Amados irmãos e irmãs, paz e bem no Cristo Ressuscitado!
Celebramos, hoje, com toda a Igreja a Solenidade de Pentecostes e, com tal Solenidade, a Igreja encerra o Ciclo Pascal. Dessa forma, podemos compreender Pentecostes como o coroamento de toda a caminhada que fizemos nestas 07 semanas. À Páscoa, Ressurreição do Senhor, se acrescenta o Derramamento do Espírito Santo, cumprimento da Promessa feita por Jesus aos seus.
Para entendermos a Solenidade de hoje, é importante retomarmos o seu sentido no mundo judaico e, voltando no tempo, perceberemos que Pentecostes é a Celebração Judaica que revive um acontecimento de extrema importância: "A Entrega da Lei no Monte Sinai!" Em Êx 19 temos a narrativa de que, após 50 dias (pentecostes) da saída do Egito = Libertação = Páscoa, o Povo chegando ao Monte de Deus = Horeb, Sinai, recebe pela mãos de seu líder = Moisés, as Tábuas com as 10 Palavras = Leis de Deus. Este fato se tornou na história de Israel algo tão importante que, assim como a Páscoa, passou a ser celebrado todos os anos com uma grande Festa pois, afinal de contas, a Lei era o segundo passo rumo à consolidação do Povo de Deus.
A Lei era um caminho para ser seguido pelo Povo de modo a receber de Deus a proteção: "Eu serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo!" Porém, na medida que o tempo passou, a Lei escrita na pedra não surtiu o efeito esperado pois o povo não conseguiu cumpri-la fielmente. Em vários momentos da história do povo, é apresentado tal infidelidade: profetas, como Isaías, Jeremias, entre outros, denunciam tal infidelidade!
Uma Lei escrita na pedra, fria, fora do homem não poderia produzir os efeitos esperados: a transformação verdadeira é algo que só pode ocorrer de DENTRO PRA FORA! Por mais que a Lei fosse explicada, o ser humano não se sentia compelido a mudar pois era algo que estava fora dele.
É aqui que o Espírito Santo entra como o grande Dom de Deus Pai e Deus Filho ao povo: o Espírito Santo produz uma transformação de Dentro pra Fora e, assim sendo, o que antes era impossível, no Espírito Santo se faz possível. O Espírito Santo torna o ser humano divino e, dessa forma, o que é próprio de Deus, o humano conseguirá cumprir. O Espírito Santo ensina e recorda o que é a vontade do Pai revelada na pessoa e vida de Jesus, o Filho. O Espírito Santo capacita o ser humano para cumprir a missão que, na semana passada - Solenidade da Ascensão - o Senhor deixou aos seus: "Ide pelo mundo e a todos pregai o Evangelho!"
No Evangelho (Jo 20, 19-23 - primeira parte do texto do Segundo Domingo da Páscoa) nos apresenta o Senhor Ressuscitado aparecendo aos discípulos e, passando a missão, iniciada por Ele, para a Comunidade Apostólica: "Como o Pai me enviou, assim Eu envio vocês!" E, sabendo que tal envio é para uma missão, humanamente impossível, o Senhor Ressuscitado continua: "soprando, diz: Recebei o Espírito Santo...!" A partir de agora, o Espírito será o grande protagonista da Missão da Igreja capacitando a mesma com os dons necessários.
Na Primeira Leitura (At 2, 1-11) temos as maravilhas produzidas pela Ação do Espírito na Igreja Nascente: encoraja, produz uma linguagem que é compreendida por todos = Língua do Amor, evangeliza. Coincidindo o derramamento do Espírito Santo com a Festa do Pentecostes Judaico, Lucas quer mostrar que o Espírito Santo é a Nova Lei, inscrita no Coração e que muda o ser humano de dentro pra fora; ao mostrar o Espírito Santo como Línguas de Fogo, Lucas revela o Seu Grande Dom: COMUNICAÇÃO, ANÚNCIO DO EVANGELHO - ide pelo mundo e a todos PREGAI o Evangelho - e, por fim, a ideia de uma Língua compreendida por povos diversos, reconstrói a unidade que havia entre os povos antes de Babel e, aqui, Pentecostes se torna o seu oposto.
Por último, na Segunda Leitura (I Cor 12, 3b-7.12-13) vemos o apóstolo Paulo afirmando que os dons do Espírito Santo são concedidos à Igreja para o "BEM COMUM" e, dessa forma, não podemos afirmar que portamos o Espírito Santo se ainda estamos fechados em nós mesmos. O Espírito Santo nos faz ser para os outros (as) e, não para nós mesmos. O Espírito Santo congrega na UNIDADE a variedade dos seres, dos membros, num só Corpo, o Corpo Místico de Cristo que é a Igreja.
Que o Pai e o Filho continuem nos enviando o Seu Espírito Santo e, que a Força do Espírito nos conduza ao cumprimento da nossa Missão: Ser no mundo SINAIS DE RESSURREIÇÃO! Assim seja!
Boa Celebração pra todos (as)!
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