sábado, 15 de junho de 2013

"XI Domingo do Tempo Comum: Nós amamos na medida em que experimentamos o Infinito Amor de Deus!" - 16 de Junho de 2013

Queridos irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

Dando continuidade às nossas reflexões, chegamos, hoje, com toda a Igreja, ao XI  Domingo do tempo Comum e, não nos esqueçamos que, nesse Tempo, o nosso objetivo é perceber Deus como Aquele que nos convida a ser santos e santas como Ele é Santo.   Nesse sentido, precisamos dar uma atenção especial àquilo que Deus fala de Si mesmo em Sua Palavra pois Ele é, exatamente, o que a Palavra diz d'Ele.   Conhecer a Palavra e crescer na sua compreensão nos fará compreender, mais e melhor, quem é Deus para, assim, podermos aderir a Ele com mais força, certeza, segurança e fé.

A Palavra de Deus desta Santa Missa nos revela um "jeito" de Deus que pode não agradar a muitos (as) de nós (de modo particular, aqueles (as) que se fiam na pseudo fidelidade da Lei para pensar que possuem, diante de Deus, méritos).   Deus, amor-Infinito e Absoluto, se deixa tocar por aqueles (as) que se percebem, diante d'Ele, como pecadores e necessitados de Sua Graça.   Ao contrário: para aqueles (as) que se acham "bons", "santos", "justos", que se "pensam mais do que os outros", Deus não se deixa tocar nem, muito menos, compreender.   Todos os textos bíblicos de hoje nos levam nessa direção.   Vejamos:

A Primeira Leitura (2 Sm 12, 7-10.13) nos mostra a revelação do Grande Pecado do Rei Davi.   O profeta Natã, homem de Deus, é enviado para revelar o mal que o Rei havia feito: Davi havia se apaixonado por Bersabéia e ao descobrir que essa era esposa de Urias, um dos chefes de seu imenso e poderoso exército, dá um jeito de promover uma espécie de "emboscada" para dar cabo da vida daquele que era, naquele momento, um empecilho para seus desejos pecaminosos: ele estabelece uma guerra e pede que Urias vá à frente da tropa e, este, por sua vez acaba morrendo e, livre, Bersabéia pôde ser recebida como a Nova Esposa do Rei Davi.   

Deus não aprovou tal ação de Davi e o faz reconhecer o seu erro por meio das palavras do Profeta Natã.   Natã vai ter com Davi e lhe conta uma história: havia dois homens: um muito pobre e que possuía somente uma ovelhinha a quem amava muito e cuidava e, um outro, muito rico, que possuía um rebanho enorme.   O rico recebeu um amigo e não querendo matar nenhuma de suas ovelhas resolveu apanhar a única ovelhinha do pobre e que ele cuidava e amava como a si mesmo.   Pois bem: "O que deve ser feito com este rico que, possuindo muitas ovelhas, resolveu roubar a única ovelhinha do pobre?"   Perguntou Natã a Davi e, este respondeu: "Este homem deve morrer!"   E, aqui, começa nossa Leitura pois Natã, então diz: "Este homem és Tu!"   Aos benefícios que Deus lhe concedeu, Davi respondeu com a prática da injustiça, matando inocente para tomar o que não lhe pertencia.   Davi se deixou corromper pelo Poder e, dessa forma, utilizou o mesmo em benefício próprio: no lugar de promover a segurança e a justiça para o povo, deixou o povo de lado e, abusando do poder, fez o que não devia.   

Ao tomar conhecimento e consciência do que havia feito, o Rei Davi demonstra o seu arrependimento mas, o Profeta Natã diz que o Senhor já havia perdoado o seu pecado mas,  em contrapartida, ele deverá arcar com as consequências do seu ato: a espada jamais se afastará de sua Casa e, o filho que nascerá do Adultério cometido, morrerá!

Nessa Leitura percebemos Deus como Aquele que está disposto a Perdoar porque Ama os seus filhos e filhas e, dessa forma, esse trecho de 2 Samuel, nos prepara para a grande revelação de Jesus no Evangelho.

O Evangelho (Lc 7, 36 - 8,3) nos apresenta uma das mais belas páginas de Lucas: Jesus revela que Deus Ama não porque sejamos bons mas para que nos tornemos bons!   É o Amor de Deus que nos torna bons e, compreendendo isso, percebemos que as nossas atitudes são respostas à experiência que fazemos com esse Deus em nossas vidas.   Deus toma a iniciativa de nos Amar e, em contrapartida, nós respondemos com nossas ações amorosas ao Amor que sentimos de Deus por nós.

Depois da "Ressurreição do Filho Único da Viúva de Naim" da semana passada, vemos Jesus, hoje, em casa de um certo Simão, fariseu, para um banquete.   Nesse banquete, Jesus aproveitará para nos revelar quem é Deus: o fariseu convida Jesus para tal banquete em sua casa pois na época era comum, entre aqueles que se achavam mais que os outros, convidar pessoas "importantes" para comer em suas casas pois isso dava "certo" prestígio.   Jesus, por sua vez, aceita e se põe à mesa na casa do fariseu. De repente, uma cena inesperada: uma mulher, conhecida na cidade como pecadora, invade o recinto e, deixa todos em "maus lençois", sobretudo o fariseu, dono do banquete.   Não podemos nos esquecer que o fariseu se achava melhor que todos pois cumpria, minunciosamente, todos os detalhes da Lei de Moisés e, com isso sentia-se CREDOR de Deus.   Aquela prostituta era o símbolo da maldição, da impureza, pois não cumpria NADA que a Lei de Moisés, observada pelo Fariseu, pedia.   É o contraste total e pleno!

Essa mulher entra e vai direto a Jesus e começa uma série de ações: lava os pés de Jesus com LÁGRIMAS, seca-os com os seus cabelos, Cobre-os de BEIJOS e os UNGIA com o PERFUME CARO QUE LEVARA (ALABASTRO).   Isso é suficiente para Simão, o fariseu, pensar: "Se esse homem fosse Profeta, saberia que tipo de mulher o toca pois é uma PECADORA!"   Quanta ignorância de Simão que se achava o melhor!!!!   Jesus, que sendo Deus sabe o que se passa no Coração de cada um (a), compreende a maldade que está no Coração de Simão e propõe um enigma (comum nos banquetes da época para distrair os presentes): um homem tinha dois devedores: um devia pouco e outro muito.   Como não tivessem com que pagar, o credor perdoou ambos.   Quem amará mais o CREDOR?   Perguntou Jesus ao fariseu que se achava mais que os demais, sobretudo, a pecadora.   Este respondeu titubeando pois sabia que seria apanhado em suas próprias palavras: Acho que aquele a quem o CREDOR perdoou mais!   E, a partir daqui, Jesus começa a mostrar os erros do fariseu e os acertos daquela "pecadora": Simão não fez nada do que a "etiqueta da época" pedia para receber Jesus e, a "pecadora", ao contrário, mesmo sem ser a anfitriã, fez muito mais com seus gestos e, por isso, afirmou Jesus: "Os muitos pecados que ela cometeu foram perdoados porque os seus gestos demonstraram MUITO AMOR!"   A quem muito se perdoa, muito AMA e a quem pouco se perdoa mostra pouco AMOR.   

Nisso, os presentes ficam espantados pois somente Deus pode perdoar pecados e começam a compreender que Jesus é a revelação do Deus que veio para resgatar e salvar o que estava perdido.   Para entender essa marca divina é preciso sentir-se e reconhecer-se pecador, necessitado da Graça e da Misericórdia Divinas para se SALVAR!   Quem não se reconhece pecador mas, ao contrário, pensa que "está em dia" com o Senhor porque cumpre, rigorosamente, os preceitos da Lei, não faz tal experiência.

Isso, podemos dizer é a grande defesa do Apóstolo Paulo na sua Carta aos Gálatas (Gl 2, 16.19-21):  Somos salvos pela Fé e não pela Prática da Lei!   A Salvação é Dom de Deus em Jesus Cristo e, nós, ao nos sentirmos Salvos, mudamos a nossa Vida para correspondermos, mais e mais, ao AMOR INFINITO DO PAI!   

Enfim, precisamos compreender: Deus nos Ama não porque sejamos BONS mas, PARA QUE NOS TORNEMOS BONS!

Boa Celebração para todos (as)!

Pe. Ezaques Tavares


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