sábado, 9 de novembro de 2013

"XXXII Domingo do Tempo Comum: A Ressurreição como Vida se prolonga pela Eternidade!" - 10 de Novembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Com alegria vamos nos encaminhando para o final de mais um Ano Litúrgico e, como estamos refletindo nesses últimos domingos, o ano que chega ao fim nos faz pensar em nossa própria vida que, assim como ano que termina, também vai se encaminhando para o seu termo.   Diante da vida que vai dando sinais de fragilidade nos perguntamos: O que existirá depois daqui?   O que estará reservado para nós depois que o nosso tempo terminar neste mundo?   Haverá, de fato, algo além da morte?   A vida não terminaria na sepultura, no cemitério para onde todos (as) nos encaminhamos?

Para responder a essas e tantas outras questões, a Liturgia da Igreja nesse Mês de Novembro - de modo muito particular - vem refletir conosco sobre essas realidade últimas que nos esperam: Morte, Juízo, Céu ou Inferno!   Para nós, os crentes, a vida que vivemos aqui se plenificará no depois daqui e, portanto, é preciso ter bastante atenção ao modo como estamos conduzindo a nossa existência pois as nossas escolhas, ações, pensamentos, palavras e omissões darão o tom da nossa eternidade.

Meditando a Palavra de Deus vamos percebendo que ideia de uma Ressurreição dos Mortos, de uma Vida além da Morte não é algo que sempre esteve presente na História da Salvação.   Na verdade, Deus vai se dando a conhecer paulatinamente e, na medida em que percebe que o Povo está mais maduro vai oferecendo condições de compreender melhor quem Ele é e, consequentemente, o que Ele tem reservado para nós, seus filhos e filhas.   Com a Ressurreição também foi assim: pouco a pouco o Povo vai compreendendo tal verdade e vivendo de acordo com ela!

A Celebração de hoje nos fala sobre a Ressurreição dos Mortos e nos apresenta um texto na Primeira Leitura (2 Mc 7, 1-2.9-14) onde esta Verdade é revelada de forma explícita, sem nenhuma sombra de dúvidas.   Estamos no segundo século a.C. e a perseguição de Antíoco Epífanes ao Povo de Deus se intensificou de forma que muitos justos acabaram morrendo na batalha contra tais perseguidores.   A morte do justo é sempre uma ocasião para refletir o que está fazendo Deus que parece não ver o que está ocorrendo.   A morte daqueles que lutaram pela preservação da fidelidade em meio à perseguição horrorosa que se abateu faz surgir a Fé na Ressurreição dos Mortos pois não é possível que Deus não tenha nada para oferecer àqueles (as) que tombaram lutando pra não ceder às tentações e investidas dos perversos que dominam o mundo.  Aqui, no texto em questão temos a ideia da Ressurreição dos Justos somente.

A leitura nos relata a prisão, tortura e morte de uma família judia que não cedeu à tentação do adversário de Deus que lhes queria fazer comer carne de porco, ação essa considerada pecaminosa pelos judeus.   Um dos filhos se levanta e enfrenta os algozes afirmando que aceitariam a morte mas não se tornariam infiéis às leis dos antepassados (dos pais).   Um segundo afirma que os malvados podem tirar-lhe a vida mas o Rei do universo os ressuscitará para uma Vida Eterna, a eles que morriam por suas leis!   Um terceiro filho apresenta língua e mãos desprezando aqueles membros pois sabia que do céu os havia recebido e de lá os receberia novamente.   A coragem e a intrepidez dos adolescentes deixaram todos - inclusive o Rei - espantados.   Considerar o sofrimento como coisa menor e sem sentido diante da Eternidade é incompreensível para aqueles (as) que não acreditam.   Por último, o quarto irmão é torturado e não cede às tentações mas, ao contrário afirma: prefiro ser morto pelos homens tendo em vista a esperança dada por Deus, que um dia nos ressuscitará.   Para ti, porém, ó rei, não haverá ressurreição para a vida!   Nesse último versículo percebemos que, mesmo aqui, ainda, a ideia da Ressurreição ainda é restrita!

Essa Primeira Leitura nos prepara para a grande contenda narrada no Evangelho de hoje (Lc 20, 27-38): estamos diante de uma tentativa dos saduceus de apanhar Jesus em alguma contradição e, tal tentativa, hoje, se dá por meio da questão da Ressurreição dos Mortos que este grupo religioso da época não aceitava.   Vejamos:

Os saduceus que negam a Ressurreição pois eram muito ricos e a a esperança na mesma poderia comprometer seus bens, se aproximam de Jesus e oferecem uma questão para o Senhor responder: partindo da Lei do Levirato, dada por Moisés que exigia que quando um irmão morria e não deixava filhos, o irmão deveria se casar com a viúva afim de suscitar uma descendência para o que havia morrido.   Pois bem: havia uma mulher que se casou e o marido morreu sem deixar filhos.   Assim, o irmão se casou mas morreu sem deixar filhos.   Eram sete irmãos e todos se casaram e morreram sem deixar filhos.   Por fim morreu a mulher.   Ponto alto:   De quem será a mulher na Ressurreição dos Mortos já que foi casada com os sete irmãos nessa vida?

Essa é uma questão maldosa mas, ao mesmo tempo, é ocasião para o Senhor elucidar uma dúvida sobre a Ressurreição.   Vejamos: é preciso entender que não ressuscitamos para viver uma vida semelhante a que vivemos aqui pois, se assim fosse, não haveria necessidade de morrer.   A Ressurreição nos possibilitará uma Nova Vida, uma Outra Vida onde não haverá mais essas relações menores (se é que posso falar assim) próprias desse tempo.   Os que forem considerados dignos da Ressurreição ressuscitarão para uma Vida em Deus e a Nova Realidade não comportará mais qualquer relação a não ser a de filhos e filhas de Deus, isto é, de irmãos.   Não mais que se dê em casamento e quem peça para se casar pois eremos como anjos de Deus.   Essa é uma Verdade que precisamos crescer na compreensão para não nos iludirmos com uma ideia errônea sobre Ressurreição dos Mortos.

Por fim, a Segunda Leitura (2 Ts 2, 16 - 3, 5) nos apresenta o Apóstolo Paulo exortando a Comunidade de Tessalônica a viver na esperança, com corações animados e confirmando as ações boas e a palavra.   Também pede que a Comunidade continue rezando pelo sucesso da Evangelização para que todos conheçam a Verdade: em Cristo temos a firme esperança de estarmos, um dia, todos juntos, com nosso Pai nos Céus!

Que Deus nos ajude a crescer na Esperança da Ressurreição e movidos por tal sentimento saibamos nos comprometer, já aqui e agora, com as realidade que nos esperam nos Céus!   Assim seja!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares

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