Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!
Hoje nos reunimos para celebrar a Festa do Batismo do Senhor e, ao mesmo tempo em que encerramos o Ciclo Natalino reabrimos o Tempo Comum. Colocar essa Festa nesse momento do Ano Litúrgico faz sentido pois nos recorda a orientação da Igreja sobre o Sacramento do Batismo: Tão logo as crianças nasçam e possam sair é importante que os pais as levem à Comunidade para receberem o Sacramento do Batismo e, dessa forma, participarem da Graça da Filiação Divina. Apesar de Jesus ter recebido o Batismo por volta dos 30 anos de vida, celebrar a Festa do Seu Batismo no final do Ciclo Natalino nos faz pensar na Criança que nasceu há poucos dias e é levada para receber tal "Sacramento"; por outro lado, a Festa celebrada hoje reabre as Celebrações do Tempo Comum (nunca celebramos o I domingo do Tempo Comum pois este é substituído, exatamente, pela Festa do Batismo do Senhor) e, no Tempo Comum somos convidados pela Igreja a sermos santos e perfeitos como nosso Pai do Céu é Santo e Perfeito. Na caminhada ao longo das 33 ou 34 Semanas Comuns, a Palavra de Deus vai nos orientando por esse Caminho de Perfeição e Santidade e, pouco a pouco, vamos compreendendo que as mesmas não consistem, necessariamente, na realização de grandes obras mas, na dedicação, dia a dia, para cumprir a Vontade do Pai sobre cada um de nós. Ao acompanhar o Senhor Jesus em sua Vida Comum após o Batismo vamos aprendendo como nos comportar como filhos e filhas Daquele que quer ver, também me nós, o Seu Bem Querer! A Palavra de Deus, a cada Semana, vai nos dando as pistas para percorrermos corretamente o Caminho de Perfeição e Santidade em nosso cotidiano!
Assim, a Primeira Leitura (Is 42, 1-4.6-7) nos apresenta a Figura Misteriosa de um Servo que com o Seu Comportamento Diferente se tornará a causa da Alegria do Senhor. Tal Comportamento Diferenciado vem do fato de, possuindo o Espírito de Javé promover o julgamento das Nações: não clama, não levanta a voz e nem faz ouvir pelas ruas; não quebra uma cana rachada, nem apaga um pavio que ainda fumega mas, ao contrário promove o julgamento para obter a Verdade. Num mundo de grandes, que gritam e tentam ganhar usando a força, que não tem tempo para perder com quem não pode oferecer nada, o Servo de Javé vai pela contramão pois sabe que está aqui nesse mundo para construir um Reino que não é daqui e, portanto, não pode ser construído sobre os mesmos alicerces que os daqui se constroem. O Servo de Javé não esmorece e nem se deixa abater até estabelecer a Justiça na Terra pois sabe que muitos aguardam os seus ensinamentos ... Ele cumpre tal Missão pois reconhece que foi para isso que ele veio ao mundo: para fazer a Vontade do Senhor!
Meditando essa Leitura somos convidados a pensar em nossa vida de cristãos batizados pois, a recepção desse Sacramento nos faz também Servos, sem voz e sem vez, destinados, única e exclusivamente, ao cumprimento da Missão que o nosso Pai do Céu nos reservou. Ouvir a Sua Voz e cumprir o que diz é o caminho seguro de Perfeição e Santidade e, sobretudo, de transformação do mundo em que vivemos. Não dá para viver a graça sacramental quando desejamos e buscamos a satisfação de nossas vontades e não a do Senhor!
O Servo de Javé descrito na Primeira Leitura encontra a sua realização plena na Pessoa de Jesus, sobretudo após o Batismo narrado no Evangelho de hoje (Lc 3, 15-16.21-22). A postura de João, o Batista acaba despertando no povo a ideia de que ele seria o Messias mas, Lucas nos apresenta o Profeta anunciando a chegada Daquele que é mais forte do que ele. Enquanto João batizava com água (conversão dos pecados), Jesus - o mais forte - batizará no Espírito Santo e no Fogo. Assim, João não é digno de desamarrar as correias de suas sandálias, se abaixando para isso!
É nesse momento que Jesus aparece para receber o Batismo junto com o povo (sinal de solidariedade pois não tinha nada do que se arrepender e o batismo de João era para remissão dos mesmos). Aqui, alguns sinais extraordinários são percebidos: o céu se abre e o Espírito de Deus desce sobre Jesus em forma de pomba. E, do céu uma voz se faz ouvir: "Tu e´s o Meu Filho amado, em Ti ponho o meu bem querer!"
Acreditamos que por ocasião do nosso Batismo esses mesmos sinais se fazem perceber sobre nós e, a grande pergunta que nos fazemos é se tudo o que valeu sobre Jesus, está valendo também pra nós: Estamos permitindo a ação do Espírito de Deus em nós de modo que as nossas vidas sejam causa da Alegria do nosso Pai?
Por fim, a Segunda Leitura (At 10, 34-38) nos apresenta a grande descoberta de Pedro nos primórdios da Igreja: Deus não faz distinção entre as pessoas mas aceita quem O teme e pratica a Justiça!
Viver como Batizados é viver como filhos e filhas de Deus e, portanto, obrigados a revelá-Lo com a nossa Vida! Viver como Batizados é se comportar como irmãos uns dos outros amando-nos como Deus nos ama! Dessa forma, viveremos como Santos e Perfeitos como nosso Pai do Céu é Santo e Perfeito!
Que Deus nos ajude nessa Missão! Assim seja!
Oremos:
Deus eterno e todo poderoso, que sendo o Cristo batizado no Jordão e pairando sobre Ele o Espírito Santo, O declarastes solenemente vosso Filho, concedei aos vossos filhos adotivos, renascidos da água e do Espírito Santo, perseverar constantemente em vosso Amor!
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo! Amém!
Boa celebração para todos!
Pe. Ezaques Tavares
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