitar o povo; em segundo lugar, "ADVENTUS" era um termo utilizado pelo mundo civil e, aqui, significava a visita que uma autoridade (geralmente, o REI) realizava aos seus povoados, e para tanto, exigia-se dos povoados em questão, uma rica preparação pois, afinal de contas, alguém Importante se dignaria visitá-los e, o melhor, tal visita, vinha sempre acompanhada de benesses para o povo.  

Percebendo estas interpretações que o mundo já dava para o termo "ADVENTUS", quis a Igreja utilizá-lo para designar este momento do Ano Litúrgico pois, adaptando para nossa realidade cristã, o sentido é bem aproximado: o Tempo do Advento atualiza, para nós cristãos, o tempo de preparação para a visita da Divindade (não mais a pagã mas, a verdadeira e única Divindade, a saber, Javé que em Jesus se fará Homem) e, também, tal Tempo nos leva a uma preparação porque seremos visitados pelo Rei dos reis, Senhor dos Senhores que vem para nos ofertar a grande benesse, isto é, a nossa Salvação.   Tomar consciência desta Verdade nos leva à vivência adequada deste Tempo que se aproxima.

Este período, composto de quatro domingos (às vezes, três - dependendo do ano), está dividido em dois que se complementam:  os dois primeiros domingos, continuando a reflexão do final do Tempo Comum, nos apontam para o nosso Encontro Final com o Senhor, no Final dos Tempos e, portanto, são domingos totalmente carregados do espírito escatológico, nos colocando cara a cara com o nosso Fim Último e, os dois domingos seguintes, nos preparam para reviver a chegada, o nascimento do Senhor em nossa Carne, em nossa Humanidade.   As figuras de Isaías, de João Batista, de José e de Maria são marcantes neste tempo, nos apresentando um modo coerente de vivenciar tal período.   A intensificação da oração, da vida comunitária, da escuta atenta da Palavra são mecanismos que devemos lançar mão para nos "ENGRAVIDARMOS" do Senhor e, na "NOITE SANTA" O oferecermos pela nossa e pela Salvação dos nossos irmãos e irmãs.

Outra imagem interessante deste tempo é a da "MANJEDOURA".   Hoje em dia, temos uma ideia romântica deste objeto mas, na realidade, o mesmo não é nada romântico, pois se trata do "COCHO" aonde os animais se alimentavam.   Perceber o sentido profundo desta imagem nos fará participar melhor deste Tempo de Advento.   Percebam:   a "MANJEDOURA" ou "COCHO" é o local que José e Maria usaram para depositar o Menino Jesus pois "não havia lugar para eles nas hospedarias da Cidade de Belém.   Quanta simplicidade, quanto desprendimento para um "REI".   Daí, se Ele quis assim, a grande questão que se nos apresenta é: "Como seus seguidores, buscamos a "MANJEDOURA" como local de nossa existência?"   Outro aspecto interessante vem da compreensão de este recipiente serve para dar alimento aos animais.   Aquele que é depositado ali, também, se dará em alimento, será triturado pelos seus para "GERAR A SUA VIDA NAQUELES (AS) QUE O COMEREM".   Isto nos faz entender a nossa real vocação neste mundo:  "SERMOS ALIMENTOS PRA NOSSOS IRMÃOS", de modo que nossas vidas sejam consumidas por aqules (as) que precisarem.

Que beleza existe na vivência adequada do Tempo Advento e, quantas lições poderemos retirar deste perído tão rico em sua espiritualidade.

Peçamos a Deus que, no Seu Infinito Amor, nos conceda todas as graças para podermos extrair deste Tempo de Graça, tudo que nos for útil para a vivência de nossa Fé!   Amém!

Boas e Santas Celebrações para TODOS (AS)!



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